Chego em casa, tiro os sapatos e me jogo na cama, um caderno no colo e uma caneta preta na mão direita.

É realmente complicado. Tento fazer de tudo para agradar a ele, me sacrifico e me esforço ao extremo. Mas o que recebo em troca? Nada. Acho que ele gosta de me maltratar, me ver sofrer, me matar por dentro de novo e de novo. Diz que me ama, diz que me quer, mas só diz. Para ele parece fácil me largar, me pegar de volta e, logo em seguida, me largar novamente.

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O que signifiquei para você?

É a pergunta que mais circunda minha mente, porém não encontro de forma alguma sua resposta. Fui uma amiga? Fui uma amante? Não fui nada? Gostaria de poder saber o que nossos momentos representaram em sua visão.

Preciso ouvir sua voz, ter seus carinhos e ver sua face sorrir. Sinto falta de tudo isso, mas parece que você não sente o mesmo em relação a mim. Sinto que fui usada e é isso que mais dói. Fui feita de idiota, de marionete. Divertiu-se brincando com meus sentimentos, certo? Porque para mim, foi uma brincadeira de mal gosto e extremamente torturante. Você só ferra comigo, acha que sou fácil, perdoo fácil. Certamente, quando se trata de você, sou cega. Não vejo seus erros - aliás, vejo sim, mas ignoro. Sou compreensiva com suas falhas, pois tenho medo de perdê-lo e nunca mais poder vê-lo.

Esse sentimento não é recíproco? Você fala e não escuta. Tento contatá-lo; você foge. Não atende telefone, não responde emails, não me dá a mínima atenção. Respeito, que tal?

Mesmo assim, eu o aguardo. Sentada no chão frio, sozinha e com o coração cheio de feridas abertas. Até que você decida retornar aos meus braços.

Será que não fui clara? Eu te amo.

Quando terminei de escrever, a arma já havia disparado. Um único tiro.

E minha visão foi ficando cada vez mais turva, até que a dor finalmente cessou.