Capitulo 22 – Pôquer


O anel nos mostrava o caminho de onde deveríamos ir, pela direção era o mesmo lugar da primeira reunião do nosso “grupo”. Eu, a Akali e a Sora já estávamos ali a um tempo, só faltava o inú... Trindamari.

– E ai pessoal? – disse Erica vindo em nossa direção.

– Fala aí, baixinha.

– Olha o respeito, agora vou ser a líder do seu grupo.

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– Continua sendo baixinha – Murmurei.

– O que você falou? – Gritou ela.

– Nada, você não tinha ordens para anunciar?

Ela olhou para mim emburrada.

– Nós vamos cobrir a mesma área que vocês estavam cobrindo antes daquela pequena infiltração de monstros.

– Pequena? Se aquela minhoca era pequena a minha...

– Nathan, se você não calar a boca vai ter que fazer mil flexões e mil abdominais.

– Eu acho que alguém tem mania de grandeza. – Murmurei de novo.

– O que você disse?

Querendo terminar nossa discussão Akali começou a falar.

– Senhora. – Erica fez uma careta – Por que o Trindamari não veio?

– Verdade, eu já tinha notado que o inútil não estava aqui.

A Érica me olhou, ela sabia que eu não xingava ninguém sem ter um bom motivo, mesmo que esse seja só para tirar sarro.

– Decidiram que ele não tinha treinamento suficiente para isso.

– Que bom – Disse Sora, ela parecia um pouco vermelha.

– Melhor irmos rápido. – Ordenou Érica.

Rolei os olhos. Quando a Érica estava em uma posição de comando ela era muito chata.

– Preciso pegar umas coisinhas na minha moto.

– Que coisinhas?

– Depois te mostro, pode me acompanhar Sora?

Ela me olhou meio emburrada, mas concordou.

– O que aconteceu? – Perguntei quando saímos de perto do resto do grupo.

– Nada – tradução do dicionário feminino: “Você fez uma coisa que me irritou muito.”

– Tem certeza?

– Sim – “Claro que é mentira”.

– Se você não me contar o que aconteceu, eu não vou te mostrar o que eu vou pegar na minha moto.

Esse é o ponto fraco das mulheres: curiosidade.

– Nem quero saber.

Dei um sorriso.

– Está bem então.

Chegamos à minha moto rápido. Apesar de eu poder a chamar de onde eu tava, eu precisava saber o que rolou com a Sora.

Coloquei a minha mão esquerda sobre a moto e comecei a me concentrar no que eu queria, mas primeiro uma mudança de visual, esse visual motoqueiro não é muito bom em lutas então decidi por um visual matrix, camisa branca, calça preta, uma jaqueta preta comprida por cima e o óculos preto, hum, melhor tirar o óculos.

– Como você?

– Troquei de roupa? Segredo. – Falei mostrando a língua, infantil eu sei, mas é o meu jeito.

Ela bufou.

Olhei nos olhos dela, ela começou a corar.

– O que aconteceu?

Ela olhou para um lado, olhando exatamente para a Érica.

– Ciúmes? – Perguntei sério.

Ela me olhou desafiadoramente, como se quisesse dizer que eu não podia repetir aquilo.

– Não precisa ter ciúmes dela, ela é como uma irmã para mim.

Ela olhou para mim mais calma.

– Agora vai dizer como você trocou de roupa?

– Essa moto tem varias magias, uma delas faz com que eu possa guardar o que eu quiser dentro dela, quanto mais coisas tiver dentro dela e qual a massa e o volume da coisa que eu quero guardar ou tirar a quantidade de energia aumenta.

– Que moto boa, onde você arranjou ela?

– Em um ferro-velho – Falei rindo.

– O que?

– Alguém deixou a moto para o dono do ferro-velho, e disse para entrega-la para o primeiro que conseguisse ligar ela.

Ela deu um risinho.

– Se acha que é fácil pode tentar.

Ela olhou para mim assustada.

– Não precisa se preocupar a moto não vai fazer nada contra você

Ela subiu na minha moto e olhou para o lugar onde deveria esta a ignição, mas não tinha nada. Ela começou a tentar de tudo, logo desistiu.

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– Impossível.

– Claro que não. – mostrei meu indicador para ela e com ele eu toquei na moto que imediatamente ligou.

Ela ficou com uma cara emburrada.

– Você fica linda assim – Disse dando um selinho nela.

Depois do beijo ela saiu de cima da moto. Coloquei a minha mão no banco e pensei no que eu queria.

Me lembrei daquela aula.


Flash back


– Se um inimigo estiver fugindo, e você não pode deixar que ele fuja o que vocês iriam fazer?

– Lançar uma magia – Falou Shade.

– Ele passou do alcance máximo das tuas magias, se você for tentar acertar ele iria gastar quase toda a sua energia para manter a magia ativa.

– Jogo uma pedra ou alguma coisa do tipo. – Falei.

– Boa resposta, mas como você vai ter certeza que a pedra irá acertar?

– Uso uma magia para guiar. – Respondi.

– Como?

– Não sei, guio ela com a dominação elemetal.

– Fora do alcance.

– Faz uma magia direcional na pedra – Falou Rachel.

– Resposta certa, mas como você iria alimentar a magia?

Ninguém respondeu essa pergunta.

– Essa era a pergunta mais fácil. Só precisa colocar mais energia na magia e programa-la para gastar o suficiente.

– Só isso? – Perguntei irônico.

– É fácil. – Disse pegando uma pedra no chão e dando para mim – tente.

Peguei a pedra, meio desconfiado, coloquei energia na pedra e fiz a magia, programando ela para usar pouco a pouco da energia que tinha na pedra.

– Até que foi fácil.

– Não disse? Essa coisa que eu ensinei para vocês também tem outras utilizações, como em uma batalha normal, que você quer economizar energia, ao invés de você lançar a magia você pode colocar em um objeto e jogar ele no inimigo.

– Como um arco e flecha? – perguntou Shade.

– Sim, como em um arco e flecha. Também tem a opção de fazer a magia como um objeto solido. – Disse fazendo uma flecha de gelo em uma mão. – E lançar ele com uma arma elemental. – Um arco de ar se materializou na outra mão dele.

Ele pegou a flecha e colocou no arco e atirou contra algumas arvores que estavam por perto, quando a flecha atingiu uma arvore ele soltou uma “explosão” de gelo que congelou a área ao redor.

– Assim sua precisão e o alcance melhoram, mesmo gastando mais energia fazendo o arco Elemental, é o que eu mais recomendo.

– Então por que sempre usamos geralmente a magia lançada por nós mesmos? – Perguntou Rachel.

– Porque laçar a magia é o modo mais rápido de usa-la, os jeitos que eu disse antes demoram se você não praticar muito com eles.

Nessa hora eu já estava planejando usar essa aula para “copiar” algumas coisas que eu tinha visto em alguns lugares.


Flash back off


Peguei da minha moto duas espadas gêmeas (iguais em tamanho, formato, peso), uma era cinza claro e a outra era cinza escuro. Coloco as duas penduradas nas minhas costas. Peguei também mais seis embrulhos retangulares e os guardei em diferentes bolsos da minha jaqueta.

– Pronto já peguei tudo.

– O que eram aqueles embrulhos?

– Cartas.

Ela me olhou desconfiada, dei um riso e mostrei um embrulho para ela. Eram cartas de baralho.

– Se nos entediarmos no meio da vigilância podemos jogar. – Respondi a próxima pergunta.

Ela me olhou meio irônica, e foi na direção das outras.

– Vamos lá então – Murmurei para mim mesmo

Voltamos para o lugar que estávamos patrulhando antes, e de novo começamos a patrulhar. Aquilo era chato. Muito chato. Tedioso. Quase uma aula de matemática. Não sei qual era pior. Aquilo ou uma aula de português. Pelo menos podíamos nos mexer. Mesmo assim continuava chato. Muito chato.

Um barulho de algo desmoronando me tirou do transe de chatice.

– O que foi isso? – Perguntou Sora.

– Parece que mais uma de suas amiguinhas conseguiu passar pela proteção que tem no chão da cidade. – Falou Érica.

– Uma daquelas minhocas? – Perguntei.

Ela confirmou.

– Vamos? – Perguntou Akali.

– Não sei, não está na nossa área. – Falou Érica pensativa.

Olhamos para ela enquanto ela decidia o que iriamos fazer.

– Melhor irmos conferir, o grupo daquela área pode estar precisando de ajuda. – Falou ela finalmente.

– Corrida? – Perguntei.

– Nunca muda – Respondeu a Érica rindo.

Olhei para a Sora, ela parecia estar braba de novo.

– Pensando bem, melhor não.

A Érica me olhou sorrido.

– Com medo da namorada?

A Sora ficou vermelha depois disso.

– Mais ou menos. Ai. – Recebi um soco da Sora. – Claro que eu não tenho medo dela.

– Sei.

Começamos a correrem direção de onde tinha vindo o barulho. Corríamos usando energia de ar para aumentar a nossa velocidade. Estávamos correndo pela rua até que chegamos a um beco sem saída, sem parar cada um subiu do seu jeito o prédio que tinha no final do beco, eu subi correndo mesmo.

Quando chegamos acima do beco pudemos ver o que tinha feito o barulho, estávamos errado não era uma daquelas minhocas e sim cinco. Um exército de monstros tinha saído dos buracos que elas fizeram, e lutando contra os monstros tinham pelo menos umas quatro equipes iguais a nossa.

– Vamos ajudar. – Disse Érica.

– Algum plano? – Perguntei.

– Destruir todos eles.

– Esta bem então. – Disse me preparando para saltar.

– Melhor irmos em duplas. – Falou Akali.

– Eu e a Akali, o Nathan e a Sora, melhor deixar os pombinhos juntos.

– Concordo – Falei.

– Me esqueci que não da para fazer essas brincadeiras com você.

– Se vocês não perceberam, tem monstros ali em frente. Parem de falar e vamos logo para a ação. – Falou Akali.

Ela e a Érica pularam de cima do prédio, deixando eu e a Sora para trás.

– Aceita essa dança? – Estendi a mão para ela.

– Dança?

– Essa dança da morte que vamos fazer agora.

– Essa não foi muito boa não.

– Dá que dar um desconto, eu sou novo nessas coisas.

Ela deu uma risadinha.

– Então vamos dançar. – Disse pegando na minha mão que continuava estendida.

Pulamos daquele prédio, fizemos uma magia de ar para retardar a queda. Quando chegamos ao chão fomos direto para cima dos monstros. Saquei as minhas duas espadas (Rechts e Links) cortei o primeiro monstro com a Rechts e brandi a Links com a mão esquerda e cortei o segundo monstro. A Sora não estava atrás ela já matava o seu quinto monstro usando um arco feito de ar, ela lançava varias flechas cada uma de um elemento diferente. Ficamos nessa dança mortal por algum tempo até que conseguimos chegar até um grupo que já estava ali. A minha surpresa foi que um dos integrantes desse grupo era o Dean.

– Precisando de ajuda aqui? – Perguntei irônico.

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– Imagina. – Respondeu ele dando um soco com a mão coberta de espinhos de gelo em uma criatura que parecia a união de um macaco com um tigre. – Onde os outros estão?

– Os do nosso ano? – Ele assentiu – Não vi ninguém além de você, mas devem estar por perto, eles não iriam perder essa luta.

– Com certeza, a única coisa que me preocupa é se eles extravasarem demais e nos acertarem.

Começamos a rir, essa era uma antiga piada nossa. Dizíamos que o nosso grupo era o mais forte dessa dimensão, o que eu não sabia nessa época é que parte disso iria ser verdade.

Continuamos combatendo os monstros, as minhas espadas pareciam dançar no ar indo de monstro a monstro. Todos iam se desfazendo e os corpos eram mandados para as suas dimensões de origem. Os únicos seres que quando morriam os corpos não voltavam para a sua dimensão de origem eram os Viajantes.

Estava fácil de mais, isso me incomodava, esse incomodo passou rápido quando uma das minhocas veio em nossa direção.

– Ferrou. – Disse Sora.

Olhei pra ela espantado com a linguagem dela.

– Que? – Perguntou quando eu olhei para ela com as sobrancelhas levantadas.

– Nada não.

Pulamos para o lado para escapar do ataque de acido que a minhoca lançava. A equipe do Dean começou a contra-atacar a minhoca, como em nossa luta anterior aquilo não surtia efeito.

– Lancem ataques cortantes contra ela. – Falei.

Eles começaram a lançar ataques cortantes contra a minhoca, ainda sim minhoca resistia aos ataques.

– Está na hora do Pôquer.

A Sora que estava perto de mim me olhou confusa, mas depois se lembrou do que eu tinha pego na minha moto.

Tirei dois baralhos, um com cada mão, e coloquei um pouco de energia neles. Os baralhos começaram a levitar, passei as mãos em cima dos baralhos, fazendo com que as cartas ficassem em formato de meia lua.

Pair. – Lancei duas cartas na minhoca, elas tinham um brilho esverdeado, como se estivessem envolvidas por uma energia de ar, o que era verdade.

As cartas acertaram a minhoca e passaram por sua pele, o que quer que tenha dentro dela e pela pele do outro lado dela, depois disso as cartas ser perderam. Os ataques, mesmo que efetivos, não tinham muito efeito sobre a minhoca, visto o tamanho dela.

Os outros vendo que os ataques que eu mandava passavam pela pele da minhoca tentaram imitar o que eu fiz. Lançavam magias mais finas, que conseguiam passar pela pele, mas também não tinham muito efeito sobre a minhoca.

Mandar as cartas não iria derrotar a minhoca, eu ainda tinha um trunfo.

Cajum Explosion.

Mandei sete cartas em direção à minhoca. A diferença destas e das cartas que eu tinha mandado antes era que essas tinham também um brilho vermelho.

As cartas passaram pela pele da minhoca, ao invés de saírem para o outro lado elas explodiram no meio do caminho.

A minhoca inteira explodiu, uma coisa gosmenta e verde saiu dela e estava indo em nossa direção. Antes de nos “banhar” ela se dissolveu. Dei graças a Deus, ou a qualquer coisa que tenha feito a regra que os corpos voltam para a sua dimensão natal.

Os outros me cumprimentaram pelo meu feito, mas não podíamos ficar muito tempo ali tínhamos um trabalho para completar.