Na Época dos Marotos
Na plataforma.
Os alunos estavam tomando o último café-da-manhã daquele ano letivo, no salão principal de Hogwarts.
- Sabe, Almofadinhas, eu vou sentir falta de Hogwarts nessas férias. Principalmente agora que eu consegui ficar com a Lílian. – Tiago suspirou. – Mas pelo menos, quando eu voltar... Eu poderei... Uhm, matar as saudades.
Sirius riu.
- Bem, eu não posso falar nada, pois eu também estou com a mesma sensação. – Ele disse. – Mas eu acho que meu jeito de matar as saudades é um pouco diferente do seu.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Lupin mexeu-se um tanto desconfortável no banco, e resolveu desconversar:
- Já sabem o que vão fazer nas férias?
- Uhm, tipo assim, escutar o babaca do meu irmão se gabando, e aturar a minha mãe? Ah, e também não se esqueçam do tédio, e das chatas das minhas primas Belatriz e Narcisa. – Sirius bufou. – Só a Andrômeda é legal. Ela me entende.
- Poxa, deve ser mesmo difícil ser o único grifinório na sua família, né Almofadinhas? – Tiago perguntou. – Tipo, o seu irmão e todos da sua família são sonserinos... Isso deve ser... Desconfortável.
- Rá, desconfortável é pouco, Pontas. Sei lá, o Régulo sempre foi o preferido de todos, mas quando eu entrei para a grifinória, minha mãe surtou. – Sirius suspirou.
- Minha mãe teve uma reação parecida quando soube que eu havia sido mordido. – Lupin suspirou.
- É, mas foi de preocupação. A minha mãe surtou de ódio e desgosto. – Sirius murmurou, e se calou quando as garotas foram se juntar a eles. – Parece-me que alguém perdeu hora... – ele brincou, quando elas se sentaram.
- Perdemos hora nada, foi a Lílian que ficou enrolando para se arrumar. – queixou-se Vitória.
Lílian corou.
- É que meu cabelo ‘tava um caos. – Ela murmurou.
Todos riram. Lupin mirava Vitória, ao invés de prestar atenção na conversa.
- Aluado, você me ouviu? – Sirius perguntou.
- Que...? Ah, desculpe Almofadinhas, eu não escutei. – Lupin murmurou, desgrudando o olhar da garota.
- Hum. Mas então, eu havia perguntado o porquê de você não entrar para o time da grifinória, ano que vem. – Sirius murmurou.
- Ah, não. Primeiro, eu não tenho jeito para jogar quadribol. Segundo, isso atrapalharia meus estudos. – Lupin disse.
- Ahá, ao menos um que se preocupa com os estudos. – Vitória murmurou, e então sorriu para Aluado. – Vocês deviam seguir o exemplo dele.
Lupin sorriu de volta para ela.
- Não, eu acho que no caso deles não há mais solução. – ele disse.
- Se bem que, eu gosto deles desse jeitinho mesmo. – Vitória disse, sorrindo para Sirius.
[...]
- Céus, eu estou tão nervosa. – Lílian disse. – Não vejo hora de voltar para casa, mas também não quero ficar longe do Tiago.
- Idem. Quer dizer, no lugar do Tiago é o Sirius. – Vitória disse. – Mas fazer o que? Além de que, nós vamos revê-los no meu aniversário.
- Ai, você vai amar seu presente! – Lílian exclamou animada. – Mas onde é que estão esses garotos?
- Pelo que eu entendi eles comprar sapos de chocolate. – Vitória murmurou. – Ah, ai estão eles!
- Ai garotas, sapos de chocolate para vocês. – Sirius e Tiago disseram, ao colocar os doces no banco ao lado delas.
- Céus, vou engordar uns dez quilos se eu comer isso. Então deixe para mais tarde, mas valeu a intenção, rapazes. – Lílian disse.
- Cadê o Aluado? – Vitória perguntou.
- Ah, ele foi resolver uma coisa... Com... Ah uma menina. Se é que vocês me entendem. – Sirius deu uma piscadinha para a namorada.
Vitória deu um sorrisinho que não era, nem de longe, verdadeiro.
[...]
Sirius ajudou Vitória a pegar suas coisas, ela ainda estava de cara amarrada e Sirius pareceu confuso por não saber o motivo.
- Que foi? – ele perguntou.
- Nada. – ela respondeu um tanto ríspida. Assim que Lupin se aproximou, ela disse: - Ahm, Sirius, eu vou me despedir do Pontas. – e então saiu.
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- Que ela tem?
- Não faço ideia. Ela ficou assim depois que eu falei para ela que você havia ido resolver umas coisas com uma garota. – Sirius disse.
- E você, por acaso, disse que essa garota era minha prima? E que ela está no primeiro ano?
- Ahn não. – Sirius murmurou.
- Almofadinhas, você não sabe a confusão que causou. Agora ela pode estar pensando coisas erradas, sobre essa tal garota. – Lupin murmurou.
- E porque ela pensaria coisas erradas? Ela é minha namorada, lembra-se? – Sirius perguntou irritado.
- Oras, porque você não a lembra disso? Sirius, você sabe, nós sabemos o que aconteceu quando ela sumiu. Você não suportou ficar sozinho, e agarrou a primeira garota que encontrou, lembra? – Lupin revidou no mesmo tom.
- Você.... Você viu? – Sirius perguntou receoso.
- Vi, vi sim. Eu me lembro muito bem daquela ceninha comprometedora no corredor, e eu não vou me esquecer tão rápido assim. – Lupin murmurou, frio. – Eu vou ficar de olho em você, Sirius, e caso você faça algo errado, eu conto para ela. Ah, e experimente magoá-la para você ver o que te acontece.
- Lupin... Você sabe que eu não queria...
- Vai me dizer que “Foi mais forte do que eu”? Que você estava solitário? Ah francamente, Almofadinhas, nós sabemos que ela também ficou solitária no futuro, e nem por isso ela... Rebaixou-se a tanto. Ela não fez o que você fez. – Lupin cortou-o. – Você está avisado, se fizer algo daquele tipo, eu conto a ela o que vi no corredor. Com os mínimos detalhes.
Sirius observou Lupin sair e então suspirou. Porque ele tinha que ser tão burro? Porque ele tinha que ter feito aqui, porque ele tinha que ter cedido?
- Sirius? Terra chamando. – Vitória murmurou, e sorriu para ele.
Ele se sentiu ainda mais culpado ao vê-la sorrir. Ela o amava, e ele havia feito aquilo. O que ela diria se descobrisse?
- Ahn... Bem, tem algo que eu devo lhe contar. – ele disse, antes que pudesse conter as palavras que saíram de sua boca.
- Que é?
- Ahn... A garota de quem eu falei, ela era prima do Aluado, e está no primeiro ano. – Sirius desconversou. Ele não conseguiria contar-lhe o que havia feito. Porque Aluado tinha que lembrá-lo daquilo?
- Ah. – ela disse, mas pareceu mais descontraída. – E então, quer conhecer meu pai, minha madrasta e o pirralhinho do meu irmão?
- Ah quero. Quero sim. – Sirius murmurou.
Enquanto eles iam em direção ao pai de Vitória, Sirius olhou mais uma vez para Lupin que o observava com um misto de tristeza e desaprovação na face.
[...]
Ela começou a guiá-lo em direção a um casal. Agora que Sirius reparará melhor, também havia uma criança ali. Não devia ter mais de três anos.
A mulher era alta, loira e tinha olhos verdes. Era muito bonita, mas em nada era semelhante a Vitória. Sirius supôs que ela fosse a madrasta de Vitória. Ela parecia ser trouxa, olhava a plataforma com um misto de interesse e espanto.
O pai de Vitória era alto, tinha cabelos negros com alguns fios brancos, olhos castanho-escuros e tinha a pele morena. Ele olhava a plataforma com nostalgia. E Sirius não duvidou que ele fosse bruxo.
Já o pequeno, tinha olhos verdes, cabelos negros e pele pálida. Ele devia ser o irmão de Vitória. Bem, ele parecia ser completamente normal, os trouxas que o vissem jamais desconfiariam que ele talvez tivesse magia no sangue.
- Ahn, pai, esse é o Sirius Black de quem lhe falei. – ela murmurou. Era bom ir aos poucos.
– Sou Eduardo. O Pai da Vitória. – O pai dela murmurou.
- Hum.... Prazer. – Sirius murmurou.
- Esta é minha esposa, Marilda. – ele apontou para a loira. – E este é meu outro filho, Gabriel. – ele apontou para o menino.
Sirius cumprimentou a todos. Sentia-se um pouco desconfortável.
- Então, pai, eu estava pensando... Para a minha festa de aniversário, se eu não poderia convidá-lo e convidar aos meus amigos de Hogwarts. – Vitória disse.
- Ah claro que pode. – Eduardo disse.
- Ótimo. – ela sorriu.
- Opa, uma festa de aniversário? Estou incluído na lista de convidados? – Sirius gelou. A voz de Lupin estava bem atrás dele. Será que ele havia resolvido contar a verdade para a garota?
- Claro, Aluado. – ela sorriu. – Pai, este é Remo Lupin, um amigo meu de Hogwarts.
- Prazer, Sr. Redbird. – Lupin cumprimentou-o cordialmente, e o pai dela revidou no mesmo tom.
Sirius e Lupin se olharam por poucos instantes.
- Bom, agora que o Aluado já teve a resposta a sua pergunta, você poderia ir embora, não é mesmo? – Sirius perguntou, cerrando os dentes.
- Você tem razão. Tenho que ir levar minha prima até a casa dela. – Lupin sorriu mais uma vez para ela, e então saiu.
- Que foi que houve?
- Nada. Só achei que não seria cavaleiro ele deixar a prima dele plantada aqui na plataforma. Ela é nova aqui, e poderia precisar de ajuda. – Sirius mentiu.
Ela concordou e então se despediu dele com um beijo. Ele a observou partir com a família, enquanto caminhava em direção a sua própria.
As palavras de Lupin batendo contra seu crânio: “Você está avisado, se fizer algo daquele tipo, eu conto a ela o que vi no corredor. Com os mínimos detalhes.”.
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