― Qual é a sua primeira aula? ― Hermione perguntou animada, enquanto saíam do salão.

― Poções duplas com o pessoal da Sonserina. ― Ela fez uma careta. ― E a sua?

― Aritmancia. ― Hermione murmurou, olhando o horário. ― E depois, olha só: Poções duplas com a Sonserina. Argh.

― Não gosta de poções? ― Vitória perguntou.

― Não é isso... É só que, sempre que o Prof. Snape faz uma pergunta, e eu sei a resposta, ele finge que não vê, e se eu respondo, ele tira pontos da grifinória. ― Hermione fungou. ― Eu acho que ele não gosta de mim.

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―Ele não gosta de ninguém, Hermione. Ele é um homem frio, sem sentimentos. Na verdade, ele só não gosta de você, porque você é grifinória. Se você fosse da Sonserina, ele seria seu maior fã. ― ela bufou. ― Ah, lá vem Fred e Jorge. Tchau, Mione, eu vou junto com eles para a minha primeira aula.

E então ela saiu, andando em passadas largas para chegar perto dos gêmeos.

― E aí, Vickie, ansiosa para sua primeira aula? ― Jorge perguntou.

― Não muito. ― Ela disse.

― Ei! Ei, você! Ô, ô garota! ― uma voz chamou.

Vitória e os gêmeos se viraram para trás e viram Draco Malfoy a encarando.

― Lúcio? ― ela deixou escapar, e depois balançou a cabeça. É claro que não era Lúcio, aquele menino era mais novo do que ele, quando estudavam e ele também tinha um pouco de Narcisa nele.

― Não. Lúcio Malfoy é meu pai. ― ele estendeu a mão. ― Sou Draco Malfoy, e pareço conhecê-la de algum lugar.

Ela apertou a mão dele.

― Também tenho essa impressão. ― ela disse.

― Como é seu nome?

― Vitória Redbird.

― Esse é o nome da minha madrinha. ― Draco disse. ― Se bem que, vendo assim, você parece a minha madrinha, só que alguns anos mais jovem.

Ela sorriu.

― Você deve ter me confundido. Acontece muito... ― e então bufou.

― Você não parece ser daqui.

― Eu... Eu devia ter estudado em beauxbatons, mas como meus pais se mudaram... Tive que vir para Hogwarts. ― ela deu de ombros de novo.

― Quer dizer que eu te confundi? Você não é minha madrinha? ― Draco perguntou.

― Exatamente. Não sou sua madrinha, você apenas se confundiu... ― Ela disse. ― Me desculpe, Draco, mas se eu não andar logo, vou me atrasar para minha aula. Falo com você mais tarde.

E então ela virou as costas, e seguiu com os gêmeos para a aula de poções. Poucos minutos depois de terem chegado, Snape foi abrir a porta das masmorras e esperou os alunos entrarem. Seus olhos acompanharam cada aluno que entrava, e se detiveram em Vitória.

Ela escolheu o último lugar, bem no fundo da sala.

― Agora que já estão todos aqui ― Snape começou a dizer. Seu tom era baixo e letal. ― Quero que preparem a poção Wiggenweld. Alguém aqui sabe me dizer para que essa poção serve?

A mão de Vitória foi a única a se erguer. Snape deu um sorrisinho de desdém e disse:

― Sim, Srta. Redbird?

― A poção Wiggenweld tem o poder de restaurar as forças de uma pessoa que está demasiada fraca por estar doente, por ter se machucado, ou simplesmente por estar muito cansado. ― Ela respondeu.

― A resposta poderia ser copiada do livro padrão de poções, do 5º ano, eu não saberia a diferença. Mas está correta em sua essência. ― Snape disse. ― Qual é a cor da poção?

A mão de Vitória se ergueu no ar novamente.

― Srta. Redbird?

― Sua cor é verde, o que facilita o reconhecimento da poção, já que ela é a única poção que possuí essa cor. ― Ela disse.

― Correto novamente. ― Snape crispou os lábios. ― Podem começar a prepará-la. A receita da poção está no quadro negro. Podem ir pegar os ingredientes.

Ouviram-se apenas barulhos de cadeiras sendo arrastadas, de portas de armários sendo abertas e de frascos tilintando.

Assim que Vitória começou a preparar a poção, ela sentiu que Snape não desviava o olhar de si. Era extremamente desconfortável estar no mesmo lugar que ele. E pior, ser aluna dele. Ela não podia mais afrontá-lo. Ao menos, não na sala de aula.

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Depois de longos trinta minutos, Snape levantou-se e disse:

― Acabou-se o tempo. ― e então ele começou a deslizar pela sala. Observando as poções.

A poção de Jorge estava cor de musgo, embora as instruções dissessem que ela devia ficar verde claro, e a de Fred estava verde-água. No geral, poucos alunos haviam conseguido fazer a poção corretamente.

― Verde-água, Weasley? ― Snape perguntou, mantendo o tom de voz letal. ― Bem, presumo que seja um progresso, não é mesmo? Da última vez, sua poção havia ficado amarela, e o livro dizia claramente que deveria ter ficado azul.

Assim que Snape deu as costas, Fred o xingou baixinho de “seboso” e Jorge murmurou um “Grande morcegão”.

― Parece-me que foram poucos os que conseguiram. ― Snape disse ainda letal. ― Quero uma amostra das poções em cima da minha mesa, e quero um relatório de dois rolos de pergaminho, para segunda-feira, na minha mesa, sobre esta poção. Depois que colherem as amostras e as deixarem em minha mesa, estarão dispensados.

Toda a sala soltou um murmúrio de indignação ao ouvir: “dois rolos de pergaminho”. Fred xingava baixinho sua poção enquanto a engarrafava. Jorge parecia aleatório, e perguntou em um tom de voz um tanto alto:

― Imagino que os marotos também não eram muitos fãs de poções, não é?

― Acho que os marotos tentariam envenenar o professor, se estivessem em nosso lugar, certo? ― Fred continuou a provocação.

A sala toda ficou quieta, quando o professor veio deslizando até os gêmeos. Ele parecia estar furioso.

― Detenção dupla, Weasleys. E menos cinqüenta pontos da grifinória. ― Ele disse e os sonserinos deram risadinhas. ― Imagino que os senhores não saibam tudo sobre os “marotos” não é mesmo? Sabem quem eles eram de verdade?

― Claro que sabemos, professor. ― Jorge disse. ― Eles eram brilhantes. Eles eram os melhores.

Snape arreganhou os dentes e voltou a sua mesa.

― Todos estão dispensados, menos os Weasleys. Quero que venham até aqui, vamos combinar suas detenções. ― ele disse. Havia certo prazer em sua voz.

Vitória suspirou, e pegou a mochila.

― A Senhorita também fica, Srta. Redbird. ― ele anunciou sem levantar os olhos dos papéis em sua mesa, quando ela ia sair da sala.

Ela soltou um muxoxo, e foi se postar ao lado dos gêmeos.

― Vocês têm a boca grande, não é mesmo? ― ela perguntou baixinho.

― Ora, estávamos apenas pensando alto. ― Fred disse. ― E você sabe que é verdade. Já namorou um maroto, lembra?

― Ainda namoro. ― corrigiu ela.

Snape agarrou com mais força a pena que usava para escrever. E então disse em um tom ameaçador:

― Se eu ouvir mais murmúrios, descontarei mais vinte e cinco pontos da grifinória.

Os três se aquietaram. Até que ouviu-se uma batida fraca na porta.

― Entre. ― Snape mandou.

Lupin adentrava na sala.

― Desculpe interrompê-lo, Severo. Mas preciso destes três alunos, na minha sala. ― ele disse.

― Espere ao menos que eu termine de escrever as detenções dos Weasleys. Quanto a Srta. Redbird, a senhorita pode ir. ― ele disse com certa incerteza na voz.

Ela mordeu a língua para não dizer um “eu iria mesmo que você não deixasse”, e saiu com Lupin.

― Porque os gêmeos levaram detenção? ― ele perguntou.

― Falaram coisas que o Snape não queria ouvir. Falaram dos marotos. ― ela respondeu.

― Enquanto Snape não superar este ódio que tem por todos nós... ― Lupin suspirou, mas não continuou a falar.

― Sabe, Lupin, eu acho que não vai ser uma boa ideia eu continuar sendo aluna dele. ― ela comentou.

― Por quê?

― Ele fica olhando para mim a aula inteira. Fica me encarando. Eu acho isso tão... desconfortável. ― Vitória disse.

Lupin vincou a testa.

― Não sei por que, mas isso não me surpreende. ― Lupin comentou. ― Ainda mais depois do que aconteceu ano passado. Imagino que Dumbledore tenha lhe contado que Sirius esteve em Azkaban, não?

― Contou. ― ela confirmou.

― Imagino que ele não tenha contado que Snape capturou Sirius ano passado, e tentou a todo custo entregá-lo para os Dementadores executarem o beijo nele. ― Lupin completou um tanto sombrio.

Vitória levou as mãos à boca, horrorizada.

― O beijo do dementador? ― ela perguntou ainda horrorizada.

― Sim. O Beijo do dementador. Em Sirius. O ódio de Snape é tão profundo que eu não duvido que ele não se arrependeria de fazer isso. ― Lupin comentou ainda sombrio.

― Ah, Merlin! Ele é um monstro. ― Vitória disse, um ódio profundo brotando dentro dela.

Lupin apenas assentiu.

― A minha sala é a primeira à esquerda. Vá indo, eu tenho que ir buscar os Weasleys. ― Lupin disse.

A garota simplesmente assentiu, e continuou andando. Cada célula do seu corpo ardia em ódio dele. Ele entregaria Sirius para o beijo do dementador e nem ao menos se importaria com aquilo? Como poderia ser possível? Como alguém poderia ser tão egoísta a ponto daquilo? Ela continuou andando até chegar à sala de Lupin. O ódio que ela sentia por Snape aumentava a cada segundo. Ele era um monstro. Ele era desumano. E ela o odiava.