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DEZENOVE:

Eu sabia que devia lembrar algo importante. Mas o que era? Eu dormia tão calmamente, não sentia absolutamente nada. E isso era bom. Era acolhedor, sereno, morno e...

Mas que diabos de cheiro é esse?

Interrompendo meu descanso apaziguador senti uma ardência no nariz que descia pela garganta.

- Vamos, só um gole. – A voz dele me fez voltar.

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Foda-se o conforto, eu queria ficar com Fred Weasley.

Abri os olhos. Ele estava com a mão em minha nuca sustentando meu rosto para que o fluido borbulhante e amargo descesse pela minha garganta me fazendo soltar uma fumaça ardente pelo nariz.

- Argh, que nojo! – eu disse me sentando no constatei ser a mesa do professor Snape. Quer dizer, agora era a mesa do professor Horácio.

Certo, por que exatamente nós estávamos nas masmorras?

- Hermione! – ele me abraçou firme. – Merlin, achei que ia te perder!

Eu fiquei ali, abestada, sentindo o abraço dele. “Soletre perfeição: F-R-E-D.”

- O que houve? – eu murmurei sentindo seu calor me envolver.

- Os sonserinos. – ele se afastou para olhar em meus olhos.

Lembrei-me de Pansy e de tudo que havia acontecido. Meu peito e garganta ainda doíam.

- Aquela vaca desgraçada. – murmurei. – Quase me mata.

- Mais tarde nós damos o troco. – ele sorriu pegando em uma das minhas mãos. – Como se sente?

- Considerando que uma louca quase explodiu meu melhor par de pulmões... Estou bem. – eu disse irônica.

- Mione... –ele me olhou preocupado.

- Estou bem. – sorri. – Acho que a fantasia de Noiva cadáver, foi um mau agouro. – brinquei.

Notei então que o seu terno tão elegante era o mesmo que Victor usava.Victor, o personagem de Noiva Cadáver que fazia par romântico com ela no filme.

- Para mim, você está linda assim.

Eu corei violentamente e desviei o olhar, passando a encarar com interesse a estante velha da sala de poções.

- Como você sabia que eu iria vir de Noiva Cadáver? - indaguei-o.

ele que estava analisando um ferimento em minha perna, hesitou.

- Eu não sabia. - ele não me olhou, apenas deu um leve sorriso.

ele estava tão lindo. Sua pele magicamente pálida e seu cabelo ajeitadamente bagunçado, que nem o do personagem. o terno preto de botões refinados lhe caia bem, e entrava em contraste com sua gravata prateada e sua pele alva.

Ele pegou sua varinha, e com feitiços não verbais começou a fechar os diversos rasgos que se espalhavam pela minha pele.

- Não vou poder ir ao baile. – murmurei cabisbaixa, Fred fechava com maestria um corte em minha panturrilha.

- Por que não? – ele disse sem desviar os olhos do machucado. – quando eu acabar aqui, você vai estar novinha em folha.

- Pansy destruiu meu vestido e minha máscara.

Fred nada disse, apenas continuou a fechar os machucados. Ele lançava o feixe de luz arroxeado característico, que fechava um longo ferimento na parte de trás da minha coxa. Eu fiquei vermelha ao notar seus dedos passeando pela minha perna, cuidadosos e gentis, observando minha pele sem graça onde antes havia rasgos imensos.

Ele por fim preparou uma outra poção analgésica, para melhorar a dor em minha garganta e após fazer-me beber, me encarou longamente.

- Nós vamos ao baile.

- Mas Fred... – eu comecei a contestá-lo.

- Hermione querida, - ele sorriu largamente. – hoje eu serei sua fada madrinha.

Não contestei. Apenas deixei que ele murmurasse os feitiços. Os panos de meu vestido esvoaçavam e dançavam ao meu redor formando um novo tecido, e aos poucos recompondo sua maestria original. Tudo sendo orquestrado perfeitamente bem por Fred. Senti-o delicadamente repuxar algumas mechas de cabelo, ajeitando-as no coque que Gina havia feito.

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- Agora...- ele disse olhando em meus olhos. – Feche seus olhos.

Obedeci. Fechei meus olhos e o ouvi murmurar algo. Senti fios gélidos percorrendo meu rosto, se emoldurando à ele, entrelaçando-se entre si, formando o que eu sabia ser uma máscara.

Fred me botou em pé, e me guiou até alguma parte da sala, eu ainda de olhos fechados.

Senti então que ele encostava o queixo na curva do meu pescoço.

- Pode abrir. – sua voz baixa me vez tremer da cabeça aos pés.

Abri os olhos e não acreditei no que vi. A maquiagem estava impecável, assim como o vestido. Já a mascara era feita com fios em dégradé de preto, assim como o vestido. Ela cobria a metade superior do meu rosto, desenhando meus olhos e se prendendo à meu rosto com sutileza.

- É um feitiço simples. – ele deu de ombros ao ver meu ar de assombrosa satisfação.

- É simples e genial. – sorri.

- Você está linda. – ele me olhou.

Olhei-o através do reflexo do espelho e sorri-lhe de volta. Ele em um movimento delicado fez com que eu o encarasse e se aproximou de mim. Senti o martelar em meu peito me dei em conta de seus lábios repousando rapidamente sobre os meus.

Eu não sabia por que ele havia feito aquilo. E eu não estava em condições de questionar. Apenas dei um fraco sorriso.

- Vamos? – ele fez uma reverência galante.

Retribui-lhe a referência e logo em seguida enganchei meu braço com o dele.

- Mais tarde, você vai ter uma surpresa. – ele sorriu.

Certo, não sei se meu coração sobreviveria a mais surpresas, mas sentir ele tão perto de mim me deixava alegre.

- E o que é?

- Não posso contar. – ele sorriu.

- Nem para mim?

Ele apenas sorriu e me puxou para fora da sala de poções.

***

- Fred, eu mudei de idéia, eu não quero mais ir ao baile. – eu travei ao espiar a quantidade de gente que havia no salão.

- Vamos Mione, você está linda!

Garotas andavam – minto, elas DESFILAVAM – pelo salão, elegantes, com máscaras sofisticadas e vestidos pomposos. Avistei Luna com um vestido vermelho medieval e uma tiara de flores, ela lembrava uma Ninfa ou algo do tipo, com uma longa trança florida. Ria ao lado do loiro que estava com um traje branco e uma máscara simples, não ficando menos bonito.

Gina estava apreensiva conversando com Harry. Este estava extremamente fofo, com seus cabelos – mais – desgrenhados com uma máscara prata e um figurino bem caracterizado. Ele até tinha uma navalha de barbeiro presa em sua calça.

- Bem, é a hora. – Fred tirou-me de meus devaneios, enquanto graciosamente ajeitava sua máscara preta comum.

Seus cabelos estavam um pouco mais desgrenhados do que antes, mas ele continuava lindo. Eu não sabia o que estava acontecendo entre nós, e eu não queria pensar sobre isso agora. Apenas aproveitava ele perto de mim.

- Quem é essa? – ouvi Angelina murmurar enquanto dançava com Jorge, que estava caracterizado de acredite quem quiser, Pirraça. Usava até mesmo umas correntes presas em sua cintura.

Idéia original e que combina com o perfil dele.


Notei que eram poucos os que me reconheciam. As garotas que me viam com um dos tão cobiçados irmãos Weasley me insultavam baixo ao me verem passar.

Gina ao me ver acenou aliviada, eu estava bem mais do que dois minutos atrasada. Vi ela e Harry virem em nossa direção.

- Por que a demora? – ela disse preocupada. – e você mexeu no seu penteado! – ela ralhou.

- Pansy me atacou. – resumi a história.

- Ah, vaca desgraçada. Onde ela está? – Gina disse olhando em volta procurando pela sonserina.

- Desmaiada no primeiro andar. Garanto que não acorda tão cedo. – Fred sorriu passando o braço pela minha Cintra.

Nos sentamos em uma mesa onde encontramos Lilá e Ron. Lilá estava com um vestido longo e preto, contrastando com seus cachos loiros, sua máscara também preta era detalhada com espirais cinzas.

- Oi. – eles disseram quando nos sentamos à mesa. Ambos me encarando de lado.

- Então, onde está Mione? – Ron disse desviando os olhos para o salão. – já apareceu?

Eu pigarreei.

- Ron... – chamei-o.

Ele me encarou novamente e deixou o queixo pender.

- Hermione? – ele espremeu os olhos. – Que milagres fizeram em você?

- Vai pro inferno. – eu disse sorrindo.

Começamos a conversar, rimos e bebericamos umas batidas – que eu me certifiquei não terem altos teores alcoólicos antes – que estavam realmente ótimas.

“Love me Do” dos Beatles começou a tocar. Eles eram uma banda popular entre os bruxos, gerando um murmúrio de euforia entre os casais. Ron, Harry, Gina e Lilá se levantaram para dançar.

- Lilá está linda. – eu disse dando um gole da minha bebida.

- Você é mais bonita. – ele disse dando de ombros.

- Até parece. – eu sorri irônica.

- 90% da beleza dela sai com água. – ele me olhou. – a sua vai muito além de maquiagens e feitiços.

Eu corei e me engasguei com a bebida.

Fred chamou Lino até a mesa. Ele veio acompanhado de Cátia.

- Oh, Merlin... Hermione? – ele disse ao notar que era eu embaixo da máscara.

Sorri.

- Sem gracinhas... Eu ainda te devo uma surra. - sorri.

- Sem brincadeira Mione, você está linda. – ele sorriu, recebendo um cutucão da Cátia. – Mas sinto em informar, que eu agora sou um homem comprometido... E eu amo minha namorada.

Ele beijou o alto da cabeça de Cátia.

- Certo Lino. – eu disse rindo.

- Depois dessa música ok? - Fred murmurou para Lino.

- Depois dessa música o que? – eu quis saber.

- Nada demais – Fred respondeu sorrindo.

- Vem vamos dançar. – Cátia disse se encaminhando para o meio do salão.

Lino foi atrás, mas não sem antes gracejar:

- Se quiserem alguém para um ménage mais tarde, contem comigo. – ele saiu antes que meu tapa acertasse seu braço.

Fred se levantou e se botou em minha frente, levantando-me da cadeira.

- Fred, eu não sei dançar. – murmurei.

- Nem eu. – ele deu de ombros sorrindo.

O salão estava magnificamente bem decorado, diversos casais dançavam todos virando a cabeça ao me verem passar.

- Qual é a surpresa? – eu perguntei olhando-o.

- Se eu te contar, não vai mais ser surpresa.

“Você beijou Fred Weasley” minha consciência murmurava enquanto eu sentia o seu cheiro inebriante perto de mim.

“E daí? Aposto que ele já beijou várias outras garotas” senti uma pontada de ciúmes.

Tudo bem, se você quer ser cega, seja.” Ela insistiu.

Mas o que ele quer comigo afinal?” pensei comigo mesma observando o ruivo em minha frente.

Acho que eu nunca saberia. Ele dançava comigo, tão descontraído, tão feliz... Era contagiante. O clima no salão estava ótimo, até mesmo os professores dançavam. Acredite quem quiser, Minerva tinha conseguido convencer Snape a dançar, e eu pude ver quando ele deu m fraco sorriso. Dumbledore dançava com Trelawney, Slughorn com a Madame Pomfrey, e a professora Sprout se embalava com Hagrid.

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Tudo estava perfeito.

A música estava no fim. Eu encostei minha cabeça no ombro de Fred e olhei aquela cena. Draco e Luna felizes. Professores em harmonia. Harry e Gina apaixonados. Ron e Lilá rindo escandalosamente. Até mesmo Angelina parecia se acertar com Jorge. Tudo estava em paz. E era essa imagem que eu queria guardar para o resto da minha vida. O melhor baile de escola de todos os tempos.

Como poderia não ser perfeito afinal? Fred sorria ao meu lado.

A música estava no fim quando foi interrompida pela voz que todos conheciam.

- A próxima música, é dedicada por Fred Weasley à bruxa mais brilhante que ele conhece. – era a voz de Lino. Desviei o olhar para o palco, onde a banda tinha parado de tocar, e agora Lino falava com um holofote sobre si. – E cá entre nós, bem gata também... – ele sorriu. – Cátia, é brincadeira, eu te amo.

Ele saiu dali rindo, indo atrás da namorada enciumada. Eu pisquei abobalhada e dirigi meu olhar para o ruivo em minha frente. Não havia uma palavra que saísse de minha boca.

A música tema de Davy Jones [N/A: Música tema] havia começado a tocar. Os casais voltavam a dançar, dessa vez de forma mais lenta.

Fred entrelaçou nossas mãos e passou a outra mão ao redor da minha cintura. Eu pousei minha mão sobre meu ombro forte e repousei meu rosto sob a curva do seu pescoço fechando os olhos e sentindo o cheiro dele vir até mim.

- Mione. – ele me chamou.

Afastei meu rosto para olhá-lo.

- Eu sei que já errei muito com você, mas eu só fiz isso por que não entendia o que eu sentia por você. Agradeço o dia em que eu te apostei com meu irmão, por que não fosse por isso eu nunca teria notado o quão especial você é.

Eu olhava para ele, incrédula. Minha respiração forte e meu peito pulsante. Ele ainda dançava comigo, sem desviar seus olhos amendoados dos meus.

- E durante todo esse tempo, eu queria me convencer que só via você como amiga do meu irmão caçula. Mas a verdade é que...

Ele suspirou, segurou meu rosto entre suas mãos, seus olhos tremulando, e molhou seus lábios com a ponta da língua.

- Eu te amo. - ele disse.

...

...

...

Minhas pernas fraquejaram e eu ainda não conseguia falar. Era como se eu estivesse em um sonho, e fosse acordar a qualquer momento.

- Por Merlin, diz alguma coisa. – Fred disse agora começando a ficar vermelho.

Notei então que havia parado de dançar e o encarava. Eu sem pensar duas vezes me aproximei dele, entrelaçando meus dedos em seus cabelos macios, enquanto ele abraçava minha cintura. Ele aproximou seu rosto do meu até que novamente senti seus lábios tocarem os meus.

Nosso abraço era estreito e eu senti o momento em que nossas línguas se tocaram, travando uma sincronizada dança entre si, enquanto o ar pouco me importava e tudo o que eu tinha ciência era do ruivo que me tinha nos braços e a pressão do seu corpo contra o meu.

Ali ficamos, durante incostáveis e eternos segundos, que para mim, se passaram como um piscar de olhos.

Ele afastou o rosto do meu e sorriu.

Pronto, esta é a parte que as câmeras aparecem e anunciam que eu caí em algum tipo de pegadinha.

Meu coração congelou, enquanto quase explodia no peito de tão forte que batia.

ao invés de rir, e dizer que era uma brincadeira ele acariciou meu rosto, com um ar maravilhado.

Ele voltou a me beijar. A música havia acabado e uma nova preenchia o ar. Algo mais agitado que fazia todos os jovens se sacudirem com a batida.

Voltamos para a mesa onde Gina me olhava com um sorriso gigante e um olhar de quem acaba de presenciar alguma gracinha de um cachorrinho fofo.

- Vocês são tão fofos! – ela disse assim que nos sentamos.

- Créditos ao Harry. – Fred disse pegando minha mão.

- Harry? – eu e Gina dissemos surpresas.

- Bem, digamos que depois do que houve no último final de semana, ele notou que eu amava a Hermione.

- Amigos são para isso. Notarem que você está apaixonado antes mesmo de você próprio perceber isso. – Harry deu de ombros dando um selinho na Gina.

- Daí, ele deu a idéia de usar a música. – Fred concluiu.

Sorri para Harry.

- Mas como você sabia que eu gostava dele? Eu nunca te contei nada.

- Ora Hermione, o jeito que você secava ele na aula de esportes... – Harry disse recebendo uma cotovelada nas costelas de Gina. – quer dizer... Eu sou seu amigo... Conheço você.

Rimos.

E assim foi o resto da noite. Eu ficando com Fred, rindo, dançando e sendo uma garota normal de 16 anos.

***

Eu estava sentada em um dos sofás enquanto Fred tinha ido buscar outro daqueles Cupcakes que estavam particularmente deliciosos.

- Sozinha? – McLaggen veio falar comigo na maior cara de pau. Ele se jogou ao meu lado onde antes Fred estava sentada.

- Na verdade Não. Não que isso te diga respeito. – falei me afastando.

- Olha, aquela noite... Me desculpe, mas é que você me deixa louco.

- Oh, por que você não me disse antes? Já que foi por isso, acho que está tudo bem você ter me drogado e ter tentando de estuprar! – eu disse irônica, já com a varinha em mãos.

- Eu sei que você estava gostando. – ele se aproximou de mim.

Não muito, já que ao menor movimento espalmei minha mão em sua cara. Ele me olhou incrédulo, afagando sua bochecha em tom escarlate.

- Ninguém me dá um fora desse jeito. – ele trincou os dentes.

- Cai. Fora. Seu. Nojento. – eu sorri sinicamente. – Opa, eu acho que acabei de te dar o fora.

- Sua vadia! – ele ia fazer alguma coisa.

Nunca saberei o que ele ia fazer a seguir, já que Fred praticamente o arremessou do sofá.

- Achei que tinha te mandado ficar longe dela. – ele disse peitando Córmaco.

McLaggen cambaleou para longe de mim. Eu me levantei e me coloquei o lado do ruivo que estava roxo de raiva, segurando seu ombro, tranqüilizando-o.

- Essa aqui, é a minha namorada. Se eu souber que você sequer olhou para ela, eu te parto ao meio. E você sabe que eu posso fazer isso, não sabe Córmaco? – sua voz saiu firme e ameaçadora.

Quase desmaiei. Ele estava com a postura perfeitamente elegante, e sentir ele me abraçar possessivamente era magnífico.

McLaggen sabia que brigar com Fred era idiotice. Ele nem teria chances contra o batedor de corpo bem definido. Ele catou a dignidade do chão e saiu murmurando um “Não fica assim” ao sair derrotado.

- Sou sua namorada é? – perguntei passando os braços ao redor da sua cintura.

- Minha e só minha. – ele intercalou as palavras com selinhos.

Fomos um dos últimos a sair do salão. Vimos quando Ron e Lilá sumiram para fazer Merlin sabe lá o que. Vimos Harry levar Gina – já meio bêbada – para o dormitório. Eu vi quando Draco arriscou dar um selinho em Luna. E eu vi quando Pansy entrou no salão. Bem no final do baile quando nós já estávamos saindo, eu esbarrei com ela. Ela me olhava com raiva e ódio. Eu sorri abertamente provocando-a.

- Vamos Pansy... – eu disse parando por um momento. – Eu e você de mulher para mulher. Você tem coragem? Ou você precisa de mais dois garotos de segurando para poder encarar essa sangue-ruim aqui?

Ela olhou para os lados, Fred dois passos a minha frente observava a cena com varinha em punhos.

Ela engoliu em seco e ajeitou o vestido, ergueu a cabeça e saiu dali.

Eu olhei para Fred, e ele retribuiu o olhar. Caímos na risada.

- Você é má. – ele me abraçou.

Eram 4:30 da madrugada quando chegamos ao salão comunal. Havia vários casais se agarrando, alguns grupos jogando verdade ou conseqüência enquanto outros estavam desmaiados de tão bêbados. Rotina entre os jovens da minha idade.

Fred se encaminhava para o dormitório junto comigo, e assim que chegamos às escadas ele murmurou algo. Ele pisou sobre firmes degraus e subiu comigo.

- Sério. Como você consegue fazer isso? – eu perguntei novamente. – por que os degraus não escorregam com você?

Com Fred tudo era tão obviamente simples, que chegava a ser difícil acompanhar seu raciocínio, muitas vezes eu mesma não conseguia. E a situação das escadas não fazia lógica. Tudo nele desafiava a lógica para mim.

- Não posso contar.

- Nem pra mim? – eu disse dando um longo selinho nele.

Ele encostou sua testa na minha e sorriu.

- Golpe baixo. – ele murmurou. – Quando eu soube que um feitiço deixava as escadas escorregadias, eu anulei o feitiço. Quando quero subir as escadas, murmuro “Finite Incantatem” e depois de usá-las, reponho o feitiço.

Ele mais uma vez me deu um beijo rápido.

- Simples. – ele disse respirando contra meu pescoço.

- Simples e genial. – eu o beijei.

Quando dei por mim, eu estava com minhas mãos por baixo de sua blusa, percorrendo seu abdômen bem definido, enquanto ele arriscava passear com uma das mãos pela minha perna. O cheiro dele, Céus! Como era forte, como era delicioso. Dei-me em conta que eu estava completamente inebriada com ele perto de mim, já desabotoando sua camisa e passeando com os dedos pelo seu peito bem definido.

Ele girou comigo nos braços, me pressionando contra a parede, sua mão passeando perigosamente em minha cintura baixa, me gerando fortes borboletas no estômago.

Senti quando sua boca se desviou da minha e percorreu até meu pescoço, mordendo-o, de modo que ficaria uma marca. Sua camisa já estava aberta e eu sentia o calor vindo direto de sua pele nua contra o tecido do meu vestido.

Eu o conhecia à tanto tempo. Será que eu me arrependeria de fazer algo com ele esta noite?

Eu não era completamente inexperiente. Eu tinha 14 anos quando comecei a sair com Krum, e em um momento de empolgação deixei que sua mão boba fosse um pouco mais além. Não chegamos a fazer nada, mas eu definitivamente me arrependi. 14 anos. Muito cedo.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele como se lesse meus pensamentos subiu as mãos até minha cintura e parou de beijar meu pescoço. Ele me olhou, e roçou seus lábios contra os meus.

- Seria precipitado. – ele entortou a boca.

Passei meus dedos contra seus ruivos fios, me distraindo com a textura destes. Eles ficavam melhor quando desgrenhados... Davam o ar característico rebelde. Combinava com Fred.

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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Seria. – eu sorri bagunçando seus cabelos.

Ele entrelaçou nossos dedos e subimos para o dormitório.

Chegando lá, separei uma camiseta larga e uma calça de algodão. Fiz Fred se virar para a parede e me troquei.

- Pronto, pode olhar. – eu disse acabando de passar meu braço pela manga da camiseta.

Ele se virou e andou até minha cama. Tirou seu terno e botou-o sob minha cama.

- Não é estranho? – eu disse tirando meu pequeno brinco e botando-o sobre a gaveta. – Quer dizer, eu e você... Juntos. – eu disse guardando o outro brinco dentro da gaveta bem como o primeiro.

- É. – ele sorriu. – em pensar que quando eu era menor, te achava estranha.

- E eu te achava irresponsável. – respondi sorrindo.

Eu me deitei embaixo das cobertas. Ele se deitou ao meu lado.

- Às vezes eu sou irresponsável. – ele sorriu.

- E às vezes eu sou estranha. – murmurei já sentindo os olhos pesados.

Ele ficou ali, abraçado comigo, eu sentindo o cheiro de sua pele, e ele passando os dedos entre os fios do meu cabelo. Com ele era fácil. Ele me conhecia, era meu amigo, e eu o amava.

- Boa noite Hermione. –senti ele me dar um longo selinho, que retribuí com um sorriso no rosto.

- Boa noite Fred. – eu disse com o corpo dolorido e a alma embebida em dopamina.