POV. Prunaprismia.

- Bom dia, Caspian. – cumprimentei-o quando o vi caminhando por um dos corredores.

- Bom dia... – falou Caspian.

- Hum... Você está com aquele brilho nos olhos de novo, Caspian, o que aconteceu? –para a minha surpresa, Caspian riu. Sua risada era uma melodia que há tempos eu não ouvia e que tanto lutara para trazer de volta nesses anos todos. Mantive a compostura e impedi as lagrimas de transbordarem enquanto admirava o sorriso branco e sincero na face de meu sobrinho.

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- Ela não lhe contou? – questionou.

- Não... Ainda não falei com ela, se se refere à Rainha narniana.

- Bem é que... – ele pareceu pensar seus olhos brilhando como nunca. – Você estava certa, tia... Sobre Susana e eu... - Não pude ocultar um sorriso largo. – Ontem à noite... Er... Depois do jantar... Eu pedi a mão dela em casamento... – minha boca se abriu num “O” e eu a cobri com uma das mãos, os olhos marejando.

- Oh, Caspian! Isso é esplêndido! – eu o abracei e ele retribuiu. - Mas... Caspian e a profecia? – não pude deixar de perguntar, era algo muito importante.

- Você tinha razão, cabe a eu decidir se iria cumpri-la ou não... E eu decidi que jamais, de forma alguma, conseguiria viver sem Susana e muito menos fazê-la sofrer a perda dos irmãos... – ele sorria.

- Então, acho que só me resta agradecer a ela por trazer a alegria de volta a sua vida. – falei calmamente.

- Na verdade, eu que tenho que lhe agradecer. – ele me surpreendeu. – Afinal de contas... Foram seus conselhos que nos levaram um ao outro.

Eu sorri lisonjeada.

- Eu só dei uma forcinha. Vocês se amam, esse sentimento ia acabar vindo à tona com ou sem a minha ajuda.

- Mesmo assim, eu agradeço. – ele sorria levemente ao contrário de mim que mostrava quase todos os dentes.

- Sabe que pode contar comigo. – pisquei para ele e Caspian me abraçou.

POV. Susana.

Muitos achavam que o castelo de Telmar não possuía jardim, eu mesmo achei isso, mas Mia me mostrou alguns dias atrás, que há um enorme atrás dele. Era uma área onde a antiga rainha, mãe de Caspian, costumava ficar ao fim da tarde e a que quase ninguém do palácio, além da algumas empregadas, frequentava.

Sabia que Edmundo conseguiria persuadir Pedro, estava quase que certa disso. E mesmo que não estivesse minha felicidade cuidaria de ocupar minha mente com cor-de-rosa e com Caspian. Eu sorria sozinha caminhando entre as flores e inalando o perfume suave delas. Ouvi passos atrás de mim. Meu sorriso se alargou pensando que era ele, mas ao me virar deparei-me com príncipe Edward. Ele sorriu gentilmente para mim e eu retribuí educadamente.

- Majestade. – ele fez uma reverência suava, sem tirar os olhos dos meus.

- Alteza. – cumprimentei-o um pouco incomodada com seu olhar cheio de segundas intenções.

- Com todo respeito, majestade, uma moça bonita não devia ficar sozinha. – sim, sua voz também demonstrava segundas intenções, tal quais seus olhos.

- Ham... Eu só...

- Ela não está sozinha, alteza – a voz de Caspian veio de trás de Edward, voz séria e firme. Ele encarava o príncipe nos olhos. – Eu estou aqui com ela.

- Ah, claro, majestade – Edward disse. – Eu não tinha lhe visto.

- Por que acabei de chegar. – falou Caspian, curto.

- Sim, sim. – Edward apressou-se em sair dali. – Com licença, majestade – ele se dirigiu a mim, fazendo uma reverência. – Espero poder falar-lhe mais vezes. – e se retirou, aparentemente sem perceber o olhar fulminante que Caspian lhe dirigiu.

- O que ele queria? – perguntou a mim, ainda fuzilando as costas de Edward que se afastava.

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- Não sei... Mas não gostei nada, nada do jeito dele... – confessei. Um calafrio percorreu meu corpo. O olhar de Edward me lembrava de o de Rabadash. Estremeci.

- Nem eu... – falou Caspian, agora mais calmo. – Você está bem?

- Estou, estou, sim. – garanti sorrindo de leve. Caspian deixou de lado o olhar e as feições graves e dirigiu a mim o olhar doce, como sempre fazia.

- Eu falei com Prunaprismia... Sobre nós dois... – começou ele. Eu sorri.

- Ainda não encontrei com ela hoje... Mas e aí, o que ela disse?

- Não disse quase nada, estava quase rasgando as bochechas de tanto sorrir. – garantiu Caspian, de um jeito divertido. Eu ri.

- Ainda tem uma hora antes do almoço – falou ele. – O que quer fazer?

- Hm... Não sei, o que você tem em mente?

- Aqui fica bem distante do castelo, distante o suficiente para ficarmos a sós... – ele gesticulou para que eu sentasse, assim fiz e ele se sentou ao meu lado em meio as flores, puxando-me para seus braços.

- Você já se reuniu com os lordes? – perguntei, puxando assunto.

- Ainda não, a próxima reunião será em alguns dias... – ele pôs uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha, afagando meu rosto.

- Enquanto isso...?

- Enquanto isso, podemos nos encontrar às escondidas. – ele sorriu maroto. Eu ri.

- Não precisamos nos encontrar às escondidas. – falei rindo. Caspian sorriu.

- Eu sei, mas seria divertido manter esse segredo. – nós rimos e eu não pude resistir em beijá-lo. Caspian me abraçou e nos derrubou, caímos deitados em meio às flores. O beijo continuou suave, gentil, doce e lento.

- Eu te amo... – sussurrei, olhando encantada em seus olhos há poucos centímetros de distancia dos meus. Meus dedos mergulhavam em seus cabelos e as pontas dos de Caspian deslizavam pela lateral de meu rosto.

- Eu também te amo... – ele sorriu de leve antes de voltar a me beijar.

[...]

Durante o almoço, Caspian, Edward e Andros conversavam sobre assuntos políticos. Caspian dirigia-se diretamente a Andros em seus comentários, perguntas e respostas, ignorando Edward. Provavelmente Caspian não gostara nada nada da atitude do príncipe arquelandês para comigo hoje mais cedo, enquanto eles conversavam, Mia puxava assunto comigo, sentada ao meu lado.

- Não sabe o quanto estou feliz por vocês, acho que agora já posso morrer em paz – ela riu e eu a acompanhei.

- Não, claro que não pode! – adverti com um olhar divertido. – Você ainda tem muito que viver, Mia.

- Não sou mais nenhuma mocinha, Susana, sabe que uma mulher na minha idade já é considerada “passada”. – ela riu.

- Imagina! – protestei. – Você está no auge, Mia.

- Ow, obrigada, querida.

[...]

Mais tarde, depois do almoço, eu desfrutava da companhia de Caspian. Ele não tinha muitos compromissos e estava dedicando todo seu tempo livre a nós dois.

- Caspian – voltei-me para ele. – Vamos dar uma volta? – chamei, acabara de ter uma ideia.

- Claro. – concordou ele. Seguimos até os estábulos, preparamos dois cavalos e saímos do castelo juntos. Ele me seguiu, eu acelerei um pouco e parei antes de chegar onde queria, descendo do cavalo. Caspian parou seu cavalo, Destro, desceu se aproximando de mim e encarando desconfiado o que tinha atrás de mim. – Eu não acho uma boa ideia... – falou ele.

- Vai ser bom, confie em mim. – falei me aproximando dele e segurando uma de suas mãos delicadamente, olhando-o nos olhos. Caspian hesitou, mas por fim cedeu. Prendemos os cavalos por ali e seguimos a pé para dentro do bosque narniano.