Os Olhos De Hinata

O clube do livro


Enquanto Naruto e Hinata se descobriam, enquanto Sasuke se declarava para Ino, enquanto Itachi comia mosca, Jiraya, seguido pelos participantes do seu clube, comprava um lápis novo.

-Muito bem, pupilos... – Começou ele ali mesmo. – Como sabem, está aí a páscoa, que os católicos veem como a morte e ressurreição de seu Deus. –Ele falava com uma cara meio chateada.

-Hai! – Falavam os seus seguidores, que eram: Temari, Tenten, Neji, Kakashi - que sempre chegava atrasado -, Shizune, Shino, e outros.

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-Então – Se virou com o novo lápis adquirido – o significado da páscoa é renascimento... E é isso que faremos hoje!! Vamos renascer, e fazer coisas que estão apagadas dentro de vocês.

Todos estavam sem entender a lógica do papo de Jiraya.

-Jiraya-san, pode nos explicar melhor? – pediu Shino.

-SAN é a sua mãe, eu já falei que pode me chamar apenas de Jiraya.

-Desculpe...

-Ok... só vamos para o meu covil pegar uma coisa e deixar esse lápis JEDai! lá. – JEDai! era a marca do lápis.

Andaram até o apartamento dele que ele chamava de covil e, saindo porta afora, ele olhou para Kakashi e, estreitando os olhos, disse:

-Então, pupilo Kakashi, o que você quer fazer renascer em sua vida nesta páscoa?

Kakashi ficou levemente rosado, e cochichou algo no ouvido do cara mais velho, que olhou para ele e, entortando a sobrancelha, pediu:

-E você tem dinheiro para isso?

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Apenas Kakashi e Jiraya entraram na livraria, deixando os outros do lado de fora, com carinhas curiosas.

-Neji, eu não sei porquê, mas acho que este trabalho trará monstros à tona... – Falou Tenten para o namorado.

Ele sorriu:- Vai sim, Tenten, mas a gente quase nunca sai do covil dele, hoje vamos aproveitar.

Dentro da livraria...

-Ah... São tantas opções... Eu não sei.

Kakashi babava diante de uma estante de revistas em quadrinhos. (Para adultos ^^)

-Vamos logo com isso... Você vai levar quantas?

Jiraya estava escorado em uma parede, vendo um exemplar de seu “Jardim dos Amassos” inédito.

-Vou levar duas... Mais o livro ilustrado do Totoro.

-Totoro?!?! Mas já inventaram quadrinhos até disso???

-Nããão... é tipo aqueles álbuns de figurinhas... Eu sempre gostei disso.

Ao chegar no caixa, uma jovem chamada Nika o atendeu com um sorriso amigável.

-Olá, Kakashi.

-O-oi Nika.

Jiraya não pode deixar de notar como o pupilo ficou bobo perto da jovem.

-N-Nika...

-Sim, Kakashi-san? – Ela o olhou com os olhos marrons claro enormes.

-Eu queria saber... se...

-São £32.

Kakashi, tristonho, pagou.

-Sacolinha escura?

-S-sim, por favor.

Ela o alcançou uma sacola meio escura.

Jiraya cutucou Kakashi, o incentivando a voltar a falar.

-Então, Nika, eu queria saber se você não quer sair comigo um dia desses...

A garota olhou para ele e ficou meio vermelha também, a medida que o pedido entrava em sua mente.

-C-como?

-S-sim, Nika, eu quero sair com você!

A garota deu um sorriso envergonhado para ele.

-Eu saio sim...

Kakashi pegou a mão dela e falou:

-Obrigado, Nika.

Saiu correndo da livraria. Jiraya foi para junto de seus outros “adeptos”.

-Kakashi, parabéns. Agora, o próximo será... Shino.

Ele se sobressaltou ou ouvir seu nome.

-Nani?!

-O que você quer fazer renascer na sua vida hoje?

-Ahn... Sei lá! Eu ando querendo comprar um relógio. Sempre fui louco por eles, mas eu jurei que nunca mais os usaria.

Todos queriam saber o porquê.

“Há muitos anos atrás, meu pai trabalhava no centro. Toda a vez, antes de ir, ele se agachava na minha frente e apontava para o relógio em seu pulso.

-Quando forem 18:30, eu volto para casa.

Eu ficava ansioso na frente do relógio da cozinha, esperando ele dar 18:30, e todo o dia ele voltava.”

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Shino começou a andar despreocupado. Os amigos nunca souberam desta história, mas ele se manteria forte, não choraria ali.

-Prossiga Shino. – Falou o mais velho do grupo.

Ele respirou fundo.

“Mas teve um dia que ele não voltou naquele horário; minha mãe disse que eram passadas das 20:30 quando ele voltou. ‘desculpa, tivemos uma reunião’, ele falou sorrindo.A partir daquele dia, além de chegar tarde em casa, ele era frio com minha mãe e comigo. Era horrível.

Eu achei que se conversassem, iriam se resolver. Mas eu estava errado.

Eles brigaram na cozinha, e do meu quarto eu conseguia ouvir tudo. Petrifiquei quando ouvi, entre muitas coisas, que ele estava saindo com outra e iria embora de casa, pois moraria com ela.”

Tenten colocou a mão na boca para esconder o espanto.

-E aconteceu mais alguma coisa depois? – Pediu Temari.

-Sim, é claro.

“Ele ficou alguns dias fora de casa, não achei mais que ele voltaria.

O telefone tocou; era ele, queria falar com mamãe. Passei o telefone para ela, que depois de algumas palavras, sorriu e começou a chorar.

-Mas é claro, pode sim.

Ele estava voltando.”

Shizune chorava e sorria, corada. Kakashi roia a unha; já sabia o final da história.

“Ele me falou: quando o relógio desse 18:30, ele voltaria para casa novamente.

Eu fiquei ansioso, esperando para ele voltar.

Mas o telefone tocou de novo. Ele tinha sido atropelado, e morrido.

Minha mãe chorava muito, eu não sabia por quê. Era apenas uma criança de 5 anos!

Ao chegarmos no local onde ele tinha sido atropelado, minha cabecinha rodava. Deram-nos os objetos pessoais dele. Entre eles o relógio, que tinha parado de funcionar devido à batida.

O relógio marcava 18:00, e do local que estávamos até em casa dava, mais ou menos, meia hora.

Ele iria mesmo voltar para casa.

Naquela hora, não sei bem o porquê, lágrimas caíam dos meus olhos.”

-A partir daquele dia, eu nunca mais usei relógio. Apenas usei sua jaqueta; ele disse que eu ficava parecendo um espião.

Todos estavam em silêncio, as garotas estavam chorando, e também se ouvia pequenos fungos dos homens ali presentes.

...

-Comprado o relógio e aberto o coração, só temos a dizer muito obrigado, Shino, por ter compartilhado conosco um pouquinho de sua vida - falou Jiraya. – Agora, que tal você, Tenten?

A morena suava frio.

-Ai... Eu sempre quis comprar um... vestido.

Jiraya arqueou uma sobrancelha.

-E porque nunca o comprou?

-Vergonha...

-De...?

-De ficar parecendo uma vadia.

-Hum... Vamos lá então.

Tenten entrou sozinha na loja, e saiu de lá com um sorriso de vergonha no rosto e uma sacola com o vestido.

-Vamos fazer assim: vista ele em casa, mostre pro seu namorado e quando estiver pronta, fazemos uma festa e você vai com ele, que tal?

A garota ficou mais vermelha ainda.

-É que... Não é um vestido.

-Como assim? – Pediu Neji.

Ela cochichou no ouvido dele algo que o deixou vermelho também.

-V-vamos levar isso para casa. – Falou Neji abrindo um pouco a sacola.

Foi para casa e levou o “presente de páscoa” de Tenten para lá.

Quando voltou, era a vez de Shizune, que iria pedir um aumento de salário para sua chefe.

Foram até a sala de Tsunade, e enquanto esperavam, ele disse:

-O próximo é você,Temari. Se prepare.

Shizune saiu da sala com um sorrisinho cúmplice.

-E então?

-Ela disse que me dá o aumento.

Os colegas viram seu sorrisinho, mas não comentaram nada. De tanto trabalhar com Tsunade, Shizune havia pego algumas manias dela, como por exemplo, meter um cascudo em quem a incomodasse.

-Temari? – Pediu Jiraya. – É sua vez... O que queres fazer?

-Eu tenho que falar para um carinha que eu gosto dele, que eu não quero mais ser apenas amiga dele... – Falou numa cascata de palavras, pensativa.

-E você sabe onde ele está agora? – Pediu.

-Simsim, ele trabalha vendendo sucos no shopping.

...

Chegando lá, Jiraya viu o olhar pecaminoso que Temari lançava para um rapaz que vendia sucos com uma jaqueta verde e cabelos pretos. Ele estava de costas.

-Espere um pouco, Temari, o rapaz é o Shikamaru?

-Sim...!

-Então... vá lá!

Ela correu para o lado dele e sorriu.

-Olá Shikamaru.

O rapaz olhou para ela um tanto quanto surpreso.

-Olá Temari, tudo bem?

-Sim.

-Ahn... E você está passeando aqui?

-Não, vim aqui a negócios. – Sorriu a loira.

O rapaz que apenas tinha virado a cabeça para ela, agora virava o corpo todo para ela, com uma interrogação brotando de sua cabeça.

-Negócios? Eu não sabia que você trabalhava...

Ela riu, meio nervosa, meio cínica, deixando o rapaz ainda mais nervoso.

-Você não entendeu; eu vim ver você. Precisava ver, ansiava por ver. Eu acho que temos que conversar.

O rapaz olhou-a de um modo intenso antes de pedir:

-Você... estava com saudades de mim?

-Sim, louco né?

Ela sorria, enquanto o rapaz retribuía gentilezas ao olhar para ela.

-Pois é... Posso te pedir um favor?

-Sim.

O garoto levantou o queixo dela para ver melhor o seu rosto.

-Por favor, não finja que não sente nada por mim. Eu também sinto isso.

Deu uma piscadinha e saiu andando, deixando Temari com uma cara confusa.

Voltou meio tonta para a presença de Jiraya e dos colegas de clube.

-E então? – Perguntou Tenten.

-Eu... Não sei.

-Hum... Temia que isso acontecesse. – falou Jiraya. – As vezes, como tudo na vida, não conseguimos aquilo que queremos... Mas sempre temos que ter esperanças, afinal, a vida é isso mesmo!!

-Não, Jiraya-Sama, eu acho que, pela primeira vez, eu olhei nos olhos de alguém e pude ver que essa pessoa gosta mesmo de mim...como Neji olhou para Tenten, antes. E-eu não sei, eu acho isso...

-Own... nosso abacaxizinho está apaixonado... – Kakashi, fazendo graça, chamando Temari pelo apelido inventado por ele, abraçou a garota, que jurou dar um soco na cara dele se ele não parasse.

-Crianças, ainda temos alguns para participar, não se esqueçam. Só falta o pupilo Neji.

O moreno ficou rosado.

-Então... O que quer fazer? – Jiraya assumiu um tom sério.

-E-eu tenho que falar com meu tio. Isso pode demorar um pouco.

-Hm... não tem problema. Nós te esperamos para comer algo depois...

-Ok.

Neji saiu correndo. Queria pedir para o tio se podia pedir Tenten em casamento e também falar sobre Hinata.Tinha um amigo nos EUA que era clínico geral, e outro oftalmologista e eles tinham se interessado pelo caso da Hyuuga. Sem contar que daria uma ótima tese para o mestrado.

...

-Muito bem, pupilos, a lição do clube do livro de hoje está concluída... – Começou Jiraya, sendo cortado.

-Hey, tio! Falta você ainda! – Falou Shizune.

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-E o que vocês querem que eu faça??

-Sei lá... Mas, como você mesmo disse, páscoa é um tempo de ressurreição. Todo mundo sabe que dentro de você tem brasas que nunca foram nem serão apagadas... Que tal começar por aí? – Falou Shizune.

-Ok... Para o covil da Tsunade, agora...! – Falou ele, sem muito ânimo.

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Tsunade terminava de secar os cabelos que recém tinha lavado quando ouviu um leve baque na porta de seu apê. Atendeu, e ninguém mais que Jiraya estava em sua porta.

-Olá Jiraya, entre!

-Olá, Tsunade.

Ele entrou, com as mãos para trás.

Virou para ela.

-Me prometa.

-Prometer o quê?

-Que vai me ouvir até o final.

Tsunade, um pouco assustada, fez um “xis” no peito.

-Eu não precisaria estar aqui, fazendo o papel do velho bobo, mais uma vez. Você sabe do que eu estou falando.

-Do quê? Que você é um velho bobo, todos nós já--

-Eu disse quieta, Tsunade.

“ A verdade é sempre a mesma. Enquanto eu pensar, pensarei nisto.

Meus pupilos do clube do livro me deram um toque: que eu posso não conseguir o que eu quero, mas eu posso sonhar. É como eu tenho vivido todos esses anos. Mas, agora eu acordei. E no fim de minha vida, quero declarar: Eu sempre estive na sua, enquanto você falava de outros ninjas para mim, eu tentava fazê-la me notar. Eu sei que sou um otário zero à esquerda pra você, mas mesmo assim, eu ainda tenho uma coisa que eles nunca tiveram: um amor imenso por você. Ele ultrapassa a distância que você se mantém de mim; ultrapassa qualquer fisiologia; consegue ultrapassar até a minha (ou a sua) idade! E é assim que eu te digo: te amo mais que tudo. Você é o presente que Kami me deu de páscoa.

-Agora pode me enxotar como sempre de sua casa, eu não ligo. Isso não muda muita coisa. – Jiraya deu de ombros.

-Não tão cedo. – Ela foi para mais perto dele, mordendo o lábio inferior.

n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n^^.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n.n..n..n.n.n.n.n.n

Jiraya saiu meio tonto da casa de Tsunade. O beijo que ela lhe deu foi melhor que qualquer coisa que podia ter feito aquela tarde.

De repente um Uchiha apareceu no horizonte, gritando seu nome, o puxando para a realidade.

-Jiraya-san... – falou Itachi aos arquejos.

-Eu já falei que ‘san’ é a sua mãe... O que foi, Itachi?

-Aconteceu... Uma coisa... Você precisa ir para a mansão Hyuuga.

-Mas, o Hiashi Hyuuga nunca foi com a minha cara...

-É o Naruto... Ele e a Hinata... (leve balançar de cabeça do mais jovem, indicando que sim, eles tinham feito aquilo).

Os olhos do mais velho estavam arregalados: ao mesmo tempo o fascínio e o medo percorriam seu rosto.

-Pois é... Pelo jeito eles souberam aproveitar a páscoa... Deixe quieto, Uchiha.

-Vamos lá, Jiraya... Você filosofando não dá muito certo.

-Hunfs. Vamos lá.

Andaram como se não tivessem coisa para fazer; acharam melhor deixar Hinata e Naruto aproveitarem o presente que Kami havia lhes dado: o amor.