Damien estava em frente à Gretel conversando distraidamente. Já haviam se passado duas horas, e nesse meio tempo o garoto não ficou triste nem por um instante, mesmo tendo mencionado a mãe por duas vezes. Tudo o que ele havia recusado conversar com Mia, Liam e Cub, soltava para a dama de ferro. Era como se uma ligação inexplicável fizesse com que um se sentisse extremamente à vontade na presença do outro.

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Liam já havia se retirado há muito tempo. Ficara ao lado do garoto durante os primeiros vinte minutos, mas quando percebeu que a conversa e a relação entre eles fluía normalmente, achou desnecessário ficar por lá, mesmo com a insistência de Gretel. Ela tinha medo de o garoto recusar seu carinho e sua preocupação, mas felizmente não era o que estava acontecendo.

— O que você acha de passar a noite aqui, Damien? – Gretel perguntou, à queima roupa.

Os olhos do menino brilharam, mas logo ele indagou:

— Eu adoraria, mas... Eu não sei se eu posso. A mamãe não gostava que eu ficasse até tarde na casa de estranhos.

A dama fez uma cara de decepção, mas logo se recompôs:

— Qual o meu nome?

O menino ficou confuso:

— Quê?

— Qual o meu nome?

— Sra. DuBois.

— E o primeiro?

— Gretel.

— Viu? Você sabe o meu nome, nós não somos estranhos.

O garoto acompanhou com dificuldade a lógica da mulher, mas quando a entendeu não conseguiu conter sua alegria:

— Tudo bem, eu fico aqui essa noite! Mas eu preciso avisar o Liam, o Cub e a Mia. Eles vão ficar muito preocupados se eu não aparecer hoje.

— Pode deixar que eu providencio isso, querido.

A mulher sorriu delicadamente, enquanto lágrimas traiçoeiras tentavam saltar de seus olhos. Gretel limpou-as com firmeza. Damien questionou:

— Por que a senhora está chorando?

— Eu não estou chorando. – A dama respondeu de prontidão.

— Está sim, tem lágrimas caindo dos seus olhos. É por causa da mamãe? Você era amiga dela?

Gretel não aguentou e abraçou o menino com força. Ele não resistiu. Pelo contrário, abraçou-a com o dobro da força. Seus bracinhos fininhos rodearam a dama de ferro de amor e compaixão.

x-x-x-x-x

Cub chegou à casa de Mia já tarde da noite. A garota esperava na frente do sofá assistindo TV.

— Se importa se eu dormir aqui só hoje? Eu ainda estou um pouco abalado com toda aquela história do Maiden’s Garden...

Mia sorriu e respondeu:

— Claro que eu não me importo filhotinho. Senta aqui.

O rapaz largou a jaqueta de couro na mesinha de centro da sala e sentou no sofá ao lado da loira. Ela então colocou a cabeça dele no colo e começou a lhe fazer cafuné.

— Você definitivamente está precisando de um namorado, amiga.

A loira riu.

— Como?

Cub ignorou a surpresa de Mia e continuou:

— Quem sabe aquele garçom gatinho metido a justiceiro vingador? Os socos que ele deu no Tony hein, uau! Tudo o que eu sempre tive vontade de fazer e não consegui, mesmo tendo as duas mãos. Opa... — E parou a sua fala na metade, sentindo ter ofendido o rapaz.

As palavras de Cub fizeram Mia perceber duas coisas. A primeira era o fato de que ele tinha percebido que o Ganesha (droga, eu ainda não sei o nome dele!) era o mesmo justiceiro vingador que atacara Tony. Já a segunda era o fato de que ele também havia percebido a deficiência do indiano.

— Desculpa Mimi, eu não quis ofendê-lo e...

Mia acenou com a cabeça, como a dizer que não se importava. Continuou a fazer carinho nos cabelos de Cub, dizendo:

— Não precisa pedir desculpas, eu não tenho nada com aquele rapaz.

Cub riu.

— Tudo bem, me engana que eu gosto. Eu vi nos seus olhos, você está apaixonada.

— Não estou!

A garota empurrou a cabeça de Cub, fingindo estar com raiva, mas o sorriso em seu rosto a denunciou.

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— Você está apaixonada pelo justiceiro indiano! Haha, a Mia está apaixonada!

A garota então bufou e começou a dar travesseiradas em Cub, que se defendia rindo.

x-x-x-x-x

Maria ainda dormia na maca do hospital. Do lado de fora da UTI, Liam a via pelo vidro. Uma enfermeira estava passando no momento, e ao ver o rapaz preocupado, disse:

— Ela vai ficar bem, querido. O pior já passou, a garota não corre mais risco de morte.

O rapaz agradeceu a informação, tocando a mão da enfermeira em seu ombro. Ela sorriu e seguiu seu caminho.

— Oh, Maria...

Liam recebera a ligação avisando do acidente de Maria logo após ter saído da casa de Gretel. Não conseguira, naquele meio tempo, avisar quem quer que fosse. Os familiares da garota eram todos colombianos, e o rapaz não tinha a mínima ideia do contato deles. Além disso, Maria não tinha amigo algum. Pelo menos nenhum vivo no momento. Restava ele.

Os últimos dias estavam sendo terríveis. Primeiro o acidente que causara a morte de diversas modelos com quem ele convivera. Talvez não amigas, mas pessoas que tinham certa relevância em sua vida e que com toda certeza fariam falta. E agora Maria quase morrera em um salão de beleza. As tragédias quase seguidas arrepiaram Liam.

x-x-x-x-x

Mia levantou-se cedo, após outra noite mal dormida. Cub ainda dormia ao seu lado, na cama de casal. A garota chacoalhou o amigo, acordando-o:

— Cub, o funeral é hoje.

O rapaz murmurou algumas coisas ininteligíveis, mas logo estava de pé. Nesse meio tempo, Mia já estava no banheiro com o chuveiro ligado. O pequinês da garota entrou no quarto e Cub pegou-o no colo.

— Eu jamais vou entender porque a sua dona te deu o nome de um cientista transexual de uma galáxia distante, Frank-N-Furter.

O cachorro manteve-se com a mesma expressão, e Cub apertou-o contra o corpo.

— Vou usar o seu PC, tudo bem Mia?

A garota gritou algo do banheiro e Cub entendeu aquilo como uma permissão. Ligou o computador e, ao abrir o navegador, a primeira página que viu se chamava deathiscoming.com. O rapaz arrepiou-se, e seu primeiro pensamento foi o de que Mia estava ficando maluca. Revirou o conteúdo do site e ao ver a garota saindo do banho, ainda de toalha, indagou:

— Me diz que você não acreditou nas besteiras desse site...

— Que site? Vira que eu vou me trocar.

O rapaz ficou de costas para Mia, mas continuou a interrogá-la:

— Esse tal de deathiscoming.com.

— Ah. — A loira exclamou, colocando uma calcinha. — Claro que eu não acreditei Cub.

— E por que você foi atrás então?

— Eu respondo se você me disser que não faria o mesmo na minha situação.

— Me pegou. — Cub admitiu.

Mia parecia pensativa.

— Olha... Eu só queria ter alguma ideia do que estava acontecendo comigo. Sabe? Eu nunca vi nada parecido com isso. Eu nunca tive uma experiência de clarividência. — E após colocar seu sutiã: — Pode virar.

Cub virou-se e continuou:

— Tudo bem, eu te entendo. Eu faria o mesmo se estivesse na sua situação.

A garota maneou a cabeça, agradecendo a fala do amigo. Sorriu e então perguntou:

— O vestido preto ou o roxo?

x-x-x-x-x

Mia e Cub chegaram à cerimônia dedicada às vítimas no horário marcado. Ele estava sendo realizado há alguns metros do Palácio, onde havia acontecido a tragédia, num grande campo do Maiden’s Garden. A loira estava olhando por todos os lados quando viu Damien de mãos dadas com Gretel, ao longe.

— Parece que os dois estão se dando bem. — Comentou.

— O Liam me falou que a dama de ferro está pretendendo adotar legalmente o garoto. Ela só precisa provar que o pai é incapaz de cuidar da criança.

— Bom, eu acho que a situação em que ele está agora prova isso, né?

O rapaz concordou, meneando a cabeça.

— Aliás, falando no Liam... Você não vai acreditar no que ele me contou ontem.

— Ontem? A que horas?

— Acho que umas duas da manhã, você já tinha ido dormir. Ele me ligou bem depressivo e disse que uma das modelos dele, a Maria, havia sofrido um acidente num salão de beleza com um vaporizador de cabelo. Pode isso?

— Uma das modelos dele? Caramba... E isso depois de boa parte delas ter morrido no acidente. Eu conheço essa tal Maria?

Cub concordou com um aceno.

— Você não se lembra dela? Era aquela morena estonteante que saiu do palco depois do seu... — E engoliu em seco. — Enfim. Ela também saiu no meio da confusão, e depois estava junto naquela hora em que o Theo tentou te agredir... Você não se lembra mesmo dela?

Mia meneou a cabeça positivamente, lembrando-se.

— Garota linda. Ela está bem?

— Bem está, mas linda...

— Como assim?

Cub respirou fundo.

— O Liam me disse que os médicos contaram pra ele que ela sofreu queimaduras graves no rosto, algumas de terceiro grau inclusive. Ela não corre risco de morte, mas com certeza vai ficar com algumas cicatrizes horrendas...

A loira ficou aterrorizada só de imaginar a situação pela qual Maria devia estar passando.

— Uma pena... Graças a Deus não foi um acidente fatal.

E então uma ideia passou pela sua mente, arrepiando-a, mas logo foi abandonada. A Maria não morreu. Ela está bem. Nós não corremos perigo algum. As coisas vão ficar bem.

x-x-x-x-x

Durante o discurso de um padre, em que ele mencionava os nomes das vítimas da tragédia, Cub começou silenciosamente a chorar. Ela já havia chorado um pouco pela morte de Ewelyn, mas só naquele momento o rapaz realmente sentiu a dor da perda da amiga. Um filme de vários momentos com ela passou por sua cabeça, levando seu olhar até Damien.

O garoto estava apoiado em Gretel usando um terno que parecia uma miniatura do que estava em Tony. O garoto tinha os olhos vermelhos, e a mulher de cabelos avermelhados o consolava. Cub então viu Theo e Cicciliona se aproximarem do casal e do garoto. Tremeu. Mostrou-os para Mia, dizendo:

— Eles também vieram.

A garota ignorou a presença dos dois. Theo era desprezível. Antes do desfile e do desastre, Mia havia o visto algumas poucas vezes, todas na presença de Cicciliona, que era uma figura carimbada em todos os eventos de moda que a loira cobrira. Ela já havia inclusive feito uma sessão de fotos com a mulher, embora ela não tivesse nem lhe dirigido a palavra na ocasião.

— Ele está vindo pra cá. – Cub cochichou.

E estava mesmo. Mia arrepiou-se ao perceber que Theo vinha em sua direção. Quando ele se aproximou o suficiente, a loira tremia. Disse de maneira calma:

— Se você veio me ofender, eu...

— Não, nada disso. — Theo confirmou rapidamente, erguendo as mãos. — Eu inclusive vim me desculpar pela minha lamentável postura naquele dia. Ela definitivamente não foi digna de um gentleman. Eu estava abalado e disse e fiz coisas das quais me envergonho. Desculpe-me, Srta. Kirklin.

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O rapaz disse isso e logo em seguida retirou seus óculos escuros, deixando a mostra um olho roxo. Mia sentiu-se mal por aquilo.

— Tudo bem. Eu sinto muito pelo gancho que o rapaz deu em você. Definitivamente não foi uma atitude que eu aprovo, menos ainda a postura de um... Gentleman. — A garota disse de maneira incerta.

Theo sorriu de maneira delicada.

— Tudo bem. Eu acho que ele compensa a falta de uma das mãos colocando toda a força na outra... — E diante da expressão confusa de Mia, mudou o assunto: — Mas eu não vim aqui só por isso. Eu venho a mando da Cicciliona.

A dúvida nos rostos de Mia e Cub era evidente.

— Ela quer se encontrar com a senhorita, se possível essa semana ainda.

Mia não soube como agir. Tentou começar uma frase durante três vezes, mas em todas gaguejou e as palavras saíram erradas. Por fim disse apenas:

— Tudo bem. Só me avise do dia e do local.

— Você está livre na sexta?

A loira fingiu consultar sua agenda mentalmente. Sabia que estava livre, mas não queria parecer desocupada. Após alguns segundos, disse:

— Estou sim.

— Tudo bem. Às duas horas uma limusine irá lhe buscar no seu apartamento e...

— Se não se importa... — Mia começou, e o rapaz pediu que ela continuasse: — Eu prefiro ir sozinha.

Theo pareceu ofendido com aquela recusa, mas não se abalou.

— Tudo bem, se é assim que você deseja... — E entregou um cartão à Mia, completando: — Esse é o endereço. Desde já agradeço pelo tempo que está disponibilizando. Agora, se me dão licença...

E saiu. A garota estava atônita com a cordialidade com que Theo tinha se dirigido a ela.

— Tenha medo do que aquela aberração da Cicciliona quer com você. — Cub a alertou.

Mia concordou. Virou-se para trás instintivamente e viu quem gostaria, mas jamais esperaria encontrar naquele momento.

— O Ganesha... — Murmurou para si mesma, afastando-se de Cub.

O rapaz olhava para todos os lados, à procura de alguém ou alguma coisa. Mia correu até ele e tocou seu ombro.

— Hey!

Kaleb sorriu largamente ao vê-la.

— O que você faz aqui? – Ela perguntou.

O indiano corou, parecendo tímido.

— Na verdade... Eu estava procurando você. Eu sabia que você tinha alguns conhecidos nesse acidente, então achei que estaria aqui.

Mia não soube o que dizer. Concordou com um aceno, e então continuou:

— Mas o que você quer comigo, Ganesh... — E então percebeu a gafe.

O rapaz riu.

Ganesha? É o melhor apelido que eu recebo em anos! — Kaleb gargalhou. — Um pouco racista, admito, mas...

A loira ficou sem graça, e imaginou que seu rosto tivesse ficado completamente vermelho. Tentou se desculpar:

— Me desculpe. De verdade. É que não sei o seu nome...

— Kaleb. Kaleb Kleiner. — E apertou a mão da garota.

— Eu sou a Mia.

Kaleb sorriu.

— Bonito nome.

A garota ficou sem graça, mas nada disse.

— Nós podemos nos sentar para conversar? — O rapaz perguntou.

— Claro.

E seguiram até uma mesa de xadrez que ficava há alguns metros de onde estava ocorrendo a cerimônia. Os dois sentaram-se e houve um breve minuto de silêncio.

— Então...

Mia calou-se, esperando que o rapaz continuasse. Funcionou. Ele disse:

— Eu estive pensando sobre o que aconteceu naquele dia. Sobre a sua visão.

A loira se manteve como uma estátua de cera.

— Você não tem mesmo a mínima ideia do que aconteceu? De como você conseguiu ver?

— Não. Eu não tenho nem uma pista. Eu tentei me lembrar de algo na minha infância ou adolescência, mas... Nada. Eu cheguei até a perguntar casualmente à minha mãe se ela se lembrava de algo parecido quando eu era criança, mas nunca aconteceu. E eu não tenho ideia do motivo.

— Entendo... — Kaleb disse, parecendo cabisbaixo.

O silêncio voltou a reinar, mas dessa vez foi Mia quem o quebrou:

— Eu gostaria de te perguntar uma coisa, mas tenho medo de ofendê-lo ou tocar em um assunto delicado.

O rapaz sorriu fracamente.

— É sobre a minha mão?

E ergueu o braço sem a mão. Mia imediatamente sentiu-se mal pelo duplo sentido que a sua frase causara.

— Oh, não! Me desculpe! Eu não percebi que isso acabaria ficando subentendido ou implícito. Eu estava me referindo à sua briga com Tony e às ofensas que vocês trocaram...

— Ah, isso!

Kaleb pareceu aliviado, mas logo um pesar tomou conta de seu rosto.

— É um assunto bastante pesado, Mia. Ele indiretamente causou a morte da minha irmã.

Mia tinha um “como assim?” estampado em seu rosto, mas resolveu não perguntar mais nada. Não precisou, já que o indiano continuou:

— Há um ano a minha irmã resolveu que queria ser modelo, e foi até o ateliê do Tony procurando por uma vaga ou algo assim. Naquela época quem administrava as garotas não era o seu amigo oriental, mas uma mulher chamada Eliza. Essa Eliza viu a beleza da Maya e apresentou-a ao patrão. O desgraçado então se encantou pela minha irmã e começou a assediá-la. A Maya era nova, coitada, tão ingênua... Ela não soube o que fazer e acabou saindo com ele e sendo violentada.

A loira tinha uma expressão de horror estampada no rosto. Kaleb não percebeu. Ele então fez uma pausa na história, parecendo ter se lembrado de algo. Segundos depois, continuou:

— Depois disso a Maya nunca mais foi a mesma. Ela entrou numa depressão profunda, adquiriu um vício em drogas e por fim suicidou-se, isso no mês passado. Ela me deixou uma carta... — E a voz do rapaz começou a tornar-se turva. — Dizendo o quanto me amava e que... — A voz de Kaleb então saiu esganiçada, quase chorosa. — E que...

E não aguentou. Abaixou o rosto e deixou algumas lágrimas caírem, sentindo-se extremamente patético por aquela reação. Rapidamente esfregou o rosto, limpando-as, e então disse:

— Se aquele desgraçado não tivesse abusado da minha irmã, ela hoje estaria viva...

E ficou em silêncio, encarando o enorme campo verde que tinha diante de si. Mia sentou do lado dele e o abraçou, sem dizer uma palavra.

x-x-x-x-x

Maria estava no quarto de hospital já acordada, embora bastante fraca. Seu rosto estava completamente enfaixado, exceto nos buracos do nariz e nos olhos. Liam já havia visitado-a e ficado por algum tempo, o que de certa forma a consolava. Quando a enfermeira aproximou-se da maca, a garota tentou murmurar uma reclamação, mas não conseguiu.

— Hora de dormir, querida.

E aplicou uma injeção em um dos tubos que entravam na veia de Maria. Em segundos ela já dormia e sonhava...

x-x-x-x-x

Cub ajeitou sua motocicleta na garagem de sua casa e foi entrando. Seu irmão, que o esperava na porta, alertou-o:

— Cara, o barulho dessa coisa não está nada bom. Se você não levar essa moto a um mecânico logo, vai acabar sofrendo um acidente feio!

O loiro sorriu, tocando o ombro do outro rapaz.

— Acidente? Com essa sorte que estou tendo nesses últimos dias é bastante provável...

Os dois riram e entraram. Um vento forte bateu na motocicleta, mexendo a chave do motor violentamente. O chaveiro da Marilyn Monroe preso a ele acabou se soltando, caindo no chão. Já dentro de casa, Cub sentiu uma onda de eletricidade passando por todo seu corpo.

Tremeu.