In Love Again

AMIGOS


Minha primeira aula era de história, cheguei um pouco atrasada na sala porque rodei a escola inteira procurando, mas o professor parecia legal, seu nome era Alaric Saltzman.

- Bem Vinda... - ele disse, enquando eu me sentava em uma cadeira no fundo da sala esperando, eu me apresentar.

- Bella, meu nome é Bella. - eu disse pegando um caderno.

- Então Bella, você veio de onde? - ele sentou em sua cadeira atrás da mesa e olhava para mim curioso...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Hm, uma pequena, bem pequena, bastante pequena cidade chamada Forks, na penísula de Olimpic, em Washington. - respondi pensando em mais quanto tempo da aula ele perderia me interrogando.

- Eu já ouvi falar, cidade com histórico cultural bastante rico. Coisas sobrenaturais. - ele enfatisou como quem diz Buu para uma criança esperando que ela se assuste. Fiquei sem reação pensando sobre o que esse cara poderia ser ou saber. Primeira tese: ele era um vampiro, mas eu já havia descartado essa porque estava fazendo um sol de deserto e se ele fosse vampiro essa seria a ultima cidade pela qual passaria. Segunda tese: ele sabia demais e sabia sobre mim, talvez fosse algum "amigo" da Victória, essa era meio plausível mas não tinha porque dela se vingar já que eu não estava mais com o Edward. Terceira tese: ele só era um professor que sabe coisas de mais que podem coloca-lo em perigo, resolvi aceitar essa, era a mais possível ou a que eu queria aceitar...

- Bella? - ele me chamou tirando-me de meus devaneios.

- Sim? - perguntei, depois lembrei da indireta que ele havia feito. - Bem, já ouvi algumas coisas sobre isso mas sinceramente não acredito em coisas sobrenaturais. - menti sorrindo o mais sinceramente possível, mesmo que eu não estivesse com os Cullen deveria guardar o segredo deles porque eles o confiaram a mim e acima de tudo eu deveria esconder o segredo de Jacob porque ele foi quem mais me ajudou.

- Claro. - ele disse e se voltou para o quadro escrevendo o assunto.

No começo ainda estava pensando sobre o interrogatório de Alaric mas resolvi esquecer, afinal cidade nova e vida nova incluia nada de vampiros...

Depois de quatro aulas bateu o sinal para o intervalo, saí da sala e fiquei parada na porta sem saber para onde ir, então alguém segurou o meu braço e eu olhei assustada percebendo que era apenas a Elena. Ela estava com duas amigas ao seu lado, uma morena dos olhos verdes que olhava curiosa para mim, e uma loura dos olhos azuis que parecia estar fazendo um grande esforço, tentando se, controlar?

- Me desculpem, eu me assustei. - eu disse sorrindo para elas.

- Nós percebemos. - Elena afirmou rindo. - Você gostaria de sentar na mesa com a gente?

- Claro, seria ótimo. - agradeci por não ter que me sentar em uma mesa sozinha e parecer a aluna nova depressiva.

Passamos pelo refeitório cheio de gente se esbarrando, alguns olhavam para mim provavelmente querendo saber quem eu era, outros ignoravam e o resto simplesmente parecia pensar que eu já estudava lá há muito tempo.

Chegamos na mesa e o Stefan estava sentado lá com um garoto, atlético que quando nos viu se levantou sorridente da mesa e foi beijar a loura que estava com Elena.

- Oi Stefan. - eu disse, ele era o único que eu conhecia alí.

- Oi Bella, como foi o seu primeiro dia de aula aqui? - ele perguntou, parecendo interessado.

- Bom, pelo menos aqui não é Forks. - respondi, agradecendo internamente.

- Como assim? - ele perguntou fazendo uma cara engraçada. Eu ri.

- Foi terrível quando eu me mudei... - contei, me lembrando. - No meu primeiro dia de aula na Forks High School a única coisa que eu desejava era sumir no concreto, quando eu pisei o pé na escola as pessoas me olhavam e cochichavam, me tratavam como se eu fosse "a nova atração do circo", menos um. - eu sussurrei abaixando a cabeça, sussurrei para ninguém ouvir mas o Stefan ficou me olhando curioso como se tivesse escutado.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Eu entendo como é isso. - ele disse e disfarçou puxando a Elena para sentar em seu colo.

Eu fui apresentada a todos, Carolline - a loira - me puxava de um canto para o outro do refeitorio me mostrando para as pessoas como se eu fosse o seu novo brinquedinho de cristal, e eu apenas dizia "Oi, eu sou a Bella". Quando bateu o sinal anunciando que o intervalo havia acabado eu provavelmente já tinha sido apresentada a toda escola e minha pernas estavam inchadas de tanto correr para lá e para cá.

Eu caminha debilmente para a minha próxima aula que por sinal era de cálculo para piorar a situação, quando fui abordada por um garoto ruivo de olhos verdes, alto, ele tinha os seus músculos escondidos por debaixo da blusa fina de manga, azul, e sorria gentilmente para mim...

- Oi Bella, eu sou Max. - ele disse estendo a mão, a segurei e balancei levemente mas ele não soltou a minha.

- Está indo para a aula da Donna? - ele perguntou ainda segurando minha mão, e eu estava começando a me sentir desconfortável. Quando ele percebeu que eu não fazia noção de quem ele falava, completou: - Aula de cáculo.

- Infelizmente sim. - fiz cara de nojo.

- Acho que estamos no mesmo barco então, eu também estou indo para lá e também odeio cálculo.

- Que bom, eu acho. - disse rindo discretamente, indecisa.

- Vamos? - ele perguntou, o corredor estava praticamente vazio e eu podia deduzir que estávamos atrazados.

- Claro, não quero pegar detenção logo no primeiro dia.

Quando chegamos na sala, a professora nos deixou entrar, de cara feia.

- Se não se importa eu gostaria que se apresentasse para todos. - ela disse se dirigindo a mim.

- Se não se importa eu me importo de me apresentar. - respondi o mais educadamente possível e pelo canto do olho ví alguns garotos segurarem a risada enquanto a professora ficava roxa, por ser contrariada logo percebi que não devia ter dito aquilo mas já era tarde demais.

- Tudo bem alunos, continuando a aula... - ela disse me ignorando por completo e virou pro quadro, mas pelo menos eu não me apresentei.

As outras aulas foram igualmente chatas, mas a pior foi Educação Física. Um pessoa de ressaca não vai muito bem em esportes, mas eu de ressaca era uma coisa bem diferente... Eu desastrada, imãn para boladas na cabeça e ainda de ressaca, não dá coisa que preste.

O professor me fez tirar os óculos e o Max - que estava me seguindo desde a aula de cálculo - perguntou o porque das minhas olheiras roxas.

- Dormi pouco ontem. - menti, na verdade eu realmente dormi pouco mas esse não foi exatamente o motivo da minha aparência de panda espancado.

- Uhh, talvez seja melhor você por os óculos mesmo. - ele falou rindo.

- Garoto, eu aprecio a sua sinceridade. - rí com ele. Então a tragédia começou. O professor mandou todos ficarem encostados em uma parede e chamou uma garota de cabelos pretos, olhos azuis, alta e atlética, e o Max para escolherem os times de vôlei. O Max ganhou no "cara ou coroa" e me escolheu para o seu time, suspirei aliviada - por enquanto -.

Antes do jogo começar puxei o Max em um canto da quadra.

- Eu tenho uma coisa pra te falar. - eu disse.

- O que? - ele perguntou curioso.

- Eu sou um desastre em qualquer esporte. - confecei, sussurrando. Algumas pessoas olhavam sugestivamente para nós mas resolvi ignorar.

- Ninguém é tão ruim assim. - ele disse sem acreditar em mim, quando estava voltado para a quadra eu o puxei novamente.

- É sério acredita em mim, eu sou a pessoa mais desastrada desse planeta. Eu consigo tropeçar em um piso completamente liso, em pedras imaginárias. - falei suplicante.

- Ok, se você diz. Então fica tranquila que eu cubro a sua posição, certo?

- Certíssimo, muito obrigado! - Em um impulso de gratidão pulei em seu pescoço e lhe dei um beijo na bochecha, depois que percebi o que havia feito sai de lá sem graça e com as bochechas queimando... Certamente essa cidade está me mudando.

O Max ficou jogando por mim e por ele, como o Mike fazia lá em Forks... Bem, eu posso dizer que tenho a sorte de encontrar pessoas legais que me ajudam a não ser uma catastrofe. A aula acabou e ele foi comigo até o estacionamento, quando de repente parei onde estava, na minha frente havia um volvo prata, igualzinho a como eu me lembrava e por uma fração de segundo eu tive esperanças idiotas com um sorriso bobo brotando em meu rosto, vasculhei com os olhos pelo estacionamento a procura dele. Max tocou meu braço me tirando do transe.

- Gostou? - ele perguntou.

- Do que?

- Do carro. - apontou para o volvo na nossa frente.

- É seu? - perguntei assustada, acabando com o resto de esperanças que ainda restaram. Eu estava acabada. Havia me decepcionado mais uma vez. Ignorei a dor e tentei continuar normal.

- Sim. - respondeu em júbilo, alisando a lataria do carro. - Eu poderia te dar uma carona. Você mora onde Bella? - ele ofereceu abrindo a porta do carona.

- Não, não. Muito obrigado mas é que eu já combinei de ir com a Elena. - inventei na hora. Eu simplesmente não podia entrar naquele carro, ele me traria muitas lembranças e provavelmente quando o Max parasse na minha casa ele teria certeza de que eu sou uma garota depressiva.

- Tudo bem. Fica pra outra. - ele disse parecendo triste.

- É, outro dia. - certamente não.

O Max havia acabado de sair com o carro quando ví Elena entrando em seu carro. Corri - eu mais tropecei do que corri mas tudo bem. - e bati na janela.

- Bella? - Ela pareceu surpresa.

- Hmm, er, para onde você está indo? - perguntei.

- Para a casa do Stefan, mas se você quiser posso te deixar na sua casa...

- Não, não. É que eu queria mesmo ir na casa do Stefan. - eu disse, percebi que ela estava confusa então completei. - Preciso agradecer ao Damon.

- Eu posso agradecê-lo por você. - ela parecia não estar com nenhum pouco de vontade de "promover" o meu "encontro" com o Damon, mas eu precisava mesmo falar com ele.

- Se não for encomodo, então, você poderia me dar pelo menos o endereço. Eu realmente preciso falar com ele, pessoalmente. - nem eu mesma entendia o motivo da urgência mas eu queria vê-lo, não sei porque.

- Não, entra aí que eu te levo. - ela sorriu o mais simpática que pôde.

A Elena foi seguindo o carro do Stefan, á medida que o tempo se passava a gente se afastava cada vez mais da cidade . Paramos enfrente à manção Salvatore, não haviam mais casas envolta, apenas a estrada que seguia e a floresta que cercava. Tentei ignorar a nostalgia pulsante que isso me causava.

Stefan veio a abrir a porta do carro para Elena. Nostálgico, nostálgico, nostálgico. A áurea de amor que os cercava era insuportável para mim, bem, da para perceber o porque de eu ainda não conseguir assistir a filmes romanticos...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Os segui para dentro da casa e o seu interior era tão sombrio quando o exterior, talvez fosse por cusa do aspecto antigo e a mobília antiquada - que dava um certo charme ao lugar - aquela casa provavelmente deveria ter uns 100 anos, ou meno, não sei.

- Venha Bella, o Damon deve estar por aqui. - Elena chamou, levando-me para uma sala grande e sem muita luz.

Ele estava lá, sentado em um sofá com os pés encima de um centro. A TV ligada, mas ninguém assistia, ele tinha um livros nas mãos, estava tão concentrado que de repente fiquei curiosa para saber o título.

- Damon, visita para você. - Elena cantarolou arrancando o livro das mãos dele.

- Hey, devolve isso aqui Elena! - Damon gritou irritado.

Ele tentou pegar o livro devolta mas ela o enscondeu atrás das costas.

- Você não quer fazer isso. - ele disse, em tom ameaçador.

Elena olhou para mim e ele acompanhou o olhar dela. Pareceu surpreso em me ver alí.

- Bella, você aqui?

Apenas sorri e timidamente dei de ombros em resposta.

- Estou indo. - Elena disse e subiu, a escada na ponta dos pés nos observando.

- Deixe o meu livros. - Damon pediu, na verdade mandou, mas não quebrou o contato visual comigo.

- Eu quero ler. - ela disse e sumiu.

- Oi, er, bela casa. - eu disse sem jeito olhando em volta.

- Velha demais par ao meu gosto. - disse ele, revirando os olhos e sorrindo torto.

- Bem, me desculpe se eu estou te atrapalhando, é que só queria te agradecer... - falei tudo de uma vez, as palavras saindo numa enchurrada. - Mas acho que agora é melhor eu ir. - me virei para o corredor que levava à porta mas o Damon me segurou pelo pulso.

- Fique mais um pouco. - pediu.

- eu, eu. - tentava achar uma edsculpa para sair dali, eu não sei o vim fazer nessa casa. Acho que vim trazida por meus impulsos.

- Você... - ele incentivou gesticulando com as mãos.

- Espera um pouco, preciso pensar numa desculpa. - confecei corando.

Ele riu. Desceu sua mão que segurava o meu pulso para a minha mãom ne guiando novamente para a sala. Ele se sentou no sofá e ficou me olhando, em pé.

- Não vai se sentar? - perguntou dando um tapinha no lugar vazio ao seu lado.

- Eu estou bem. - eu disse.

- Você não cresce mais, sabia? - ele falou em tom de zombaria.

- Eu sei, mas não precisa esfregar na minha cara. - fingi estar ressentida.

- Bella, quantos anos você tem? - ele perguntou de repente sério.

Me sentei ao seu lado, como ele havia pedido, e o encarei.

- Eu não sou tão novinha, faço dezenove esse ano. - respondi.

- Agora você conseguiu me magoar. - ele colocou a mão no peito fazendo uma cara que acho que era pra parecer triste. - Eu que pensava ser tão jovem...

Eu ri.

- Você tem 22, acertei? - palpitei, analisando a sua face seus traços de homem aparentes, ele não poderia ser um adolescente.

- Na mosca! - disse, piscando para mim.

[Música - You Found Me]

- Sua cabeça doeu muito hoje? - perguntou ternamente, mudando de assunto e tirando os meus óculos delicadamente.

Abaixei a cabeça para ele não ver as olheiras, então ele colocou um dedo sob meu queixo, levantando-o e me obrigado a olhar para ele.

- Um pouco. - confecei fechando os olhos, e corando.

Damon contornou com os polegares, as marcas roxas sob meus olhos, e parou com as mãos em minhas têmporas, eu não estava vendo mas sabia que ele me fitava.

Abri os olhos lentamente e o fitei de volta. Ele aproximaxa o seu rosto do meu, quando percebi o que viria a seguir me afastei para o outro canto do sofá.

- Sinto muito. - sussurrei olhando para o chão. - Eu não posso.

- Eu que me desculpo. - ele disse e se levantou, caminhando para a sacada e puxou as pesadas portas de correr sem fazer esforço algum. Ele se inclinou sob o para-peito com a cabeça jogada para trás, recebendo os raios de sol.

Fiquei alí sentada, o obsevando e me perguntando porque eu não conseguia. Será que eu nunca iria superar isso? Edward dissera que estava me abandonando para eu ter a chance de viver uma vida normal e saudável, - mesmo eu não acreditando muito nisso - se ele foi embora para me dar essa chance, o que eu deveria fazer era a proveita-la, mas isso estava além de mim, eu apenas não conseguia, estava machucada demais para tentar novamente.

Andei até a sacada, me escorando no para-peito assim como ele, mas fiquei observando-o.

- Você está me encarando. - ele disse sem se mover.

- Me desculpe. - eu pedi novamente.

- Não por isso. As pessoas gostam de admirar a minha beleza. - ele falou sorrindo torto, mas ainda sem me olhar diretamente, sorria para o sol, olhava para o sol.

Eu ri, passando os dedos pelo cumprimento do meu cabelo tentando desembaraçar os fios, me distraindo e absorvendo um pouco de vitamina D.

- Não, eu não estava pedindo desculpas por te encarar. - esclarecí.

- Então, por que? - Damon se virou para mim esperando, seu rosto estava rígido, sério, inabalável. Suas pupilas paraceram dilatar e ele não quebrava o contado visual. Pisquei algumas vezes, aturdida e continuei.

- Sabe, é difícil de explicar... É difícil confiar novamente nas pessoas depois que tudo o que você conseguiu, tudo o que você pensava ser verdade ser destruído pela pessoa que você mais confiava. - contei, desabafei, brincando ansiosamente com uma mecha do meu cabelo que brilhava vermelho em um raio do sol, e torcendo para que ele, pelo menos ele, não me achasse uma louca depressiva.

Damon me olhou com compreensão brilhando em seus olhos.

- Eu sei como é. - ele sorriu para mim, um sorriso sincero.

- Amigos? - perguntei estendendo a minha mão.

- Amigos. - ele disse, trocando um aperto de mãos comigo.