Tomara que eu ganhe!

Júlia debruçou-se sobre a escrivaninha do seu quarto. Tentou encontrar as melhores palavras que ela possuía em seu vocabulário para garantir o passaporte para um sonho.

De início rabiscou frases desconexas, depois foi fazendo construções melhores, mas não estava satisfeita com nenhuma delas, parecia que sua mente estava bloqueada. Depois de passar horas a fio trancada para se concentrar melhor, ela deu de ombros. Largou os rascunhos de lado, irritada por não conseguir o resultado esperado.

Acabou cochilando e teve um sonho que se passava dentro de sua própria casa. Júlia ia até a cozinha meio sonoleta e abria a geladeira, quando se virava, ela via o Bill sentado em sua mesa. Ela tomava um susto tão grande, que jogava o copo cheio d'água no chão, por sorte era de plástico e não quebrava. A garota ficava completamente sem reação ao ver Bill tão perto. Por impulso, ela corria para abraçá-lo, mas quando seu corpo tocava o dele, ela tomava um choque.

Júlia, estranhamente despertou do sonho no chão da cozinha, toda molhada. Ela havia acordado exatamente na cena do sonho, então, olhou várias vezes procurando por Bill. Ela ficou triste ao ver que tinha sido só um sonho, e ao mesmo tempo, ficou espantada, por descobrir que era sonâmbula.

A garota voltou correndo para o seu quarto para vestir uma roupa seca e explorar a massa cinzenta. O sonho foi tão real, que uma vontade de vencer o concurso e poder estar perto de seus ídolos falou mais alto.

Júlia colocou no texto toda as suas emoções e seus sentimentos de fã, escrevendo do fundo do coração, mesmo ainda estando insegura. Tratou logo de enviar o texto por sms, antes que tivesse tempo de pensar - achando que a estava mensagem tosca - e se arrepender.

Agora era só esperar a divulgação do resultado para poder festejar... ou lamentar.