15x15: Desafio de Gênios - Interativa

Desafio 1: Captura da bandeira - parte 1


Ao mesmo tempo, uma pequena tela se acendeu em cada uma das bases, tanto as verdadeiras quanto as falsas. Todas as equipes se assustaram ao ouvir o barulho parecido com os aparelhos de senhas de lanchonetes, e começaram a se preparar quando o número 30 passou para 29, depois 28, 27, 26...

*****

Equipe marrom

Shikamaru: Gente, está começando! - ele falou para os outros dois no grupo e para seu parceiro pela mente - se preparem! Estão em seus lugares?

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Neji + Kiba: Sim.

Shikamaru: Certo - a tela passou para 20 segundos - repassando o plano: vamos atacar as bases laranjas, todas as três. Neji vai pra lá e eu pra cá. Depois disso, mesmo se um de nós conseguir a bandeira, nos encontramos na terceira base, que fica lá - ele apontava enquanto falava - entendido?

Neji: Entendido.

Shikamaru: E você vai nessa direção, Kiba. Lembra do que tem que fazer, não lembra?

Kiba: Claro - ele resmungou - a parte mais entediante do plano. Como eu poderia esquecer?

Neji: Você deveria estar feliz. Ficou com a parte menos perigosa.

Kiba: E mais sem graça! Enquanto vocês vão atrás da bandeira, eu só tenho que fugir? Por que justamente eu tinha que fazer isso? - ele fez bico.

Shikamaru: Por que você e o Akamaru são mais rápidos.

Kiba: Ah, isso é verdade - ele sorriu de lado - mas ainda acho injusto.

Eles pararam de falar quando viram que o número na tela já era 8, passando para 7. Eles trocaram um olhar nervoso.

Shikamaru: É isso. E como líder da equipe, minha última ordem pra essa prova é: não morram.

Shikamaru respirou fundo. 4, 3, 2...

"Preparado?" perguntou para Kakushi, seu parceiro.

"Sim" ele respondeu depois de um longo suspiro. Mesmo sem "ouvir" sua voz literalmente, Shikamaru podia sentir a determinação.

...1 - os números na tela sumiram, ficando tudo verde, o sinal de que a prova tinha começado. E para confirmar, um som irritante de buzina saiu do teto da base.

Shikamaru: Muito bem, gente - ele gritou, já começando a correr - vejo vocês quando vencermos a prova!

Mesmo tão tenso e tão nervoso, Neji deu um sorriso de lado enquanto corria em direção às arvores. A determinação de Shikamaru desde que montaram a equipe o motivou, agora ele estava confiante de que podiam ganhar. "Ei, Rick" chamou pelo parceiro. "Vamos vencer esse desafio, entendeu?".

"Agora eu gostei de ver!" respondeu, animado. "Chega de Neji rabugento. Se continuar confiante assim, é claro que nós vamos vencer" Neji se permitiu uma risada. "Só não vai inventar de morrer logo no primeiro desafio, tá bom? Obrigado".

"Pode deixar, majestade".

Enquanto isso, Kiba corria o mais rápido que podia para o outro lado, com Akamaru em sua cola. Não demorou muito para começarem a pular de árvore em árvore.

"Como vai aí?" Nagito perguntou para Kiba.

"Até agora, bem. Por esse caminho que vocês fizeram, desviando das bases, acho que não vou ter problemas".

"Com certeza não" ele disse. "Qual é a chance de você encontrar alguma outra equipe passando?"

"Na verdade, isso pode acontecer..."

"Não, não pode. O plano que nós fizemos é perfeito".

"Tá, talvez seja quase perfeito, mas imprevistos podem acontecer".

"Que seja, que seja. Seria até bom se você encontrasse alguém. Estou louco pra ver o que esse seu Akamaru faz".

"Eh, você não perde por esperar".

Por falar em Akamaru, o cachorrinho, que pulava ao lado de Kiba, deu um latido bem nessa hora.

Kiba: O que foi, garoto? - perguntou, mas ao perceber o olhar de Akamaru sobre a bandeira marrom soltando de seu braço, ele tratou de arrumar - er, isso tá muito óbvio. É melhor eu esconder, não é?

Rapidamente, ele enfiou a bandeira por dentro da roupa colada, escondendo-a completamente.

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Kiba: Agora está melhor - disse, olhando para os lados conferindo se não tinha ninguém vendo - espero que ninguém perceba que eu estou com a bandeira.

"Mesmo se perceberem, você mesmo disse que o Akamaru é muito bom e não sei o que, então não tem chance de eles pegarem" disse Nagito.

"Ei! Como você ouviu o que eu disse?"

"Está pensando alto demais, Kiba" ele riu.

O Inuzuka continuava cada vez mais rápido, olhando para os lados o tempo todo. Estava nervoso por carregar aquela bandeira, o tempo todo achava que R e T o matariam ou talvez alguma coisa pior. Tudo bem, em momento nenhum elas disseram que a bandeira tinha que ficar na base. Mas se tinha uma base, era por algum motivo... E a possibilidade de estar quebrando uma regra daquelas duas pessoas estranhas o amedrontava e o fazia ficar atento a qualquer sinal de perigo.

Devia admitir, era um plano bom. Ninguém esperaria que uma bandeira estivesse andando pelo mapa. Shikamaru e os parceiros dos três tiveram uma ótima ideia - porém, era arriscado. Eles não tinham certeza se podiam ou não fazer aquilo. E Kiba sinceramente não estava muito a fim de descobrir.

*****

Equipe branca

Rex: O que vamos fazer agora? - disse o loiro, começando a se desesperar - a prova já começou e ainda nem temos um plano!

Hinata: Não temos tempo, daqui a pouco alguém encontra nossa base.

Rex: Droga, por que a gente não bolou nada antes?

Hinata: E-eu tentei fazer um plano, mas... - os dois olharam para Nezumi, que estava de braços cruzados encostado em uma árvore próxima.

Enquanto estavam a caminho da base, eles praticamente não conversaram - nem mesmo bolaram um plano. Quando Hinata tentou começar alguma coisa, Nezumi a cortou dizendo que não era necessário, e simplesmente escolheu três bases aleatórias no mapa. E quando perguntaram se ele queria ser o líder da equipe, Nezumi disse que não, sem mais nem menos. Quem acabou como líder foi Hinata, só porque seu parceiro Fernando não parava de insistir.

Nezumi: Vocês querem uma estratégia? - disse ao perceber os olhares dos dois sobre ele - bem, então é o seguinte: eu vou atrás de alguma bandeira. Um de vocês fica aqui tomando conta da base, e o outro faz o que quiser. Pode ir atrás de outra base ou simplesmente não fazer nada, eu não me importo. Desde que não me atrapalhem, façam qualquer coisa.

Rex e Hinata trocaram um olhar, sem entender porque Nezumi estava agindo daquele jeito.

Rex: Não seria melhor dois de nós irem juntos? - sugeriu.

Nezumi: Sem chance. Não vou servir de babá pra nenhum dos dois - ele se virou para sair - se me dão licença, eu estou indo. E vocês estão perdendo tempo parados aí.

Sem mais nenhuma palavra, ele sumiu entre as árvores.

"Nezumi?" pouco depois de sair da base, Hotaro chamou por ele. "Onde você está?"

"Indo atrás de uma bandeira".

"E Rex e Hinata? Da nossa equipe?"

"Estão lá na base" sua voz soava entediada. "Por que quer saber?"

"Bem... Eu achei que talvez você devesse tomar conta da bandeira enquanto os dois--" ela foi interrompida.

"Sem chance" Nezumi disse. "Não vou confiar minha vida a esses dois pirralhos que eu nem conheço. Prefiro ir atrás da bandeira eu mesmo pra me garantir".

"Mas..." ela tentou protestar, mas parou. O pouco que descobriu sobre Nezumi enquanto conversavam já deixava claro que mesmo se ela o mandasse fazer alguma coisa, ele apenas ignoraria se não estivesse a fim. "Tudo bem" disse por fim.

Enquanto isso, na base, Rex e Hinata ainda não sabiam o que fazer.

Rex: E agora? - perguntou, quebrando o silêncio estranho que ficou quando o mais velho saiu.

Hinata: Bem... Acho que ele não falou sério, mas se é a única saída que temos, então um de nós fica aqui e o outro vai atrás de alguma bandeira.

Rex: Mas não seria perigoso um de nós andar sozinho por aí sem nem saber o que as outras pessoas vão fazer quando nos encontrarem?

Hinata: Talvez... Mas não temos garantia de que o Nezumi vai conseguir a bandeira.

Rex: Verdade - ele concordou com a cabeça - ele pode estar todo confiante, mas se não conseguir, a gente vai acabar ficando em último.

Hinata: Isso não seria legal - ela engoliu em seco ao lembrar que a equipe em último lugar perderia um dos integrantes.

Rex: Certo, então acho que vamos ter que fazer isso - ele suspirou pesadamente.

Hinata: Mas qual de nós vai ficar aqui? - ela perguntou.

Eles se entreolharam. Os dois queriam ficar na base, mas continuavam esperando alguma palavra um do outro. Foi quando Rex lembrou do quase-plano de sua parceira, Akira: "Não importa o que aconteça, fique seguro. Observe tudo que acontece ao redor, claro, e arrume algum aliado, mas principalmente fique seguro".

Como se lesse sua mente, Hinata disse:

Hinata: Tudo bem, eu vou.

Rex: O que? Ah... T-tá, tá bom - ele tentou um sorriso, mas imaginou que saiu mais como uma careta - mas por que você...?

Hinata: Eu tenho uns amigos aqui - ela abaixou a cabeça - quero ver se encontro com eles. Talvez possam ser aliados da nossa equipe.

Rex: Ah, certo - ele disse, e os dois continuaram olhando cada um para uma direção. Até que Hinata teve um estalo e lembrou que o tempo estava passando.

Hinata: Ah! É melhor eu ir - disse, já virando e começando a correr.

Rex: Certo.

Hinata: Te vejo no fim da prova!

Vendo a garota se afastar, Rex tirou um cartão que estava escondido na manga de rua roupa desde que chegaram na base. Dando uma olhada no bracelete, ele encontrou facilmente uma "rachadura" por onde passaria o cartão para fazer Ace, o dinossauro, aparecer. Se perguntou como R e T conseguiram fazer aquilo, mas deixou para pensar na resposta depois, e com um suspiro, subiu na árvore mais próxima e se escondeu entre as folhas, o cartão pronto na mão, esperando alguém aparecer.

*****

Equipe verde

Thalia: Tá, e agora? Escolhemos as bases, mas não temos um plano de verdade!

Thalia, Nico e Hazel estavam sentados no chão da base, um encarando o outro. Dois minutos haviam se passado desde que a prova começou e eles ainda não tinham decidido nada.

Hazel: O que eu sei é que temos que ir atrás de pelo menos uma bandeira. Só com a nossa não podemos ganhar.

Nico: Mas alguém tem que ficar aqui, ou se outra equipe aparecer vai levar a nossa bandeira embora.

Thalia: Vocês dois podem ficar então. Eu vou atrás dessa base aqui - ela apontou para um ponto marrom no mapa em seu bracelete - é a mais próxima. Se não encontrar nada, eu vou nessa laranja, depois da na branca, até conseguir uma bandeira.

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Hazel: Mas! Mas você vai sozinha? - ela se preocupou - é perigoso demais.

Thalia: Não se preocupe, vou ficar bem - ela levantou, mas Hazel segurou seu pulso.

Hazel: Pode deixar que eu vou.

Thalia: Nada disso. Você e o Nico ficam. Dois filhos de Hades juntos, vocês vão proteger a nossa bandeira melhor que eu.

Os irmãos se encararam por uns cinco segundos. Enquanto isso, Thalia já se afastava na direção das árvores.

Nico: Tem certeza que vai ficar bem? - ele ainda estava relutante.

Thalia: Claro - disse, com um meio sorriso - volto tão rápido que vocês nem vão perceber. Tomem cuidado! Por favor, não morram.

Com isso, ela acenou com a mão e sumiu entre uma árvore e outra. Hazel continuou encarando o ponto onde viu Thalia pela última vez enquanto pensava.

Nico: O que vamos fazer?

Hazel: Ficar aqui definitivamente não é uma opção.

Nico: Com certeza não - concordou - Thalia não pode se arriscar sozinha.

Hazel: Mas não podemos deixar a bandeira desprotegida - ela lembrou - precisamos pensar em um jeito de fazer as duas coisas sem nos separarmos.

Nico: Vou falar com o Kano. Talvez ele ou Mori tenham alguma ideia.

Hazel: Ah, é - ela acenou com a cabeça antes de chamar a parceira: "Mori?"

"Sim?" respondeu na mesma hora.

"Precisamos de ajuda" Hazel foi direta, não podia perder tempo.

"Ah, eu estava pensando nisso agora mesmo! Pode falar"

"Bem... Eu e Nico estamos na base agora. Thalia saiu pra procurar outra bandeira, mas não podemos ficar aqui sem fazer nada" a filha de Plutão explicava resumidamente. "Mas também não podemos simplesmente sair e deixar a base desprotegida. E claro, não queremos nos separar, isso seria pior. O que fazemos?"

"Hm... Thalia mandou vocês ficarem aí?" perguntou.

"Sim".

"Vocês não deviam seguir as ordens da líder do grupo?" sua voz soava divertida.

"Ela não precisa saber" Hazel sorriu de lado.

"Claro que não" as duas deram risadinhas abafadas. "Mas primeiro eu preciso saber quais são suas habilidades... Talvez sejam úteis".

Hazel lembrou que durante o tempo em que conversaram no pátio, nem tocaram nesse assunto. Tinha algo sobre os poderes dela em um quadro no quarto onde acordou, mas era bem básico, então Mori nem fazia ideia.

"Hm, eu posso tirar ouro do chão. E diamantes, pedras preciosas... Coisas de valor, sabe?"

"Sério?" ela parecia surpresa.

"Claro. E eu também consigo me orientar em túneis subterrâneos".

"Isso é perfeito! Já sei o que fazer".

"Tão rápido?" seus olhos dobraram de tamanho.

"Bem, não é um plano muito complicado, então..." ela respirou fundo. "Ok, é o seguinte: você consegue tirar muita coisa do chão ao mesmo tempo?"

"Sim, eu acho. Se eu me concentrar".

"Então olha... Você vai conseguir o máximo de coisas que puder, ok? Você junta tudo e faz um "escudo" para proteger a bandeira. Alguma coisa que ninguém consiga quebrar. Aí você e o seu amigo podem sair da base".

Hazel analisou a ideia por alguns segundos. Sim, poderia funcionar. Seria difícil manipular tanto metal/pedra ao mesmo tempo, mas ela sabia que conseguiria se tentasse.

"Boa, Mori. Valeu!"

"Não precisa agradecer. Estou aqui pra ajudar" ela sorriu, mesmo sem Hazel ver. "Se tiver problemas, pode me chamar".

"Certo".

Hazel: E aí, Nico? - perguntou ao outro quando parou de falar com Mori.

Nico: Kano me deu uma ideia muito boa - mesmo sem sorrir, Hazel viu a animação nos olhos do irmão.

Hazel: Mori também. Mas fala a sua primeiro.

Nico: Vamos ficar nós dois aqui. Você na base e eu escondido nas árvores - começou a explicar - quando alguém aparecer, vai te ver e provavelmente vai querer lutar. Enquanto a pessoa estiver ocupada com você, eu vou pegá-la por trás. Então nós dizemos que ou ela nos leva até sua base ou a matamos.

Hazel: ...E mesmo se tiver mais alguém lá, não vai nos atacar - completou - porque mesmo se não se importar com a pessoa, perder alguém da equipe já é uma desvantagem.

Nico: Exatamente.

Hazel: É mesmo uma boa ideia. Só não sei se vou querer matar alguém...

Nico: Tudo bem, é só pra ameaçar mesmo. Mas o plano ainda tem um furo... Vamos ter que nos separar ou deixar a bandeira sozinha quando pegarmos alguém.

Hazel: Não vamos não - ela sorriu - porque eu vou fazer um escudo.

Nico: Como assim?

Hazel: A ideia de Mori foi pegar algumas coisas do chão como você sabe que eu faço... E juntar tudo em um escudo pra proteger a bandeira. Então nós podemos sair que ninguém vai pegar.

Nico: Isso encaixa perfeitamente - ele ergueu as sobrancelhas.

Hazel: Então vamos fazer isso?

Nico: Com certeza - os dois levantaram e bateram as mãos rapidamente.

Em pouco tempo, Hazel já estava pronta para "chamar" todos os metais que sentia no chão perto dali. Quando o escudo ficou pronto, eles esconderam em um arbusto para deixar a bandeira bem à vista para qualquer um que passasse. Nico subiu em uma árvore e se escondeu entre alguns galhos. Estavam nos lugares, apenas esperando alguém chegar.

*****

Equipe laranja

Yuu: Tem certeza que a bandeira está segura? - perguntou a morena pela milésima vez.

Shinra: Não posso garantir isso. Mas está muito mais segura do que se estivesse nessa base.

Inukashi: Ainda acho que esse plano vai dar merda - ela continuava pessimista desde que saíram do pátio.

"Mas como você é chata, hein" disse Firtina na cabeça da guarda-cães. "Não para de reclamar. Dá um descanso!"

Inukashi: Fica quieta, garota! - ela gritou, atraindo os olhares de Shinra e Yuu.

Shinra: O que foi?

Inukashi: Essa idiota na minha cabeça - resmungou - ela me irrita tanto que até me faz esquecer que não preciso falar.

Shinra: Só eu que gosto do meu parceiro aqui? - ele ergueu as sobrancelhas.

Yuu + Inukashi: Só!

Shinra: Vish, a coisa tá feia - ele olhava para as duas enquanto falava - temos que resolver isso ou vamos nos dar mal quando os desafios pedirem trabalho em equipe.

Inukashi: Mas isso é coisa pra outra hora. Primeiro vamos nos concentrar nessa prova.

Yuu: Então... Será que a bandeira está-- tentou fazer a pergunta de novo, mas Inukashi não deixou.

Inukashi: Quantas vezes ele vai ter que repetir que SIM, a bandeira vai ficar bem?

Yuu: É que... Mesmo ele repetindo, eu ainda não tenho certeza.

Shinra: Se ninguém aqui for retardado, não vão passar em uma base não marcada no mapa - garantiu - não precisa se preocupar.

Yuu: Na verdade, acho que o que me preocupa é isso. Base não marcada.

Shinra: Por que?? - ele pareceu confuso - o que tem de errado?

Yuu: Sei lá, não sei se hackear o mapa era permitido.

Os dois se entreolharam equanto Inukashi pegava o menor dos quatro cachorros no colo. O plano que Shinra e seu parceiro Thed montaram para a equipe era, basicamente, hackear o mapa para as outras equipes não encontrarem a base verdadeira deles. Como Thed era hacker, ele conseguiu fazer isso, mas Yuu não tirava da cabeça que era contra as regras.

Shinra: Não disseram em momento nenhum que era proibido - disse ele.

Yuu: Mas não é meio que trapaça?

Inukashi: Você é tão besta quanto o Shion - ela gargalhou - isso aqui é um jogo de sobrevivência. Nada é proibido, e os chefes desse lugar sabem disso. Então pode parar de falar nisso?

Os olhos de Yuu passavam de Shinra para Inukashi sem parar. Por fim, ela disse:

Yuu: Tudo bem, vou confiar no plano.

Inukashi: Ótimo. Agora podemos ir embora? - ela já estava impaciente.

Shinra: É, é melhor irmos.

Inukashi assobiou e os três cachorros que estavam no chão a seguiram em direção às árvores.

Yuu: Hmm, posso ir com você? - ela perguntou timidamente - eu não tenho certeza dos meus poderes, e...

Shinra: Tudo bem, pode vir - ele sorriu gentilmente - você já falou que não sabia bem o que podia fazer, então eu ia te chamar pra vir comigo de qualquer jeito.

Yuu: Ah! Ok então - ela sorriu de volta.

Os dois saíram da base, um atrás do outro, para o lado contrário ao que Inukashi foi segundos antes.

~*~

Depois de andarem um pouco, um dos cachorros da guarda-cães começou a grunhir - o pequeno, de pelo amarelado, que ela carregava no colo. Ele grunhia baixo, mas não demorou muito para os outros fazerem o mesmo, e dessa vez mais alto. No começo, Inukashi ignorou, mas ao ver que estavam inquietos, ela pensou que talvez fosse importante.

Inukashi: Ei, o que é isso? - perguntou.

Eles farejaram o ar e começaram a latir. Sem entender nada, ela colocou o cachorro menor no chão para ver se resolvia.

Inukashi: Suna, o que está havendo? - perguntou a ele, recebendo como resposta dois latidos, e o cachorrinho correu na frente dos outros, guiando Inukashi. Ela começou a correr também, rindo internamente do nome. Suna era o único cão que tinha nome - e, como esperado, quem inventou isso foi Shion, aquele cabeça de vento. Depois que começou a dar nomes aos ratos do Nezumi (Hamlet, Cravat e Tsukiyo), Shion quis fazer isso com cada um dos cachorros de Inukashi também, mas ela o parou ante que os nomes pegassem. O único que ela continuava falando era o de Suna, porque o pelo dele tinha cor de areia.

A guarda-cães aspirou profundamente o ar, procurando algum cheiro estranho. Era uma possibilidade pequena, mas se os cachorros estavam tão agitados, talvez tivesse mais algum cão ali. E por passar a vida inteira naquele hotel, ela tinha o faro aguçado e podia facilmente sentir o cheiro de outros cães. Mas não sentiu nada. Então imaginou que o motivo da agitação de Suna e dos outros era outra coisa.

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Ela continuava seguindo os quatro, correndo sem parar. Passava pelas bases que encontrava no caminho, mesmo se o mapa dissesse que estavam vazias, mas não encontrou nem bandeiras nem pessoas. Correndo há quase dez minutos, Inukashi já estava sem fôlego, achando que os cachorros estavam ficando loucos.

Inukashi: Parem! - ela disse, e eles obedeceram na hora - não estou entendendo vocês! Estão doidos?

Suna pulou em sua perna, latindo. Ela suspirou e farejou o ar outra vez. Achou que não ia sentir nada, mas...

Inukashi: Tem outro cachorro aqui - sua voz soou confiante - com certeza tem. É isso que vocês estão procurando? - eles latiram, confirmando. A guarda-cães passou os olhos ao redor - tudo bem... Vamos encontrá-lo então.

Ela ficou tensa, mas voltaram a correr. Tensa porque não tinha a menor ideia de como o dono do cachorro desconhecido seria - e nem de longe os quatro que estavam com ela eram os mais fortes que ela tinha. Mas mesmo assim, ela tinha que se arriscar e ir atrás dele.

E como o cheiro estava forte, ela sabia que não demoraria muito para encontrar o dono.

*****

Equipe roxa

Assim que o barulho de buzina saiu do teto da base da equipe roxa, Izaya começou a falar:

Izaya: Ok, já que me escolheram como chefe da equipe, eu vou falar o que vamos fazer. O plano é bem simples. Leo vai nessa direção, vai subindo passando pelas bases que encontrar no caminho. Kanade faz a mesma coisa, mas pra baixo.

Kanade: E você?

Izaya: Alguém tem que ficar aqui tomando conta.

Leo: Ah, mas por que tem que ser você? - o filho de Hefesto protestou.

Izaya: Porque eu sou o líder da equipe. E para que o meu plano dê certo, especificamente eu tenho que ficar.

Leo: Eu acho que nós três deveríamos montar o plano juntos... Mas só acho.

Izaya: Nada disso. Podíamos ter montado enquanto estávamos vindo pra cá, mas não montamos, então eu tive que fazer alguma coisa agora. Na verdade, não fui nem eu que pensei em tudo, foi minha parceira, e ela disse que eu devo ficar aqui, então vou ficar.

Leo: Não é que eu não quero me arriscar... Mas a Kanade devia ficar na base.

Izaya: Por que? Acha que ela é fraca pra ficar andando por aí sozinha? - ele sorriu, girando uma faca na mão, que recebeu quando chegaram na base.

Leo: N-não, mas--

Izaya: Tem problema pra você, Kanade? - interrompeu Leo, sem desviar os olhos.

Kanade: Não. Eu posso ir.

Izaya: Então está feito! Vamos lá, ação vocês dois.

Leo e Kanade se entreolharam.

Leo: Tá bom, tá bom - cedeu - mas cuidado com essa bandeira! Não seria muito legal perder logo no começo desse jogo.

Izaya: Não se preocupe comigo, eu vou ficar bem.

Sem mais, os dois foram cada um para o lado que Izaya apontou.

Ele esperou alguns minutos deitado no chão, apenas girando a faca. Quando olhou o mapa no bracelete e viu os dois pontinhos que representavam Kanade e Leo já longe dali, ele levantou do com um suspiro, andou tranquilamente até as árvores e entrou no meio delas.

Izaya: Até parece que vou deixar toda a diversão pra eles - falou para ninguém.

"Onde pensa que está indo?" perguntou Yoi. Izaya sorriu. Tinha esquecido completamente que ela o observava por câmeras.

"Não é óbvio? Vou procurar uma bandeira".

"Izaya... Você tem uma bandeira na sua mão na base. Pra que isso?" ela parecia contrariada. Não esperava que ele seguisse seus planos nos mínimos detalhes, mas ficar na base tomando conta da bandeira era o mínimo que ele tinha que fazer.

"Eu já te disse que não quero perder a ação. E o que vai acontecer se eu ficar parado?"

"Não esqueça que outras pessoas podem passar por lá. E aí é claro que vai ter briga ou qualquer coisa assim".

"Não entende, mamãe Yoi?" ele riu com o apelido. "Procurar briga e ficar parado esperando que ela chegue são duas coisas bem diferentes".

"Considerando que uma hora com certeza ela vai chegar... Não acho tão diferente assim".

"Tudo bem, deixa pra lá" Izaya abanou com a mão, sabendo que ela prestava atenção nas imagens das câmeras. "Quando você ver o que eu estou planejando fazer, vai entender por que não quero ficar lá".

"Não sei de onde tira toda essa confiança, mas tudo bem. E se você não conseguir uma bandeira?"

"Isso não é uma opção".

"Ok. Vou acreditar no que você diz".

Ele não tinha uma base específica na cabeça, então só continuou andando procurando por alguma. Pelo que o mapa dizia, as equipes verde e branca eram as que tinham bases mais próximas de onde ele estava, então Izaya seguiu na direção delas. Não sabia se eram verdadeiras ou falsas, mas foi atrás delas mesmo assim.

~*~

Kanade já tinha passado por duas bases, e nem sinal de gente. Estava começando a achar que estava indo para o lado errado, mas o tempo todo Reeika a lembrava que não estava e a mandava continuar andando. A positividade da garota era tão estranha que Kanade preferia nem perguntar o porque daquilo. Ela só fazia o que a outra mandava.

"Tem certeza que é por aqui?" perguntou outra vez.

"Claro, claro. Dê uma olhada no mapa no seu bracelete" Reeika respondeu. "A próxima base é uma verde que está bem perto de você. Estou confiante que tem alguém aí!"

"Mas você disse isso sobre as duas últimas bases por onde passamos..."

"É, hehe... Mas de verdade, eu estou sentindo que vamos encontrar uma bandeira aqui! Vai por mim".

"Tudo bem" e assim continuou a andar.

Não demorou muito para ver que a quantidade de árvores estava diminuindo - sinal de que tinha alguma base por perto. Kanade viu entre um tronco e outro algo balançando... Verde, molenga, preso num pequeno mastro.

"Aquilo é... A bandeira verde?" ela piscou duas vezes para acreditar. "Você... Você estava certa, eu encontrei".

"Eu sabia! Ela está aí!" Kanade podia imaginar o sorriso no rosto da outra. "Bem, agora é só pegar... Mas tome cuidado. Estou vendo em uma das câmeras que tem uma garota escondida perto da bandeira".

"Ela deve estar esperando pra me pegar quando eu chegar perto" completou o pensamento da outra. "Eu vou evitar lutar, mas se precisar, por favor me ajude com as imagens que você tem aí".

"Pode deixar!"

Com um suspiro, Kanade caminhou tranquilamente até a bandeira verde. Esperava que a tal garota pulasse de um arbusto a qualquer instante, mas isso só aconteceu quando ela estava a um passo do mastro.

Uma menina com a pele cor de chocolate e o cabelo preso com a faixa verde surgiu de sabe-se lá onde. Ela caiu na frente de Kanade e segurou a bandeira com força.

"O nome dela é Hazel" informou Reeika. "A ficha aqui está meio incompleta... Mas parece que ela tem poderes relacionados ao subsolo e a pedras. Cuidado".

Kanade: Hazel - ela disse o nome da outra, que não mudou a expressão - eu não quero brigar. Por favor, me dê a bandeira e eu te deixo em paz.

Hazel: Sem chance... Kanade - Hazel reprimiu um sorriso - se quiser, vai ter que vir pegar.

Os dois pares de olhos dourados se encararam por cinco segundos, um mais ameaçador que o outro.

Kanade: Eu não queria fazer isso, mas parece que não tenho escolha - com um suspiro, ela sussurrou: - Hand Sonic.

Uma lâmina parecida com uma espada apareceu nas costas de sua mão, exatamente como ela mostrou para Reeika quando estavam no pátio. Sem nem esperar a reação da tal Hazel, Kanade a atacou, fazendo movimentos com as mãos como de desse socos. Por muito pouco não acertou a outra.

Mas Kanade não entendeu quando ouviu o barulho de duas lâminas se chocando. Demorou para perceber que o barulho vinha do Hand Sonic contra uma espada, que surgiu do nada na mão de Hazel.

Elas trocaram um olhar desafiador.

"Isso... Vai... Ser... Incrível" Reeika falou as palavras pausadamente. "Ver um anjo lutando! É claro, só tome cuidado para não matá-la, isso não seria... Ah, quem eu estou tentando enganar? Vamos, acabe com ela!"

Agora a confiança de Reeika não parecia tão ruim. Pelo contrário, motivou Kanade. Ela queria ganhar aquela luta de qualquer jeito.

"Deixa comigo".

*****

Rex estava tão entediado que já estava quase dormindo. Sentado no alto de uma árvore, chegou uma hora que ele fechou os olhos e já começava a cair, mas por pouco se segurou em um outro galho.

"Eu achei que esse desafio seria mais agitado" falou para Akira, esfregando o olho. "Isso aqui tá um saco".

"Veja pelo lado bom. Pelo menos você se livra de briga".

"É, mas se eu soubesse que seria assim, eu nem teria subido nessa árvore. Isso é muito desconfortável".

"Aposto que se você sair daí alguém vai aparecer bem na hora".

"Não duvido nada".

Com um suspiro, ele encostou a cabeça no tronco da árvore e ficou brincando com o cartão de Ace, que estava escondida na manga da roupa.

Perdeu a conta de quantos minutos tinham passado. Quando estava quase dormindo de novo, Akira o chamou:

"Rex! Rex, acorda! Está me ouvindo?" sua voz era meio sussurrada.

"Ahn? Estou, o que foi?" respondeu, ainda sonolento.

"Presta atenção! Tem alguém chegando perto da base".

Depois dessa frase, o loiro acordou completamente. Olhou em volta com os olhos arregalados, mas não encontrou ninguém.

"É uma garota. Não tem nenhuma arma, eu acho... Mas cuidado, ela pode ser forte mesmo assim. Olhe pra sua direita" Rex fez o que ela mandou. "Está vindo de lá. Segundo uma ficha que eu tenho aqui, ela se chama Thalia. Se prepare, ok?"

"Já estou preparado" mentiu, o nervosismo claro em sua voz.

Ele pulou do galho onde estava para o chão, escondido atrás de um tronco grosso. Uns vinte segundos depois disso, ele viu a garota entre as árvores, indo na direção da base. Ela não o percebeu ali, mas Rex sabia que provavelmente seu parceiro o estava vendo pelas câmeras. Com um suspiro pesado, ele viu a garota olhar para os lados, procurando alguém, e se aproximar da bandeira.

Rex saltou de trás da árvore e correu na direção da garota, parando na frente da bandeira antes que ela pudesse alcançá-la. Ela tinha cabelo preto rebelde e olhos azuis elétricos. A expressão em seu rosto era surpresa, mas confiante. Ele tentou não parecer nervoso.

Thalia: Vamos, saia da frente - ela disse - vai ser mais fácil se você me der logo essa bandeira.

Rex: Vai embora enquanto eu estou com paciência - Rex soou mais ameaçador do que pretendia. Imaginou a cena que Akira estava assistindo pelas câmeras: um loiro baixinho com cara de bravo ameaçando uma garota com o dobro de sua altura. Estranho.

Thalia: Desculpe, mas se era pra botar medo, não funcionou - disse, sorrindo - mas enfim. Vou levar essa bandeira você querendo ou não, então por favor, não dificulte as coisas.

Rex: É? Então tente.

"Boa, Rex!" Akira disse. "Não demonstre medo".

"Falar é fácil" resmungou em resposta. "Essa garota quer me matar!"

"Então mostre pra ela o que você pode fazer" sua voz soou desfiadora.

Ao mesmo tempo, a morena correu na direção de Rex, que desviou de um soco por pouco. Pelo jeito, armas não iriam fazer falta pra ela.

Quando ela tentou outro soco, Rex passou por baixo de seu braço e correu até estar um pouco longe. Sem esperar mais nada, o loiro tirou o cartão da manga e passou pela rachadura no bracelete. O cartão se transformou em um brilho azul, que em poucos segundos cresceu mais e mais, até ter três metros e meio de altura e pelo menos oito metros de comprimento.

Thalia: O que é isso? - sussurrou, impressionada. Rex sorriu.

Rex: Esse é meu "bichinho de estimação" - dizendo isso, o brilho tomou forma de um enorme Carnotauro - espero que vocês se deem bem.

Ace, o dinossauro, rugiu, o barulho ensurdecedor fazendo o chão tremer. A tal Thalia continuava encarando os dois, provavelmente sem conseguir pensar no que fazer.

"Cara... Mesmo vendo, é difícil acreditar" Akira estava maravilhada. "Isso. Foi. Muito. Foda".

Piscando os olhos várias vezes, Thalia "acordou". Agora com uma expressão ameaçadora no rosto, ela olhou para a bandeira do outro lado e começou a correr em direção a ela.

Rex: Ace! - gritou. O dinossauro girou, batendo a ponta da cauda na barriga de Thalia, que voou e bateu em uma árvore. Rex não sabia se estava acordada ou não - boa, garoto.

"Nossa, foi mal aí".

"Você não viu nada" ele sorriu.

Mas para a sua surpresa, Thalia levantou do chão. Estava meio trêmula, mas levantou mesmo assim. E com os olhos cheios de ódio, ela apontou para Rex.

Thalia: Eu vou acabar com você!

Rex: Vai ter que passar por cima do Ace primeiro.

Thalia: Como quiser - ela sorriu.

Suas mãos se posicionaram na frente de seu corpo, e pequenos fios brilhantes surgiram entre seus dedos. Parecia... Um raio? Ela estava fazendo um raio, isso mesmo?

Rex: Droga - sussurrou.

O sorriso da garota cresceu quando viu a expressão de Rex. Jogando a mão para a frente, o raio veio na direção do loiro, que só teve tempo de pular para o lado, caindo com tudo no chão.

"Ai" reclamou. "Isso doeu".

"Pelo menos você não foi acertado pelo raio" Akira parecia aliviada e preocupada ao mesmo tempo. "Agora levanta essa bunda daí antes que ela faça isso do novo".

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Ele ficou de pé, tentando parecer o mais confiante possível. Mas foi difícil quando ele viu outro raio se formando nas mãos de Thalia.

Rex suspirou.

Rex: O que eu fiz pra merecer isso? - lamentou.