Delírios Insanos

Potter X Riddle


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Tom Riddle

Meu olhar estava focado sobre um único indivíduo: o meu inimigo. Foi como se não existisse mais cenário ou adereços, apenas nós, prontos para travar o combate de nossas vidas, pelo qual havíamos esperado por tanto tempo.

- Tom Riddle. - O moleque teve a audácia de chamar-me pelo meu verdadeiro nome!

- Harry Potter. - Retorqui de modo frio.

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- Voldemort! - Ouvi uma voz balbuciar surpresa e voltei-me na direção da mesma.

- Srta. Lovegood? - Constatei espantado, meu tom mesclado à perplexidade. Afinal, tomara sua decisão? Teria contado algo a ele?

- Tom... - Ela murmurou nervosa.

- Luna. - Cumprimentei seco, meneando com a cabeça brevemente. Em seguida, meus olhos cruzaram-se com os de Potter outra vez. Enxergávamos ódio, desprezo e repulsa mútuas, já nos preparávamos para iniciar o que seria o começo do fim: varinhas erguidas, apontadas em riste, este seria o nosso duelo (o último).

- Bem, acho que o lugar não é adequado. - A voz da moça nos interrompe - Podemos ir até as mediações do castelo?

- Humpft, enfim ouço algo sensato: e quem disse foi a loira. - Concordo, com a mesma, baixando minha varinha. O outro jovem, ao contrário, permanece imóvel.

- Não tenho problema em te matar aqui e agora. - Tornou o garoto, como se eu estivesse apoiando-me numa desculpa esfarrapada para evitar o confronto que aguardara por toda a minha vida.

- Acaso pareço temê-lo, moleque? - Retruquei no mesmo tom de desafio.

- Posso ser um moleque, mas já destruí a maioria das suas horcruxes. Admita, Riddle: sua vida está por um fio! - Balançava a varinha no ar ameaçadoramente, como se estivesse tentando reunir a coragem necessária para pronunciar as palavras que sentenciaram o fim da Profecia.

- Já chega vocês dois! - Ela fez-nos cessar usando um tom frustrado e indignado que nunca havia ouvido antes e que, ao que pude perceber, Potter também não conhecia.

- Luna, você é minha amiga, mas entenda que eu preciso fazer isso: ele matou a minha família! - Falava como se tentando convencer a amiga a escolher a si ao invés de mim (não, definitivamente, ela não lhe contara). Não permitiria!

- Não teriam morrido se você não tivesse nascido... - Tornei de maneira cruel, irritando-o ainda mais; sim, era exatamente isso que eu queria, deixá-lo possesso, descontrolado, fazê-lo cometer um deslize: será mais fácil triunfar deste modo.

- Ah, quer dizer que meus pais não morreram porque você os assassinou, mas sim porque eu existo? - Indaga ironicamente indignado.

- Precisamente.

- DESGRAÇADO! - Berra lançando-se irracionalmente na minha direção.

- HARRY, ESPERA! - A garota grita, tentando detê-lo, segurando-o contra si. Já é tarde: aproveito o instante, retirando de minhas vestes a Varinha das Varinhas, que agora me pertence e, sem hesitar, pronuncio o meu feitiço preferido.

- Avada Kedrava! - E o cadáver vai de encontro ao chão, fazendo com que o meu sorriso de triunfo converta-se numa careta de espanto. Os olhos vidrados estão arregalados e olham diretamente pra mim, como se me acusassem pela atrocidade que acabara de cometer - L-luna? - Murmuro em demasiado surpreso. Deixo que a varinha escape, escorregando por entre meus dedos compridos. Encaro meu reflexo nos orbes sem vida e só o que vejo é a figura de um ser asqueroso que acabara de assassinar o único alguém que amou verdadeiramente em toda a sua vida miserável...

- NÃÃÃOOOO! - O brado aflito de Potter soa-me distante: este derramava lágrimas copiosas por sobre o corpo da amiga que perdera tão tragicamente. Segurando-a firme entre os braços, como desejaria poder estar em seu lugar! Mas não posso. Fiz a minha escolha. Esta é a minha sina e não posso jamais mudá-la: estou fadado a ser odiado e temido por todos, repudiado, ser... diferente - Por que? - Pergunta-me em meio ao choro, me retirando de minhas divagações - POR QUE? - Repete ainda mais obstinado em obter uma resposta. Posso sentir a cólera que exala; a indignação; a promessa de sua vingança. Me aproximo sem expressar quaisquer emoções que sejam. Ajoelho-me ao lado do mesmo. Tento tocar a face serena de Luna, cerrar seus olhos, porém, sou impedido pelo TOQUE rude de Potter, que me força a afastar-se dela - Não a toque. - Sussurra visivelmente frustrado com minha audácia. Noto que um papel escapa de seu bolso: a carta; sim, ela estava realmente disposta a partir comigo, deixar para trás sua família e amigos, e tudo apenas para viver ao lado de um pobre condenado como... eu.Tomo o papel em mãos e, tremulo, corro os olhos pelo mesmo, lendo suas últimas palavras. E é desta forma, estando completamente desnorteado, que eu, Tom Riddle, permito-me derramar lágrimas de puro desespero na presença de meu pior inimigo que poderia aproveitar-se do meu momento tão vulnerável e matar-me neste ínfimo instante. Seria o correto, justiça seria feita. E, acaso não o fizesse, eu mesmo o faria. É essa a minha nova escolha!

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- Nagni. - Chamo-a após alguns segundos, onde nenhum de nós ousa proferir algo. Logo a minha tão estimada amiga vem a meu encontro, esperando que lhe dissesse o que fazer. Percebo o garoto ficar apreensivo e empunhar, discretamente, sua varinha - Sabe o quanto estimo sua companhia, não? Agradeço pela lealdade e serviço prestados por todos esses anos. Sinto muito por isso. - Ela silva perplexa e, sem dar tempo para que tivesse qualquer reação ou pudesse tomar alguma atitude, eu mesmo a mato, diante dos olhos confusos de Potter - O que foi? - Questiono-lhe mal humorado. Foi quando lembrei de que o menino também era ofidioglota (graças a mim!) e certamente compreendera a minha conversa com a cobra.

- Por que fez isso? - Seu tom ainda é seco, mas posso sentir um “que” de curiosidade presente em seu semblante.

- Agora poderá finalmente destruir-me: não é isso que deseja? - Pergunto de forma fria.

- Não compreendo. - Insiste.

- Não há necessidade. - Corto-o.

- Você... se arrependeu, não foi? - Suas palavras surpreendem-me. Estaria realmente sentindo pesar por todos os erros que cometi ao longo de tantos anos? - Você a ama, Riddle, não ama? - Será que amo mesmo Luna?

- Eu... - Hesito. Pondero por um minuto, refletindo a respeito dos últimos dias - Acho que isso talvez seja possível...

- Se eu pudesse trazê-la de volta, - Levantei os olhos para fitá-lo, intrigado. Como pretendia fazer isso? - desistiria da Guerra? - O preço a pagar seria alto; porém, eu estava disposto.

- Dou-lhe a minha palavra. - Neste momento, o moreno retirou do bolso um pitoresco objeto. Observava-o atentamente, como se tentasse desvendá-lo. Eu limitava-me a buscar compreendê-lo.

- Abro no fecho... - Refletiu em voz alta, como se um grande mistério solucionasse-se diante de seus olhos. Tocou o pomo de ouro com os lábios e este abriu-se, revelando o conteúdo oculto - É isto então. - Concluiu tão perplexo quanto eu encontrava-me naquele segundo.

- A Pedra da Ressurreição... - Depois da Varinha, era a única que me interessava (isto é, para alguém como eu, que utilidade teria a Capa da Invisibilidade?!). Era a relíquia que eu procurava desde então! - Esteve com você esse tempo todo?

- Dumbledore. - Esclareceu, fazendo-me soltar um “Hm” entendendo.

- Acredita que isso pode dar certo? - Indaguei já ciente do que Potter teria em mente.

- Poderíamos, ao menos, tentar. - Concluiu dando de ombros - Se nós acreditarmos de verdade, quem sabe... - Enquanto isso, perdia-me em devaneios a respeito dos últimos acontecimentos: meu inimigo mostrava-se nobre, não estava disposto a aproveitar-se de minha fraqueza, como faria caso estivesse em seu lugar. Luna tinha razão, Harry Potter era diferente... Diferente. Também. Como nós dois. As pessoas jamais nos compreenderiam - Não posso perdoá-lo pelo que fez com a minha família; mas talvez, se estiver de fato arrependido, eu possa simplesmente esquecer tudo. - Absorvi suas últimas palavras lentamente. Vivia uma conflito interno, dividido entre um dilema: escolher entre ser Voldemort ou Tom Riddle. O bruxo mais poderoso do Mundo da Magia, temido e odiado por todos ou um órfão insignificante.

- Sinto muito. - Murmurei ainda receoso, deixando de lado todo o meu maldito orgulho. Não foram necessárias palavras para que Potter e eu nos entendêssemos. Desviei meu olhar do garoto para então fitar o cadáver de Luna. Seus olhos, antes tão vívidos, já não tinham mais brilho. O rosto pálido não estampava um bonito sorriso como de costume - Nós dois somos diferentes. - Comecei falando num timbre baixo - Teria mesmo esquadrinhado o mundo para encontrá-la: porque te amo. Fuja comigo de todo esse Inferno, vamos partir rumo a uma terra distante, pois já não há um passado a ser esquecido, mas sim um futuro a ser construído e um presente a ser vivido. Srta Lovegood: quer casar comigo?

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