Genes: Você Não É A Única!
Capítulo 17 - Tortura
Mary riu baixinho, enquanto Lizzie fazia sinal de silencio com o dedo.
-Quieta, Mary, ou então a Barbie vai acordar! – a morena sussurrou, passando delicadamente e silenciosamente chantilly pelo rosto da loira que se encontrava dormindo.
Eram aproximadamente 5 horas da manhã e ambas haviam acordado naquele horário para aprontar com a colega de quarto. Simplesmente, a convivência com a loira, que fazia questão de torna-la impossível, estava sendo complicada demais e requerendo medidas drásticas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!-Vamos logo com isso, Lizzie. Linda vai acordar logo... – Mary sussurrou, percebendo que a menina já não possuía mais o sono tranquilo e calmo de antes.
Lizzie assentiu e finalizou sua “obra de arte” com uma cereja na ponta do nariz da loira, rindo baixinho com Mary e saindo do quarto.
Mary fechou a porta silenciosamente e caminhou junto com a morena pelos corredores praticamente desertos devido o horário.
-Eu sei que você odiará essa notícia, mas Bridget adorará o que fizemos com a Barbie. – Mary comentou quando Lizzie parou no quarto da dita cuja.
Lizzie franziu o nariz, mas se obrigou a assentir concordando. Em prol da vingança, Lizzie seria capaz de se tornar a melhor amiga da Polly Pocket.
-Eu sei, mas fazer o que? Eu amo infernizar a vida das loiras... – disse abrindo a porta do quarto de sua irmã e das outras.
Mary a fitou confusa.
-O que vai fazer, Lizzie? – perguntou.
A morena sorriu.
-Hora de infernizar a outra loira. – disse com um sorriso enorme e maligno.
Mary suspirou.
-Bridget vai te matar. – avisou entrando junto com a garota no quarto.
-Eu se...
-LIZZIE FILLIPES, SUA VADIA! – a voz de Linda ecoou pelo corredor inteiro, interrompendo o que a morena iria falar.
Ambas se encolheram.
-Ferrou. – Mary disse fechando a porta do quarto das outras meninas atrás de si.
Lizzie assentiu sorrindo.
*_*
Bridget suspirou olhando para o espelho de seu banheiro com um olhar triste.
-Vamos, Bridget, ou vamos nos atrasar! – Faith disse no batente da porta.
A loira suspirou.
-Eu estou horrível, Faith. – gemeu apontando para o seu rosto com desgosto. – Minha pele está sem brilho e estou com olheiras. – ela reclamou, tentando cobrir os defeitos quase imperceptíveis com a maquiagem.
A ruiva suspirou.
-Bridget, você está sendo dramática! Você está linda. – disse carinhosamente.
A loira bufou.
-Eu tenho que ser mais que perfeita, Faith. – ela disse passando blush pelas maças do rosto.
A ruiva franziu o cenho.
-Mais que perfeita, Bridget? Por que isso agora? – perguntou se encostando melhor no local onde estava.
A menina suspirou e a olhou através do espelho.
-As pessoas acham a Linda bonita, Faith. – ela disse baixinho, seus olhos gelo brilhando de preocupação. – E se Remie achar também? – perguntou preocupada.
Faith olhou rapidamente para Bridget.
-Desde quando você se tornou a loira insegura e preocupada? – perguntou se aproximando dela.
A loira suspirou.
-Linda é a mais popular desse lugar, Faith. Eu perdi tudo que eu amava e tinha quando abandonamos a nossa casa. – disse, ameaçando cair no choro. – Bem que eu queria me manter naquele posto, mas não sei se vale mais a pena. – ela sussurrou. – Mesmo assim, talvez o Remie...
-Você está com olheiras por causa disso? Não dormiu por causa desses pensamentos infundados? – perguntou Faith interrompendo a linha de pensamento da loira.
Bridget assentiu silenciosamente.
Faith suspirou.
-Você deveria conversar com Remie se você acha que Linda ou qualquer outra te deixam insegura. – ela sugeriu docemente.
A loira assentiu.
-Vou fazer isso, Faith. – disse com um sorriso animado no rosto.
A ruiva sorriu também.
-Mas sinceramente? Remie te ama demais para você se comparar com qualquer outra garota.
Bridget sorriu.
Melanie entrou no banheiro e passou um gloss no lábio.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Bridget olhou para a morena como se ela fosse um alien.
-Desde quando você usa maquiagem, nerd? – perguntou com a sobrancelha arqueada.
Melanie revirou os olhos.
-Desde quando roubei seu gloss da Victória’s Secret. – anunciou sorrindo.
A loira assentiu.
-Desde quando você... O que? Você roubou meu gloss? – berrou incrédula.
Melanie saiu correndo quarto a fora, rindo da reação da loira.
Bridget bufou.
-Antes aquela coisa me respeitava! – reclamou para Faith, que ria discretamente da cena.
*_*
Lizzie encarou o teto do jardim artificial, sozinha e entediada. Mary já tinha ido para a aula, e de relance, a morena havia visto Melanie correndo para sua aula, com uma Bridget furiosa reclamando com sua irmã sob algo logo atrás. Já havia se passado 30 minutos desde o sinal da primeira aula, mas a morena não estava querendo prestar atenção alguma na aula de redação.
Por este motivo ela se encontrava matando aula, sozinha e perdida em seus próprios pensamentos no meio do gramado do jardim.
Ela já havia perdido a noção do tempo, quando alguém lhe cutucou no ombro.
Irritada, ela abriu os olhos pensando que fosse a Polly Pocket, mas se surpreendendo ao perceber que de Polly a pessoa não tinha nada.
Ao seu lado, com uma cara de poucos amigos, Logan a fitava sério.
-O que você quer, Logan? – ela perguntou rudemente.
O garoto bufou.
-Linda me contou o que você fez. – disse em tom de acusação.
Lizzie suspirou. A Barbie não sabia levar nada na esportiva.
-O que eu fiz exatamente? – perguntou com um olhar inocente.
-Você sabe o que fez, Lizzie, e não vou ser o idiota que vai cair nos seus joguinhos. – rebateu raivoso.
A morena revirou os olhos.
-Sua namorada que não facilita para a gente. Como você aguenta a Barbie? – perguntou com sarcasmo.
Os olhos de Logan brilharam de raiva.
-Olha, garota, eu não sei qual é o seu maldito problema, mas você faz isso com todos. Com as suas amigas, com a sua irmã, com os professores, com MINHA namorada, comigo... – ele listou rapidamente. – Mas isso só me demonstra uma coisa: você é infantil, imatura e tem que fazer essas coisas, para cobrir algum buraco inútil na sua maldita vida!
Lizzie o fuzilou com o olhar desacreditando na ousadia dele.
-Quem você pensa que é para me julgar desse jeito? Um psiquiatra? – ela berrou se levantando em um salto. – Você é o idiota que namora a loira oxigenada burra só por que quer usufruir do status dela! – cuspiu as palavras com raiva. – E quer passar agora pelo melhor namorado, só para fazer as vontades da Barbie! Você nem a ama de verdade! – acusou raivosa.
Logan se levantou também e apontou o dedo para o rosto dela.
-Você não sabe nada de mim, garota!
Ela riu com ironia.
-E precisa saber? – disse retoricamente. – Eu conheço seu tipo, Logan. Você é aquele que quer estar no topo do mundo, sempre com as pessoas te admirando e te paparicando, sempre com todos aos seus pés. E sabe de uma coisa? – perguntou com os olhos pegando fogo. – Não vale a pena. Logo esse tempo acaba e você será apenas Logan.
O garoto arregalou os olhos e respirou fundo.
-Posso até ser esse tipo de garoto, mas eu também conheço o seu tipo, não é a mais bonita e nem a mais inteligente então usa a violência para chamar a atenção.
Lizzie deu um tapa na cara dele com os olhos fumegantes.
-O que eu farei com a Barbie ou não, não será a sua da sua conta! – ela disse com os olhos tingidos de vermelho.
Logan segurou sua mão fortemente.
Lizzie encarou ele.
-Vai necrosar meu outro pulso, agora? – disse em desafio.
Logan soltou seu pulso e suspirou.
-Eu te odeio. – disse.
A menina riu.
-Então estamos quites!
*_*
-Muito bem, classe. Estão vendo esse cubo em frente? – Frank perguntou logo no momento em que entrou na sala.
A classe assentiu, observando o cubo de 5 cm de ferro á sua frente.
-Certo, sabem quanto elas pesam? – perguntou passando entre as fileiras de carteiras. Sem obter resposta, continuou. – 10 quilos!
Faith tentou pegar na mão para provar, mas percebeu que realmente pesava 10 quilos.
-Está bem, é pesado mesmo! – disse rindo com Luke.
Mary revirou os olhos.
-E o que devemos fazer com eles? – perguntou ao professor, que passava naquele momento por perto.
O professor sorriu.
-Vou dizer para cada um o que fazer, está bem? Pessoalmente. – disse se abaixando perto da Mary. – Quero que você crie um cubo igual, da mesma massa e forma. – disse, tirando uma balança de sua bolsa e colocando ao lado do cubo da castanha.
Mary assentiu e antes que começasse, escutou o professor falar para Faith: “Derreta 25% do cubo, apenas isso.”. anunciou colocando outra balança na mesa da ruiva.
Ignorando os murmúrios e os pedidos do professor, Mary se concentrou na sua tarefa.
Com calma, esticou sua mão até o prato da balança e se concentrou.
Em questão de segundos a balança começou a pesar e ela abriu os olhos esperando ver o quanto o bloco de gelo pesava.
-15 quilos. – ela suspirou, tirando o gelo do prato da balança e recomeçando o processo.
Mary já havia perdido a conta de quantas vezes a cena se repetiu, quando o sinal tocou.
Com raiva ela cerrou os punhos e os bateu na mesa de mármore.
-Parece que a senhoria não é tão boa quanto as suas amigas que chegaram junto com você... – Frank comentou, passando pelas outras mesas e parabenizando todos que haviam conseguido, que se resumia 95%.
Mary sentiu seu sangue ferver. Ela sabia dos seus poderes antes mesmos de suas amigas, ela os treinava sempre que podia, antes de todas elas. Foi ela que ensinou o pouco que as meninas sabiam, foi ela que arranjou empregos para elas. Frank não podia desmerecer ela daquele jeito, ele...
-Você não passa de um velho careca e prepotente que acha que é melhor que a gente! – concretizou seus pensamentos em voz alta, com raiva. – Eu duvido que você seja um añomalo!
Frank parou de falar com um dos alunos para encará-la com uma calma controlada demais. Automaticamente, alguns alunos veteranos se afastaram dele e outros olharam para Mary como se ela fosse louca.
Sem nenhum passo na direção da garota, Frank sorriu malignamente.
-Bom, a Sandra sempre me permitiu colocar os novatos no seu devido lugar... – anunciou e após a ultima palavra, franziu a testa.
Mary o encarou durante alguns segundos em sinal de desafio. Então, como se milhares de facas entrassem no corpo dela, perfurando cada célula viva sua, ela sentiu várias pontadas de dor.
A menina deixou um grito escapar pelos seus lábios cerrados, conforme a dor se tornava mais intensa e continua. Sem perceber, seus joelhos cederam e ela caiu no chão, tentando evitar ao máximo contorcer seus músculos na frente de cada aluno.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!No fundo de sua mente então ela escutou vozes .
-Professor, eu acho que ela já entendeu isso... – Adam disse, colocando a mão no ombro dele.
Frank suspirou e a dor sumiu do corpo de Mary. Institivamente ela olhou para seu corpo, tentando achar sangue ou algo que indicasse algum machucado, mas não encontrou nada.
Tremendo e com medo, ela se sentou no chão e respirou com certa dificuldade. Pelo canto do olho ela viu Faith trocar um olhar assustado com Luke e se aproximar dela.
-Ele cria dor, uma espécie de arma psíquica. Não te machuca fisicamente, Mary, só mentalmente. – explicou ajudando a menina a se levantar.
Luke se aproximou das duas e sorriu constrangido.
-Deveria ter avisado, mas nunca imaginei que Frank...
Mary assentiu.
-Eu sei, tudo bem, Luke, não é sua culpa. – disse para acalmá-lo.
Faith suspirou e olhou para as gotículas de suor que se formavam na testa de Mary.
-É melhor voltarmos, antes que desmaie... – ela disse guiando a amiga até os dormitórios.
Podia parecer eu não, mas os anômalos eram poderosos, e se quisessem, também poderiam ser perigosos.
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