Just Smile.

Bad Day


O resto do dia foi normal, normal do tipo tedioso, um saco.

Voltei para cada depois de falar com o Justin, claro, tomei banho e repensei sobre meu dia.

Eu precisava contar ao Justin, mas... como?

Ou não precisava contar! Não, ele iria descobrir. Argh, Ryan idiota.


Justin –


Vai, confia demais Justin.

Foi o cúmulo a ver beijando o Ryan e depois falar comigo como se nada tivesse acontecido. Cadê a confiança? O idiota sou eu, claro, como uma garota como ela iria simplesmente se apaixonar por mim? Nerd vs popular. Isso nunca iria dar certo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Quase não dormi pelo resto da semana, como sou idiota, ela ainda me beijava, abraçava e conversava comigo como se nada tivesse acontecido.

Sexta-feira, ultimo teste do trimestre foi hoje.


_ Boa tarde Justin – ela sorriu me dando um beijo na bochecha

Retribuí, inutilmente eu ainda tinha esperanças dela me contar.

_ Então, vai lá para casa hoje? – perguntei

_ Não – sorriu com o nariz – o Kauã falou que queria minha tarde para ele.

_ Hm, eu te deixo em casa – sorri de lado


[...]


_ Mãe? Vou na casa dos Gódon, não demoro! – falei já saindo

Ouvi ela concordar.


XXX –

_ Kauã! Mas eu não sei como dizer!

_ Kaya, você o ama? – o garoto perguntou


_ Você acha que eu, Kaya Gódon, não estaria com ele se não amasse? – Kaya o fitou com os braços cruzados.

_ Então junte um pouco desse amor e seja sincera com ele.

_ Tá... é melhor ele saber por mim do que por outra pessoa – ela bufou e pegou o celular


– Justin?

Sim.

– Tem como vir aqui?

– Tem, eu preciso te falar uma coisa

– Eu também... – ela sussurrou

– Chego aí em alguns minutos


E ela desligou o celular.


_ Eu estou com medo – ela olhou para o irmão que tinha um leve sorriso nos lábios

_ Por quê?

_ E se ele não me desculpar? Não querer olhar mais para minha cara? Ele disse que queria falar comigo.

_ Acho que o Justin não é assim.


A campainha tocou depois de alguns minutos de silencio.


_ Qualquer coisa estou na cozinha – ele sorriu descendo as escadas antes dela.


A garota respirou fundo e abriu a porta.

Justin estava com uma expressão seca, ele ainda sorriu e lhe deu um beijo na testa.


Eles ficaram uns longos segundos em silencio até que Justin decidiu quebrá-lo.


_ Só... me escuta ok? – ele falou e a garota sentou-se no sofá – eu realmente não sei se isso é o mais correto a se fazer, mas eu já esperei muito tempo – sua voz era de agonia – Esse namoro foi ótimo, sério... Eu realmente nunca achei que você fosse gostar de mim, mas como diz o ditado “foi bom enquanto durou”...

A esse ponto mil interrogações circulavam na cabeça da garota.

_ Tudo bem... é seu jeito, mas para mim a base do namoro é a fidelidade, é a confiança, e a minha confiança em você acabou.

_ Isso quer dizer que... – ela engoliu em seco

O garoto ainda não acreditava no que estava fazendo.

_ É, quer dizer que acabou – ele sentiu seus olhos e nariz arder – é um até logo, até porque nossos pais vão se casar – ele se aproximou da garota lhe dando um beijo na testa – meu amor por você não mudou.

Ela o fitou incrédula, até naquele momento ela lutava para parecer forte.

_ Eu... eu te acompanho até a porta. – ela levantou-se


O garoto assim que saiu sentiu lágrimas escorrerem por suas bochechas.

Ela respirou fundo e sentiu seu mundo desabar ali mesmo, ela pela primeira vez amou alguém.


Sabe o que eu precisava te falar? Bom, acho que tem um pouco haver com o que acabou de acontecer, eu fiquei com o Ryan, bom, eu não fiquei com ele, ele me beijou, mas acho que não tem mais volta mesmo...


Ela enviou a mensagem, na mesma hora o garoto a abriu.


_ Droga Justin, sempre fazendo merda! – sussurrou para si mesmo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

~

_ Kaya – Kauã a abraçou

_ Me deixa, não quero abraço – ela falou o empurrando

_ Kaya... por favor – Kauã a olhou enquanto ela subia as escadas apressadas.

_ Só te peço uma coisa... não fale do nome dele perto de mim, e me deixa quieta... me deixa só. Por favor – a esse ponto ela já chorava.

~

_ Filho, o que houve? – Pattie perguntou ao lado do senhor Gódon (alguém lembra o nome do pai do Kauã e Kaya ou eu não coloquei?)

_ Depois conversamos – falou indo até seu quarto e se jogando ali mesmo.


_ Eu tenho certeza que foi alguma coisa com a Kaya, acho melhor você ir em casa e tentar falar com ela – Pattie olhou para o homem

_ É, já está na hora mesmo – sorriu dando um selinho na mulher


~


A garota estava cansada de apenas chorar e chorar.

Ela levantou-se e foi até o banheiro lavar o rosto, ela abriu o espelho do banheiro para pegar sabonete e fitou um pequeno papel enrolando alguma coisa que ela sabia muito bem o que era.

Ela também sabia que aquela lamina era antiga e não faria quase nada.

Ela encarou o objeto e cada vez mais era atraída por ela. Ela abriu a gaveta dando de cara com uma caixinha com lâminas totalmente prateadas e afiadas.

Ela pegou uma ainda pensando se queria fazer aquilo mesmo, ela nunca quis, mas sempre fez. Ela pegou a lâmina e olhou para seus pulsos que começaram a latejar, sim, era isso que ela faria, ela sabia que iria diminuir a dor emocional para dar espaço a dor física.

Ela fez cortes horizontais sabendo que apenas lhe daria dor.

Ela viu seus pulsos praticamente jorrarem sangue e sorriu. Seu celular começou a tocar.

No visor tinha o nome Justin.

Ela fez uma careta e voltou a se cortar, ela voltou aos velhos tempos, escreveu nomes, e o primeiro do dia seria “estúpida”. Era isso que ela pensava que era.


O garoto a telefonava com dor no coração desesperadamente enquanto ia com sua mãe – após uma longa conversa – para a mansão dos Gódon.


– Achei que tinha acabado – a garota finalmente atendeu o celular

– Talvez, mas me promete uma coisa – ele sussurrou

– Não posso prometer, mas diga, quem sabe... – ela falava irônica.

– Não faz as coisas que você fazia antes, você sabe bem o que é, por favor... não por mim, por você, por sue pai, pelo Kauã...

– Hm, deixe-me pensar – ela soltou uma leve risada – tarde de mais.- falou seca e desligou o celular.


_ Droga – bateu no banco do passageiro onde estava.

_ Justin, você deveria...

_ É mãe, eu sei, eu deveria ter a ouvido antes! Por favor, não me deixa pior – ele sussurrou e saiu do carro assim que a Pattie o estacionou.



Kaya –


_ Kaya! Abre a porta! – meu pai gritava

E eu permanecia em silencio jogada na cama.

_ Kaya! Por favor Kaya... – dessa vez era a Pattie

_ Ah, me deixem em paz! Droga!

_ Kaya! Abra a porta agora!

_ Para que? Para reclamarem comigo como sempre? Para jogarem na minha cara meus erros? Para... sei lá. Vocês não se importam comigo! Nunca se importaram! Que tal irem consolar o bebê? O queridinho? O melhor aluno da escola? Vai ver ele precise bem mais que eu. Ah não! Aquele idiota não precisa!

_ Kaya querida, ele se importa com você, ele também está mal, por favor, abre aqui – Pattie calma como sempre.

_ Não Pattie, eu não vou abrir, eu me decepcionei com a pessoa que eu mais amava, a primeira pessoa que eu amei. Eu beijei o Butler? Sim, mas ele que me agarrou! Droga, eu ia contar, eu estava tentando criar coragem. E não, por favor... não mente para mim, estou cansada de mentiras, ele não está mal, afinal, ele quem acabou com tudo, com minhas esperanças, ele acabou com minha vida. Ele não se importa comigo. Nunca se importou.

_ Lembra de quando você fazia do Justin o alvo de suas brincadeiras? Quantas vezes ele se magoou com você e te perdoou?

_ Mas era eu, eu sou a Kaya Gódon, ele sempre teve a Pattie presente na vida dele a qualquer momento! E eu? Na verdade eu nunca tive uma mãe presente, ela não me abraçava, meu pai ah, não se importava comigo, só me mimava, nunca me dizia o certo e o errado. Lembra quando eu disse que estava apaixonada ao Kauã e ele espalhou para a família inteira? Bom, ninguém me apoiou, diziam que eu era nova de mais, que eu ficaria de castigo se fizesse alguma coisa... bom, deixa eu revelar uma coisa... minha paixão era por um garoto com cabelos dourados e um pouco grande, com os olhos cor de mel e o culpado pelo meu estado de agora! Adivinharam quem é? Me deixem em paz!


Não acredito que eu fiz isso! Eu falei isso? Omg.


_ Kaya – era o Justin – me perdoa, sério, me deixa entrar, me deixa falar com você, eu juro, eu te juro que fico por apenas cinco minutos contados, se possível é menos. Por favor.


Entrei no banheiro o ignorando completamente.

Tomei um banho para lavar o sangue de meus pulsos, fiquei uns 10 minutos apenas encarando o azulejo claro do banheiro.

Sequei-me e coloquei uma roupa, precisava dar uma volta.

(roupa: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=43450771&.locale=pt-br)

Passei base em meu rosto para tirar a cara de choro, contornei os olhos com delineador e lápis de olho. Calcei os sapatos e abri a porta olhando pelo corredor, estava vazio.

Peguei as chaves do carro e desci as escadas silenciosamente.

A Pattie estava na sala principal com o Justin que estava deitado em seu colo e meu pai olhando alguma coisa em seu notebook. Ia ser difícil conviver com essa imagem praticamente todos os dias.

Andei sem fazer barulho por eles, até que ouvi a voz de meu pai adentrar meus ouvidos.

_ Onde você vai? – perguntou e os outros que estavam ali me olharam

_ Vou dar uma volta – falei dando um leve sorriso

_ Quando chegar teremos uma conversa! – falou e depois soltou um sorriso.

_ Tudo bem – falei


Saí da casa rapidamente quando percebi o Justin me remexer no sofá.

Tirei o carro rapidamente da garagem e vi o Justin na porta me acompanhando com o olhar.

Parei perto de um parque e saí do carro, andei um pouco e recebi uma mensagem em meu celular.


Oi filhinha, a mamãe está de volta! Sentiu saudades? Você está muito bonita com essa jaquetinha rosa.


Como?!

Fiquei pálida, olhei para todos os lados e avistei uma mulher de cabelos pretos com um óculos de sol grande sorrindo para mim, não podia ser ela, ela tinha cabelos quase loiros... mas existe tinta né Kaya.

Dei alguns passos para trás e comecei a andar mais rápido, antes de entrar no carro senti alguma coisa em minhas costas.


_ Sorria e ande – um homem falou me guiando.


Ele me colocou em um carro e em seguida mais duas pessoas entraram, um homem com cara de psicopata, ele soltou um sorriso para mim e eu revirei os olhos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Chegamos a uma espécie de galpão, o primeiro homem parou o carro em frente e a mulher – minha mãe – virou-se para mim.

_ É o seguinte, eu gostaria muito de te matar agora anjinho, mas eu preciso de sua ajuda – ela falou entediada

_ Ajuda para... – a olhei

_ Eu sai da cadeia a uns dias por bom comportamento, mas só não posso sair do país, o que é um saco! Preciso que você pegue com seu pai cem mil dólares, por enquanto.

_ Como vou fazer isso?

_ Se vira! Só quero o dinheiro, preciso comprar uma apartamento simples, e preciso de sua parte da herança.

_ Se eu não fizer? – a encarei

_ Você vai para o céu, ou o inferno, depende da sua vida, e o seu amiguinho... o Justin e a mamãe dele te encontram em um desses lugares. Vai fazer? – sorriu

_ Vou – bufei

_ Outra coisa, você vai morar comigo, por tempo indeterminado – falou e virou-se pegando alguma coisa no porta-luvas.

_ Coloca nela M. – ela falou para o homem ao meu lado.


Ele colocou alguma coisa em meu dente e em meu sutiã.

O carro começou a voltar para perto de minha casa.

_ Você está com um GPS e nós podemos ouvir tudo, se tentar tirar vamos saber, encontre-nos aqui daqui a no máximo uma hora – ela falou

Saí do carro bufando, porque eu não estava preocupada comigo? Entrei no carro dirigindo até o condomínio.

Abri a casa e a cena continuava praticamente a mesma. Mas dessa vez o Justin estava assistindo alguma coisa.


_ Pai, precisamos conversar – falei e ele me olhou

_ Pode falar – ela me fitou

_ Em particular, é sério – continuei com a expressão séria.

Ele levantou-se e fomos até o escritório.


_ Então, pode falar. – ele sorriu e sentou-se

_ Preciso de cinquenta cem mil – o olhei

_ Cem mil? Pra que? – ele tirou o sorriso do rosto

_ Eu... eu quero morar em um apartamento só para mim, só por um tempo para pensar.

_ Essa casa não está boa? – ele perguntou engolindo em seco

_ Essa casa é ótima, mas não para mim, não quero gerar mais problemas ou confusões, então? – Falei pegando uma folha e uma caneta

_ Eu... não sei. Pode esperar uma semana? Para nós irmos conversando aos poucos...

_ Não dá – falei e lhe entreguei o papel.


Não leia isso em voz alta, minha mãe voltou e está me ameaçando, preciso do dinheiro até amanhã, eu prometo que farei de tudo para nossa família voltar ao normal, com Pattie e Justin, no lugar da minha mãe. E eu quero que cancele minha herança!

_ Até amanhã, eu prometo que vou pagando – sorri de lado

_ Ok... amanhã... eu coloco em sua conta. – falou engolindo em seco

_ Eu vou para um hotel hoje, passo mais tarde para pegar algumas coisas – sorri de lado – me desculpa.

_ Tudo bem... – falou e veio me abraçar.


Ele escreveu alguma coisa em um papel.


Tem certeza que é só isso?


Tenho, a princípio é esse dinheiro e o cancelamento da herança. E bom... eu estou sendo ameaçada, a Pattie e o Justin também estão, o único motivo para eu fazer isso tudo...


_ Precisamos esclarecer algumas coisas – ele falou me soltando – você ainda gosta do Justin?

O fitei e egoli em seco.

_ Até mais tarde – falei saindo

_ Isso é um sim? – o ouvi falando atrás de mim

_ Talvez! – o olhei e a Pattie estava indo para a cozinha.

Fui até lá, iria lhe dar um ultimo abraço. É, aquela poderia ser a ultima oportunidade.

_ Tchau Pattie, até logo – lhe abracei e dei lhe dei um beijo na testa.

_ Onde você vai? – ela perguntou confusa

_ Ainda não sei – sorri de lado

_ Mãe eu posso... – Justin entrou na cozinha e parou de falar quando me viu.

Eu deveria o abraçar também? Sei que vou me arrepender.

O abracei o deixando sem reação. Me separei dele lhe dando um beijo em sua bochecha.

Andei em direção a porta sem olhar para trás.


...


_ Tudo bem, já entendi, não posso falar nada a ninguém! Mas e a escola? Preciso pegar algumas roupas em casa também.

_ Claro filhota, você vai pegar roupas hoje, o M. irá te acompanhar, caso você faça algo errado.

_ Ok – murmurei cruzando os braços.


Se fosse só por mim eu não estaria fazendo nada disso, mas era pela Pattie e Justin. Era pela minha família, pela felicidade de meu pai.

Ah como sou idiota, poderia falar tudo isso a meu pai e pedir que ele andasse protegido até a prenderem novamente, seu que irei morrer mesmo.

Argh!