No mesmo dia em que completou a sua missão, a Rukia voltou para a Soul Sociaty.

Rukia – Bem, eu vou-me embora. A minha missão está concluída por isso vou voltar para a Soul Sociaty! Disse com um tom triste. Estava claro que ela não queria sair perto do Ichigo, mas o dever estava em primeiro. Difícil ou não, ela continuava a ser uma shinigami, e como tal ela tinha deveres.

Ichigo – Espero ver-te em breve! Dá cumprimentos meus ao pessoal! Disse num tom igualmente triste.

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Rukia – Eu mandarei. Até breve! Foi-se embora, deixando para trás um ruivo triste a sozinho.

Na Soul Sociaty, assim que ela chegou, foi entregar o relatório da missão ao Capitão Ukitake.

Rukia – Capitão Ukitake! Voltei da minha missão.

Ukitake – Ainda bem que voltaste sã e salva! Quando tivermos mais alguma missão para ti, eu chamo-te!

Rukia – Sim! Com licença, Capitão Ukitake!

Assim que saiu do quartel do 13º esquadrão, deu de caras com o Renji.

– Olá Rukia! Parece que já voltaste.

– Renji! Regressei há poucos minutos… Queres ir beber um chá comigo? Assim poderei contar-te como correu!

– Bem, já que eu estou sem nada para fazer!

Seguiram para a mansão Kuchiki e sentaram-se na varanda que dá vista para o jardim interno da casa.

– Rukia, ouvi dizer pelos capitães, que a Inoue tem um novo poder e que é mais poderosa que os shinigamis, incluindo o comandante!

– Sim! É verdade. O Urahara diz que ela é chamada de Anjo. Das duas vezes que vi pessoalmente o verdadeiro poder dela, fiquei fascinada, apesar de achar que o que ela nos mostrou é muito pouco do seu poder!

– Muito pouco? Pelo que me contaram, ela transformou um arrancar num humano! Não me parece que isso seja muito pouco!

– Isso porque tu não viste com os teus próprios olhos. De qualquer forma, parece-me que ela está a esconder-nos alguma coisa!

– A esconder alguma coisa? Como assim?

– Não sei, mas o Urahara e a Yoruichi sabem o que é!

Byakuya – Uma pessoa tem direito a ter os seus segredos!

Os dois assustaram-se quando ouviram a voz do dono da mansão.

Renji – Capitão Kuchiki!

Rukia – Irmão! Queres tomar um chá connosco?

Byakuya – Desta vez aceito! Sentou-se ao lado da Rukia e pegou uma chávena de chá.

Renji – Capitão Kuchiki, o senhor viu o poder dela, certo?

Byakuya – Sim! Porquê?

Renji – É verdade que ela é assim tão poderosa?

Byakuya – Sim! No entanto tenho a mesma opinião que a Rukia. Ela ainda não mostrou todo o seu poder!

Rukia – Espero que nunca seja necessário ver!

Renji – Porquê?

Byakuya – Porque se isso acontecesse, estaríamos perante um inimigo demasiado poderoso para nós!

Rukia – Irmão, o Urahara contou-nos que há 400 anos, um grupo de Vasto lordes tentou roubar o poder de um anjo.

Byakuya – É verdade! Pelo que sei, antes de o conseguirem, o anjo libertou todo o seu poder, acabando por se auto-destruir e eliminar os inimigos.

Renji – É possível roubar tal poder?

Rukia – Sim! Mas há uma coisa que me preocupa! O Ulquiorra Shiffer disse que alguns desses Vasto Lorde ainda estão vivos!

Byakuya – Entendo! Há possibilidades de eles voltarem a aparecer. Acho que falarei com o comandante sobre isso!

Renji – Ainda tem uma coisa que não percebi. Como é que se rouba o poder da Inoue?

Rukia – O Urahara disse que a única maneira era transformar o anjo em demónio. Obrigá-lo a lutar contra os próprios amigos.

Renji – Fiquei a saber a mesma coisa!

Rukia – Eu estou na mesma. Eu tenho a certeza que o Urahara, a Yoruichi e a própria Inoue sabem o que isso significa.

Byakuya – Eles estão a esconder qualquer coisa!

Renji – Porque não perguntas-te à Inoue?

Rukia – Ela tem andado muito estranha. Desde há alguns dias para cá ela está diferente. Para além da confiança e determinação, a postura dela é fria às vezes. É como se ela estivesse a mudar! Por vezes acho-a assustadora. Ainda hoje quando ela apareceu para ajudar a mim e ao Ichigo, ouvi-la falar de maneira tão fria fez me arrepios!

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Renji – A única maneira será falar com o Urahara!

Rukia – Também acho! Disse pensativa. Passaram-se alguns minutos em silêncio até a Rukia se pronunciar. – Vou treinar! Com licença Irmão!

Renji – Eu vou treinar contigo! Disse se levantando também. – Com licença Capitão Kuchiki!

Seguiram para uma área de treino pouco usada. Estiveram lá quase duas horas até que pararam para descansar. Sentaram-se numa pedra e mantiveram-se em silêncio até que o Renji falou.

– Diz-me, como vão as coisas entre ti e o Ichigo?

– O que queres dizer com isso?

– Eu sei que tu gostas dele! Está muito nítido na maneira como olhas para ele. Até o próprio Capitão Ukitake já reparou!

– Eu gosto dele, mas não me parece que tenhamos futuro! Eu percebo que ele também tem sentimentos por mim. Mas ultimamente ele tem agido diferente. Tu soubeste o que aconteceu no dia em que a Inoue activou o seu poder, certo?

– Sim! Ao que parece ela libertou um poder maligno que apenas podia ser parado se eliminassem a escuridão do coração dela! … Qual era a escuridão dela? Perguntou curioso.

– O Ichigo!

– Como?

– Ela ama-o mas é um amor não correspondido! Obviamente que o Ichigo soube. Aliás se não fosse por ele, a Inoue estaria morta! No entanto desde esse dia, ele tem agido diferente com ela, como se estivesse a desenvolver sentimentos por ela!

– Nunca paraste para pensar porque razão ele sempre a protege de tudo e de todos? Falou sem pensar, arrependendo-se logo de imediato. Ao ver a cara dela tão triste sentiu-se o maior idiota de sempre.

– Eu começo a achar que ele sempre teve sentimentos por ela, mas é demasiado tapado para ver isso!

– Se fosse o caso que ele se apaixona-se por ela, tu conseguirias suportar tal facto?

– Não é questão de conseguir, mas sim de obrigação! Eu sou uma shinigami e ele um humano. Nada mais natural do que ficar com alguém que seja humano. Para além disso, talvez nessa altura eu deva começar a abrir o meu coração para outras opções!

O Renji não disse mais nada. Apenas ficou em silêncio e pensativo. “ Se ela o esquecer, eu poderei ter uma hipótese!”

Enquanto isso na cidade de Karakura. Estava a cair a noite e uma certa rapariga não conseguia estar quieta em casa. A Inoue tinha acabado de jantar e foi vestir uma das suas camisas de dormir. Sentou-se no sofá para pensar, mas sentia-se sufocada dentro de casa. Vestiu um casaco comprido e fino para esconder a camisa. Saiu de casa e foi direita à praia. Para sorte dela não havia ninguém na rua e pode andar calmamente. Sentiu-se bem quando chegou à beira-mar da praia. O cheiro do mar e o bater do vento na sua cara faziam-na pensar com clareza. “ Talvez tenhas razão Ulquiorra. Terás que me proteger da minha fraqueza. Porque por mais que eu queira, esquecer um amor assim não é fácil. Isso se eu o conseguir esquecer!”

Ali perto estava o Ichigo a finalizar uma cerimónia. Assim que acabou, virou-se para ir embora, no entanto sentiu uma reiatsu muito familiar ali perto. “ O que ela está aqui a fazer a esta hora?” Utilizando o shumpo foi para o local onde se encontrava a Inoue. Encontrou-a a passear na praia.

“ Ela é com certeza aquela que eu quero! Nada melhor do que um anjo para ficar com um demónio!”

“ Espero que não me estejas a incluir na parte do demónio, porque aqui o único demónio és tu!”

“ Espero bem que sim! Porque se não fizeres nada em breve serão dois!”

“ Como assim, dois?”

“ Eu não vou dizer nada. Não me cabe a mim fazer isso! … Apenas te digo uma coisa. Tenta saber exactamente quem o teu coração quer, porque se não fizeres isso rápido irás morrer pelas mãos de um demónio… e não serei eu!”

O hollow calou-se deixando o Ichigo confuso. Mesmo ao longe dava para ver a tamanha beleza que se encontrava à beira-mar. Ele foi-se aproximando devagar até chegar bem perto. A Inoue não parecia notar a sua presença, pois manteve sempre o olhar fixo no mar.

– Inoue!

− Kurosaki-kun! Disse num sobressalto.

− O que estás a fazer aqui?

− Apenas a pensar e a passear um pouco! E tu o que andas a fazer aqui?

− Estive a tratar da saúde a hollow!

− Entendo! Bem, eu vou para casa, amanhã tenho de me levantar cedo para ir à loja do Urahara! Virou-se para seguir o seu caminho mas parou ao ouvir a voz do Ichigo.

− Inoue! Está tudo bem? Perguntou com uma cara preocupada.

− Sim, porque não haveria de estar? Apenas olhou por cima do ombro para o ruivo. Tamanha foi a dificuldade em manter o sorriso ao dizer tais palavras. Os acontecimentos daquela tarde ainda não tinham saído do pensamento dela. Custava-lhe olhar para ele e aguentar as lágrimas, custava-lhe ter que se afastar dele para se proteger. Custava-lhe ter aquele amor no seu coração.

− Tens andado estranha! Não sei explicar… Mas não pareces a mesma! É como se o teu brilho estivesse a desaparecer.

− Não te preocupes! Voltou a olhar para a frente. – Está tudo bem! Disse friamente e indiferente. O sorriso desaparecera completamente da sua face dando lugar a uma lágrima solitária e triste. O Ichigo ficou em choque com o tom utilizado. Sentiu-se como se estivesse a ser abandonado. Como se estivesse a perder algo importante. No fundo do seu coração, ele sabia que isso era verdade.

“ É melhor fazeres alguma coisa, porque eu não te perdoarei por magoares a minha Hime!”

Apenas um comentário e sentiu-se na obrigação de agir. Apenas um comentário e toda a sua hesitação desapareceu. Teve a coragem de agir como se não tivesse acontecido nada e acabou por magoar uma das pessoas mais importantes para ele.

− Espera, deixa-me levar-te a casa! Eu não posso deixar-te na rua sozinha a esta hora!

− Eu sei cuidar de mim! Não precisas de te preocupar, para além disso a Kuchiki-san deve estar preocupada contigo! Continuou no mesmo tom.

− Nem penses! Se não queres, então diz-me na cara em vez de agires como uma covarde! Praticamente gritou furioso.

− Às vezes é melhor ser covarde! Às vezes é melhor fugir. Disse praticamente num sussurro. – Tenho que ir! Amanhã vou buscar o Ulqui-kun à loja do Urahara bem cedo.

A raiva dele desapareceu assim que ouviu o nome do ex - Espada e de maneira tão íntima. A sensação de tristeza e abandono surgiu outra vez. No entanto durou por pouco tempo, a raiva veio ainda mais forte.

− Porquê?

− O quê?

− Porque estás a falar assim para mim? Porque estás a afastar-me de ti? Porque transformas-te o Ulquiorra num humano? Como consegues tratá-lo tão bem quando foi ele que te levou para o Hueco Mundo? Gritou de raiva. Ao perceber isso acalmou-se. – Eu não entendo! Vocês os dois parecem velhos amigos apesar de tudo.

− Todos merecem uma segunda oportunidade! Voltou-se para ele e sorriu-lhe. – Quando estive no Hueco Mundo, ele ganhou interesse em saber o que era o coração! Eu simplesmente lhe dei essa oportunidade. A partir do momento em que o tornei humano, foi o momento em que me tornei sua guia e professora. Enquanto eu existir não irei deixar que nada de mal aconteça com ele, contigo, com a Tatsuki-chan, o Ishida-kun, o Sado-kun, a Kuchiki-san, todos desta cidade, todos da Soul Sociaty! Mesmo que eu tenha de morrer para que isso aconteça.

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Deu-lhe um último sorriso e foi-se embora, deixando o Ichigo sem saber o que fazer ou dizer. No momento em que ela disse que morreria se necessário para proteger outros, uma necessidade urgente de a abraçar percorreu-lhe o corpo. Uma vontade inabalável de lhe dizer que nunca iria deixar isso acontecer. Um desejo enorme de a levar para longe de tudo e de todos. Viu-a desaparecer do seu campo de visão muito confuso.

“ Estou a ver que estás demasiado confuso! Se não fizeres nada em breve, eu próprio farei. E reza para que isso nunca aconteça, porque se chegar a isso provavelmente terei de a matar!”

“ Queres parar de falar por enigmas? Matar quem?”

“ Não admira que não vejas nada, és demasiado tapado e idiota para perceber o que quer que seja.”

“ A quem estás a chamar de idiota, seu demónio?” Gritou furioso.

“ Ainda não reparaste que o sorriso dela é falso? Ainda não reparaste que ela está a sofrer silenciosamente para não envolver ninguém? Ela está a afastar-te por escolha própria! Creio que sabes porquê!”

“ Estás a falar da Inoue, certo?”

“ Vou atirar foguetes por teres conseguido lá chegar!”

“ Eu vou matar-te um dia destes!”

A conversa encerrou por ali e o Ichigo foi para casa, muito confuso.