Alice Dreams

Let's Live With That?


O contato entre os dois era perfeito, o que tornava tudo isso mais estranho. Gilbert se aborrecia tanto com ela quanto ela com ele. A convivência dos dois sempre foi difícil, instável e explosiva. As ofensas, brigas, discussões e disputas... Principalmente as disputas. À quem Oz pertencia? Era o maior motivo de caos entre os dois. Menos nesse momento. Nesse momento a disputa parecia ser quem deixava o outro mais desesperado pelo calor.

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O rapaz unia seus lábios aos dela sem qualquer tipo de hesitação, não mais. Acariciava os lábios dela com ternura e ansiedade, sentindo a umidade perfeita e sua respiração quente e descompassada. Enquanto se apoiava no braço direito, o esquerdo escorregava pela cintura dela e subia sua camisa lentamente, sem deixar de desfrutar a real sensação da pele dela. Não era um sonho.

O subir da mão dele a arrepiava, mas o controle que ela mostrava estava excedendo expectativas no momento, afinal, continha todos os gemidos que tentavam escapar. Mesmo assim suas bochechas pálidas estavam coradas e sua respiração irregular. E ela não era a única, e isso a motivava. Suas mãos delicadas se dirigiram à cintura dele com a intenção de fazer com a camisa dele o mesmo que ele fazia com a própria, mas algo a impediu. Mais cedo quando Alice tropeçou ela machucou os joelhos e as palmas das mãos, que usou para amortecer a queda. Percebeu que as mãos ardiam e deixou que uma exclamação de dor lhe fugisse. Gilbert ouviu e se afastou lentamente pressionando os lábios.

Encarou em silêncio a pequena Alice. Indefesa. Seu lindo rosto não estava com a expressão de desdém e raiva que ela usava o tempo todo, era frágil e delicada. Seus olhos roxos estavam eclipsados apenas tornando-a mais passiva, e seus lábios rosados estavam entreabertos, e eram quase tão avermelhados quanto suas bochechas. As roupas bagunçadas, a franja para o lado... Estava tão suscetível à ele, pedindo por ele com o olhar que ele se permitiu sorrir por um momento. Sempre fora bobo, tímido, passivo... Mas não ali, não agora. Ela estava sob ele. Ela era dele.

Mas ele a queria?

– Suas mãos - Sussurrou sorrindo felinamente - Você não pode forçar suas mãos, estão machucadas, Alice.

– E-eu...

Ele cobriu os lábios dela com as pontas dos dedos. Pôde sentir o arfar morno contra seu indicador e médio, e também sentiu que os lábios dela se moveram, e lentamente ela mordeu seus dedos. Mas ela não machucou. Apenas fez certa pressão sobre eles antes de escorregar a boca para beijá-los. Como quem percebe o que acabou de fazer ela desviou o olhar parecendo preocupada. Era muito mais passiva do que qualquer um imaginaria que ela fosse. E ele quis ver até onde.

– Você não vai fazer nada com essas mãos machucadas. - Sorriu beijando-a brevemente enquanto segurava as mãos dela e as erguia acima da cabeça de Alice, segurando com a mão direita.

Se fosse possível ela teria ficado mais corada. Agora estava oficialmente imobilizada. Poderia se soltar se quisesse, é claro. Se quisesse.

Gilbert voltou a unir seus lábios. Agora a guiava de forma mais lenta, apreciava a ansiedade demonstrada pela Corrente. Sua mão esquerda descia pelo corpo dela agora, e cautelosamente abria os botões de sua camisa. A respiração dela se tornava mais intensa, mais irregular. A ansiedade pelo toque a enlouquecia. "Esperei por tempo demais... E não sei muito bem pelo que, mas esperei por tempo demais." repetia para ela mesma. Em sua mente os sonhos não apareciam simplesmente por estar vivendo as expectativas ali, agora.

E queria isso.

Terminou de abrir a camisa, expondo o corpo pálido e delicado da garota. Ele parou por um momento para admirá-la. A pele clara, livre de marcas e imperfeições, com contornos perfeitamente desenhados e harmoniosos. A cintura fina por onde ele percorreu o olhar subindo aos poucos, demorando-se em cada detalhe. Colocou a mão em sua cintura e a deslizou enquanto admirava.

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– E-ei... P-para de m-me olhar t-tant-to as... sim...

Não deu atenção. Sentiu o rosto corar cada vez mais enquanto subia, até que se deteve em seus seios. Era inevitável. Nunca havia visto o corpo de uma garota, nunca havia sequer beijado uma até Alice. Então era confuso se deparar com algo assim. Só sabia que desejava tocá-la. Seus seios eram pequenos, mas perfeitos. Toda sua figura era harmoniosa e delicada. Sua canhota continuou subindo até sentir com as pontas dos dedos o início daquela elevação. Ouviu a respiração dela cessar por alguns segundos quando ela sentiu o toque, e logo voltar mais lenta, mais controlada. Aproximou o rosto do dela novamente, mas dessa vez não a beijou, apenas observou-a com um olhar sereno. Tocou o nariz dela com o próprio dum jeito que pôde sentir quando ela se contorceu minimamente ao ter a mão dele sobre o seio.

Ela se sentia estranha. Seu corpo todo estava quente, seus sentidos pareciam não estar tão bons, os sons abafados, a visão turva, apenas seu olfato e seu tato queriam trabalhar, e seu paladar já sentia falta do sabor do beijo. Mas a mão morna dele sobre um lugar tão específico fez com que ela ficasse confusa. Sentia-se bem, mas não de alguma forma que já tivesse se sentido antes. Um calor mais intenso que no resto do corpo acontecia, e apesar de não poder explicá-lo, ela aproveitava a sensação.

Então ele moveu a mão, sentiu uma elevação acontecer ali, se destacando e então passou a ponta de seu indicador ali. Dessa vez ela não conseguiu conter o gemido. Foi baixo, mas foi sincero. E ele gostou de ouvir aquilo. Continuou com uma carícia ritmada, sentindo Alice se arrepiar e ouvindo seus curtos e irregulares gemidos de prazer. Seu toque era gentil e quando ela se atrevia a olhar nos olhos dele podia se sentir segura. Ele se importava, e isso ela tão claro quanto manhãs sem nuvens.

Sem perceber Alice movia um pouco os quadris. Ela não diria, mas queria mais. A distância entre seus corpos deixava tanto a desejar, e sem poder usar as mãos ela não tinha como insinuar o que queria. Mas sempre que o encarava ela se sentia intimidade menor. Seus lábios tremiam e ela ofegava apenas ao invés de tentar dizer alguma coisa. Seus gemidos continuavam escapando de seus lábios, mas eram tudo que saia além de ar, e isso a aborrecia... Por que não conseguia juntar força para dizer.

– G... Gil...

– Hum? O que foi, Alice? - O tom de voz dele era baixo, grave. Era como se ele falasse enquanto acariciava seu rosto, mas ele tinha as duas mãos ocupadas no momento.

– Será que... S-será que você poderia...

– O que? - Ele se aproximou do pescoço dela e o beijou sem pressa, fazendo instantaneamente com que ela esquecesse o que ia dizer. Desceu entre beijos delicados e pequenas mordidas até o seio esquerdo dela, e então beijou a parte mais rosada, fazendo Alice gemer mais alto e fechar as mãos com força, mal notando a dor. A língua quente de Gilbert, vendo que a boca a agradou, decidiu brincar um pouco ali. Lambidas lentas em movimentos circulares davam lugar à sugadas disfarçadas de beijos, e assim trocavam de forma irregular. A mão dele continuava a brincar com o seio direito da garota, e cada vez mais ela gemia alto. Cada vez mais alto. Ele parou por um momento e levou a mão esquerda até a boca dela, tapando-a. - Alice, não faz barulho ou alguém pode perceber... Fica quietinha.

Quando ele fez menção de afastar a mão da boca dela, lentamente, escorregando os dedos por sobre seus lábios, ela aproveitou para fazer com que o indicador dele passasse por sobre sua língua, o que o fez desacelerar. Quando quase escapava ela o envolveu com a boca. Gilbert não saberia explicar por que, mas aquele ato fez com que ele se colocasse sobre ela mais excitado que antes.

Afastou as pernas dela e se colocou no meio, pressionando o corpo contra o dela. Alice gemeu baixo e o abraçou por sobre os ombros quando ele o fez, sentindo-o entre suas pernas. Gil tomou os lábios dela com uma ansiedade muito pior do que antes, estava afoito. Segurou-a pelas coxas ajeitando perfeitamente a cintura dela e a dele, e depois a segurou pelas costas. Ambos gemeram baixo, próximos, entre o beijo. Mesmo assim não era o suficiente e nenhum dos dois era capaz de explicar o motivo.

Calor.

Ambos sentiam calor. Muito.

Como se o espaço que os envolvia fosse pequeno, se limitasse apenas aos dois.

Como se estivessem num daqueles sonhos.

Como se houvesse sido combinado, ambos pararam ao mesmo tempo e se olharam. As respirações descompassadas, os rostos corados, os olhares confusos.

– Isso... É real, certo? - Murmurou ela, hesitante com as mãos sobre os ombros dele.

– É... Eu acho... Eu acho que é sim... - Falou desviando o olhar do dela, parecendo ele mesmo pela primeira vez desde que entrar naquele quarto juntos.

– E-e... E agora...?

– Eu não... Eu não sei, Alice...

O silêncio então abraçou os dois, e aquela interrupção mútua fez com que Gilbert se afastasse aos poucos sentando ao lado dela. Levou a mão ao cabelo, tirando a franja negra ondulada da frente de seus olhos por um momento. Alice sentou na cama e juntou a camisa na frente do corpo se cobrindo, e olhando para baixo como ele fez.

Uma brisa fria entrou pela janela, que nenhum dos dois havia notado estar aberta até aquele momento. A meninas se abraçou respondendo àquele frio, e ele percebeu aquilo. A situação havia ficado estranha e o clima estava tenso, mesmo assim, ao ver que ela sentiu frio, ele agiu. Apoiou-se de joelhos na cama e levou as mãos às botas dela, desamarrando e tirando ambas. Alice simplesmente desviou o olhar para o lado oposto enquanto ele o fazia. Tudo em silencio. Tirou as coisas de cima da cama, colocou o sobretudo dela apoiado nas costas de uma cadeira e suas botas sob o móvel e então livrou-se do próprio sobretudo e tudo mais de pesado até ficar com a calça e a camisa. Voltou então à cama e ergueu as cobertas, pegando Alice no colo e a acomodando entre as próprias pernas, cobrindo ambos em seguida. Ele a abraçou junto a si e encostou-se à cabeceira da cama, fechando os olhos por alguns momentos.

Por mais que nada disso fizesse sentido algum e ele não tivesse certeza do que fazia, o mais estranho aconteceu.

Em momento algum Alice se opôs à qualquer atitude tomada por ele.