Capítulo 97

Capítulo 97 - Com as duas mãos

Álvaro continuava sua árdua tarefa de tentar se desviar dos ataques de Gaspar. O calado guerreiro espadachim continuava a lançar pequenas espadas de luz produzidas de sua energia interior na direção do pobre tenista. A situação não estava boa para o lado da equipe Wong.

- Cuidado! Atrás de você! - gritou André.

O tenista ouviu bem na hora e se desviou. Nessa hora, parece que o ritmo dos ataques de Gaspar diminuiu.

"O que aconteceu? Está recuperando a energia?", pensou Álvaro. "É a minha chance"

Álvaro abriu sua mochila rapidamente e pegou sua outra raquete. Era hora de colocar em prática seu treinamento com as duas mãos.

- Duas raquetes? - estranhou Lien - Ele não era destro?

- Talvez...ele tenha treinado habilidade com as duas mãos - disse Amanda.

- Exato - disse Álvaro - Agora é hora de mostrar para o que eu treinei!

- Será? - duvidou Gaspar, preparando-se para lançar novamente seu ataque - Veremos o que você é capaz de fazer!

O espadachim volta a atacar com seus disparos de energia. Álvaro, dessa vez, tentou se concentrar nas duas mãos.

"Eu também consigo concentrar minha energia interior", pensou Álvaro. "Talvez não no nível dele, mas o suficiente para pensar em uma contra-ataque"

De fato, o tenista concentrou a energia em suas mãos e preparou uma rebatida. Ele se concentrou no disparo mais próximo e o rebateu. E, por mais incrível que pareça, deu certo.

- Ele...rebateu a espada? - estranhou Alex - Como assim?

- Se ele concentrou ki nas raquetes, é possível - falou Mestre Wong - Desde a partida de tênis dele com a Lien e o André tenho reparado que esse rapaz é bom nisso.

- Ele é mais forte do que eu pensava - falou Astolfo.

- Heh! Como eu suspeitava...só precisava de um tempo para preparar minhas raquetes. Mas eu posso rebater seus ataques como bolas de tênis!

Gaspar não diz nada. Álvaro continuou se gabando.

- Seu golpe não funcionará de novo...eu sempre treinei com máquinas atiradoras de bolas de tênis. Posso rebater quantas bolas forem necessárias e...

Mas Gaspar não havia facilitado. Enquanto Álvaro falava, ele lançou mais um ataque, atingindo o pobre tenista em cheio.

- Ei, sua mãe não te deu educação? - reclamou Álvaro, após se recuperar do impacto que sofreu - Eu tava falando!

- Não viemos aqui para conversar e sim lutar - respondeu Gaspar - Devia prestar mais atenção no que é importante.

- Tsc. Tinha que ser o Álvaro - balbuciou Lien.

- Vamos confiar nele - falou André - Agora que as coisas começaram a ficar equilibradas...

- Equilibradas? - riu Lisandra, a garota da equipe do outro lado - Será mesmo? Gaspar ainda não mostrou tudo que é capaz.

- Não importa. Agora estou pronto - falou Álvaro, dessa vez, bem mais pronto.

Gaspar lançou seu ataque novamente. Agora Álvaro conseguiu rebater boa parte deles.

"Não adianta rebater a torto e a direito. Preciso dar um jeito de atingi-lo!", pensou ele.

As espadas eram jogadas por todos os cantos da arena, mas não iam muito longe (evitando atingir as pobres pessoas que assistiam). E quando eram rebatidas por Álvaro, perdiam energia, encurtando ainda mais seu alcance. Gaspar podia desviar das investidas facilmente. No entanto, uma das espadas o atingiu de raspão após ser rebatida. Finalmente, as coisas estavam mudando.

- Heh! Não conseguiu escapar dessa, não é? - falou Álvaro.

- Bom... - sussurrou Gaspar, colocando a mão no ombro onde a espada de energia o atingiu de raspão - Acho que você mostrou que é bom em rebater projéteis.

- É claro.

- Sendo assim... - Gaspar voltou a concentrar energia em sua espada e agora era sua própria espada de madeira que começou a brilhar - ...acho que terei que atacar de perto.

O garoto se lançou na direção de Álvaro, que não esperava um ataque desses. Um golpe certeiro com a espada quase jogou o tenista para fora da arena.

- Álvaro! - gritou Lien junto com André.

"Droga! Ele não é bom lutando de perto!", pensou Amanda.

- Então..você quer lutar de perto? - perguntou Álvaro, quase levando uma outra espadada de Gaspar. O espadachim não dizia nada.

- Acabe com ele! - gritou Golias, com um sorriso no rosto. Na visão dele, aquela vitória já era da Liga de Academias.

- Não pense que só ataco de longe - resmungou Álvaro, concentrando energia em suas raquetes e atacando Gaspar. Mas o espadachim era habilidoso o suficiente para segurar a "arma" de Álvaro com suas espada. Raquete e espada se degladiavam e nenhum dos lados queria ceder. Por fim, os dois saltam para trás.

- Nada mal - reconheceu Gaspar.

- Sim. Minhas raquetes são minhas espadas! - falou ele - Não subestime o maior tenista marcial do Colégio Sol Nascente!

- Mesmo assim - Gaspar dizia sem mudar sua expressão séria - Ainda precisa de muito para conseguir superar minha espada.

- Será mesmo?

- Irei mostrar...e você irá aprender com sua própria dor.

Gaspar realmente estava sério, mas Álvaro não tinha nenhum medo. Como o tenista continuará sobrevivendo nesta batalha?