Na Época dos Marotos
Aluado, Almofadinhas ou Snape?
Poucos minutos depois de que ela havia entrado, os gêmeos entraram. Não pareciam estar aborrecidos, apenas pareciam ter se divertido.
― Porque a cara de quem se diverte? ― Vitória perguntou para Jorge, quando ele se sentou ao lado dela.
― Eu queria que você tivesse ouvido o que o Prof. Lupin falou para o Snape. ― Jorge respondeu rindo.
― E o que foi? E, como foi que vocês ouviram? ― Ela perguntou, arqueando a sobrancelha.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!― Bem... Jorge e eu estamos trabalhando em um projeto... E usamos um dos nossos protótipos. Nós usamos nossas orelhas extensíveis sem que os professores percebessem e ouvimos toda a conversa... ― Fred sorriu. ― Embora ela devesse ser confidencial.
Vitória tinha no rosto uma expressão de desaprovação.
― Ah, vamos... Admita, você quer saber o que nós ouvimos. ― Jorge disse.
― Não, não quero. Aquilo era confidencial e... ― Ela fez cara feia. ― Vocês dois invadiram a privacidade deles.
― Ok. Então, quando você parar de ser tão certinha, para uma marota, a gente te conta. ― Fred murmurou.
Ela assentiu e fechou a cara para os gêmeos. Minutos depois, Lupin entrou na sala. Estava com uma cara de desagrado, mas abriu um enorme sorriso ao fitar a turma.
― Bem, classe... Preparei uma aula especial para vocês hoje. Imagino que já tenham ouvido falar dos dementadores, não é mesmo? ― ele perguntou.
― Sim, professor. ― a sala fez coro.
― Ótimo, ótimo. E então, vocês sabem se há uma forma de repeli-los? ― Lupin perguntou.
A sala ficou em silêncio, a mão de Vitória se ergueu no ar. Lupin sorriu, e balançou a cabeça:
― Sim, Srta. Redbird?
― Parece que achamos mais uma Hermione, Fred. Olha só, a Vickie tem as respostas na ponta da língua. ― Jorge murmurou.
― Olhe pelo lado bom, Jorge, agora nós temos de quem copiar os trabalhos. ― Fred disse, enquanto o outro ria.
― Há o feitiço do patrono. No entanto, para poder conjurá-lo, o bruxo ou a bruxa precisam ser peritos em magia, pois este é um feitiço de nível avançado. ― ela recitou.
― Correto, mais dez pontos para a grifinória. ― Lupin murmurou, ainda sorrindo. ― E mais alguém sabe como se conjura esse feitiço?
Mais silêncio. Vendo que ninguém respondia, ela suspirou e levantou a mão novamente.
― Srta. Redbird? ― Lupin chamou, sorrindo mais abertamente para ela.
― Para conjurar o patrono, bruxo tem que pensar em uma lembrança feliz, mas esta lembrança tem que ser muito feliz, pois ela irá alimentar o dementador, ao invés do bruxo. ― Ela disse.
― A resposta não poderia estar mais correta. Mais dez pontos para a grifinória. ― Lupin disse. ― Pois bem, podem guardar os livros... Nessa aula, nós vamos aprender a conjurar um patrono.
― O Senhor trouxe um dementador de verdade aqui, professor? ― perguntou uma garota loura da grifinória.
― Não. Eu trouxe um bicho-papão. No entanto, ele irá se transformar em um dementador, por meio de um feitiçozinho um tanto complicado que conjurei... ― Lupin explicou. ― Formem uma fila. Agora prestem atenção: Quando eu abrir aquela porta, e o bicho-papão-dementador sair, quero que todos se concentrem em sua lembrança mais feliz e então digam: Expecto Patronum. Repitam.
― Expecto Patronum. ― a sala repetiu.
― Certo... Todos preparados? Ótimo, Srta. Redbird, a senhorita quer começar? ― Lupin perguntou sorrindo para ela.
― Claro, professor. ― ela murmurou animada.
― Certo. Concentre-se em sua lembrança mais feliz, e quando o dementador sair dali, quero que você diga, em tom alto e claro: Expecto Patronum. ― Lupin murmurou e ela assentiu. Ele abriu a porta do armário onde o bicho-papão-dementador estava e ele saiu.
Postou-se de frente para ela, e começou a tentar se alimentar dela. No entanto, a garota segurou firmemente a varinha e disse:
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!― Expecto Patronum. ― um fiapo prateado saiu da ponta de sua varinha e ela tentou novamente, concentrando-se na primeira vez em que beijara Sirius. ― Expecto Patronum. ― desta vez o feitiço pareceu ter efeito. Um enorme cão prateado saiu da ponta de sua varinha, deixando a todos perplexos, incluindo ela mesma e Lupin.
Ele olhou para ela e murmurou:
― Um patrono corpóreo. Como conseguiu? ― ele observou o cão dar voltas na sala, empurrar o dementador para dentro do armário e então desaparecer.
― Não sei, professor. Eu apenas me concentrei na lembrança mais feliz que eu tinha. ― ela disse, ligeiramente ofegante.
― Mais vinte pontos para a grifinória. Eu nunca vi um aluno conseguir produzir um patrono corpóreo tão bem, na segunda tentativa. ― ele disse, agora sorrindo.
Ela também sorriu, e postou-se ao lado dele para observar os outros colegas. Lupin acrescentava dez pontos à grifinória a cada patrono produzido. Ninguém mais conseguiu produzir um patrono corpóreo.
― Quero que todos estudem sobre os patronos para a próxima aula. ― Lupin disse. ― Dispensados, turma.
Todos pegaram seus materiais, pareciam ter gostado da aula. Embora alguns parecessem um pouco abatidos, não tiveram problemas.
A única aluna a ter ficado na sala, era Vitória.
― Aluado? ― ela chamou.
― Uhm?
― Porque foi que o meu patrono assumiu a forma de um cão? ― ela perguntou.
Ele levantou os olhos dos papéis que estavam em sua mesa e a olhou.
― Os patronos mudam quando se está apaixonado. E... Você está apaixonada pelo Sirius, a forma animaga dele é um cão. ― Lupin deu de ombros.
― Sabe, eu acho que esse papo do Dumbledore só poder arrumar o vira-tempo daqui a seis dias, é papo para que eu volte a ser amiga do Snape. ― ela disse. ― Mas eu não vou voltar a ser amiga dele.
― Bem... Você tem seus motivos. Mas eu acho que o Snape ainda gosta de você. Você devia ouvir o que ele disse hoje, no café-da-manhã. ― Lupin murmurou, e pareceu meio desconfortável.
― Isso me lembra... Os gêmeos me contaram que vocês discutiram hoje, quando você foi trazê-los de volta para cá. Qual foi o motivo? ― Vitória perguntou curiosa.
Lupin baixou os olhos para a mesa, e pareceu pela primeira vez, envergonhado.
― Uhn... Acho melhor eu não falar. ― ele disse.
― Ah, Aluado, conta vai!― ela pediu.
― Ok. O Motivo foi você.
― Eu? Porque eu? ― ela indagou.
Lupin continuou a olhar para baixo.
― Você ainda não percebeu? Ora, só você ainda não... não enxergou. Até Dumbledore percebeu. ― ele disse.
― O que, Aluado?
― Eu estou gostando de você. Na verdade, eu já gostava de você desde o nosso quinto ano. Acho que algumas semanas depois de você ter começado a namorar o Sirius. ― ele admitiu.
― Eu... você... você o que, Aluado? ― ela gaguejou e então corou.
― É. Eu estou gostando de você, mas não quero que você comece a ficar estranha comigo por causa disso. Eu já prometi para o Sirius que iria ignorar o que sinto. ― Lupin continuou, agora levantando o olhar.
― Ah, não. Não vou ficar... estranha com você. Não se preocupe, Aluado. Você é o meu melhor amigo e...
― Lamento interromper, mas o diretor a chama na sala dele. ― a voz seca de Snape a interrompeu.
Ela se virou para ele.
― Obrigada. ― ela murmurou e então se virou para Lupin. ― Não se preocupe, Aluado, você continuará sendo o meu melhor amigo. ― ela o abraçou e depois se separou dele. ― Mas... Ahn, eu vou falar com o prof. Dumbledore, pode ser que ele tenha conseguido concertar o vira-tempo.
― Eu vou com você. ― Lupin disse prontamente. Ela lhe sorriu e assentiu, enquanto saía da sala.
Snape o cortou:
― Você tem aula, Lupin. Eu vou com ela.
― Se eu posso decidir... Aluado se você tem aula fique. Snape... Eu prefiro ir sozinha a ficar sozinha com você novamente. ― ela disse, e então saiu.
Snape bufou e foi atrás dela.
― Eu tenho a impressão de que disse que preferia ir sozinha a ir com você. ― Ela disse.
― Sim, você disse. ― ele murmurou. ― No entanto, eu também preciso ir ver o diretor.
Ela deu de ombros, e olhou para os lados. Um par de olhos a observava na orla da floresta. Ela sorriu. Só poderia ser Sirius. Para ela, era estranho beijá-lo, ela estava acostumada com ele mais jovem. Na realidade, para ela era estranho que eles continuassem a gostar dela, como adultos.
Eles continuaram andando em silêncio até que Snape disse:
― E mesmo depois desses dez anos, você não me desculpou?
― Você acha que é tão simples assim, não é mesmo, Severo? Pois saiba que não é. Tudo o que você me disse me magoou muito. ― ela disse. ― Não pense que é tão fácil para mim, esquecer isso.
― Por Merlin, eu não agüento mais ver você ser assim comigo. Por Merlin, por tudo o que é mais sagrado, me desculpe! ― Ele pediu.
Ela mordeu os lábios, indecisa. Ela já o havia desculpado uma vez e não havia dado certo. Ela suspirou pesadamente, também não se sentia bem em continuar sendo rude com Snape.
― Certo. ― ela murmurou. ― Eu o desculpo, mas se você me ofender de novo, Severo, eu juro que mando Sirius lhe aplicar uma bela azaração!
Snape riu, ela fez um careta. Ambos continuaram andando até chegarem à sala do diretor.
― Hidromel. ― ela murmurou, e gárgula girou.
Eles entraram ainda em silêncio. O Diretor a fitou por cima dos oclinhos de meia-lua.
― Senhorita Redbird, informo-lhe que infelizmente o vira-tempo não tem concerto. ― ele disse.
Ela mirou o chão, era evidente a tristeza em seu olhar.
― Acalme-se, eu disse que o vira-tempo não tem concerto. No entanto, acabei por achar um vira-tempo que estava em posse da escola. A Senhorita pode usá-lo para voltar. ― ele disse bondosamente.
Ela sorriu.
― Obrigada, Prof. Dumbledore!
― Disponha, minha querida. ― Dumbledore disse. ― Recomendo apenas que a senhorita vá se despedir. Mesmo nesse pouco tempo, a senhorita fez amigos aqui.
― Certo, professor. ― Ela murmurou, pegando o vira-tempo que estava na mão de Dumbledore. ― Com licença.
― Toda. Espero revê-la em breve, senhorita Redbird. ― ele disse.
***
― Eu vou sentir falta de todos vocês. ― ela disse, suspirando.
― Nós também. ― Os gêmeos Weasley, Hermione, Harry e Rony murmuraram.
Lupin apenas sorriu.
― Vejo você daqui a pouco. ― ele disse.
Ela também sorriu. Um enorme cão negro veio até ela. Ele esfregou seu pelo nas mãos dela, ela se abaixou, e ele encostou seu focinho em seu rosto.
― Até daqui a pouco, Six. ― ela disse sorrindo. Ela suspirou e então girou o vira-tempo dez vezes. Tudo ficou preto.
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