Em Busca Da Felicidade

Capítulo 12


Edward Cullen abriu a porta ainda rindo animadamente, e acenando para a loira. Porém, assim que se fechou dentro da casa, o riso caiu, o sorriso murchou, as costas arriaram, e ele jogou a maleta no chão.

Foi para o sofá, tirou os sapatos e buscou o telefone sem fio na mesinha. Discou rápido o numero da casa de Bella. Queria dar boa noite a Anthony.

Um toque. Dois toques. Três toques. Quatro toques e...

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- Alô? – Era inacreditável como a voz de Bella podia ser tão gostosa depois de um jantar chato. Era revigorante.

- Oi, Bella! Está em casa?

- Edward?

- Arrã – ele murmurou e sorriu, sozinho. Que delicia era falar com ela... só assim ele percebia. Arfou baixinho e fechou os olhos, tombando a cabeça no encosto do sofá.

- Oi, Edward – ela falou secamente – o que você quer?

- Queria falar com o Anthony. Dizer boa noite. Tomara que não seja muito tarde.

- Ahn... ele... está dormindo – ela falou, e Edward sentiu uma pontada de hesitação nela. Estava mentindo, ele tinha certeza.

- Bom – ele continuou – então, amanhã, diga que eu liguei e deixei um beijo para ele. Ah, e Bella, eu andei pensando, amanhã é sábado, e eu sei que você não trabalha. Vem tomar um banho de piscina aqui, com o Thony?

- Vou pensar. – ela disse friamente – era só isso?

- Ahn... é. Está com algum problema, Bella?

- Não. Por quê?

- Por nada. Queria saber se está tudo bem com a nossa filha – falou ele, carinhosamente.

Bella engoliu em seco do outro lado. Ele dissera “nossa filha”.

- Está tudo bem com ela – ela falou, um pouco mais mole, e tocou o topo da barriga.

- Que bom. Você sabe que pode me ligar a qualquer hora, não é?

- Agora que você disse, eu sei.

- Ótimo. Não hesite em ligar.

- Certo. Hum, meus pés estão doendo, posso desligar?

- Você saiu? – perguntou ele.

- Sai – falou ela, indiferente – por quê?

- Ahn... por nada. Se divertiu? Eu tive uma noite horrível – disse ele, com sinceridade.

- Ah, claro, até imagino como sua noite deve ter sido tortuosa.

Edward franziu o cenho.

- Por que disse isso?

- Ahn? Por nada. Eu me diverti, obrigada por perguntar.

- Ok, Bella. Descanse. Boa noite.

- Pra você também – ela já estava desligando.

- Hey, Bella! – chamou Edward.

- O quê?

- Beijo.

Bella parou do outro lado. O que devia dizer? Era a primeira vez que Edward a mandava um beijo por telefone. Devia dizer o quê? “Beijo” também, ou “Certo”?

- Alô? Bella? Ainda está aí? – ela não respondeu – Bella? Bella?!

- O quê? Estou aqui.

- Ah, que susto. Bom, tchau, Bella.

- Hum... tchau, Edward. Durma bem.

- Você também, Bella.

Edward bateu o telefone rápido, e mordeu o lábio inferior. Ela estava tão... “sei lá!” pro lado dele.

Suspirou e se levantou, e foi para a cozinha. Não comera quase nada no jantar. Batatas fritas lambidas por uma loira vulgar? Eca! E mesmo ele mandando indiretas como “prefiro as modelos morenas” ou “amo um cabelo natural” ela não se tocava.

Abriu a geladeira e vasculhou. Tinha algumas coisas, mas ele tinha de admitir que era uma negação na cozinha. Pegou o patê na geladeira e o pão em cima da mesa, e comeu um sanduiche. Ok, não matou a fome. Mas estava morrendo de preguiça e muito cansado, tano psicologicamente quanto mentalmente.

Bebeu um copo d’água e subiu as escadas. Tomou um banho rápido, fechou as costinhas e se jogou na cama, completamente nu.

Na manhã seguinte, acordou com um calor sobre o rosto. Abriu os olhos e perdeu a visão temporariamente com o sol.

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- Merda! Quem abriu essa droga de janela?

- Fui eu – falou uma voz feminina do canto do quarto.

Edward caiu da cama, levando o lençol junto e esfregou os olhos.

- Meu Deus! Bella?

Ela riu.

- Você chamou e eu vim.

- Como entrou?

- Usei os pés, sabe... – ela disse achando graça.

- Quem abriu a porta? Eu não tranquei ontem?

- Victoria – ela revirou os olhos.

- Ah, claro.

- Quer saber o recado que ela deixou?

- Ela quem?

- Victoria! – Bella falou, em tom de riso.

- Ah, tá bom, diz o recado da Victoria.

- “Diz pro senhor Cullen que eu e o James temos que ir, por quê a Anne tá tendo uns probleminhas lá em casa. Tem comida no forno e pudim na geladeira. Desculpe não poder ficar” – recitou Bella.

-Anne?

- É... a filha deles que fica sozinha durante a semana porque estes têm que trabalhar aqui – disse Bella, indiferente.

- Ah, claro...

- Então, eu vou sair, porque o Thony está no antigo quarto dele, mexendo em uns brinquedos que ficaram – Bella riu e assobiou, brincalhona – como você é indecente, senhor Cullen.

Edward franziu o cenho, mas Bella já havia saído.

Indecente? Ele?

Ele coçou o queixo e olhou para baixo. Dormira nu, e como qualquer homem normal, acordara já “animado”.

- Oh, meu Deus. Eu sou uma gafe – murmurou para si mesmo, entrando no banheiro.

Escovou os dentes sob o chuveiro o mais rápido que pôde e se vestiu numa bermuda e numa blusa azul clara de botões frontais. Então, com a melhor cara de pau, engolindo a vergonha, cogitando pedir para que Bella colocasse um saco de papel na cabeça, para que ele não visse seu rosto, Edward saiu do quarto, agitando os cabelos molhados, com costumava fazer.

Desceu as escadas, correndo, os pés descalços e encontrou Anthony brincando de lego no chçao da sala e Bella sentada de borboleta no sofá, olhando ao redor da sala.

- Oi, Thony – falou Edward, e se sentou no chão, recostando as costas no sofá.

- Alô, pai – o menino beijou a bochecha de Edward e riu.

- Que foi?

- Nada. Sabe, eu fiquei com saudade.

- Ah, eu também – disse Edward – legal que vocês vieram.

- Eu pedi muito, muito, muito pra mamãe e dei um monte de beijo nela, até ela deixar – o menino riu, e pegou uma pecinha vermelha, unindo a uma amarela e depois a uma verde.

Edward riu.

- Já tomaram café? – perguntou ele, e olhou para Bella.

- Ahã... – negou Bella – mas vou sair para comprar. Victoria não deixou nada.

- Não precisa, eu faço – disse Edward.

Bella não pôde deixar de rir, mesmo que fosse uma coisa um pouco fria.

- Você, Edward? Na cozinha?

- Que foi? Eu vou fazer omelete, ok? Só pra provar que eu sei. Vamos, Anthony. – Edward estendeu a mão.

- Ahn... será que a mamãe não poderia...

- Até você? Traidor!

Anthony riu, mas aceitou a mão de Edward. Bella se levantou com uma das mãos nas costas.

- Essa eu quero ver – falou ela e segui-os até a cozinha.

Edward abriu a geladeira e pegou alguns ovos. Colocou-os na mesa e ficou encarando. Ergueu a cabeça para Bella.

- Ok, você venceu, eu não sei cozinhar.

Bella riu alto.

- Me dá isso – ela pegou uma vasilha e o batedor de ovos na gaveta. Quebrou os ovos na tigela, separando as gemas, e bateu as claras – tem que bater primeiro a clara e depois juntar as gemas – ela explicou, mostrando ao vivo como fazer.

Ela fez o omelete rápido e colocou um prato frente a Edward e um frente a Thony.

- Bom apetite – falou ela e se sentou, encarando o mármore da bancada da cozinha.

- Não sabia que sabia cozinhar tão bem – comentou Edward.

- É... acho que ainda tem muita coisa sobre mim que você não sabe – ela comentou friamente.

Edward abriu a boca, mas nem soube o que falar. Durante tanto tempo se desprendeu dela, que não sabia realmente de seus novos hábitos.

- Hey, pai, vamos pra piscina?

- Claro, Ann.

- Legal – o menino tentou colocar uma colher na boca, mas acabou derrubando – ops, desculpa.

Bella estendeu a mão sobre a mesa, mas colidiu a barriga contra a bancada.

- Opa – falou ela, sem graça.

- Deixa que eu limpo – disse Edward.

- Não ,deixa eu – disse Bella.

- Eu faço! – falou Thony, animadamente.

- Não, não. Eu faço isso, Thony – disse Bella, e buscou um guardanapo.

- Ah, não, eu insisto em fazer, Bella. – Edward falou.

- Não, eu quero – disse Bella, tentando de novo alcançar Anthony por cima da mesa.

- Eu limpo! – Anthony falou divertidamente.

- Não, Bella. Relaxa aí essa barriga e essa bunda na cadeira – disse Edward e pegou um guardanapo também, tentando ajudar Thony, que rasgava um sobre a blusa.

- Quê!? – exclamou Bella – Não, não! Ele é meu filho, eu faço isso!

- Swan como você é teimosa!

- Teimosa!? Cullen, você sempre é tão metido!

- Isabella, você nunca quer me deixar fazer as coisas!

- Fala, sério, Edward Cullen, você sempre é tão mandão!

- Você tá gravida!

- Não morta!

- Puff! Fica quieta aí! – mandou Edward.

- Fica você! – Bella apontou um dedo para ele.

- Fica você! – Ele mirou o dedo e resistiu a vontade de mostrar a língua.

- Fica você!

- Fica você!

- Fica vocês! – Thony falou baixinho e saltou da cadeira – já terminei. Vou vestir uma roupa pra gente ir na piscina, viu, pai?

- Arrã.

- Deixe que eu ajudo você, Thony – falou Bella.

- A gente discutiu tanto que no final não teve jeito.

-Pra você ver como a sua teimosia não dá em nada – retrucou Bella.

- A minha teimosia?

- É, a sua.

- Você que é teimosa!

- Pelo menos eu não fico saindo com loiras com decotes absurdamente vulgares – ela disse e saiu da cozinha, atrás de Anthony.

Edward abriu a boca. Como ela sabia? E o pior, estava pensando bobagens... estaria com ciúmes?

Edward sorriu para si mesmo, indo para a sala. Mas quando chegou nela, encontrou Bella vestindo Thony com uma blusa limpa e pegando a bolsa no sofá.

- O que você...?

Bella pegou Anthony nos braços, e o levou até a porta, saindo com passos determinados até o carro. Colocou Thony na cadeirinha do banco de trás em meio aos protestos do menino.

- Hey, Bella! – Edward chamou da porta.

Bella fechou Thony no carro e voltou para a soleira, para encara-lo.

- Ficou com ciúmes, é isso? – perguntou ele.

- Não é nada disso – disse ela – só estou cansada de você Edward. Sabe, eu só vim aqui hoje, por que um amigo me ligou e disse que eu devia vim. Não foi por você, nem por mim, mas pelo Anthony. Não gosto mais quando você fica tentando mandar na minha vida. Você fez isso comigo por muito tempo, Edward. Tempo demais.

- Bella, você tem que admitir que ainda liga para mim e...

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- Eu ligo para a parte de você (que eu ainda não acredito que realmente seja verdade) que tem a ver com o Thony. Nada mais de você me interessa, Edward. Não sei se você percebeu, mas eu não ligo para mais nada que você faz. Eu te amei demais, por tempo demais, e foi tarde demais que eu descobri que você não era a pessoa certa pra mim.

Bella enfiou um dedo no peito dele, e se virou, indo para o carro. Entrou sem falar com Anthony, nem com Edward.

- Mãe por que a gente tá indo embora? – perguntou o menino.

- Dá um tempo, Anthony – disse Bella, rispidamente.

Nem ela mesma se lembrara de quando fora a ultima vez que tinha sido tão fria com o próprio filho.

Mas naquele momento, se sentia totalmente fora de controle, como se seu coração fosse explodir quando ela simplesmente piscasse.

Colocou o carro em movimento e sumiu na esquina.

Edward permaneceu parado, olhando o fim da rua. Sentia-se entorpecido. A pouco menos de uma hora, Bella brincara com ele. Mas agora, Bella se revoltara assim. Ele não se lembrava de Bella ter falado com ele daquele jeito antes. Parecia outra Bella, uma totalmente diferente da que ele conhecia. Uma que não gostava dele, que não queria ele com Anthony, que guardava magoas e rancores, e o pior, que deixara de amá-lo.

“Você me tem fácil demais, e não parece capaz de cuidar do que possui. Você sorriu e me propôs que eu te deixasse em paz, me disse vai e eu não fui. Não faça assim, não faça nada por mim, não vá pensando que eu sou seu”
(Paula Toller)