Terno Negro

O sacrificio


Mas a poucos centrimentos do rosto dela, quando ela já havia dado adeus e fechado os olhos para a vida. A faca não encontrou. Ela sentiu a movimentação do braço do homem, mas nada sentiu. Então voltou a abrir os olhos e quase não acreditou no que via.

O conde havia se jogado por cima de Juan e atirou a adaga para perto dos garotos. Peter conseguiu agarra-la e cortar o nó da corda enquanto todos resolveram se rebelar. Eles estavam livres.

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De repente Amber teve uma ideia. Os outros entraram na sacada e começaram a lutar com os mumianos que haviam se rebelado e tentavam matar o conde, Willa estava soltando os pais adotivos e a iremã da garota. Havia muita confusão.

Amber correu para Juan e puxou a pedra pendurada no pescoço dele enquanto ele e o Conde rolavam no chão de pedra. Ele gritou um longo - Nãoooooooooooo!.

Ela colocou a pedra no chão e com seu rubi bateu com toda sua força transformando as duas pedras em pó. Se algo desse errado pelo menos não poderiam criar mais mumianos. E Amber entendeu que o rubi de sua familia era o antidoto para aquela pedra, da qual lembrava uma doença horrenda. Não existiria mais mumianos, se não existisse pedra. E o mago Frederic sabia disso.

Depois com uma única olhada para todos ali, seu pai adotivo que havia criado coragem e estava dando uma chave de braço em um mumiano, sua mae que olhava para todos os lados assustada e se abaixava quando alguma coisa voava sem saber o que fazer, sua irmã encolida no chão sem saber o que fazer, o Conde ainda brigando com Juan e com a boca sangrando, Peter dando socos em outro mumiano e assim a todos.

Ela não tinha muito tempo. Então, como se o maior desejo dela fosse voar, e tivessem dito para ela que ela poderia, ela tentou.

Chegou na beira da sacada, olhou a estatua do faraó no mesmo nivel do outro lado da piramide e gritou – Eu, Amber Mackenzie Jhonson, herdeira do Mago Frederic Jhoson, me entrego para libertar o Faraó que levará junto todos os mumianos e salvar os humanos e minha familia da morte e destruição.

A briga haviam parado, para observa-la.

Alguns tentaram correr até ela, principalmente Peter. Mas antes de que qualquer um deles estivesse chegado pelo menos perto, ela colocou o pé na beirada da sacada e se jogou, sem pensar. Ela sentiu o vento, não como se estivesse caindo, mas sim voando e depois veio o intenso calor. Sua marca se contraiu mais uma vez fazendo com que ela desmaiasse e não sentisse a morte tomando conta do se corpo.

Todos viram o corpo dela afundar na lava sem acreditar. Muitos gritando desesperados, outros chorando. Até que subiu um vapor enorme da onde a garota atingiu a lava, os mumianos ali presentes começaram a secar até virar pó só restou uma sombra estranha. A estatua do faraó queimou em fogo branco até explodir, dela saiu um ponto branco e conforme ia subindo para o pico da piramide, as sombras dos mumianos, que na verdade eram suas almas, foram sendo sugadas, varias sombras vinham de lugares diferentes da piramide até que o ponto rompeu a ponta e desapareceu de vista.

Ninguem sabia mais o que fazer. Peter olhava a lava com lagrimas nos olhos, não acreditava realmente que aquela idiota iria pular, mas ela havia pulado. Então algo chamou sua atenção.

A lava começou a borbulhar mais rapido do que antes, subiu um furacão de lava e no meio dele estava uma pessoa, vestida de vermelho, ela começou a flutuar a cima do enorme redemoinho, estava de olhos fechados, então o pico perfurado da piramide foi iluminado pela lua e junto a garota foi banhada por tal iluminação a girar em sincronia com o monte de lava rodando abaixo dela. Passados alguns segundos, todos estavam de olhos vidrados. Amber, foi levada flutuando até a sacada, e seu corpo foi deixado com delicadeza no meio de todos. Então o fogo em lava se dissoulveu e a iluminação da lua foi diminuindo conforme ela se afastava do pico da piramide.

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Peter se ajoelhou ao lado dela, sem acreditar no que via. Até ali não sabiam se ela estava viva.

O garoto tentou tocar na garganta para ver se havia pulsasão, mas foi queimado brutalmente com o calor que exalava pelos poros dela.

Então ela tossiu, como se quase tivesse se afogado.

- Amber? Amber?- Peter começou a chama-la .

Ela gemeu e foi com a mão até a marca no ombro. Todos olharam horrizados.

Não havia marca, apenas uma forte cicatriz sangrando. Era a cicatriz de um ankh ainda, pois ela sempre seria herdeira do mago, mas ao redor havia o simbolo do fogo branco, o fogo da liberdade do faraó. Ela tossiu novamente. E abriu os olhos.

Viu um garoto de cabelos negros, pele clara, olhos azuis e um pouco avermelhados com lagrimas escorrendo pelo rosto, era evidente que ele não estava irritado, mas feliz, sorrindo imensamente. Ele a abraçou com força. E ela fez o mesmo com a pouca força que tinha.

Todo seu corpo doia, parecia ter feito uma seção de exercicios sem aquecimento.

- Deu certo? – perguntou ela cansada

- Sim – disse peter radiante.

Os outros se aproximaram para ergue-la e abraça-la, e logo só precisou da ajuda de peter para ficar em pé. Retribuindo como podia as palvras orgulhosas da sua familia.

Eles conseguiram sair da piramide em pouco tempo mesmo com a escuridão, então o gigantesco lugar se dissolveu em terra, e três pessoas sairam do meio do monte de areia, tossindo e uma delas passando mal. Prisioneiros que haviam conseguido sair sem serem transformados. A condessa e o casal, ajudou-os a andarem.

Atravessaram a ponte que como a piramide se dissolveu, logo depois de todos terem passado, mas esta em neblina densa. Ao chegar na floresta resolveram descansar, willa estava ferida no braço e ajudava uma moça um pouco mais velha que ela a andar, Dean, o marido de willa estava com hematomas no rosto, o conde ainda sangrava, a condessa parecia meio tonta, a mãe adotiva de Amber carregava o marido exausto e a filha a ajudava, sir nicolas com as roupas rasgadas ajudava a mãe de Peter a andar. Ela parecia bem machucada. Montaram um pequeno acampamento na orla da floresta para que todos pudessem descansar e se recuperarem.

Peter levou Amber para se sentar em um tronco um pouco afastado de todos, ela já estava se sentindo melhor. O garoto pegou agua para ela enquanto ela se sentava. Era possivel ver o mar da onde ela estava. Como era possivel? Ela se jogou e apenas desmaiou e quando acordou estava ali, olhando para Peter, havia conseguido cumprir sua missão e ainda sair viva. O garoto voltou e sentou ao lado dela, enquanto ela bebia rapidamente.

Eles ficaram por um momento encarando o mar, como a pouco tempo haviam feito.

Então Peter suspirou, não por ter que falar o que não queria, mas de alivio.

- Sabe por que sempre desprezei você? – perguntou ele envergonhado, enquanto encarava o proprio copo de agua.

- Não – respondeu ela com sinceridade – Por que sou mestiça? Por que você é meu guardião?

Ele sacuiu a cabeça afirmando que não, e surpreendendo Amber respondeu: – Sempre soube que você teria que morrer para que os Mumianos deixassem de existir, e nunca quis me apaixonar por você, eu tinha certeza que iria sofrer ao ve-la morrer como aconteceu hoje, sempre fui egoista, mas hoje quando você caiu na agua, senti uma coisa muito estranha....Foi o pior sentimento que tive, e já tive varios outros bem ruins. E no momento que olhei para você no primeiro dia da escola, não foi pavor por saber o que você era, mas por ver como era linda e encantadora. Depois me vi perdidamente apaixonado por você. Não vi outra alternativa a não fazer com que me odiasse e assim pelo menos você não sofreria, não teria mais motivos para sofrer quando fosse se sacrificar – Amber nunca havia escutado Peter falar com tanta franqueza, tanta dor guardada. – Acho que sei por que você voltou hoje.

- Por que?

- Para me salvar, salvar minha vida deprimente – E ele sorriu gentilmente.

E foi ai, que pela primeira vez eles se beijaram, calmamente, porque afinal eles teriam muito tempo juntos.

- Eu nunca odiei você, odiava eu mesma, porque você me odiava. Consegue entender? – Perguntou ela sorrindo depois de um tempo.

- Você é maluca – disse ele rindo.