Aurora Boreal

Trailer


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Quando amar parece não ser o suficiente.

- Por favor, Bella. Estou pedindo.

Sua voz saiu estrangulada por conter as lágrimas. Não podia perdê-la, não para a morte certa.

- Jake, eu tenho que...

A interrompeu antes que ela completasse a sentença, sabia que a estava pressionando, mas ele tinha que tentar convencê-la.

- Não tem, não. Não tem mesmo. Pode ficar aqui comigo. Pode ficar viva. Por Charlie. Por mim.

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O que eles tinham era muito forte, ele a amava demais, talvez se ela ficasse eles teriam uma chance, uma vida. O amor dele devia ser o suficiente para os dois e sabia que ele era importante para ela, por um momento ousou ter esperanças, mas o momento passou.

Ela meneou a cabeça com lágrimas caindo dos olhos com a ação. Soltou-se do seu aperto, ele não fez nada para detê-la, não havia nada a ser feito, ela tinha feito a sua escolha.

Quando a morte bate a sua porta...

- Então é isso estou morta – disse olhando seu corpo estendido na maca, sendo cercado pelos médicos e o som agudo da máquina, confirmando sua sentença.

- Esse é apenas um jeito de ver as coisas – disse o estranho com um sorriso enigmático.

Quando você perde as esperanças...

- Você prometeu – seu tom era de desespero. – Ainda somos amigos, não é?

Meneou lentamente a cabeça sua garganta apertada.

- Sabe o quanto tentei manter a promessa, mas... Não vejo como continuar tentando. Não agora... – Tentou manter uma fachada severa, manter a dignidade, mas do que ela valia se estava perdendo para sempre a mulher que amava, não tinha sentido, deixou suas emoções transparecerem no seu semblante, se essa era a ultima vez que se veriam gostaria que ela o visse sem disfarces ou máscaras. – Sinto sua falta! – murmurou.

Sem se conter levantou suas mãos na direção dela como se pudesse alcançá-la, desejando apenas tocá-la, senti-la uma ultima vez, acabar com a distância que agora existia entre eles.

E desiste de tudo!

Pessoalmente ela tampouco lamentava a sua morte, não haviam pessoas com quem estivesse ligada o suficiente para não querer abandoná-las ou se separar delas. Na verdade não havia ninguém em sua vida, por quem valesse à pena lutar para se manter viva. Ninguém que precisasse dela, ninguém de quem ela precisasse em vida.

É que a vida te surpreende e você encontra um motivo pra viver!

Então naquele momento aconteceu algo estranho, a sua dor a muito guardada pareceu se misturar a dele, como dois solos de uma mesma música, elas se uniram e se tornaram um dueto melancólico, mas ainda sim um dueto, nenhum dos dois se sentiu só, um tênue laço tinha se estabelecido, então ouve um momento de paz nos dois lados desse laço e depois a dor amainou.

[...]

Não estavam mais sozinhos.

No meio da névoa e das estrelas encontraram um ao outro.

Andou cautelosamente pela floresta, estava muito escuro, uma noite cerrada e aquela nevoa era tão espessa que teve a impressão de que poderia cortá-la com uma faca. Sabia que o mais seguro em uma nevoa tão densa era ficar onde estava, mas estava inquieta demais para ficar parada. Não estava sozinha, a certeza vinha do seu íntimo.

- Tem alguém aí? – perguntou, se sentindo num filme de terror de quinta, bancando a mocinha burra, mas a necessidade de saber quem estava lá foi mais forte que ela ou a sua prudência.

- Quem está aí? – respondeu a voz de um garoto, alguns metros de onde estava.

Primeiro em sonhos...

Aquilo só podia ser um sonho, afinal a ultima coisa que se lembrava era de ter se deitado na cama, mas quem poderia garantir. Nos últimos tempos nada mais era normal na sua vida e aquele sonho, ou o que fosse, era muito real, alias real demais para o gosto dele.

- Qual seu nome? – já que aquilo era um sonho, resolveu deixar a tensão de lado, ela era só uma garota tão perdida quanto ele naquela floresta.

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Não queria dizer seu nome, naquele momento ela só queria ser outra pessoa.

- Me chame de Fênix – decidiu no último momento, deu um sorriso mínimo, parecia apropriado.

- Isso é um nome? – a voz dele saiu mais suave, quase pode ver o sorriso nos lábios dele, isso a deixou feliz de um modo inusitado.

- É o único que vai ter de mim – a ouviu responder, desejando ver o seu rosto.

- Se é assim me chame de Lobo! – a voz dele saiu com um tom humorado como se estivesse rindo de uma piada interna.

Depois na vida real.

Quando seus olhares se cruzaram, todo o mundo parou de existir. Todas as intenções, todos os desejos, todos os sonhos, cada parte deles, se desfez e se recriou em algo novo, em algo que agora abrangia apenas a pessoa a sua frente. Todo o universo orbitava agora em torno dessa pessoa e isso que ambos sentiram era a coisa mais certa de suas vidas. Finalmente tinham se encontrado.

No entanto as coisas não seriam tão simples ou fácies...

- Então agora você vai me dizer que está perdidamente apaixonado por mim? – ela disse com incredulidade.

- É claro que estou! – disse num tom claramente frustrado. Porque aquela cabeça dura não podia entender que não havia mais ninguém, não havia mais nada além dela?

- Me desculpe, por não acredita nas suas palavras senhor Black, mas sinceramente não acredito em amor a primeira vista e muito menos que de um momento para o outro você esqueceu a Bella. – disse com irritação escondendo o quanto aquela verdade doía.

Mas ele realmente não fazia o tipo que desistia.

Ao invés de ficar irritado mais uma vez, deu um sorriso.

- Sim e eu vou te provar!

- Você não vai me segurar em seus braços e me dar um beijo, né?! Isso é tão clichê! – disse revirando os olhos parecendo entediada, mas desejando que ele a beijasse mesmo assim.

- Você sabe mesmo como acabar com um clima, né?! – falou fingindo estar chateado. Ela não existia.

- É por isso que você me ama! – falou sem pensar.

- É por isso e muito mais... – respondeu a segurando em seus braços e a beijando profundamente sendo rapidamente correspondido.

E ela não poderia permitir que seus segredos e passado o colocassem em perigo...

- O que está fazendo aqui? – disse irritada.

- Nada, só olhando sua interação com o seu novo amigo. Ele é interessante! – terminou com um sorriso malicioso.

- Não se atreva a chegar perto dele! – disse num tom baixo, perigoso, que nem mesmo ela reconheceu como seu.

- Nossa parece que a minha ratinha se tornou uma tigresa! – ele riu segurando o queixo dela.

Ela se afastou do toque dele como se sentisse repulsa.

- Você ouviu bem. – avisou.

- E o que você pretende fazer contra mim, pirralha? A única coisa que tem o poder de fazer é ver áureas e pressentir o perigo, não tente brincar com gente grande, você pode se machucar!

Ela inconscientemente segurou o sortilégio em forma de fênix no seu pescoço.

- Isso pode te proteger de homens, vampiros e outras criaturas, mas não pode te proteger de gente como eu!

Mesmo que tivesse que sacrificar a sua vida para manter ele e aqueles que ele amava a salvo.

Sentiu o sangue esfriar nas suas veias, algo estava se aproximando e ela não poderia fazer nada, nem mesmo lutar. Mais uma vez amaldiçoou os poderes de merda que tinha. Sem escolha, tomou a única decisão sensata que podia tomar, tirou o seu sortilégio do pescoço. Bella precisava colocá-lo, era o único jeito de se salvar. Esticou-o em direção da amiga.

- Porque está me dando isso? Você nunca se separa desse colar... – perguntou Bella intrigada com a atitude da amiga.

O tempo estava acabando.

- É empréstimo. Eu só quero ver como ele fica com essa blusa, porque eu vou querer ela emprestada... – disse no tom mais descontraído que pode, já colocando o sortilégio em Bella antes que ela tivesse chance de contestar suas palavras.

Pelo menos ela estaria segura! Se alguém tinha que morrer que fosse ela. Os céus sabiam que tinha vivido além da conta, mais do que deveria de fato. Todos amavam tanto Bella e Jacob ficaria arrasado se ela morresse. Quanto a ela, só era uma estranha que tinha cruzado o caminho de todos eles por acaso. O pensamento doeu, mas sabia que era o certo. Bella era mais necessária para todos do que ela, além do mais, era sua amiga e queria protegê-la.

Olhou para trás, para o fim da rua vazia e escura. O tempo tinha se esgotado. O vampiro de olhos vermelhos se aproximou delas sem que Bella percebesse, com um movimento rápido empurrou a amiga para longe de si. Sendo pega pelo vampiro no momento de uma respiração, seu coração bateu de medo, um segundo antes dele fincar seus dentes nela.

O que ela não sabia é que dentre todas as pessoas era ela quem ele precisava que estivesse mais a salvo...

– A mudança é a única chance dela... – ouviu a voz do Dr. Carlisle como se estivesse muito longe dele.

– Ela perdeu muito sangue, você acha que ela... – a voz de Edward era quase pesarosa.

Se tivesse chegado um minuto mais cedo... Não, ele não ia perdê-la, não depois de tê-la encontrado!

- Jacob! – sua voz foi um sussurro, mas todos puderam escutar.

- Estou aqui! – disse segurando sua mão pequena demais na dele.

- Eu te amo! – disse pela primeira vez olhando em seus olhos, o rosto vincado pela dor. – Eu vou te amar pra sempre, nessa vida e além... – as palavras saíram com dificuldade, seu corpo queimava e queria gritar, mas ele precisava saber.

- Não fale agora... – disse sentindo os espasmos do corpo dela. A mão apertando forte a sua, tentando conter a dor.

- Eu só tenho esse momento... – a voz foi fraca, tão fraca que se não fosse pela sua audição não teria escutado – Eu te amei desde a primeira vez que te vi! – uma lágrima correu pelo rosto dela.

- Não fale essas coisas como se fosse a ultima vez! – pediu desesperado, as lágrimas molhando seu rosto.

- Me desculpe! – sussurrou antes de fechar os olhos. O aperto na mão afrouxou até se reduzir a nada. O coração diminui o ritmo vertiginosamente até não restar nenhum som.

- Não! – gritou.

O que ninguém sabia é que talvez os segredos dela pudessem transpor até mesmo a morte.

Aurora Boreal

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