O Filho do Alquimista de Aço

A assassina de Maes Hughes


O fim de semana finalmente se aproximava e todos no Quartel General pareciam alegrar-se com a ideia. O resto da longa semana foram conversas e fofocas de Ellen com todas as alas sobre a grande festa de seu chefe Kill Liberton no sábado anterior. Os boatos corriam soltos e as meninas pareciam cada dia mais encantadas com o charmoso Kill.

Quando o assunto era Coronel Roy Mustang, Ellen desviava gradativamente da resposta sem lhes dizer muita coisa. Promesa era dívida para a garota. Além de o objetivo ser o próprio moreno e não os holofotes por ter passado a noite com ele. Apesar de que ela
não gostaria de não levar as honras, o momento com certeza valera por sua eternidade.

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Elisa parecia cada dia mais mergulhada nos processos para resolver e mal falava com Ellen. Mantinha contato apenas com Havoc, sem ninguém saber. Afastava-se de Roy o maior tempo que pudesse. Ficar ao lado dele era, sem dúvidas, um combustível para uma longa
discussão.

Enquanto isso, Roy Mustang permanecia vigilante sobre os passos da moça e não deixava de cumprir seu trabalho rigorosamente. Depois de muitos anos de “vadiagem”, o homem aprendera à duras penas como se portar diante de prazos de entrega.

Sheska- Coronel, por hoje é só. – Levantando e esticando-se da cadeira.

Roy- Não, ainda temos esse para terminar. – Folheando o papel compenetrado.

Sheska- O senhor não acha que trabalhamos demais por hoje?Depois de amanhã vai ser feriado, podemos pegar mais leve.

Roy- Nada disso. Todos querem fazer viagens longas, é bom deixar tudo pronto. Está de corpo mole? – Levantando o cenho, nada amistoso.

Sheska- Não, claro que não. – Fazendo uma continência rápida. – Ao trabalho! – E voltara-se para os papéis.

Coronel Roy Mustang havia descoberto apenas dois meses depois da morte de Riza Hawkeye que Sheska havia sido transferida para o sul do país. Tudo isso graças à ação do Fuhrer King Bradley. Depois do ocorrido fora de forma gradativa trazendo sua estada de novo para a Central. Logo depois disso, colocou-a em sua sala, junto de seus subordinados. Atualmente a mulher trabalhava para ele.

Sheska- Coronel, encerrei o último processo.

Roy- Ótimo trabalho, Sheska. – Levantou-se cansado.

Sheska- O senhor parece cansado. – Debruçando-se sobre a mesa.

Roy- Confesso que ando exausto. – Pegando seu casaco.

Sheska- Talvez essa viagem seja decisiva para todos nós. – Olhara-o de relance enquanto dava a última passada nos papéis. O homem observou-a por um tempo.

Roy- Sheska. – Sentando-se na mesa frente a ela.

Sheska- Sim. – Protinficando-se de imediato.

Roy- Você... – Dera uma pausa, respirando fundo. – Lembra do dia em que a Primeira Tenente faleceu, não lembra?

Sheska- Sim, perfeitamente. – Abaixara o cenho.

Roy- E você se recorda que um pouco antes de encontrá-la na garagem, eu conversei com você no corredor?

Sheska- Sim, eu lembro disso.

Roy- E a nossa conversa foi sobre a morte de Hughes. Certo?

Sheska- Certo.

Roy- Você me disse, na época, que vinha pesquisando há bastante tempo sobre a morte dele. Logo depois foi transferida para o Sul do país. O Fuhrer soube de alguma forma sobre a sua pesquisa?

Sheska- Não, jamais contaria, Coronel. O senhor sabe que essa era uma missão sigilosa.

Roy- Entendo. E não comentou com ninguém?

Sheska- Absolutamente ninguém.

Roy- E onde estão as suas pesquisas?

Sheska- Guardadas na casa de uma pessoa especial.

Roy- Uma pessoa especial? – Inclinando-se para frente.

Meia hora depois estavam na casa de Gracia, viúva de Maes Hughes.

Gracia- Ora, ora, mas que surpresa agradável vocês aqui. Entrem! – Abrindo espaço para os dois.

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Sheska- Obrigada por nos receber. – Os dois se posicionaram para sentar no safá frente a Gracia. Roy mantinha-se afastado da casa de seu velho amigo, tudo trazia lembranças dele. O homem pigarreou, incomodado.

Gracia- Vocês querem algo para tomar?

Roy- Estou bem. – Sentando na ponta do sofá.

Sheska- Eu aceito um copo de água. – Sentando-se também.

Gracia- Claro, já vou buscar. – Saindo da sala.

Roy virara o rosto e vira na mesinha, ao lado do sofá, duas fotos de Maes, Gracia e Elisha.

Sheska- É por isso que está incomodado, Coronel? – O homem virou-se para ela, quieto. – Eu sei que é difícil estar aqui, mas o senhor mesmo insistiu.

Roy- Sim, quero ver os papéis. – Gracia voltara da cozinha logo em seguida.

Gracia- Aqui está. – Dando um sorriso. – Então, o que traz você aqui, Roy?

Roy- Os papéis de Sheska, viemos buscar. – Sheska engasgara com a água.

Sheska- Não, na verdade, é que... – Fora interrompida.

Roy- Não precisa fazer delongas com ela, Sheska. – Olhando Gracia, severo. A viúva dera um sorriso entendedor.

Gracia – Entendo. Volto já. – Levantando em seguida.

Sheska- Coronel! – Estupefada, colocara o copo na mesa. – O senhor me desculpe a petulância, mas deveria ser mais delicado. – Fazendo movimentos negativos com a cabeça.

O homem virou-se para a moça, sem paciência.

Roy- Não me diga como devo tratar pessoas que conheço a mais tempo do que você está no exército. – A moça calara-se.

Sheska- Desculpe. – Fechara-se. Gracia voltara na mesma hora.

Gracia- Aqui está. – Entregando tudo a Roy.

Roy- Obrigado. – Levantando-se logo em seguida. – Vamos. – Olhando Sheska ainda sentada. A garota levantara-se em um rompante.

Gracia- Tão cedo? – Levantando-se também.

Roy- Sim. Até logo. - Colocara a mão no bolso procurando as chaves, mas deixou-as escapar logo que as tirou do bolso. O barulho fez acordar Elisha, a filha do casal.

Elisha – Mamãe, que barulho é esse? – Apareceu dentre as portas do corredor, coçando o olho esquerdo com firmeza.

Gracia- Querida, volte para a cama. É assunto da mamãe. – Saindo em direção à filha e dando pequenas apalpadê-las em sua frauda. – Vá, vá.

Os dois visitantes olharam, estáticos.

Elisha- Achei que era o papai. Ele prometeu que voltaria, mamãe. – Falou em uma voz arrastada, chegando de novo na porta de onde saíra.

Sheska virara o rosto, segurando uma lágrima. Roy movimentara o cenho. Sua cara era terrivelmente fechada.

Roy- Estamos indo. Obrigado, Gracia. – Saindo apressado. A mulher pegara a criança no colo e fora em direção a porta para fechá-la.

Sheska- Eu sinto muito. – Parando na porta, enquanto Roy já havia saído, sem esperar. – Acho que ele está mexido em vir aqui.

Gracia- Não se desculpe por isso, Sheska. Conheço esse ranzinza. – A menina adormecera no colo da mãe, reconstando-se em seu ombro.

Sheska – Ela é mesmo uma gracinha. – Tirando uma lágrima que descera. – Sinto muito. De verdade. Estou fazendo tudo que está ao meu alcance para tentar... – Falava rápido, mas a viúva interrompera novamente.

Gracia- Sheska-san... Não se preocupe com isso. - Falara calmamente, sua voz era quase cantada de tão doce. – Todos sentem muito, mas a verdade é que as coisas não vão mudar. – Abaixara o cenho, triste.

Sheska- Sim. – Abaixara o cenho, fincando os olhos em suas mãos.

Gracia – Meu marido não vai voltar para casa. Minha filha vai crescer sem o pai. Esse é o destino que Deus reservou para nós. – Deixando uma pequena lágrima cair por seus olhos.

Gracia- Não tente descobrir mais nada, Sheska. Sabe que sou contra essa sua pesquisa. Se está fazendo isso por nós, desista.

Sheska- Não! Mesmo que o senhor Hughes não volte mais, temos que lutar por sua memória, por sua vida que se foi por algum motivo. Deixar isso de lado é ignorar tudo o que ele vinha fazendo! Eu não vou descansar até descobrir toda a verdade. E quando eu descobrir, vamos achar um jeito de destruir quem fez isso. Acredite em nós, Gracia-san! – Olhando-a segura do que falava.

Gracia- Sheska-san... – Olhando-a surpresa. – Obrigada... – Suavizando sua expressão.

A nova secretária de Mustang assentira com a cabeça, segurando lágrimas. Dera um leve carinho na criança, que adormecia nos braços de Gracia. Saíra convicta: iria descobrir tudo. Sem dúvidas.

Roy deixara Sheska em sua casa e fora para o Quartel. Precisava estudar os papéis, não conseguiria esperar mais nenhum minuto.

Já era noite e seu escritório estava fechado. Decidiu ir até a biblioteca do lugar. Havia duas pessoas em mesas distantes, além da bibliotecária.

Roy- Senhorita Clarsters, quero todos os livros sobre homúnculus que tiver.

Clarsters – O que o senhor procura em exato?

Roy- Quero todos os livros, apenas faça isso para mim. – Sentando-se em uma das mesas.

Clarsters – Claro. – Saira depressa. Poucos minutos depois aparecera com muitos livros. Colocou-os na mesa, pesadamente. – Aqui estão. Existem muitos outros, mas separei os mais importantes.

Roy- Que ala fica isso?

Clarsters- Fica na Ala B, setor 435. Lá vai achar mais coisas. – Colocando uma de suas mechas para trás da orelha.

Roy- Obrigado. – Voltando-se para os livros.

Clarsters- A biblioteca fechará logo. Aconselho o senhor pegar todos esses livros como empréstimo.

Roy- Está muito cedo para fechar.

Clarsters – É véspera de feriado, Coronel. – Enfatizando bem a parte final.

Roy- Estou percebendo a moleza das pessoas para trabalhar. Isso tem que mudar. Um feriado não é o fim do mundo. – Falou, irritado.

A mulher dera um suspiro estressado.

Clarsters- Se o senhor não tem para onde ir e nem família para visitar, não impeça que outros façam o mesmo. – Falou, irritada.

O homem a fitara com olhos quietos.

Roy- O que disse? – Virando-se para a moça, dando outra chance de consertar o que havia dito.

Clarsters- Se acha que vou retificar o que disse, esteja enganado. É isso mesmo que ouviu. – Arrumando seus óculos sobre o nariz. A mulher possuía belos olhos azuis, acompanhados de lábios tipicamente franceses, o que a deixava ainda mais bonita.

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O homem apoiara os cotovelos sobre a mesa, esfregando as mãos duas vezes. Dera um pequeno sorriso de canto de boca.

Roy- Você está querendo ser transferida, senhorita Clarsters? – Fincara os olhos nela.

Clarsters- Não tenho medo de suas ameaças, se quiser usar o seu poder para coisas inutéis como essa, faça bom proveito. – Lee Clarsters possuía mais caráter e coragem que muitos da Central, mesmo assim, preferia trabalhar no setor bibliotecário, onde a maioria era literária e pacífica.

Roy- Você é petulante. – Mudando o cenho, irritado.

Clarsters – Enumerando defeitos ou qualidades? – Dando um sorriso. – Se for por isso, acredito que o senhor não fique atrás. Sua arrogância é notória.

Roy- Saia daqui. – Voltando a olhar os livros.

Clarsters – Fecharei a biblioteca querendo o senhor ou não.

Roy- Coronel, senhor não. – Levantando uma sobrancelha para a mulher.

Clarsters- Coronel, esteja pronto para sair daqui a meia-hora.

Roy- Saia. – A mulher fizera um pequeno cumprimento com a cabeça e saíra.

Elisa pouco tinha para fazer depois de passar semanas debruçada em mais processos que já vira na vida. Estava exausta, mas preferia continuar estudando para não perder o ritmo. O feriado não seria de interesse para ela, já que não tinha quem visitar. Ficaria estudando e pesquisando. Chegara à biblioteca e vira Clarsters no balcão.

Elisa- Clarsters, como vai? – Aproximando-se do balcão.

Clarsters- Bem, Elisa. E você, como está indo os estudos?

Elisa- Indo bem, apesar de devagar. – Falara desgostosa.

Clarsters- Não acredito em suas palavras, vem aqui quase todos os dias. Impossível isso ser lento para qualquer um que estude. – Apontando o lápis para a mulher.

Elisa- Tenho meia-hora? – Falou, duvidosa.

Clarsters- Tem 26 minutos agora. – Olhando o relógio, rápida. Elisa dera um sorriso.

Elisa- Sem problemas, não serei um estorvo para você. Até mais. – Entrando na biblioteca.

Clarsters- Que bom. Menos um. – Falou para si, voltando-se para os papéis.

Elisa colocara sua bolsa em cima de uma das mesas e fora direto a Ala B. Sua pesquisa profunda sobre homunculus estava cada dia melhor, apesar de lenta.

Passeava pelos corredores à procura do livro que precisava. Encontrou-o na última prateleira, na última fileira. A mulher abaixou-se para pegá-lo, mas um sapato parara ao seu lado. Gradativamente levantou a visão e dera de cara com Roy Mustang.

Elisa- Coronel. – Fazendo uma reverência rápida, puxara o livro e levantara.

Roy- O que faz aqui?

Elisa- Pegando alguns livros.

Roy- Isso eu estou vendo. – Falou, colocando as mãos no bolso.

Elisa- Que bom. – Saindo pelo lado dele. O homem tirara a mão do bolso e segurara seu braço.

O calor da mão sobre sua pele fez-la estacar no chão. Abaixara o cenho, nervosa, tentando não transparecer seu estado.

Roy- Estou percebendo... – Aproximara-se dela devagar, falando baixo.

A mulher não gostava da atmosfera do homem. Não estava com sua farda, e sim com um terno alinhadamente ao seu corpo. Seus cabelos não estavam jogados como sempre e sim penteados perfeitamente para trás. O conjunto o deixava intimidante.

Roy- Que você está estudando a mesma coisa que eu. – Olhando os livros rapidamente. A mulher suspirara, virando o rosto para ele. Com a penumbra era ainda mais bonito e intimidante.

Elisa- Estou? – Tentando incansavelmente manter a respiração calma. Ele perceberia se a visse nervosa.

Roy- Sim, inclusive esse é um dos livros que procurava. Se incomoda de dividi-ló comigo? É o único que tem. – Ainda a segurava. Parecia testá-la.

Elisa- Não sei, Coronel. A biblioteca fechará logo.

Roy- No tempo que resta. – Arrastara sua mão pelo antebraço da mulher. Aquilo realmente deixou-a nervosa, sua respiração começara a alterar-se. Elisa rapidamente pigarreou, soltando-se dos braços do homem. Começou a andar, o barulho do salto enganaria seu estado.

Elisa- Claro, podemos. – Ele a seguia. Pelo visto não percebera nada.

Roy- Ótimo. – Chegaram à mesa do homem. – Onde que estão as suas coisas? – Olhando as laterais.

Elisa- Pode ficar com o livro, não estou tão necessitada dele agora. Já está tarde, não vou ficar. – Mesmo parada, batucava o salto com o pé. – Tudo bem? – Dava longos respiros para o homem não reparar. Olhava para os lados, inquieta, precisava sair dali.

Roy- Você está bem? – Elisa pela primeira vez parara e olhara diretamente nos olhos do homem. Ficaram assim por alguns segundos até um fio de seu cabelo cair-lhe sobre o rosto. Aquilo colocara a razão da mulher no lugar.

Elisa- Estou ótima. Mas preciso ir, não posso ficar. – Deixando o livro e saindo apressadíssima. Só não corria porque era totalmente inadequado para a ocasião.

Roy fitou-a, quieto. Colocara uma das mãos no bolso.

A bibliotecária voltara em sua mesa.

Clarsters- Hora de ir. – Apontando para o relógio que estava em seu pulso.

Roy- Ainda está aqui? – Sentara, revirando os olhos.

Clarsters – Trabalho aqui. – Dando um sorriso leve. Começava a separar os livros da mesa do homem.

Roy dera uma pequena panorâmica pelo lugar e percebera que só ele estava ainda no local.

Roy- Você não desiste?

Clarsters – De que? – Falou sem entender a indagação. Segurava alguns livros. O homem arfara e olhara para os lados.

Roy- Realmente você é desagradável.

Clarsters- Não sou paga para ser agradável. – Voltando a pegar os livros.

Roy continuou olhando-a. Reconstara-se na cadeira, balançando o lápis em sua mão. Ficou fitando-a compenetrado, franzindo as sobrancelhas. Voltara a escorar os cotovelos na mesa e desencostara do descanso da cadeira, puxando o braço da mulher. No movimento, ela deixara todos os livros caírem no chão.

Roy- O que você é? – Quase colado em seu rosto. Alguns fios de cabelo caíram por seus olhos.

Clarsters- Me solte. – Falou calmamente.

Roy- Está demitida. – Soltando-a. Levantou-se, arrumando os cabelos, pegara o casaco do terno e colocara.

Clarsters- E por que isso? – Falou, pegando os livros do chão. Com um dos pés, ele chutou longe um deles.

Roy- Maldita! – Puxando-a pelos dois braços, até encostá-la na estante.

Clarsters- Está louco?! Solte-me! Está me machucando! – Tentando se soltar do homem.

Roy- É mesmo? – Falou irônico. – Está desconfortável? Que tal assim? – Virara o pulso da mulher, torcendo-o. Ela gritara de dor.

Clarsters- Você! Idiota! – Desviara-se dele. – Quebrou meu pulso! – Arfava de dor.

Roy- Ordinária, como pôde fazer isso? É pouco para o que você merece! – Puxou-a rápido pelo pulso quebrado, arrastando-a pelo chão.

Clarsters- Você é um louco! Perdeu a razão! - Enquanto seus gritos ecoavam pela biblioteca. – O que está fazendo? – O homem jogara a garota com violência na parede, enquanto tirara o terno e puxava a gravata de sua camisa.

Roy- Vadiazinha. É isso que você é. – Enquanto amarrava com a gravata os dois pulsos da garota na mesa que havia perto.

Clarsters- O que pensa que está fazendo?- Gritou quando o homem apertou o nó. – Seu lunático!

Roy- O que estou fazendo? – Dera uma risada. – Hora de confessar o que você fez. – Pisando em uma de suas pernas. A garota gritara mais uma vez. – Por que não se defende, em? – Gritara.

Clarsters- Solte-me! Agora! Maldito... – Suava e gritava. – Você quebrou minha perna...

Roy- Está doendo, é? – Abaixou-se, pressionando mais a perna da mulher. Ela agonizara de dor. – Óh, é bem aqui, não? – Passando a mão por sua perna. – Eu sinto, foi bem aqui. – Pressionando no lugar onde havia quebrado. A mulher desmaiara de dor.

Roy- Maldita, já desmaiou foi? – Berrava. Pegara um pouco de álcool na recepção e voltara em seguida. Passou por sobre o nariz da morena, no qual acordara em um rompante, um pouco depois. Já arfava de dor.

Clarsters- Meu deus, você me quebrou toda... – Dera um sorriso.

O homem estava de pernas cruzadas, tomando um gole de whisky no refil (tinha em seu casaco). Lee já estava com as mãos amarradas em uma cadeira frente a dele.

Roy Mustang soltara a garrafa no chão e descruzara as pernas, roçando a dela no caminho. A mulher suspirara de dor, inclinando a cabeça para trás.

Roy- Hora de falar... Homunculus! – Puxando uma de suas pernas para perto dele, até ficar a milímetros de seu rosto.

A mulher dera um sorriso debochado.

Clarsters- Então você finalmente descobriu...

Roy- Por quê? O motivo! Qual é?

Clarsters- Não ache que vou te dizer alguma coisa... – Arfando de dor novamente.

Roy- O que é você... – Olhando-a enojado. – Sente dor, não se defende, mas é imortal.

Clarsters- Não gosto de brigas. – Voltando a cabeça para frente.

Roy- Porque você nunca ganha nenhuma! – Jogando-a, junto da cadeira, para longe. A mulher gemera de dor.

Clarsters- Maldito... Isso dói! – Arfava.

Ele fora em direção a ela, desamarrando-a.

Roy- Se você não vai dizer, eu vou saber! –Levantando-a com as mãos. – Vamos, fique em pé! – Dando-lhe um tapa. – Não consegue? Quão inútil você é! – Soltando-a dos braços, a mulher despencara no chão novamente.

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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Clarsters- Ah, como você ousa... – Respirava com dificuldade. – Meu deus, isso dói muito... – Dando outro sorriso.

O homem andara de um lado a outro, com uma das mãos na cabeça.

Roy- Como eu não percebi isso antes! Como! – Berrava insandecido. – Foi você o tempo todo! Foi você que viu a pesquisa de Maes! Claro, a bibliotecária, sabe exatamente quem estuda o que! Foi você que falou ao Fuhrer sobre Sheska também! Vadia! – A mulher ria incontrolavelmente.

Clarsters- Vocês são muito lentos... Foi fácil acabar com eles.

O homem lhe dera um tapa que chegou a cortar o lábio da mulher. Subira nela e começava a rasgar sua roupa.

Roy- Você tem o símbolo! Cadê? – Tirando a saia de Clarsters, sem cerimônia. Olhara na frente e atrás. A mulher estava quase imóvel de dor, só conseguia rir e falar.

Clarsters- Olha só, Roy Mustang arrancando minha roupa... – Tocira sangue. – Quantas mulheres dariam tudo por isso... – Tocira novamente.

Roy- Cala a boca, sua nojenta. – Procurava algum desenho pelas coxas e pernas. Olhava e pegava-as sem qualquer cerimônia e delicadeza.

Clarsters- Você é bruto... – Tocira novamente, dando um sorriso.

O homem a virara, deixando-a de frente para o chão. Puxava suas peças íntimas à procura do símbolo, mas não achara nada.

Clarsters- Hum, está ficando quente... – Dera outro sorriso.

Virou-a de novo de frente para ele, puxando sua camisete branca do corpo. Procurou pelo ventre da mulher, virou-a para ver as costas e não achara.

Roy- Onde que está? Fala!- Apertando sua perna.

Clarsters­- Seu maldito... Como... Pode tratar uma mulher assim? – Arfara, dando outro sorriso. – Não vai achar, está em um lugar seguro.

O moreno dera mais um tapa de raiva. Ficara em cima da mulher, pensando onde estaria. Pegou seus lábios, puxou seus olhos, mas nada encontrara.

Clarsters- Você acha... – Suspirando com dificuldade. – Que ficaria em um lugar visível? Como você é tolo... Se quiser achar a minha marca, terá que se esforçar.

Ele puxara seu sutiã vinho, olhando por onde estaria o símbolo.

Clarsters- Meus peitos são mais bonitos que de Lust, não acha? – Dando um sorriso, mas o homem lhe dera outro tapa.

Roy- Cala a boca, sua suja! Só fale quando eu perguntar! Se você não falar, vou tirar uma orelha sua fora! Ouviu? – A mulher dera outra risada.

Clarsters- Não fará isso. – O homem estalara os dedos, queimando o lóbulo direito da orelha de Lee. A mulher berrara por alguns minutos, debatendo-se.

Roy- Onde está? – Estalando os dedos novamente. A mulher gritara.

Clarsters­- Tudo bem! Tudo bem! Eu falo... – Tocindo.

Clarsters- É uma marca em auto-relevo, apenas com o toque saberá!

Roy- Auto-relevo? – Passando as mãos pelo corpo da mulher.

Clarsters- Está em um lugar onde não podem saber. Dentro de mim. – Dera uma risada, mas tocira em seguida.

Roy- Dentro de você? – O homem ficara possesso, teria que matá-la para saber seu tipo de homunculus. Com os ferimentos que tinha, não aguentaria outra lesão ou corte. – Onde? – Pegando seu pulso e torcendo novamente. A garota dera outro berro.

Clarsters­- Chega... – Arfando. O homem parara. – Está onde você está sentado. - Dando um sorriso.

“Onde estou sentado?” Roy gradativamente descera os olhos e vira que estava sentado em sua anca, na mesma posição em que um homem e uma mulher se uniam.

O moreno suspirara, revirando os olhos.

Roy- Está dentro de você. – Dera um risada irônica. – Claro! Auto-relevo. Vou ter que tocá-la para saber. Que sujeira vocês são. – Fazendo gestos negativos com a cabeça.

Clarsters- Não vou achar ruim nós fazermos isso... Prometo... – Respirara. – Falar bem de seu desempenho depois.

Roy- Calada! Você acha mesmo que vou te possuir, sua nojenta? – Puxou-a para perto. – Não tenho nem animo para consumar isso. Está sentido, não? Uma suja como você não me
instiga.

Clarsters- Se... – Tocira ao ser jogada ao chão novamente. – Você não tivesse me quebrado toda, talvez pudesse dar uma ajudada nisso...

O homem levantara, enojado. Teria que tocá-la, não havia outro jeito. Andara de um lado a outro do local.

“Vou ter que fazer isso, não há outro jeito.”

Aproximou-se da garota e tirou-lhe a parte de baixo, deixando o resto em seu corpo. Puxou seu braço, jogando-a na mesa.

Roy- Você não vai se mexer, ouviu? Se mexer, eu quebro seu outro pulso!– Pegara um papel e uma caneta e colocara do lado do corpo fraturado de Lee Clarsters.

Se inclinou sobre a mulher, invandiando-a calmamente procurando pelo auto-relevo. Ela arfara de dor por sua perna ter sido afastada. O homem aprofundava mais e não achava nada.

Roy- Você não mentiu pra mim, não é? – Virando para o rosto da mulher.

Clarsters- Não se presuma tão encantador... – Tocira. – Mas você não está indo no lugar certo. – Tocira mais uma vez. – Se você virar um pouco para a esquerda vai reparar.

Roy arfara com raiva e fora atenciosamente indo em direção à esquerda.

Clarsters- Mais fundo. – O moreno empurrou mais e finalmente encontrara o relevo. – Aí mesmo.

Ele começou a rodar o dedo à procura do formato do desenho enquanto anotava no papel. A mulher suspirara, pegando com seu braço saudável, o ombro do homem.

Roy- O que pensa que está fazendo? Não me toque! Não se mexa.

Clarsters- Não pare... – Roy ficara enojado de estar dando prazer àquela mulher desprezível, mas não havia jeito. – Você é bem delicado nessa parte... – Dando um suspiro de dor e prazer.

Roy- Falei para não se mexer. – Quase terminando de anotar o formato de seu círculo.

Clarsters- Quase... – Respirando forte, mordia os lábios.

O Coronel não ficara surpreso com o prazer da garota, o símbolo era em seu ponto g, impossível não sentir nada. A morena respirara forte ao atingir o que queria.

Roy- Não se mexa, não contraía seus músculos! Não consigo anotar assim.

Clarsters- Desculpe... – Dera uma risada. – Foi mais forte do que eu. – O homem arfara por a mulher está mais úmida que antes.

Conseguira o último pedaço do desenho e tirara a mão, irritado.

Clarsters- Nossa, isso já valeu por ser espancada.

Roy- Cala a boca. – Saíra dela, limpando sua mão na camisa. Pegara o papel, levantando-o para a luz. – Ouroboros. – Olhando-a novamente.

Clarsters- Sou o homunculus do símbolo ouroboros. Fiquei entre o céu e o inferno, mas meu símbolo significa a eternidade.

Roy- Você não é a líder. – Afastando-se dela, voltando a andar de um lado a outro da sala.

Clarsters- Não, a líder é Dante.

Roy- Quem matou Hughes? – Estacando a sua frente, puxou-a por um braço.

Clarsters- Fui eu... – Dera um sorriso. – Você está se vingando muito bem. – O homem a soltara, enojado.

Roy- Você vai morrer, vai para o inferno, lugar que nunca deveria ter saído. Mas antes, tenho outras perguntas.

Roy- Quem é o mostro com os grandes olhos?

Clarsters- É o pride. Ele é forte... E cruel. – Pigarreando.

Clarsters- Riza... – O homem parou de andar de um lado a outro e fitou-a.

Roy – O que tem ela? Fale! – Aproximou-se.

Clarsters- Ela não morreu. – Os lábios do homem se abriram lentamente. Estacara no chão e não respirava.

Roy- Onde... Está? – Olhou-a, tensíssimo. Seus olhos eram aterrorizantes.

Clarsters- Você sabe mais do que ninguém. - Tocira dificultosamente, já não lhe restava muito tempo.

Roy- Fale claramente! – Puxando-a pelo braço.

Clarsters- Você sabe... – Tocira mais uma vez, saindo-lhe uma parte grande de sangue.

Roy- Você não presta mais pra nada. – Largando-a longe.

Roy- Que o diabo lhe perdoe. – A mulher olhava a chama nas mãos do homem. Era o seu fim, finalmente. – Vá para o inferno. – E jogara as chamas em Lee Clarsters.

O fogo a consumiu silenciosamente. Roy olhara tudo, atencioso. Dois chumbos pareciam ter acabado de sair de suas costas.

Matara a assassina de seu amigo e Riza Hawkeye estava viva. Viva!