A festa privada ocorreu em um salão bem perto. Havia mais gente do que eu espertava, mas apenas conhecidos de Justin, imaginei. O jogo de luzes ajudava com que as pessoas se agitassem ainda mais na pista sob um globo de luzes enquanto o DJ animava com música alta, garçons circulavam com bebidas em uma bandeja, mais a frente, um bar colocado no salão e um garçom atrás do balcão, servindo bebidas expostas numa prateleira.

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Respirei fundo.

– Não é tão ruim assim, Milers. – Justin me deu um sorriso encorajador. – Venha. – ele saiu na frente me puxando atrás dele, com os dedos entrelaçados nos meus enquanto me guiava.

Justin me levou até onde o DJ estava. A música era bem mais alta de lá. Havia tantos botões diferenciados em sua pick-up, que dava para se perder.

– HEY, IRMÃO! – Foi preciso Justin gritar para o rapaz de alto que estava entretido com a música. Era forte e de pele negra, o cabelo era curto, quase uma penugem, usava roupas folgadas. Claramente o DJ.

Ele nós olhou e deixou os fones caírem para o pescoço.

– YO BRO! – ele bateu sua mão na mão de Justin.

Milers, Tay James. O DJ! – apresentou Justin entusiasmado.

– Oi. É Miles! – corrigi enquanto trocamos um forte aperto de mão.

– Ah, sim. Esse cara é mesmo louco. – Tay James gesticulou para Justin sorrindo.

– Acho que percebi. – eu sorri.

– Brother; Vamos ali – avisou Justin batendo a mão na de Tay James de novo. – Não deixe a música parar! – brincou Justin, antes de virar-se.

– Eu nunca deixo! – gritou Tay James para as costas de Justin.

Eu e Justin saímos contornando as pessoas que dançavam em grupo sob o globo. Pude ver pessoas sorrindo para Justin e ele sempre retribuía e as cumprimentavam quando falavam com ele. Um pouco mais ao fundo, vimos Alfredo erguer o braço e acenar nos chamando. Ele, Kenny, Dan Kanter e um cara de cabelos arrepiados fechavam uma roda, todos seguravam uma bebida na mão, menos Kenny Hamilton, mas ele também ria e conversava animadamente com os outros, e havia perdido totalmente aquela postura de segurança sério, ele estava bem mais solto, além de ter um sorriso contagiante.

– EI! Você é a Milers, não é mesmo? – disse o cara de cabelos arrepiados espontaneamente, assim que nos aproximamos.

Milers, Ryan Good. – murmurou Justin para mim, desanimado.

– Miles. – corrigi para os dois. Já havia perdido a conta de quantas vezes havia falado isso só essa noite, parecia que todos ali sabiam meu nome, só que errado.

Estendi a mão para ele.

– Não via á hora de te conhecer – ele disse enquanto antes de soltar minha mão. – Esse cara aqui – ele apontou para Justin com o indicador da mão que segurava seu copo. – Tava me deixando maluco! Não parou de falar de você!

Sorri envergonhada.

– Você é maluco de qualquer jeito, Ryan. – disse Justin na defensiva.

– Você também é maluco irmão, só que agora, por ela! – soltou Ryan, apontando para mim.

Olhei para Justin, suas bochechas estavam avermelhadas. Escutei Alfredo rir por baixo da respiração.

Eu corei.

– Não de ouvidos á ele. – murmurou Justin para mim.

– Ah, dê sim! – cortou Ryan sem se deixar a balar. – Ele ta pirado por você!

Mordi o lábio tentando esconder o sorriso.

Justin deu um soco no braço de Ryan.

– Ai! – reclamou.

Olhei em volta procurando um garçom. Queria levar a conversa para outro rumo, estava constrangedora demais, mas não vi nenhum garçom.

– Tudo bem gente. Eu vou pegar uma bebida. – avisei.

– Quer que eu vá com você? – ofereceu-se Justin.

– Tudo bem. Sei me virar. – garanti.

Quando me distanciei um pouco, pensei ter escutado um coro de “Caaaaraaaa!”, e depois um “Calem a boca!” de Justin.

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Fui até o bar e pedi um coquetel sem álcool, enquanto esperava, batuquei os dedos no balcão, inqueta, tenando iguinorar os olhares curiosos para mim. Fiz do coquetel uma distração, fui bebendo durante o caminho de volta, ainda tentando ignorar as pessoas que me olhavam cuidadosamente, me senti num circo de sete picadeiros, onde eu era a atração principal.

–... Cara, é melhor agente começar fazer umas caminhadas, malhar, você sabe, eu preciso acabar com esse bebê de 14 meses que trago aqui dentro. – ouvi Kenny dizer enquanto me aproximava, ele passava as mãos em sua barriga.

Justin de repente explodiu em uma gargalhada – um tanto histérica–, e deu um tapa no rosto de Kenny.

– Não bata nele! – protestei alarmada.

– Ele já é acostumado. Não é mesmo Kenny? – Justin riu de novo.

Kenny o olhou por um momento carrancudo para Justin, mas depois se contagiou com seu riso.

– Aposto que não gostou quando te bati. – soltei. Foi uma reação irracional.

Ouve um momento de silencio entre eles, então todos me olharam. Logo me arrependi de ter dito aquelas palavras.

– Você bateu nele? – perguntou Alfredo perplexo, mas ao mesmo tempo, ameaçando a começar a rir.

E então de repente, todos começaram a gargalhar. No fim das contas das contas, a situação acabou se tornando divertida.

– Longa historia... – disse Justin com um suspiro.

Ri baixinho.

Então uma música lenta e suave começou a tocar. Senti os olhos de Justin dispararem para mim.

Eles se olharam. Ryan pigarreou.

– Acho que ta na hora da hora da gente vazar galera. – anunciou Ryan, mas não demonstrou incomodo.

Senti meu rosto queimar.

Eles deram as costas para mim e Justin e saíram.

Sei lá, mas acho que a gente devia formar pares, começar a dançar, só pra a gente não ficar solitário, tipo, eu e tu, o Kanter e o Kenny”. Escutei o Ryan dizer enquanto saia e depois um “Ta doido? Desencoste de mim!” de Alfredo.

Justin segurou minha mão livre e pegou o copo com o coquetel da minha mão, colocando na bandeja do garçom que passava em nossa frente. Ergueu meu braço no alto ainda segurando minha mão e me girou, ao me voltar pra ele eu cambaleei por causa do salto. Olhei-o olhei com horror.

As sobrancelhas de Justin uniram-se.

– Que foi? – perguntou ele.

– Não sei dançar. – admiti, com um sorriso envergonhado.

Justin sorriu e me puxou pra ele. Passei meus braços em volta de seu pescoço e enterrei meu rosto em seu ombro. Escutei a risada suave de Justin em meu ouvido.

Nos não dançávamos, apenas balançávamos desajeitados de um lado para o outro, sem deslocar os pés.

– Quer sair daqui? – perguntou ele em meu ouvido depois de alguns minutos balançando.

– Não precisamos fazer isso se você não quiser. – respondi.

– Mas eu quero. – sussurrou em meu ouvido.

Justin deu uma risadinha gostando do perigo. Eu sorri.

Esperamos mais alguns instantes, balançando, até outra musica agitada começar a tocar e as pessoas se movimentarem com a música novamente. Fugimos de Kenny e dos outros e saímos por uma porta ao fundo, o que me fez lembrar do dia que nos encontramos no paque e invadimos aquela sala de progeção.

Apesar de Justin ter tropeçado algumas vezes e esbarrado em algumas pessoas – que de acordo com ele, por causa da sua, ahm, “concentração na fuga” –, conseguimos sair de fininho – ou quase isso.

Aposto que não vão sentir! – duvidou Justin.

– Ah, claro! Ninguém vai sentir falta do Justin Bieber! – disse irônica dando ênfase em seu nome.

– Umpft! – grunhiu ele.

Nós andávamos por uma rua vazia, deveria mais de meia noite, mas não importava.

– BART SIMPSONS! – exclamei me lembrando e soltei uma enorme gargalhada.

– IIIH! Qual é o problema? Tenho que manter minha identidade em sigilo. – disse ele na defensiva. – E não é engraçado.

– Mas é engraçado!

Continuei rindo, esquecendo de que era necessário prestar atenção no meu andado para não ter problemas com o salto, então, dei um passo em vão, e meu pé se torceu.

– Ai! – gemi.

– Está tudo bem? – perguntou Justin preocupado.

O salto estava mesmo me matando. Curvei-me e tirei os sapatos e tentei encostar meu pé no chão. Não ouve dor. Só um pequeno incomodo. Mas dava pra continuar caminhando.

Então ele começou a rir.

– Ninguém mandou ficar rindo de mim. – zombou.

– Não ria bobalhão! – Sorri e bati com a sola do sapato em seu ombro.

Nós voltamos a andar. Justin passou o braço em volta da minha cintura, apertando e me firmando contra ele.

– Eu estou tão feliz que poderia até começar a cantar. – disse Justin com um sorriso.

– Eu queria poder dizer o mesmo. Mas aposto que ninguém iria querer escutar isso.

Justin riu.

– Você quer ir pra casa? – perguntou Justin me olhando.

Eu franzi os lábios, balançando a cabeça e depois o olhei.

– Plantão do meu pai hoje no hospital. – esclareci.

– Então nós vamos para o hotel. – ele deu um sorriso insinuador.

– Justin... – eu semi-serrei os olhos.

Justin me olhou.

– O que foi? Não vamos fazer nada de errado. – garantiu ele e então ele fitou a rua vazia com um sorriso malicioso. – Não que eu não queira... – acrescentou depois.

Bufei.

Foi um alivio ter tirado os saltos, parecia que a caminhada até o hotel ira ser lonha, mas divertida. A proximidade com o Justin era estranha, não que eu não gostasse, mas dias atrás, eu estava quase que torcendo seu pescoço. Justin estava se tornando como uma droga para mim. Droga. Era a palavra perfeita.