até que a Fama nos Separe.

Apenas uma Fração de seu Amor


Acompanhei a diretora pelo corredor da escola, enquanto pensava em qual seria o motivo dela ter me chamado, e o mais estranho, pedido que eu levasse junto minha bolsa. Fez uma curva e entrou no escritório.

- Entre, Suzanna. – ela segurou a porta enquanto eu entrava e me sentava em uma das cadeiras. Eu nunca tinha ido para a diretoria antes, muito menos tinha visto como era por dentro.

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- Você deve imaginar o motivo pelo qual te chamei aqui, não? – ela me lançou um olhar temeroso, quase ameaçador.

- Me desculpe. Eu não entendi, achei que ia me explicar. Não sei realmente porque estou aqui... me mandou trazer a mochila. – Em um gesto, peguei-a e coloquei em cima da outra cadeira.

- Como achei que você soubesse... Hoje de manhã quando cheguei a escola, Bárbara veio me contar que sua pulseira havia sumido... – Bárbara era a antiga namorada de um dos amigos de Braddy.

- E? – eu perguntei, em dúvida. Onde ela queria chegar com aquilo?

- No outro instante, ela voltou e disse que achava ter visto você colocando-a justamente em sua bolsa.

- Como é? – eu levantei da cadeira, pronta para me defender. – senhora, me desculpe. Eu... nunca peguei nenhuma pulseira. Pode ver minha mochila. Eu cheguei e fui diretamente pra classe, não tem como... – e então eu me lembrei. De repente, foi como se tudo voltasse a minha mente: a ameaça de ontem, a minha chegada de manhã e eu deixando minha bolsa do lado enquanto ia falar com Justin. Só podia ter sido isso.

- Se não for incomodo... preciso revistar. – ela abriu a mochila. Não demorou muito a achar uma pequena pulseira dourada com um pingente. – Como me explica isso? Me desculpe. Mas eu vou ter que lhe dar uma suspensão acompanhada de detenção, e você, no mínimo, terá que devolver pessoalmente a pulseira para Bárbara e pedir-lhe desculpas.

- Mas... eu juro, juro mesmo. Não peguei isso. Se quiser, posso explicar o que aconteceu...

- Veja Suzanna, nós não toleramos furtos na escola. Se não quiser isso na sua ficha para o resto da vida, terá que fazer o que eu solicitei. A sua detenção começa amanhã a tarde, trabalho comunitário. Espero que isso não se repita novamente, volte para a classe e leve a pulseira junto, sim?

O que eu poderia fazer em um momento daqueles?

Peguei minhas coisas e saí da sala cabisbaixa. Nunca mais teria coragem de olhar para a diretora, pois ela sempre me veria uma garota que furta pulseiras.

O sinal para o intervalo já havia batido, e infelizmente, a noticia devia ter se espalhado: todos olhavam para mim, e eu só queria achar uma pessoa naquele momento.

- Ei, ei. O que aconteceu lá? – Justin apareceu do meu lado. – eu ouvi um rumor meio louco de que você tinha furtado uma pulseira... – eu parei e olhei para ele. – mas o que foi?

- Simplesmente apareceu na minha mochila. – eu dei um suspiro. – se não conseguir acreditar em mim, não te culpo. É difícil mesmo, porque essa pulseira é da Bárbara e eu vou devolver pra ela daqui a pouco.

- Caraca. – ele fez uma expressão de surpresa. – Mais... isso não é certo, é? Preciso me preocupar com quem poderia ter feito isso?

Como eu queria não ter que esconder aquilo de Justin.

- É... na verdade, não. Deve ter sido só uma brincadeira de muito mal gosto, mesmo. Só tem um problema... vou ter que vir na detenção amanhã a tarde. E a noite...

- Ah, não. Você não vai...

- Justin, eu não tenho outra escolha. Não sei se vou poder ir no seu concurso. – olhei para ele tentando passar o que eu sentia. – eu sei que não é justo. Mas ela me disse que é a única maneira de isso não ficar em minha ficha. Você sabe que meu sonho é...

- ... Ir para uma faculdade. Sim, eu sei. – ele virou o olhar para o outro lado. – é realmente ruim que tenha detenção justo no dia que eu mais precisaria da sua ajuda.

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E ele saiu andando, para a sua próxima aula.

Acompanhei o resto das aulas sem paciência, pensando se Justin estaria decepcionado comigo. Quando finalmente acabaram, fui direto para a casa do Justin, que me atendeu com um abraço. Ele não conseguia guardar rancor por muito tempo.

- Vem. Tenho que te mostrar uma coisa, lembra? – ele puxou minha mão e fomos para o segundo andar, onde ficava seu quarto. Entrei e sentei em um puff azul.

- Então... o que é? – demonstrei entusiasmo.

E então ele pegou seu violão, e com muita dedicação, começou a cantar.

“…Just a fraction of your love

Fills the air

And I fall in love with you

All over again…

You’re the light that feeds the sun

In my world

I’d face a thousand years of pain

For my girl…”

- Bonita? – ele largou o violão, me lançando um olhar de esperança. – Achou que ficou boa? Quer dizer, é só o começo, mas eu acho que posso melhorar...

- Você que escreveu isso? – eu não conseguia acreditar. – Justin, é linda. Eu não consigo encontrar palavras para...

- Gostou mesmo? Porque escrevi para você.