Por Detrás Do Livro

A conclusão do vice capitão.


A conclusão do vice capitão.

Por Detrás do Livro.

Eu estava completamente perdido. O que poderia dizer a Sasuke? Jamais previ que ele descobriria tão facilmente. Devo até confessar que me sinto... Derrotado.

– Estou esperando sua resposta. – Ordenou com os braços cruzados embaixo do peito.

– Olha, eu não sei do que está falando. – Estiquei meu braço para pegar uma toalha no banheiro, assim que consegui, comecei a enxugar meus cabelos distraidamente. Em nenhum segundo eu olhava para o moreno, mentia na cara dura e pelo visto, ele sabia.

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– Nem me venha com essa. – O encarei com a sombrancelha erguida.

– Como assim? – Fiz minha faceta de desentendido. Sasuke suspirou profundamente.

– Naruto, meu grande amigo com sérios problemas mentais, eu não sou idiota. – Riscou o "idiota" – Acha mesmo que me enganaria dessa maneira tão... Rídicula? Caro colega... – Estreitou o olhar. – Sou o vice, lembra? Vice capitão do time de basquete. – Sorriu torto.

– E...?

– E você deveria bolar um plano melhor. De preferência, que não jogue um prato pela janela. – Nos entreolhamos e depois rimos. Bem, eu ri escandalosamente e ele se permitiu dar leve risadas roucas. Como todo bom Uchiha faz.

– Digamos que eu fiquei um pouco... Desesperado. – Sorri de canto desconcertado. Não adianta mais nada continuar tentando enganar Sasuke.

– Desesperado? Você ficou em estado de choque, aposto! Agora me diga... Quem queria tanto me esconder? Porque óbviamente não era você no banheiro na hora que eu falava.

– Como não? – Indagnei um tanto interessado nos pensamentos rápidos que o moreno fez para chegar nessa conclusão.

– Você não deixaria eu te xingar de gay, na boa. – Respondeu indiferente.

– Tem razão. – Conclui. – Além do mais porque, eu não sou gay, seu emo dos infernos. – Lancei-lhe um olhar mortal estilo "À la Temari".

– Pode continuar fingindo para si mesmo, Naruto. – Suspirei. Não iria discutir sobre isso com esse bobão, não valia a pena.

– Certo... Vamos continuar fingindo que você não é um emo, então. – Encarei-o de forma brincalhona. – Mas não se esqueça Sasuke, você não poderá fugir disso. É seu destino ser emo, está no sangue Uchiha. – Terminei minha frase com um sorriso debochado. Me divertindo com a ruga que se formava e se aprofundava na testa dele.

– Cale a boca, idiota. – Balbuciou emburrado. – Enfim... Quem era?

– Era... – Suei frio internamente, não querendo demostrar o quanto estava apreensivo. O que iria falar? Sakura e Sasuke... Bem, eles não são os melhores amigos da fase da terra, e eu ainda pretendo escondê-la por um tempo. E era Lógico que se Sasuke soubesse, iria me impedir na hora.

– Não precisa responder, eu já sei. – Não pude deixar de arregalar um pouco os órbes e o encarar com a boca entreaberta.

– Já sabe? – Repeti confuso, vendo-o acenar positivamente.

– Sei. É a Hinata, não é?

O que poderia fazer? Estava definitivamente imobilizado. Ele acha mesmo que eu e a Hinata...? Só pode ser brincadeira. Ela... Ela não merece tudo isso, essa acusação de que está comigo ou não, e se estivesse, não era da conta de ninguém.

Respirei pesadamente. Já a envolvi em tantas mentiras, devo poupá-la desta.

Não é a Hinata. – Respondi com voz irritada. – Shion estava no banheiro enquanto você falava.

– Shion? Mesmo? – Torceu o nariz. Até mesmo eu teria essa reação. – Pensei que não estivesse mais com ela.

– E não estou. – Murmurei indo até meu quarto. O rapaz não me seguiu, fico ali parado, absorvendo os "fatos". Aproveitando que estava distraido, fechei a porta e coloquei rapidamente uma cueca, vestindo uma calça jeans escura surrada e deixando meu peitoral exposto por causa do calor. Em todo momento eu procurava criar uma estória rápida que convencesse o cabeça-dura que era meu amigo.

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Contei até 10, coloquei uma expressão suave no rosto e abri a porta, voltando para onde estava a minutos atrás.

– Se não está com ela... – Começou. – O que ela fazia aqui?

– Oras. Até parece que não conhece esses tipos. Elas são... Grudentas, companheiro inexperiente. – Ele pronunciou um "háháhá" antes de me deixar continuar. – Por mais que você diga e repita que não quer mais ficar com elas, no próximo dia, elas já estão lá, lambendo onde você pisa. – Suspirei. – Shion é o caso perfeito disto. Ela veio aqui em casa como se fosse... Minha namorada!

– Por que você a escondeu? – Cocei a cabeça um pouco, querendo enfatizar que está um pouco com vergonha de dizer aquilo. Lógico que era tudo parte do plano.

– Bem... Eu não a escondi, literalmente. Quando ela chegou, entrou e se sentou... Nós começamos a falar. Conversa vem, conversa vai e acabamos por ficar novamente. Mas eu a repreendi no momento, dizendo que ninguém na escola principalmente vocês, poderia saber.

– Por causa das piadas, não é? – Deu um sorriso torto sacana.

– Exatamente. Então eu sai um pouco para buscar algo para comer, e ela ficou aqui em casa. Quando você chegou, provavelmente ela se desesperou e se escondeu no banheiro. Eu cheguei um pouco depois, vi que sua moto estava estacionada aqui e bolei aquele plano furreca, apenas para tirar a Shion daqui. Fim.

– Hum... – Murmurou. Tenho certeza de que ele não ficou satisfeito com a resposta que dei. Mas também tenho certeza que não iremos mais tocar nesse assunto tão cedo.

– Enfim... O que venho fazer aqui? – Voltei ao meu quarto, e desta vez, Sasuke me seguiu.

– Nada demais. Apenas vim te lembrar que tem que compor uma nova música para o...

– Festival do Luar. Eu sei. – Bufei cansado. Me movendo de um lado para o outro

– Então comece. – Entregou meu violão e ficou no canto da porta, encostado e praticamente escondido no escuro.

Prendi a respiração e soltei-a bem devagar, me preparando mentalmente.

– Um... Dois... Três... – Sussurrei antes de começar a tocar as notas conhecidas.

"I don't wear designer clothes

I don't go to the finest schools

But I know I ain't no fool baby

I may not be a star

Im not drivin the sickest car

But I know I can make you happy baby

I don't know what you've been used to

Never been with a girl like you

But I can give you a love that's true to

Your heart from the tip or your face..."

E então... Travei no refrão. É onde eu me perdia completamente e não conseguir cantar qualquer nota sequer.

Mordi o lábio inferior frustrado, colocando meu violão de lado, e me sentando na ponta da cama, colocando minhas mãos - como se fosse automático - nos cabelos, bagunçando ainda mais os mesmos.

– Naruto... – Sasuke me chamou baixo e apontou discretamente para a janela. – Dá uma olhadinha na vizinha. – Sorriu de canto.

Aprofundei minhas sombrancelhas e olhei de relance para a janela, dando de cara com Hinata me observando delicadamente e timidamente da própria casa, e em um surto rápido, desaparecendo de vista enquanto chacoalhava a cabeça.

– Eu vou ir lá. – Murmurei de imediato, levantando-me da cama.

– Como se eu não soubesse. – Revirou os olhos. – Já vou indo, até logo. – E saiu do cômodo.

Dei de ombros, enquanto pulava da minha baixa janela. Andei mais alguns passos e chamei por Hinata. Assim que a vi, declarei que iria subir e assim fiz, habilidosamente.

Pisei no piso do quarto dela em questão de minutos, pousando perto da mesma.

– O que houve? – Perguntou rápido, se virando de costas para mim.

– Anh... Nada. – Dei de ombros mais uma vez. – Fiquei com saudades. – Sorri de canto e ela logo se virou.

– Claro... – Balbuciou se movendo até sua cama e guardando os materiais que estavam espalhados. Assim que terminou, fez menção para que eu me sentasse. E assim fiz, cantarolando um pedaço do refrão que imagino para a música.

– (...) Está complicado.

– O quê? – Ela perguntou, sentando-se do meu lado.

– A música para o festival do luar. – Estralei um pouco os dedos da mão. – Eu vou abrir com uma música nova... Mas sabe como é, não se pode criar uma canção em um dia.

– Festival do luar? – Repetiu confusa. – Uma festa dos populares? – Brincou um pouco, me fazendo rir.

– É mais ou menos isso... Não é bem uma festa... É um festival que fazemos todo ano na praia deserta de Hakuhai... Você vem, não vem? – Perguntei como se ela já estivesse confirmado. Não sei direito o fato, mas a idéia de ter Hinata comigo na festa me anima muito. Queria que ela fosse especialmente comigo.

– E-Eu posso? – Quase ri da expressão da morena. Era mais do que óbvio que ela podia. Ajudaria no plano e se eu a convidei, é porque ela estava com "permissão" para ir.

– Lógico! – Exclamei sorrindo.

– Então eu irei. – Confirmou alegremente.

– Todos vão. – Mencionei, claramente me referindo aos rapazes. – Até a Sá. – Na verdade, ela faria back vocal para mim, então a participação dela era quase que obrigatória.

– Sakura? – Perguntou. Provavelmente estranhando o 'apelido'. Apenas afirmei com a cabeça. – Que bom!

Quando eu ia dizer algo, uma voz masculina chamou pela Hinata do outro lado da porta. A observei entrar em pânico, se levantando rapidamente, e olhando para os lados como se estivesse encurralada.

A voz chamou novamente. Desta vez, Hinata respondeu um fraco "Já vou" e se virou para mim, dizendo que eu tinha que ir imediatamente, enquanto destrancava a porta.

– Quem é? – Perguntei incomodado. Por que a Hyuuga fazia tanta questão que eu sumisse, e quem exatamente era aquele... Cara?

Ela não respondeu. Pelo contrário, pegou minha mão e deu um forte puxão para que eu fosse parar diretamente embaixo da cama. Não protestei, mas não havia gostado nem um pouco de sua atitude... Desesperada.

– Fique quietinho. – Sussurrou depois de cobrir minha visão por grossos cobertores. – Pode entrar.

E assim, ela e o rapaz que eu não fazia idéia de quem era começaram a conversar... Até que animadamente. Descobri que ele já conhecia a Hinata a três anos atrás, que também conhecia a Ino e o próprio pai da garota.

Papo vai, papo vem e eu ainda estava quieto na minha. Respirei pelas narinas e sem intenção alguma, uma poeira incomoda adentrou no meu nariz. Eu era alérgico a poeira. Tentei segurar mas era mais forte que eu. Quando dei por mim, havia soltado um alto espirro, e sem aguentar, levantei, deparando-me com um rapaz de longos cabelos e olhos parecidos com a Hinata.

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– Mas que porra é essa? – Ele perguntou assustado.

Eu e ele encaramos a pequena garota que pelo visto, não sabia o que dizer.


– Hinata... Quem é esse? – O garoto perguntou um tanto irritado. Acho que é porque eu o assustei, já que ele havia se sentado justamente em cima da cama onde me escondi.


Ela não respondeu de imediato, estava em choque, com a boca aberta em um "o" e ficando mais branca do que o normal.


Respirei fundo... Teria que agir... Agora.