The Tale Of The Three Brothers

o conto dos três irmãos


"Brave, cunning brothers, oh, what do you ask?
I'll give each a prize and then let brothers pass."

***

A mulher sorriu ao ver o rosto sorridente do filho, que estava aninhado em seus braços murmurando baixinho a música que a mãe cantava. Se havia uma coisa que ela prezava, era o tempo que passava com o filho... Não importava se era durante o dia, quando o menino saía das aulas com seu tutor e ia encontrá-la na varanda, ou se era durante a noite, quando ela ia até o seu quarto para dar-lhe boa noite e sempre acabava ficando mais, não resistindo aos pedidos do filho para que ela lhe contasse alguma história ou cantasse algo para ele.

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“O que aconteceu depois...?” a criança perguntou, mordendo o lábio inferior enquanto olhava para a mãe.

“Você sabe muito bem o que aconteceu, querido.” A mulher riu. “Você sabe essa história de cor... Por que você não me conta?”

“Porque fica melhor com você contando.”

“É claro que não... Vamos, diga-me o que aconteceu.”

O menino torceu o nariz, como se estivesse tentando lembrar-se de algo, antes de voltar a falar:

“O segundo mandou: ‘Dê-me magia, por favor, o poder para trazer de volta aqueles que já foram.’ Então peguei uma pedra das margens do rio e disse-lhe que ali dentro havia magia que traria de volta os mortos e a sua esposa perdida.” A mãe acenou com a cabeça, indicando que o filho estava indo pelo caminho certo. “Vá, irmão, eu desejo-lhe boa noite. Logo verá o seu amor, mas nem tudo estará certo. Você enlouquecerá ao ver que ela não está completa e, então, clamarei a sua alma.”

“Eu disse que você sabia!” A mulher riu, abraçando o menino.

“Mas fica melhor com você contando... Você canta. Eu não consigo cantar.”

“Certo... Quer que eu continue?”

“Sim!”

“O mais novo falou: ‘Morte, não confio no seu jeito, por favor, deixe-me em paz até o fim dos meus dias.’ E, mesmo que hesitante, vi que ele era o mais sábio, então dei-lhe a minha capa da invisibilidade e deixei o mais novo ir embora em paz.” A mãe sorriu ao ver o filho acompanhando-a, mesmo que fosse em um sussurro mínimo. “Vá, irmão, eu desejo-lhe boa noite. Vá, pegue a sua capa e viva a sua vida. Seja feliz e saudável e, quando estiver pronto, tire a sua capa e junte-se a mim.”

“Essa é a história dos irmãos Peverell. Cada um fez a sua escolha, um mais sábio que os outros. Eles tiraram-me uma varinha, uma capa e uma pedra.” A mulher sorriu, passando a mão pelos cabelos escuros do filho, que a observava, encantando com a história. “E deixei o jovem Ignotus vaguear por si só e muitos anos se passaram até ele me chamar em seu lar...”

“Mas os outros dois eu peguei para mim mesma.”

“Exato... Bom, terminamos e agora é a hora de você, mocinho, dormir.”

“Não estou com sono.” O menino murmurou, fazendo uma careta, mas não oferecendo resistência quando sua mãe o fez deitar-se na cama.

“O sono logo vem.” A mulher beijou-lhe a testa.

“Mamãe?”

“Diga, querido.”

“Qual deles você escolheria? Qual prémio da Morte?”

“Hum, acho que... Não sei, querido.” Ela riu. “Acho que pediria outra coisa.”

“O que?”

“Não sei... Uma vida boa para mim, você e seu pai.”

“Não é o que o mais novo pediu?” o menino perguntou.

“Bom, é, mais ou menos...”

“Eu pediria a capa também.”

“É uma boa escolha,” a mãe falou. “Vá, querido, desejo-lhe boa noite.”

O menino sorriu, antes de murmurar um “boa noite” baixinho e virar-se na cama. A mulher olhou para o filho por alguns segundos, antes de sair do quarto deste e dirigir-se para o seu próprio, encontrando o marido já na cama, com um livro nas mãos, concentrado em sua leitura.

“Já falei que ele leu aquele livro que você trouxe de Londres umas três vezes?”

“Mesmo?” o homem perguntou, erguendo os olhos claros das páginas e olhando a esposa, que agora sentava-se em frente a penteadeira e tirava os grampos que prendiam os seus cabelos para trás.

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“Sim... Ele gosta de ler. E, melhor: gosta de ler de tudo.” Ela riu. “Esses dias peguei-o com um de seus livros de história... Não parou de fazer perguntas sobre os mais diversos assuntos por um bom tempo.”

“Sempre que o vejo com um livro é algum de fantasia ou coisa parecida,” o marido falou. “E sempre que a vejo contando-lhe alguma história, também é sobre esses assuntos.”

“Ele é uma criança, é normal que goste desse tipo de coisa.”

“E sobre o que estava lhe contando dessa vez?”

“É uma história esquisita que uma moça que trabalhava na nossa casa costumava contar-me quando era pequena,” a mulher explicou, levantando-se e indo deitar-se ao lado do marido. “Sempre me lembro dela cantando essa canção... Nunca achei o conto em nenhum outro lugar.”

“Sobre o que ele é?” O homem sorriu, deixando o livro de lado e passando um braço ao redor dos ombros da esposa. “Conte-me, talvez eu o conheça.”

“Duvido muito, mas...” Ela sorriu, encostando a cabeça no ombro do outro. “Eu, uma vez, cruzei com três irmãos que achavam que sua magia podia enganar-me, mas eu, sendo a Morte, sendo sábia, bloqueei o seu caminho e disse...”

“A Morte?”

“Thomas, pelo amor de Deus...”

“Você sabe que isso não tem lógico, não, Mary?” Ele riu.

“Deixe a sua lógica de lado e tente aproveitar a história da mesma maneira que seu filho o faz, certo?”

“Como você mesma disse: Tom é uma criança, é normal que ele acredite nessas coisas...”

Thomas.”

“Certo, certo, irei ignorar a lógica um pouco.”

“Bom.” Mary voltou a se ajeitar nos braços do marido. “Onde eu estava... Ah: e disse: ‘Bravos e sábios irmãos, oh, o que desejam? Darei-lhes um prémio e deixarei-os passar...”

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.