In Love Again

CHARLIE (PARTE II)


Dei um salto ao ouvir a campainha tocar, suando fui até a porta e era Renée com a garrafa de vinho, de ótima qualidade como dizia ela, para compensar a demora, pensei até que tinha resolvido fabricar...

E da segunda vez que a campainha soou toda a ansiedade explodiu dentro de mim, ou quem mais poderia ser?

Só Charlie. Agarrei a mão de Damon esmagando-a e guinchei-o até a porta comigo.

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Meu pai, a expressão indecifrável passando à surpresa descendo do meu rosto para a minha mão entrelaçada na de Damon. Eu ri imaginando o que Charlie deve ter deduzido e então os apresentei. O jantar estava bom e a conversa agradável. Nada mudara muito em Forks desde que saí de lá.

- Você não acredita que Jacob cresceu mais. - ele disse querendo me surpreender e conseguiu porque deixei cair o ravióli que tinha espetado no garfo.

- Não consigo imaginar... - murmurei pensando no grande Jacob, maior ainda.

- Você precisa ir lá vê-lo - Charlie disse num convite para voltar a Forks, sob as entrelinhas.

Logo mudei de assunto, apesar de realmente querer ver Jacob. Eu sentia tanta falta dele.

- Gosta do jantar? Eu e Damon que fizemos.

- Está ótimo, com certeza você não herdou os dotes culinários de sua mãe. - murmurou de boca cheia, dando uma risada gutural.

- E agradeço à Deus por isso ou teríamos passado fome todo aquele tempo em Phoenix. - entrei na brincadeira.

- Espero que não seja alérgico a cogumelos Charlie. A Bella não disse nada e o senhor deve saber como ela é distraída. - Damon disse, juntando-se a nós.

- Sorte que não. Bella cabecinha de vento...

O resto da noite continuou no mesmo clima. A amizade entre Charlie e Damon parecia evoluir e eu estava contente por isso, eles assistiam ao jogo L.A. Lakers Vs Chicago Bulls e eu sinceramente não entendia a emoção nos olhos dos dois, parecia que esse jogo era realmente uma coisa importante que mudaria a vida de todos... Talvez a deles sim.

Eu e minha mãe lavávamos os pratos, sim ela sabia fazer isso, eu ri mentalmente.

- Bella, eu e sua mãe temos uma surpresa. - Charlie disse caminhando para o lado de Renée quando eu guardava os pratos no armário.

- Eu não gosto de surpresas, vocês sabem disso. - disse me virando para eles.

Os dois sorriam tão abertamente que não pude resistir.

- Mas então, o que é? - perguntei.

Ele puxou minha mão depositando uma pequena caixa - delicadamente revertida em seda rosa bêbê - na minha mão.

- O que é isso? - indaguei abrindo-a, dentro havia uma chave. Olhei para eles sem compreender. - Uma chave?

- Sim, mas essa é a primeira parte. - Renée disse abrindo a porta da casa.

- Deixa eu adivinhar, essa chave abre alguma coisa? - perguntei, sorrindo. - Porque abriu a porta, mãe?

- Venha. - Damon me puxou pelo braço até estarmos do lado de fora da casa.

- Supreeesaa! - Charlie e Renée cantarolaram em coro e eu fiquei boquiaberta sem acreditar no que via.

- Isso é um monstro... - murmurei abismada.

- Isso - Damon corrigiu-me com desdém pelo 'monstro' - é uma Dodge Ram Outdoorman 2011.

- Uma pick up para quem não gosta de cidade - Charlie disse o que eu achei que fosse o slogan.

- Acho que ele se enganou com o 'não gosta de cidade'... - sussurrei para minha mãe, rindo - O que eu mais gosto é acordar com o cheirinho de poluição entrando em meu pulmões...

- Então dorme com o nariz no escapamento. Aposto que aquilo é uma maria fumaça doida. - Damon disse aparecendo de repente do meu lado me fazendo pular.

- Você não gostou do carro, Bella? - Charlie perguntou parecendo desapontado.

- Claro que eu gostei! - eu disse - só achei meio exagerado. Eu ficaria feliz com um mais simples.

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- Talvez possamos trocar...

- Não! Este está ótimo, ele anda afinal não é? - eu ri.

- Que tal testar? - Damon sugeriu empolgado com a ideia.

- Acho que seria legal. Mãe, pai vocês veem?

- Eu não querida, estou meio cansada. - Renée respondeu enquanto entrava na casa.

- Eu também não vou não Bells, preciso procurar um hotel.

- Eu posso te deixar em um. - sugeri.

- Não, obrigado. Eu encontro um sozinho.

- Tudo bem, então. - fiz biquinho enquanto me despedia dele. Charlie entrou em uma pick up que parecia ainda maior que a minha, um verdadeiro monstro.

- Fecha a boca porque mosquito não tem freio. - Damon disse levantando o meu queixo que estava caído.

- Não vai me convidar pra dar um volta com você não? - ele perguntou enquanto e andava pra porta da caminhonete girando a chave entre os dedos.

- Você viria de qualquer jeito. - respondi sem me distrair, mas eu ria por dentro.

- Saiba que minha companhia é uma honra, Bells.

- Bells?

- É, eu gostei desse apelido.

- Meu pai me deu esse ''apelido'' - fiz aspas no ar - quando eu tinha dois anos.

- Whatever. - fez um floreio com a mão, entrando do lado do passageiro.

Avaliei a distância até o banco e o tamanho dos pneus que eram mais altos que minha cintura. Dei uns três passos pra trás me preparando para pular. Quando dei o impulso senti uma mão em minha cintura e uma respiração quente e familiar em meu pescoço que me fez arrepiar.

- Precisa de uma mãozinha, pouca sombra? - Damon perguntou agora com as duas mãos em minhas cintura e me levantando com tanta facilidade quanto poderia carregar um pena.

- Obrigado - agradeci me embaralhando com o cinto de segurança - ,mas eu podia muito bem subir sozinha.

- Claro, não consegue nem colocar o cinto de segurança - ele disse mas tomei um susto por que a voz agora vinha do meu lado. Discretamente olhei para o banco do carona e lá estava ele, esculpido no banco como um anjo.

Sem perceber, distraída, soltei uma faixa do cinto que voltou pulando para todos os lados, batendo em meu maxilar. E escapou de minha garganta um grito tão agudo e estridente que eu própria me assustei perguntando se era realmente meu.

- Você se machucou? - Damon perguntou urgente, ajoelhado entre as minhas pernas e o painel no carro, com a mão no meu maxilar.

E eu ainda me perguntava como ele entrou ali tão rápido.

- Um pouco. - queixei-me com a voz um pouco mais infantil do que eu pretendia.

- Isso está feio. - ele disse virando o meu queixo de um lado para o outro, examinando-o. - Vai ficar roxo, precisa de gelo?

- Claro que vai ficar roxo. Eu fico roxa com a mais leve pressão de dedos. - resmunguei cruzando os braços acima do peito e empinando o queixo, uma coisa que não deveria ter feito. Gemi com a dor.

- Talvez a gente deva entrar lá e pegar um gelo...

- Não, tudo bem. Eu estou bem.

Ele se esticava em minha direção, ainda com a mão em meu queixo, quando nossa bocas estavam na mesma altura, Damon virou meu rosto de lado depositando um pequeno e rápido beijo em meu maxilar. O que foi o bastante para meu coração ficar em frangalhos. Eu ainda podia sentir o leve roçar de seus lábios contra minha pele, e o quão perto sua boca estava da minha que pensar nisso me fez salivar.

Num reação inconsciente coloquei a mão sobre o lugar recém beijado que pulsava ardente na minha palma. Suspirei.

Foi quando uma risada me despertou de meus devaneios.

Gelada, virei-me para onde ela vinha e lá estava Damon com um sutil sorriso nos lábios e os olhos divertidos fixos em mim. Corei violentamente percebendo que ele provavelmente tinha presenciado toda a cena melosa, subitamente coloquei a mão atrás das costas.

- Nós podemos ir? - perguntou escondendo a risada.

Afirmei com um aceno de cabeça sem saber se minha voz estava instável para poder falar sem gaguejar. Joguei o cabelo no ombro fazendo uma cortina entre nós.

Coloquei a chave na ignição e o motor roncou suave, bem diferente da minha antiga picape. E ele já estava se lançando pela rua escura, tão sutil que não parecia se mover.

- Vamos pra onde? - perguntei ainda com a cortina entre nós.

- Não sei...

E embarcamos indo para qualquer lugar, eu imersa em pensamentos e discussões e ele parecendo viajar também até que quebrei o silêncio.

- Sabe, você é tão rápido e sutil e sempre aparece do nada. - falei tentando ignorar a familiaridade dessa afirmação.

- Huh? - ele pareceu ser pego de surpresa, depois de um tempo protelando em fim falou. - Talvez seja por que você é tão lenta e ruidosa.

Riu, mas o vinco em sua testa me dizia que estava nervoso.

- Você fugiu do assunto e ainda por cima me insultou destacando as minhas não virtudes. Isso não é justo - fiz biquinho amuada e se eu não estivesse com a mão no volante certamente cruzaria os braços acima do peito.

- A vida não é justa, ninguém te disse isso?

Freei subitamente tomada por uma onda repulsiva de nostalgia. Eu já tinha ouvido essa frase antes - mas dita por mim - e todo esse contexto, ele fugindo do assunto... sacudi a cabeça tentando - inutilmente - ignorar tudo, me recusando a pensar que tudo estaria se repetindo e realmente era impossível, ridículo. Foi só uma coincidência, repeti para mim mesma, e continuaria a repetir quantas vezes precisasse.

- Você está bem Bella? - A mão de Damon em meu ombro e seus olhos queimando em mim.

- Sim, sim. - falei mais para mim mesma do que para ele, e dei a partida no carro novamente. O buraco no peito latejando esperançoso.