O Peso De Uma Mentira

Capítulo 22


CAPÍTULO 22

POV BELLA

Eu estava feliz com tudo o que estava acontecendo. Ver Edward tão feliz com a proximidade dos pais e seus olhos brilhando só me dava a certeza de que eu realmente não errei ao ligar pra Carlisle. Talvez, se não o tivesse feito, as coisas não tivessem se acertado.


Eu também acabei por me acertar com Esme e demos boas risadas quando nos escondemos na escada e ouvimos a conversa de Edward com o pai. Mas também conversamos sério. Eu a entendia quanto ao fato de sentir-se culpada por Rosalie e seu comportamento, mas não poderia deixá-la continuar daquela forma. Um desvio como aquele não se dava por uma possível falha de educação.


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Tivemos uma longa conversa até que ela se convencesse que fez o melhor possível pelos três filhos. Depois que ela se acalmou, passou a babar por Amanda... A cada foto que via, seus olhos brilhavam e eu praticamente via Alice ali... Eram bem parecidas em algumas coisas... Na empolgação então...


E eu via que ela também estava feliz. E, mesmo sabendo que nada seria um mar de rosas, estávamos aproveitando aqueles momentos. Seu ar tornara-se protetor e materno novamente e por sua expressão hesitante, eu sabia que ela queria perguntar mais alguma coisa, saber de mais alguma coisa. E eu a incentivei, dizendo que ela poderia me perguntar o que quisesse.


— E seus pais, Bella? Como eles reagiram quando souberam de tudo? — ela perguntou de uma vez, respirando fundo.

— Posso dizer que não foi nada agradável... Mas a surpresa foi a reação da minha mãe...


Contei, resumidamente, tudo o que me tinha acontecido desde que me descobri grávida e vi Esme quase desmoronar à minha frente. E sua reação não foi por sentir-se culpada por algo e sim por não acreditar nas atitudes que minha mãe teve. Esme a considerava uma amiga.


— Eu sinto tanto, Bella! Jamais poderia imaginar que Renée fosse assim...

— Nem eu Esme... Até pensei do meu pai não aceitar muito bem, afinal, eu seria mãe solteira, mas ela... Sendo minha mãe, esperei ao menos uma palavra de carinho.

— Deve ter sido difícil mesmo... Mas vocês se acertaram, não? Eles ainda moram em Forks?

— Não deu tempo de nos acertarmos, Esme. Eles faleceram em um acidente de avião algum tempo após Amanda nascer.


Esme me abraçou em sinal de conforto e eu retribuí ao abraço. Como minha mãe deveria ter feito, ela beijou meus cabelos e dizia palavras de carinho. Eu sabia que ela estaria sempre ao meu lado.


Era como se retomássemos nossas vidas do mesmo ponto em que paramos, há oito anos. Não houve lágrimas e logo estávamos sorrindo, nos lembrando de coisas da época em que eu e seus filhos éramos adolescentes e só queríamos o mundo.


— Eu estou feliz, sabia? É tão bom ver meu filho assim... — disse ela, apontando Edward e Carlisle conversando do lado de fora e rindo.

— Nós também estamos felizes, Esme. Depois de tudo, nunca pensei em voltar a ter algo com ele, mas não é algo que dê pra mudar... Eu o amo.

— E nem preciso dizer que ele sente o mesmo, não é? Só o ataque de ciúmes foi suficiente!


E mais uma vez, acabamos rindo de tudo aquilo. Eu tinha acabado de colocar a travessa de lasanha no forno quando a campainha tocou. Olhei para o lado de fora bem a tempo de ver Edward se virar em minha direção e dar um sorriso torto e cínico. Ele ia se divertir com Alice...


POV EDWARD


Depois que a campainha tocou e Bella viu meu sorriso, eu sabia que ela tinha entendido o recado... Alice... Como eu amava minha irmã...


Entrei com meu pai e após encontrarmos as mulheres fofocando na cozinha, fomos para a sala e Bella logo se encaminhou para abrir a porta. Nem me sentei... Eu sabia que Amanda viria correndo pra pular em mim. E foi o que aconteceu.


Era tão bom ter aqueles momentos com minha filha, saber que ela havia me aceitado e me amava, assim como eu a ela. Houve algum som feito por meus pais, mas Amanda não pareceu ter notado, assim como eles não notaram Alice e Victória. Se bem que elas estavam quase saindo outra vez...


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— Eu já estava com saudades da filha mais linda do mundo todinho. — falei, enquanto enchia seu rosto de beijos.

— Eu também estava com saudade do meu papai lindão. — disse ela, agarrando meu pescoço.

— A mamãe nem existe mais, não é? Nem me deu um beijo.


Amanda se jogou nos braços da mãe e eu me afastei um pouco, indo pra perto dos meus pais, que observavam a tudo com um enorme sorriso no rosto.


— Agora eu estou feliz. — disse Bella, apertando a bochecha de Amanda — E acho que você vai ficar muito, muito feliz também...

— É? Por quê?

— Vai falar com seu pai e veja quem está com ele.


Bella a colocou no chão e Amanda se virou em minha direção, só então notando meus pais. Nem eu consegui me segurar ao ver que mesmo sorrindo, algumas lágrimas escapavam de seus olhinhos.


— Meus vovôs! São eles! Vovó Esme e vovô Caslilie!


Nós rimos de seu jeito de chamar meu pai e antes que eu pudesse pegá-la pela mão e levá-la até eles, os três já estavam em um abraço. Não consegui entender nada do que eles falavam e me afastei, abraçando Bella.


— Droga! Odeio esses hormônios de grávida! — Alice sussurrou.

— Chorando, querida irmã? — perguntei cinicamente e Alice revirou os olhos.

— Meus pais nem me viram...


Ela estava mesmo desconsolada e acabei rindo de sua cara, mas não poderia deixar de perturbá-la...


— É que ainda não dá pra notar o volume, sabe? Mas não se preocupe; em pouco tempo, vamos te enxergar de longe!

— Bella, tire essa coisa de perto de mim! Eu vou matar seu namorado!


Victória riu, mas disse que era melhor mesmo eu me afastar, porque Alice estava muito chata e seria capaz de cometer um assassinato sem se culpar depois.


Junto com Bella, me aproximei dos meus pais e Amanda estava grudada no pescoço do vovô Caslilie, enquanto minha mãe limpava as lágrimas de seu rosto.


— Minha filha não é linda? — Bella perguntou, fazendo Amanda rir.

— Ela é maravilhosa, Bella. Estamos muito felizes por conhecer nossa neta. — respondeu meu pai, visivelmente emocionado.

— Eu tô feliz também! Muitão! Do tamanho do mundo todinho!

— Oh! Mas então é muita coisa! — minha mãe sorria e não parava de acariciar os cabelos da neta.

— É um montão sim! — ela se virou pra Bella — As formigas estão andando em mim outra vez, mamãe!


Assim como aconteceu comigo da primeira vez, meus pais ficaram sem entender o que ela queria dizer e minha mãe passou a olhar todo o corpo de Amanda, procurando as tais formigas.


— Ela só está feliz, mãe! — falei e ela começou a rir — Também fiquei assim quando ela falou isso.

— E o vovô é lindão também! E não tem cara de vovô! Os vovôs dos meus colegas da escola têm uma cara engraçada... Cheia de ruguinhas.


Nós gargalhamos do que Amanda disse. Minha filha era uma criança muito espontânea e as coisas que dizia sempre nos fazia rir.


— Ah! Mas a minha neta é a menina mais inteligente do mundo! Ela sabe que eu sou o mais bonito... Obrigado, princesa. — disse meu pai, todo cheio de si.

— Não vovô... O homem mais bonito do mundo todinho é meu papai.

— Essa menina ainda vai me colocar em cada uma... — disse Bella, rindo da cara desapontada do meu pai.

— E a vovó? Eu não ganho nenhum elogio?

— A senhora é bonitona também! As avós dos meus coleguinhas não são assim não. Elas andam abaixadinhas...


E mais uma vez, nós rimos. Amanda chegou a ficar vermelha de tanto rir.


— Ok! Todos já babaram pela neta, agora, deem atenção à filha também! — Alice se pronunciou; se aproximando de nós.

— Alice? Victória? O que vocês estão fazendo aqui? — minha mãe perguntou e vi minha irmã se encolher.

— Nossa! Eu também estava com saudades! Obrigada pela preocupação comigo.


Se fingir de ofendida não deu certo... Nossos pais a olhavam querendo explicações...


— Victória? Você irá nos explicar? — meu pai perguntou e ela apenas levantou as mãos, como se dissesse que não tinha nada a ver com aquilo.

— Gente, vamos jantar primeiro. Depois conversamos com calma.


Bella veio em socorro de Alice e se dirigiu para a cozinha, com a gente em seu encalço. O cheiro estava mesmo muito bom e eu já estava salivando. Amanda estava toda feliz no colo do meu pai e ao que parecia, tinha uma atração pelos cabelos dele também, uma vez que não parava de bagunçá-los, deixando-o com uma cara engraçada.


Minha mãe assumiu seu lado mandona e somente depois de todos termos lavado as mãos foi que ela nos deixou sentar. A travessa foi posta sobre a mesa, enquanto Bella arrumava os pratos e talheres. Vendo as duas daquela forma, eu tinha certeza de que tudo fora mesmo resolvido entre elas; que a relação que tinham antes havia sido retomada e agora, nada as faria mudar.


— É hoje que eu engordo uns dez quilos! Parece que está ótimo! — disse minha irmã, já se servindo e sem esperar que Bella ao menos se sentasse.

— Você já está até bem gordinha, Alice... — comentei e ela bufou.

— Deixe sua irmã quieta, Edward. Fique calado, ok? — disse Bella, me lançando um olhar ameaçador.


Dizendo que era um dia especial, ela colocou uma garrafa de refrigerante sobre a mesa e Amanda bateu palmas, dizendo que queria um copo bem grandão. Nós rimos da empolgação da minha pequena e partimos para o ataque. Eu estava faminto e não hesitei ao repetir a lasanha, que estava mesmo muito boa. Alice ia partir para o terceiro pedaço, mas viu que meus pais a olhavam com curiosidade e deixou o prato sobre a mesa, fazendo com que Victória risse.


Ao terminarmos, ajudei Bella com a louça, enquanto meus pais foram pra sala com Alice, Amanda e Victória. Confesso que eu estava me divertindo bastante com aquela situação e aproveitei que não tinha ninguém por perto pra rir mais. Bella não disse nada, só me empurrou pra fora da cozinha. Na sala, ficamos parados igual a dois bobos, vendo a forma como nossa filha interagia com os avós. E eles estavam felizes. Assim como eu.


Era nossa hora de conversar e me sentei ao lado de Alice, recebendo um sorriso seu. Minha mãe, não sabendo do que se tratava, sugeriu que tirássemos Amanda da sala, mas preferimos deixá-la ali; não era nada grave e ela já sabia que a tia estava grávida. Até me espantei por ela não ter deixado escapar...


Alice apertou minha mão e olhou de forma ansiosa pra nossos pais. Ela não ia conseguir contar e Bella olhou em minha direção, acenando com a cabeça pra que eu falasse.


— Bom... Alice não vai conseguir falar... — comecei — Pelo que ela me disse; brigou com Peter há alguns dias e acabou passando mal. Victória estava com ela e a levou ao hospital. Alguns exames foram feitos e o médico disse que ela está grávida.


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Esperamos pela gritaria e todo o resto, mas a casa caiu num profundo silêncio. Nem mesmo Amanda fez qualquer barulho e aquilo estava me deixando mal. Meus pais não iriam mesmo ficar felizes? E ainda trocavam olhares de mim pra Alice, como se fôssemos seres de outro planeta.


— Mary Alice Cullen! Eu posso saber por que você não contou pra mim primeiro? Eu sou seu pai!


Bom... Meu pai não parecia mesmo chateado. Minha irmã sorriu e no segundo seguinte, estava abraçada a ele, tendo todos nós observando e felizes. Minha mãe até que tentava, mas não se saía bem na tarefa de esconder as lágrimas.


— Mãe, pai... Me desculpem por não ter contado antes... Mas eu não sabia mesmo o que fazer; como agir... Eu e Peter não brigamos por causa do bebê; ele nem sabe que estou grávida e quando cheguei aqui descobri sobre Amanda e acabei me empolgando com Bella...

— Achou o quê? Que brigaríamos com você? Que não aceitaríamos seu filho? — perguntou minha mãe.

— Não sei o que achei na verdade. Não sei o motivo; só senti medo.

— Querida... Nós não vamos brigar com você. Como poderíamos? Além de ser adulta e saber o que faz, está nos deixando mais feliz ainda por nos dar mais um neto. — disse meu pai e Alice sorriu.

— Ah, papai! Deve ser coisa de mulher grávida, sei lá! Mas eu sabia que vocês não me virariam as costas.

— Claro que não, Alice! Você tem cada uma, viu? — mamãe se manifestou e nos fez rir.


Os momentos seguintes foram recheados de choro, risos, palavras atropeladas e a promessa de Alice de que procuraria Peter e contaria sobre o bebê.


Amanda veio até mim e disse que queria me mostrar a “surpresa” que estava guardada. Deixamos os outros na sala e seguimos até seu quarto. Ela estava feliz e seu sorriso era o mais lindo que eu já havia visto. Ela me puxou pela mão e me deixou sentado em sua cama, enquanto procurava alguma coisa em seu guarda roupas.


Alguns minutos depois ela se aproximou, trazendo uma pasta nas mãos. Seus olhos desviaram dos meus e ela mordeu o lábio, assim como Bella fazia.


— Vamos meu amor. Quero ver minha surpresa.

— Mesmo?

— Quero sim.


Ela então me estendeu a pasta e sentou-se ao meu lado, esperando que eu a abrisse. Dentro, inúmeros desenhos estavam guardados e todos eles com meu nome. Havia cartões de dia dos pais, cartões de Natal, desenhos de uma família — que notei sermos nós... Eu já havia me tornado um chorão mesmo, então nem me esforcei pra segurar as lágrimas.


— Não gostou papai? Posso fazer outros...

— Eu adorei meu amor. — coloquei a pasta sobre a cama e peguei Amanda no colo — Obrigado por sempre ter se lembrado de mim.

— Eu já fiz outros desenhos, mas esses eu deixei bem escondidinho. Eu tinha medo dela mandar jogar fora.

— Não se preocupe com isso minha princesa. Vou arrumar um lugar bem legal pra pendurar esses desenhos.

— Sabe de uma coisa papai? Estou muito, muito, muito feliz de conhecer meus vovôs e que a tia Alice vai ter um neném. Agora eu tenho uma família bem grandona.

— Bem grandona e que te ama muito.

— E eu vou ter um irmãozinho?


Ai. Um irmão? E eu nem sabia se Bella podia ter outros filhos! E muito menos conversamos sobre a possibilidade de um...


— Não sei. Mas eu prometo que vou falar com a mamãe. Tudo bem?


Ela apenas concordou com a cabeça e, ainda com ela no colo, peguei a pasta com os desenhos e segui até o quarto de Bella, onde deixei a pasta e depois seguimos até a sala. Ninguém perguntou o que Amanda queria e nós também não falamos nada. Se nem a mãe dela sabia, não seria eu a contar a todos.


Passamos bastante tempo conversando e meus pais conseguiram arrastar Amanda com eles, minha irmã e Victória ainda ficaram um pouco mais conosco e já passava um pouco das dez horas quando elas foram pra casa. Eu estava cansado e queria dormir e Bella parecia compartilhar de minha opinião, uma vez que estava com a cabeça recostada em meu peito e os olhos fechados. A chamei por três vezes e não obtive resposta. Ela já estava dormindo.


Beijei seus cabelos e a abracei mais apertado, temendo que a qualquer momento eu pudesse acordar e descobrir que tudo não passou de um sonho.


— Eu te amo, minha Bella. Obrigado por ter me aceitado de volta, por ter me dado uma segunda chance e por ter feito com que todos os problemas do passado fossem resolvidos. — eu sabia que ela não estava ouvindo, mas era importante pra mim dizer aquilo e, mesmo que eu tivesse que repetir quando ela acordasse, eu queria falar — Obrigado por ter me dado uma filha maravilhosa e por tê-la amado por nós dois.

— Me fazer chorar agora é sacanagem... — sussurrou ela, dando uma risadinha.

— Me fazendo de bobo, senhorita Swan? Estava acordada e ouvindo minha péssima declaração de amor?

— Não preciso te fazer de bobo, Edward... Você já é assim naturalmente e eu adorei ouvir sua péssima declaração de amor.


E ela me fazia rir, mesmo me chamando de bobo.


— E eu já disse pra não me agradecer por nada. As coisas que fiz e provavelmente irei fazer é simplesmente porque te amo e não por esperar agradecimentos. Quando amamos alguém fazemos o possível pra ver essa pessoa bem e foi só isso o que eu fiz. Mesmo sabendo que descobrir sobre Amanda o havia feito feliz, o fato de não ter contato com seu pai ainda pesava e eu não conseguiria ficar ao seu lado sem fazer nada.

— Eu sei disso, sei que não espera esse tipo de coisa, mas não posso deixar de agradecer por tudo o que fez e está fazendo por mim. Por nós, na verdade.

— Só me ame Edward e isso basta.

— Sempre.


E não era uma promessa.


Já era tarde e por fim, consegui convencer Bella a deixar a preguiça de lado e ir pra cama. Peguei a bolsa que Alice havia me levado e segui com Bella para seu quarto. Enquanto ela tomava seu banho, fui tomar o meu no quarto de Amanda e mais uma vez me perdi olhando suas fotos. Não me permiti sentir mal, estava apenas vendo fotos. Só... Isso.


Ao retornar ao quarto, vi que Bella passava algo no corpo e parei na porta, observando seus movimentos. Ela não ia dormir com aquele pedaço de pano que mal cobria a... Aquilo já era demais pra mim. E Bella, sabendo que eu olhava; se demorava mais no que fazia, como se me provocasse. Diabinha...


— Se olhar matasse... — comentou Bella de forma divertida, me fazendo rir.

— Quem disse que eu quero te matar? Eu quero você bem viva.


E ela queria mesmo me provocar... Andando lentamente, ela se aproximou de mim, com aquele sorriso nos lábios. Seus braços se enroscaram em meu pescoço e quando tentei beijá-la, ela se afastou.


— Calma bonitão. Andei pensando em algumas coisas e tenho uma proposta pra fazer.

— Eu aceito. — falei, sem nem mesmo saber do que se tratava e ela riu.

— É sério, amor. Vem, temos que conversar.

— Por que você faz isso? Me provoca e depois... Espero que dessa vez não seja nenhuma bomba.


Não obtive resposta; ela apenas me puxou pela mão, me fazendo sentar na cama. Até pensei que ela sentaria ao meu lado, mas não no meu colo... Como eu ia prestar atenção em alguma coisa séria?


— Alice provavelmente vai morar com o namorado na casa de vocês e seus pais também devem querer voltar. — assenti e tentei manter as mãos longe dela — Sei que minha casa não é lá muita coisa se comparada a sua, mas você não gostaria de vir morar aqui?


Eu estava ouvindo bem? Bella estava me chamando pra morar com ela? Eu não seria louco e recusar, mas eu tinha minhas condições...


— Há uma condição pra que eu aceite. — falei e ela assumiu uma expressão confusa.

— Condição? E seria...?

— Case-se comigo.

— Casar? Você quer dizer... Padre, igreja e o até que a morte os separe?

— Não me importa se vai ser ou não na igreja, mas com certeza todo o resto faz parte... Inclusive a festa e a lua de mel. Você não quer?


E se ela não quisesse casar? Se pra ela, morarmos juntos fosse o suficiente, eu teria que me conformar...


— É claro que eu quero! Mas, por favor, nada escandaloso.

— Será do jeito que você quiser.

— Jura? Promete que Alice não vai se meter e que eu vou poder fazer o que eu quiser e do jeito que eu quiser?

— Prometo. Mas tem uma coisa que temos que decidir juntos.

— Lá vem história... O que é Edward?


Bella me pareceu apreensiva e eu ri um pouco, deixando-a irritada. Contei a ela o que Amanda havia dito sobre o irmão e só então ela se deu conta da pasta, que ainda estava sobre a cama. Eu nem esperava uma resposta para aquele momento e entendi quando ela passou alguns minutos em silêncio, apenas me olhando. Eu entendia seu medo, sua apreensão e não poderia pedir que ela fingisse que nada aconteceu, mas dessa vez seria diferente pra nós e eu só poderia lhe dar essa certeza.


— Eu não sei... Não... Eu... Outro filho...? Será que...

— Hey! Eu só falei o que Amanda me perguntou; se você não quiser ou não puder, explicaremos a ela com calma. Não precisa ficar assim, ok?

— Mas... Você já disse que queria mais filhos...

— Sim, eu disse. E isso não quer dizer que seja meu maior desejo; não vou ficar chateado se você não quiser e continuaremos sendo felizes da mesma forma. Sem contar que temos nossa princesinha.

— Sei que continuaremos sendo felizes, mas também sei que seria importante pra você... Só que nunca pensei nisso. Depois de Amanda, não pensei mais em outros filhos... Não pen...

— Bella — a interrompi —, importante pra mim é estar com vocês, ser feliz com vocês. Se não pensou em filhos, se não quer mais, não tem problema; não somos mais adolescentes pra fazermos tudo de forma meio que impensada e tomaremos cuidado. Se eu soubesse que você ficaria assim, nem teria tocado no assunto.


E realmente sua expressão não era das melhores e eu, com certeza, tinha acabado de estragar o restinho da noite. Sem ter mais o que falar e sem saber como agir, só a puxei de encontro a mim e a apertei em meus braços. Sua cabeça repousou em meu ombro e passei a acariciar seus cabelos, sentindo sua respiração se acalmar.


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De forma alguma ela deveria pensar que ter outro filho era o que eu mais desejava. E muito menos tinha que fazê-lo só pra que eu pudesse presenciar e participar de tudo aquilo que perdi com Amanda. E eu realmente não me senti mal por isso; era uma escolha dela e eu a respeitaria. Nós já tínhamos nossa família.