Triângulo De Verão

Vega, Deneb e Altair


Era uma noite de verão muito quente, na verdade, a mais quente do ano. O céu estava limpo e era possível visualizar estrelas que nunca eram vistas.

- Vem Jorge! Estamos quase chegando.

Ao ouvir o irmão, Jorge passou a se empenhar mais em subir o morro. Ele estava cansado, encharcado de suor (isso não seria tão ruim se estivesse soprando alguma brisa) e não agüentava mais carregar a maldita mochila que Fred lhe dera no momento que saíram da Toca. Por mais que Fred dissesse que eles já estavam chegando (e ele já falava isso há mais de meia hora), o lugar parecia nunca chegar.

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- Porque nós não pegamos as vassouras, Fred? Seria muito mais fácil!

- Deixa de ser frouxo, Jorge! – Jorge notou que a voz do irmão estava meio distante e passou a subir ainda mais rápido – Não ia ter graça com as vassouras, não ia valer a pena.

Em poucos minutos Jorge alcançou o irmão, que estava sentado recuperando o fôlego, no topo do morro. Olhando em volta o garoto reparou que estavam no morro mais alto da propriedade. Ele colocou a mochila junto com a do irmão e se sentou também.

- Ok, agora trate de me dizer porque viemos aqui.

- Não tão rápido, Jorge. – Fred se levantou e foi ate as mochilas – Por Merlin! Porque você tem que ser tão ansioso assim!?

- Talvez porque você também seja Fred.

Se Fred ouviu o que o irmão falou ele não deu o trabalho de responder a “provocação”.

Sem uma resposta vinda do irmão, Jorge passou a olhar para a paisagem a sua frente.

- Fred, você não acha estranho estar aqui de noite? Quer dizer, mamãe nunca nos...

BAP!

- O que diabos... – disse Jorge segurando uma grande almofada quadriculada – Por que você jogou iss...

BAP!

- QUER PARAR DE JOGAR ESSAS COISAS EM MIM?! – agora ele segurava uma pequena almofada rosa.

Ignorando o berro do irmão, Fred abriu a outra mochila e pegou almofadas idênticas a do irmão e foi se juntar a ele.

- Você precisa das almofadas, ficar no chão por muito tempo deixa você dolorido. – disse Fred jogando as almofadas que carregava no chão, ao lado do irmão. – Sabe se você for ficar apenas abraçando as almofadas eu vou usa-las e a sua bunda vai ficar quadrada por ter preferido sentar no chão. – e ao dizer isso Fred deitou de costas na “cama” improvisada.

Ainda relutante Jorge imitou o irmão, e ele estava tão cansado e as almofadas pareciam tão convidativas a um cochilo...

O mar ficava cada vez mais agitado, fazendo com que o navio balançasse cada vez mais violentamente.

“Jorge.”

Seu irmão o chamava... Se ele soubesse ao menos de onde vinha a voz...

“Jorge.”

O barco passou a balançar mais e uma grande onda invadiu o convés derrubando o garoto.

- FRED! – ele não via o irmão, talvez ele tenha caído na água... Ele ia se afogar... – FRED!

“Jorge.”

A voz do irmão estava mais próxima, ele tinha certeza, mas... Mas...

“Jorge!”

Ele abriu os olhos assustado... Estivera dormindo? Olhou para o lado e viu que Fred o encavara.

- Fred?

- Você estava dormindo... Desculpa te acordar, mas é que eu finalmente achei o que eu queria te mostrar! – Fred disse e apontou para o céu.

Jorge, agora de bruços, girou levemente a cabeça e encarou o céu que o irmão apontava, não havia nada ali alem de estrelas...

- O que você quer mostrar, F-f-fred? –disse Jorge sem conseguir conter um bocejo.

- O Triângulo de Verão!

- O Triângulo do que?

- De Verão, Jorge! De Verão! O que diabos você faz nas aulas de astronomia?

- Durmo! Aulas de astronomia foram feitas para dormir!

- Não importa, eu subi esse morro para te mostrar o Triângulo de Verão e eu vou mostra-lo! Apenas acompanhe minha mão, okay?

Em resposta Jorge deu um aceno positivo com a cabeça.

- Esta vendo, aquela estrela é Vega, faz parte da constelação de Lira... E aquela ali é Deneb, faz parte da constelação de Cisne... E agora... Hum... Ali! Aquela é Altair! Faz parte da constelação de Águia. Consegue ver o triângulo agora, Jorge?

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- Sim... – na verdade, ele não via o triângulo, sequer estava prestando atenção no que Fred dizia. Por mais que sua cabeça estivesse inclinada para ver o céu, tudo que em Jorge conseguia prestar atenção era na parte visível do rosto do irmão, e em como Fred parecia tão empolgado com algumas linhas imaginarias formadas no céu....

As estrelas já haviam sumido há horas, e o céu já começava a clarear quando os gêmeos decidiram voltar para casa. Eles sabiam que iam receber uma bela bronca da mãe, provavelmente ficariam proibidos de jogar quadribol com os irmãos durante o resto do verão, mas no momento isso pouco importava. Por motivos diferentes essa noite ficaria na memória de ambos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.