Simplesmente Complexo

Capítulo 45


Voz: Booth

Anacã Anacã! Antã! Antã! Aracy Aracy! Aram! Aracê!

Aquele som se repetia, e aumentava cada vez mais, na medida em que avançávamos.

Anacã Anacã! Antã! Antã! Aracy Aracy! Aram! Aracê!

- Sigam o som. Não façam barulho.

Eu cochichei.

Andávamos devagar, calculávamos cada passo... Não podíamos deixar escapar aquela chance... Não sabíamos quem eram, mas era o primeiro sinal de vida humana em dias! Precisávamos entrar em contato com eles... Mas para isso, precisávamos não assustá-los.

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- E o que faremos, Seeley?

- Uma coisa de cada vez, Max.

E continuamos, caminhando em direção ao som. A manhã estava gelada, o Sol ainda não havia aquecido o dia... Mas ao longe, pude enxergá-los... Descobertos. Usavam apenas tangas, deixavam as tatuagens trabalhadas á mostra. Cantavam para a natureza, o céu... Estavam todos concentrados... Ou quase todos.

- Abequar¹! Abaetê²!

Um menino exclamou, apontando para mim.

Todos interromperam o cântico e voltaram-se para mim também. Aparentemente, o líder, decidiu se aproximar. Pediu para que todos ficassem onde estavam, até que tivesse certeza de que estavam em segurança. Nada disse, não compreendia sua língua... Tampouco seus costumes. Foi aí, que ele se pronunciou...

- Abaetê. Abequar. É você.

- Você fala a minha língua?

Não consegui esconder o quanto estava surpreso.

- Muitos homens falam a sua língua.

Uma pausa se deu, até que pudesse compreender a situação e começar...

- Não quero interromper... Só quero ajuda. Minha mulher, Temperance Brennan, foi seqüestrada. Ela está em algum lugar por aqui... Procuro fazem dias.

Mais tarde fui descobri que aquele era Botiê, líder da aldeia. Botiê pronunciou algumas palavras em sua língua, fazendo com que todos aproximassem-se de nós.

- Algum de vocês ouviu falar de Temperance Brennan?

Todos se entreolharam, balançando a cabeça negativamente, um por um.

- Sentimos muito.

Botiê finalizou.

Dei as costas a Botiê e aos demais, chamando Max e o piloto, que espiavam atrás das árvores. Estávamos seguindo em frente quando escutei a voz de Botiê.

- Abequar! Abequar! Espere!

Virei-me rapidamente, ele e outros índios aos poucos nos cercavam.

- Mani – Aiá! Pode ser ela! Mani – Aiá!

- Não... Ela se chama Temperance, Temperance Brennan.

Max respondeu.

- Não... Mani – Aiá. Jung a trouxe... Mani – Aiá!

- Mani – Aiá?

Aquilo não fazia sentido para mim.

- Espírito bom. Espírito bom e inteligente.

Botiê concluiu.

- É ela! A encontramos Booth! É ela!

Sorri para Max, não acreditando.

- É ela. Só pode ser ela! Onde ela está?