Eu nunca imaginaria que a floresta iria ser tão... Selvagem.

Aqui tinha muitas árvores, lógico, mas tinha muito mosquito também. Deus! Eu fico me batendo toda hora, para ver se eu consigo matar esses seres demoníacos. Sério, se eu pudesse, eu exterminava todos os mosquitos da Terra!

- Olha amor, a primeira pista!

Daniela estava bem feliz, ao contrário de mim. Assim como a Manu previu, a Bia não pôde ser minha parceira, então... Teve que ser a Dani mesmo, pois todos os outros alunos já tinham seus parceiros.

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Eu até poderia ir com o Tomas, se ele tivesse aqui... Pelo visto as despesas com a viagem eram muito altas para as condições de sua família.

Coitado. Eu gosto muito dele, gosto mesmo. Ele é um grande amigo para mim.

Amigo... Só isso. Era só amizade o que eu sentia por ele. Enquanto pela idiota da Dani...

- Amor! – ela tentava chamar minha atenção, enquanto pegava uma lata que estava perto de uma árvore, no chão. Aquela era a primeira pista? Parecia mais um lixo jogado por um turista!

Ah, deixem-me explicar: a exploração consistia em jogo em que duplas iriam percorrer várias trilhas, que se ramificavam em várias outras. A ideia geral era que a gente encontrasse as três pistas, e cada uma dizia para onde ir. Quem conseguisse encontrar as três e chegar primeiro na linha de chegada, ganhava o jogo e uma espécie de prêmio.

Só que isso não iria ser tão fácil, já que teriam pistas falsas para nos confundir. Por isso eu achava que aquela lata velha que a Dani encontrou não é uma pista...

- Ora, amor! Mas é melhor do que ficarmos perdidas na floresta, como a gente estava, não é?

Eu fiquei sem palavras, já que ela estava com total razão. Estávamos andando pela floresta pelo que pareciam ser horas, e meus pés já estavam doendo. E ainda tinham aqueles malditos mosquitos...!

Suspirei, pegando aquela lata imunda, e retirei um papelzinho que estava dentro e que dizia:

“Estou tão perto quanto longe. O caminho mais rápido é por mim, porém o mais difícil.”

- Mas o quê...? - eu disse, com raiva. - Isso não nos leva a lugar nenhum!

- Huuum... Isso parece realmente ser falso... - Dani dizia enquanto olhava ao redor, até que viu algo na árvore - Olha, tem uma seta aqui!

- Quê? - eu quase empurrei a Dani para longe da árvore, e me agachei para ver a setinha que estava na parte mais inferior do tronco. - É verdade... Olha, ela aponta para lá.

Eu elevei meu indicador em direção à região mais densa da floresta. Dani fez uma cara de desgosto.

- Mas... Aquele é o lugar fora da trilha, onde fomos avisadas para não ir.

Ela tinha razão. Uma coisa que os professores nos avisaram bastante foi para que nós não ultrapassássemos os limites da trilha, pois poderíamos encontrar animais selvagens e blá blá bá...

- É mas... - alguma coisa me dizia para ir por ali – Olha, aqui diz que esse é o caminho mais difícil, porém mais rápido... A gente pode chegar em primeiro desse jeito!

- Eu não sei... Eu não acho que chegar em primeiro valha a pena que nós nos arrisquemos...

- Ora Dani... - eu passei minha mão em seu rosto, provocando uma reação de surpresa nela. E percebi que seus pelos se arrepiaram. - Se algo acontecer comigo, você vai me proteger, né...?

Eu pensei que aquilo iria funcionar, mas não tão bem. Ela jogou o cabelo para trás, fez um sorriso sexy e disse:

- Mas é lógico, meu amor! Por você, eu arrisco até minha vida.

Eu sorri. Era tão fácil controlar ela! Eu não era esse tipo de gente que usa os outros, mas eu tinha que sair dali o mais rápido possível, de qualquer forma...

O que eu acabei não conseguindo. Caminhamos por longos minutos, e quanto mais andávamos mais densa a floresta ficava. O medo começou a se apoderar de mim.

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- Da-dani... - eu olhava para os lados, aterrorizada. Aquilo não estava indo bem, e desse jeito, nós iríamos...

De repente, um braço me puxou e me abraçou com força. Dani estava sorrindo, e dizia:

- Não se preocupe, Ana. Eu estou aqui para te proteger.

Por um instante, eu me esqueci completamente do que ela tinha feito comigo. Aquilo pareceu tão... Lindo. Seu sorriso, seu perfume... Aquilo me fez criar coragem abraçá-la também. Ela não parecia aquela Dani assustadora, pelo contrário, ela estava tão gentil...



Passamos vários minutos assim, caminhando grudadinhas. E eu estava achando aquilo muito bom. Mas, quando ela começou a passar sua mão pelo meu corpo, um pensamento daquele dia passou pela minha cabeça. O que ela tinha feito comigo...

Me afastei dela num impulso. Olhei para o lado, envergonhada, enquanto ela tentava se desculpar.

- Tudo bem... - eu disse – Só acho que eu não estou pronta...

Ainda.

- Certo... Desculpe mais uma vez... - ela estava triste, e agora um clima pesado pairava na floresta. Dizendo melhor, um clima mais pesado, já que a situação ali estava muito tensa... Ainda mais depois que começamos a ouvir ruídos.

- São só os animais inofensivos, não precisa se preocupar. - Dani disse, ainda triste.

- Mas, existem onças nessa floresta, não é...? - eu estava abraçando meu corpo, com medo.

- É, mas os nossos professores disseram que nessa região...

Ela parou de falar. Seus olhos estavam fixos em um ponto longe da floresta. Seu rosto parecia aterrorizado.

Olhei confusa para onde ela estava encarando, e finalmente percebi por que ela estava daquele jeito.

Dormindo confortavelmente perto de uma árvore, estava a pior coisa que poderia se encontrar nessa floresta.

Uma onça.