Pokémon: Ano Sombrio

Capítulo 16: O nascimento de uma nova era.


*Interlúdio: Clímax*

-Ele fugiu... Está tudo bem com você, James? – Edward perguntou ao seu velho amigo.

-... Sim. Apenas sofri alguns arranhões, nada demais.

-Heh... Quem imaginaria que depois de todo esse tempo essa equipe ganharia sucessores? Não apenas isso... Todos eles eram muito bem treinados.

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-Eu me surpreendi também... Nunca achei que teria dificuldades para enfrentar algum membro dessas equipes, mas acabei sendo ultrapassado miseravelmente. – James falava com sua voz rouca, decepcionado com o resultado de sua batalha. Se ao menos ele estivesse com seu “time original”, talvez o resultado fosse diferente. – Equipe Rocket, huh?... Me pergunto porque justamente agora eles decidiriam voltar a ativa. Depois de todos esses anos...

-Como poderíamos saber? Não sabemos como essas mentes deturpadas funcionam, mas a realidade está bem a nossa frente. Temos um grande problema em mãos...

O salão que até então servia como um furioso campo de batalha estava muito mais calmo do que antes. Apenas o barulho do fogo consumindo o local podia ser ouvido enquanto alguns dos líderes tentavam conter as chamas. Alguns membros da equipe haviam sido derrotados e capturados, mas a maioria havia recuado para o primeiro andar. Nesse momento, apenas 5 pessoas se encontravam ali.

Pensando no que fazer em meio a essa situação difícil, Edward Vaan Wolfgang se dirigiu à outra pessoa.

-Brock, qual é a situação atual?

-Nada boa... – O mais antigo dos líderes de ginásio de Kanto disse. – Eu acabei de receber informações sobre o que está acontecendo no primeiro andar. Williams disse que eles trancaram as saídas e estão utilizando as pessoas que não conseguiram escapar a tempo como reféns. Nesse momento, eles estão com aproximadamente 100 pessoas na entrada do primeiro andar. Caso tentemos fazer algo, eles irão matar a todos ali com gás venenoso... – Sua expressão era séria e podia-se sentir claramente a tensão em suas palavras naquele momento. Era uma situação delicada e eles estavam ficando sem alternativas. Porém, se desistissem naquele momento, as orbes seriam roubadas, o que poderia causar um prejuízo muito maior do que a vida de 100 pessoas... – Eu já pedi ajuda a um velho conhecido... Mas não sei se ele conseguirá chegar a tempo. Neste momento, estamos tentando negociar com os membros da equipe. Estamos lutando contra o tempo...

-Como foi que conseguimos nos meter numa situação tão desesperadora? – Edward disse enquanto colocava uma de suas mãos sobre sua testa, desnorteado. – E quanto aquela mulher que parecia ser a líder deles? Ela também se encontra no primeiro andar?

-Não... Ela desapareceu no meio da confusão que houve aqui no salão. É possível que ela ainda esteja dentro da estrutura, então eu mandei um de seus homens procura-la.

-Uma líder desaparecida enquanto seus capachos mantém reféns no primeiro andar... – James falou para si mesmo, como se estivesse refletindo em voz alta. – Então não somos nós que estamos ganhando tempo... São eles que estão nos distraindo enquanto a líder faz sua fuga.

-É perfeitamente possível. – Brock balançou a cabeça afirmativamente. – Mas todos os nossos aliados estão presos no primeiro andar. Caso alguém tente sair de lá, eles irão executar os 100 reféns.

James retornou seus pokémons às suas pokebolas e começou a se retirar do local, determinado a pôr um fim nessa situação.

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-O que pretende fazer, James? – Edward perguntou.

-Acabar com esse pequeno show de horrores.

-Espere! Não sabemos ainda onde a líder está, e mesmo que a encontremos, ela pode estar com um comunicador para informar os capangas no primeiro andar caso algo dê errado. Se você simplesmente avançar sem planejar uma estratégia antes, a vida de 100 pessoas irá... – Ele terminou no meio da sentença, como se não quisesse imaginar o que aconteceria logo em seguida.

-A vida de 100 pessoas é um preço pequeno a se pagar pela segurança de milhares... – James respondeu friamente, determinado a pôr um fim nessa situação a quaisquer custos.

-Como você pode dizer isso?! Meu filho pode estar no meio daquela multidão! – Edward bateu com sua bengala no chão enquanto gritava desesperadamente para impedir James de fazer alguma loucura. – SEU filho pode estar entre um dos reféns!

James parou imediatamente ao ouvir isso. No meio do calor da situação, ele não havia considerado a possibilidade de seu filho e amigos não terem conseguido escapar a tempo. Caso ele fizesse algum movimento irracional, a vida de mais uma pessoa que ele ama seria tomada. Ele não poderia sofrer essa terrível dor novamente. Não depois do que aconteceu à Mary...

-Será que agora você entende, James? – Edward pergunto num tom mais calmo que outrora.

-...Você tem razão. Precisamos considerar um plano de ataque primeiro.

Eles estavam se arrastando contra o tempo e precisariam achar a solução para uma situação aparentemente impossível de resolver. Juntando os 5 indivíduos que ali estavam, eles começaram a discutir o que fazer. Teriam eles o poder de mudar aquele destino imutável?

Enquanto isso, no primeiro andar, a situação entre os líderes que ali se encontravam e os membros da equipe ficava cada vez mais conflituosa.

-Ouçam-me bem! – Um homem com um jaleco de cientista e cabelos negros espetados falava com uma voz alta. – Eu, o grande cientista e líder de ginásio Von Faustus Le Siegfried IV exijo que libertem esses reféns imediatamente! Caso assim façam, prometo ter piedade de suas pobres almas! MWAAAA-HÁ-HÁ-HÁ! –Ele soltava uma risada forçada, como se estivesse fazendo uma atuação ruim de algum estereótipo de cientista maluco.

-Williams, eu não acho que essa seja a melhor forma de lidar com essa situação... – Uma das líderes ao lado dele falou, claramente embaraçada com o comportamento de seu colega.

-Não me chame de Williams! Eu sou Von Faustus Le Siegfried IV! Mas como nós somos bons amigos e eu sou um cara muito considerável, você pode e chamar de Sieg! – Ele bateu com a mão em seu peito pomposamente, fazendo uma expressão de orgulho que envergonhava aqueles que estavam ao seu lado.

-Heh, boco da corte de segunda categoria, precisará de mais do que isso se quiser me entreter. – Uma voz arrogante saia do meio da multidão de rockets. Um homem de cabelos dourados e olhos cor de sangue. Era Lancilotto, que havia se teleportado até ali após sua batalha contra James. – Vocês realmente não parecem estar nos levando a sério. Mas que pena. Acho que precisaremos mostra-los que estamos falando sério, não é mesmo? Hehehe...

Lancilotto estalou seus dedos e, logo em seguida como se atendendo ao seu chamado, um dos membros da equipe trouxe um jovem rapaz dentre os reféns até o alcance de Lancilotto. Como um servo entregando um prêmio à sua majestade, o membro se ajoelhou perante o homem de cabelos dourados e apresentou a ele sua oferenda.

-Aqui está, senhor Lancilotto.

O rapaz que eles haviam pegado tinha sua cabeça raspada, estatura alta, e parecia ter entre 15 à 18 anos.

-P-p-por favor! Não façam nada comigo, eu imploro! – Ele olhava para Lancilotto como um pobre servo implorando por piedade ao seu senhor. Em seus olhos, nada mais havia além de puro medo e desespero. Entretanto, não era piedade que Lancilotto possuía em seus olhos... Enquanto ele olhava para aquela figura patética implorando sua vida, tudo que seus olhos refletiam era puro escárnio.

-Criatura... Quem lhe deu permissão de me olhar diretamente nos olhos? – Ao fim de sua frase, Lancilotto deu um pontapé no rosto daquele rapaz, arrancando-lhe alguns dentes e fazendo-o gritar de dor enquanto se encolhia no chão com suas mãos cobrindo sua face ensanguentada. – Ora, assim está bem melhor. Quando se está falando com alguém superior, é apenas comum que você se prostre ao chão. – Ele disse com um sorriso sádico em seu rosto.

-PARE COM ISSO! – Williams, que até então mantinha seus trejeitos peculiares, começou a falar sério pela primeira vez. – Esse garoto é inocente, não há porque você envolver ele nisso!

-Inocente? Hahahaha! Em que sentido ele é inocente, marionete da liga? – Lancilotto perguntou debochadamente enquanto falava sem sequer olhar diretamente na direção onde os líderes se encontrava. – Tendo nascido nesse mundo, tenho certeza que ele é tão culpado quanto qualquer um dos que estão aqui. – Ele colocou seus pés em cima da cabeça do rapaz que ainda agonizava de dor sob o chão. – Quem de nós é verdadeiramente inocente? Ele possui seus pecados a pagar assim como qualquer um de vocês. Nenhuma das pessoas aqui presentes é inocente de qualquer coisa, hehe. Qualquer tentativa de negar isso não passa de mera hipocrisia.

-Quem está sendo hipócrita é você! Só porque todos cometemos erros, não significa que precisamos pagar com nossas vidas por causa disso! Pelo contrário! Continuamos a viver para corrigirmos nossos erros! – Williams retrucou a provocação de Lancilotto.

-...Quem você acha que é? – Lancilotto começou a soar levemente irritado. – Baixe o seu tom de voz quando falar comigo, seu pedaço de lixo! Ou então... – Levantando a sua perna, Lancilotto deu um grande pisão no chão, mirando em uma certa parte do corpo do garoto que ali estava. “Crack”. Pisando em seus dedos, tudo que se pôde ouvir foi o barulho de seus ossos da mão sendo esmagados.

-AAAAAAAAAAHHHHHH!! – Ele segurou a mão que havia sido pisoteada usando a sua outra. – POR FAVOR, PARE!

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-Kh...! – Williams permaneceu frustrado aonde estava. Os líderes ao seu lado tentavam acalmá-lo, mas também estavam sentindo tanta fúria quanto.

O garoto que neste momento estava sendo usado como “exemplo” era ninguém menos que Alberto, um dos colegas de classe de Neil. Nascido em uma família rica, Alberto sempre foi uma pessoa que cresceu tendo do bom e do melhor. Dinheiro, popularidade, tudo que ele desejava estava ao seu alcance. Notavelmente conhecido por importunar alunos indefesos, Alberto se considerava superior àqueles ao seu redor. Mais cedo naquele ano, ele e sua turma haviam zombado Neil devido à sua derrota nas mãos de Bruce, mas depois da discussão que aquilo causou, decidiram parar de incomodá-lo. Agora, pela primeira vez em sua vida, ele podia se sentir exatamente como aqueles ao qual ele infligiu humilhação e dor.

Enquanto se ajoelhava perante o homem de cabelos dourados, ele implorava com todas as suas forças por sua vida. De seus olhos, lágrimas de desespero eram derramadas. Se perguntava se aquilo era a retribuição pelo mal que fizera aos outros, e se arrependia silenciosamente em sua cabeça. “Eu nunca mais irei fazer isso, por favor, me perdoe!”, ele se desculpava incessantemente em sua cabeça, com esperanças de que algum ser superior ouvisse suas preces e, por intervenção divina, tirasse-o daquela situação. “Por favor, me dê um milagre!... Qualquer um!!”. Enquanto ele se ajoelhava com medo, Lancilotto o observava com desinteresse, como uma criança que cansou de brincar com seu boneco.

-Sua atitude patética sequer é divertida de se assistir... Mas que decepção. Não passa de mais uma pessoa ordinária sem quaisquer qualidades interessantes. Uma pessoa como você sequer merece ter sua vida tomada por mim... Isso seria uma honra grande demais para sua existência impura. – Ele se virou e abandonou o garoto ali, sem quaisquer interesses nele.

-H-huh?... – Alberto enxugou suas lágrimas usando o antebraço do lado de sua mão quebrada. Suas preces haviam sido atendidas? O milagre pelo qual ele desejou... Havia sido lhe concedido? Um raio de esperança brilhou sobre seu rosto, e agora com um sorriso de alívio, ele chorava lágrimas de felicidade. Lágrimas essas que duraram por pouco tempo.

-Executem-no.

Aquelas palavras foram um balde de água fria na ponta de esperança que lhe havia sido oferecida. Não, havia sido um banho de lava, queimando e consumindo completamente todas as suas esperanças.

-NÃO! – Ele soltou mais um grito de desespero enquanto um dos membros da equipe arragava-o pela camisa para levantá-lo. – M-mas você disse que...!

-Eu disse que você não era digno de morrer pelas minhas mãos. Afinal de contas, esse é um trabalho do serviçal, e não do rei. – Ele afirmou jocosamente, expressando o quão pouco aquela vida valia para ele.

-SEU BASTARDO, PARE COM ISSO! Se você continuar...!!! – Um dos líderes gritou, sem poder conter sua raiva.

-Continuar o que? Nós sequer começamos ainda. – Lancilotto sorriu.

Alberto olhou em direção aos seus amigos, com os quais ele sempre andou na escola, e começou a pedir por ajuda.

-CARAS, ME AJUDEM! POR FAVOR! USEM SEUS POKÉMONS PARA ATACÁ-LOS, FAÇAM ALGUMA COISA!!

Aqueles dois que até então sempre estiveram ao seu lado, simplesmente abaixaram a cabeça e deram as costas ao seu “amigo”. Alberto sentiu como se sua alma tivesse sido completamente dilacerada. Ele estava afogado num poço fundo de escuridão. Não havia nada que podia salvá-lo. Acabou. Aquele era o fim.

-Não... Mas... Pai... Mãe... SOCOR—

“Crack”. Um ataque direto em seu pescoço, executado por um Machoke de um dos membros da equipe. Sem ao menos ter tempo de terminar sua última frase, a consciência de Alberto desapareceu em milésimos de segundo. O membro da equipe, ao se certificar de que suas batidas de coração haviam cessado, largou o corpo do garoto no chão, que quicou sobre o solo e ali permaneceu, imóvel, como um saco de lixo que acaba de ser dispensado.

-E assim, mais sujeira é retirada de nosso bonito mundo. Vocês deveriam estar agradecidos por eu ter feito tamanho favor a vocês.

Do lado dos reféns, as pessoas tremiam de medo. Filhos se abraçavam à seus pais, amantes se encolhiam uns nos outros, um clima de amedrontamento tomava conta do ar. Estavam todos apavorados.

Os líderes de ginásio, entretanto, estavam por um fio de perder a paciência. Não... Pensando melhor, eles já haviam passado a barreira da fúria há muito tempo.

-Já chega... Você foi longe demais, seu filho da...! – Levantando uma de suas mãos para lançar um de seus Pokémons, rapidamente um dos outros líderes impediu-o, segurando seu braço firmemente.

-Não! Se você fizer isso, eles irão matar todos aqui! Estamos tão furiosos quanto você, Williams... Mas acalme-se! Precisamos confiar nos outros... Eles irão arranjar algum jeito... Tenha fé! – Kimerly, a líder do ginásio de grama declarou, com sua voz baixa e suave, para que os rockets não a ouvissem.

-Grr...! – Cerrando seu punho direito que tremia de tanta fúria, o líder elétrico Williams estava prestes a explodir de raiva, mas ele sabia que Kimberly estava certa. Se ele estragasse tudo agora, a vida daquele rapaz teria sido em vão.

Lancilotto observava aquela situação com enorme prazer em seu rosto. Os líderes, apesar de manterem a calma no exterior, estavam extremamente desbalanceados psicologicamente após assistirem aquela cena. Aquele conflito que se instaurava entre eles era extremamente divertido de se assistir.

-Eu acho que agora vocês entendem a situação na qual se encontram, não é? – Lancilotto declarou.

-Você venceu. – Um dos líderes de ginásio mais velhos, Volken, o líder do ginásio de fogo, se pronunciou. – Já entendemos o quão sérios vocês estão. Mas, por favor, poupem a vida dos outros! Eu tenho certeza que podemos negociar termos bons para ambos os lados... Então, por favor, apenas nos ouçam, nós...

-Cale a boca, múmia. – Lancilotto cortou-o no meio de sua tentativa de argumentar com eles. – O lugar de velhos como você é no asilo, e não no campo de batalha. Retire-se se não quiser perder sua dentadura, vovô. – Ele zombou daquele que era um dos mais prestigiados líderes de Kanto.

-Seu babaca, com quem você acha que está falando?! – Williams se pronunciou novamente, expressando sua raiva quanto àquele homem desrespeitoso. Volken colocou sua mão sobre o ombro direito dele, para acalma-lo.

-Está tudo bem, eu não me importo. Desde que isso mantenha os cidadãos a salvo, ele pode me chamar do que bem entender...

-Volken...

-Hehehe... Estão vendo? É assim que os lacaios devem se comportar perante seus superiores. Muito bem, velho senil, ao menos para alguma coisa você serve! HAHAHAHA! – Lancilotto soltou uma gargalhada de quem estava se divertindo imensamente com aquela situação. – Muito bem! Vocês querem que todos os reféns retornem a salvo, não é? Então há uma condição que deve ser atendida...

Os líderes se acalmaram e olharam para Lancilotto, esperando os termos que ele iria propor.

-Vejo que nem todos vocês estão presentes aqui nesse exato momento... Mas acredito que vocês tenham meios de se comunicar a distância, afinal de contas, vocês foram todos convocados para proteger esse local, então creio que seja possível estabelecer conexão com qualquer um de vocês, certo?

-Sim... – Volken respondeu.

-Então, não haverá problemas. Minha ordem é a seguinte: convoquem todas as pessoas que ainda não estão aqui e faça-as virem para cá em menos de 5 minutos. Peça para que desistam de qualquer tentativa fútil de localizar a nossa dama ou atacar-nos de surpresa. – Ele deu um sorriso enquanto proferia suas ordens.

-...Então, basicamente, você quer que nós deixemos sua líder escapar com as orbes, não é isso?

-Exatamente, velho! Hahaha, muito bem, você é um bom aluno! Deixem-nos sair daqui a salvo, e nenhum dos reféns precisa se ferir. É uma boa proposta, não é?

-...Receio que você esteja pedindo muito. Sem dúvidas as vidas das pessoas que estão aqui são muito valiosas, mas caso deixemos vocês ficarem com as orbes, coisas catastróficas podem acontecer...

-Oh? – Lancilott fechou seus olhos e pensou por algum tempo. Soltando uma risada baixa, como se ele tivesse se lembrado ou pensado em alguma coisa, ele voltou a abrir seus olhos carmesins. – Tudo bem... Então, eu vou lhes dar 3 opções. A primeira: recusem-se a aceitar as duas outras propostas, e iremos matar todos que estão aqui presentes. A segunda: deixem-nos escapar em paz, e todos sairão vivos daqui...

-Hum... E a terceira?

Ao ouvir a inevitável pergunta, um sorriso sádico formou-se no rosto de Lancilotto.

-Tragam-me a cabeça decepada de James Vonruchi.

*Clímax – Fim de interlúdio*

-Sinto muito em desapontá-la, mas eu não tenho nenhuma intenção de morrer aqui. – Eu disse enquanto segurava a pokébola que escondia meu trunfo com minha mão direita.

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-Suas intenções são irrelevantes perante aos fatos... – Sem dar muita atenção à minha provocação, a mulher de vestes negras arremessou a pokébola contendo seu Pokémon, revelando um furioso Houndoom. Com seus caninos reluzentes e afiados, seus chifres de ponta aguda e pelagem negra muito bem tratada, era óbvio com apenas um olhar que aquele Houndoom era extremamente bem treinado... E extremamente perigoso. Soltando baforadas de fogo por sua boca e focinho, ele estava preparado para nos trucidar a qualquer momento. – Mate-os, Houndoom. Não deixe nenhum escapar.

Soltando um uivo arrepiante, o Houndoom veio numa velocidade assustadora em nossa direção. Estava na hora de revidar. Erguendo a pokébola que continha um dos azes de meu pai, eu pronunciei seu nome como quem invoca um poderoso guerreiro no campo de batalha.

-Lawliet... É hora do show!

Uma brilhante luz branca foi liberada no momento em que a pokébola foi arremessada. De dentro dela, um dos velhos companheiros de batalha de meu pai fora revelado: um dos primeiros e mais leais Pokémons que ele obteve antes mesmo de se tornar um líder de ginásio, batizado como a “flamejante foice do ceifador” nos campos de guerra, Volcarona.

-O que...? – Pega desprevenida, a mulher de preto ficou sem reação por um momento. Certamente ela jamais imaginaria que um treinador comum, um garoto de minha idade, pudesse possuir um Pokémon de tão alto nível quanto este. – Houndoom, rápido, use a Explosão de Fogo!(*Fire Blast)

-Lawliet, Zumbido de Inseto! (*Bug Buzz)

Apesar de ser um Pokémon do tipo fogo, normalmente poderoso contra insetos, ele também possui o tipo noturno, fraco contra golpes insetos, o que faria com que meu ataque acertasse-o com dano neutro. Mas sendo aquele Volcarona extremamente bem treinado, as infernais ondas de zumbido produzidas por ele chegaram mais rápido em Houndoom do que seu ataque poderiam chegar a mim. Dito e feito, o meu ataque acertou-o primeiro, causando arrepios na pelagem do cão dos infernos, que se encolheu no chão devido ao grande dano sofrido. Sabendo que apenas isso não seria o suficiente, eu rapidamente continuei antes que meu oponente pudesse contra-atacar.

-Lawliet, utilize a Dança Flamejante(*Fiery Dance) para incendiar este local!

Sendo envolvido por chamas de beleza divina ao redor de todo o seu corpo, o Pokémon inseto de fogo infestou o local aonde estavam com ferozes labaredas de chamas, cercando a distância que separava a mulher e o homem de cabelos brancos do grupo com um ardente fogo. Era essa a oportunidade pela qual eu estive esperando.

-É exatamente como você disse. Suas intenções são de fato irrelevantes em face à realidade. – Com um sorriso de triunfo, eu retornei meu Pokémon. Eu sabia que continuar aquela batalha não nos levaria a lugar algum e causaria apenas danos desnecessários a ambos os lados. – É agora, corram!

Se virando para o lado oposto ao qual meus inimigos se encontravam, eu e meus amigos nos retiramos do local o mais rápido possível enquanto as chamas impediam o avanço daqueles dois.

**

-Hm,hm,hm... Mas quem diria. Parece que ele realmente tem algum potencial no final das contas... – O homem de cabelos grisalhos afirmou com certo interesse.

-Tsk... Isso está começando a ficar problemático... – Mantendo a compostura, a mulher colocou três pokébolas nas mãos do homem ao seu lado. – Houndoom, o que está esperando? Levante-se.

Houndoom se ergueu com dificuldades depois de ter sofrido danos pesados pelo ataque de Volcarona, esperando pelas suas próximas ordens. Mesmo que estivesse à beira de perder a consciência, ele havia sido treinado para servir sua dona até o fim.

-Ultor, deixarei essas pessoas nas suas mãos. Use o olfato de Houndoom para localizá-los e use meus pokémons para derrota-los. Eu irei conduzir o resto assim como planejado, não tenho tempo para brincar de pique pega.

-Como desejar, madame Nyx. – Ele se curvou perante ela e foi correndo em meio à labareda de fogo, como se aquelas chamas que ultrapassavam os 100º não fossem nada perante ele.

**

Eu, Catarine, Simon, Clara e Angelo chegamos à um quarto vazio e trancamos a porta. Minha intenção original era retornar pelo caminho ao qual eu havia vindo, mas fui informado pelos outros de que seria perigoso ir por lá. O problema é que o quarto no qual nos encontrávamos era algo parecido com um depósito: só havia uma porta nele, para sair, e nenhuma janela grande o suficiente para uma pessoa passar. Estávamos presos naquele quarto até que alguém viesse nos salvar... Ou nos matar.

-Ahhh! – Soltando um suspiro alto, Simon desabou sobre o chão e se sentou encostando-se na parede. – Eu definitivamente não gosto de Houndooms... Apenas de olhar para aquele Houndoom vindo em nossa direção eu já tive calafrios e me senti como se fosse morrer a qualquer momento! Eu não sentia tanto medo assim desde aquela noite em que nos encontramos com o assassino...

-Shhh! – Catarine mandou-o fazer silêncio. – Se você ficar falando alto, alguém pode nos escutar, idiota.

-Foi mal...

-O que importa é que estamos todos a salvo... Por enquanto. – Eu disse com minhas mãos no bolso enquanto olhava atentamente todos os detalhes, para ver se havia algo de útil para nós. – No momento tudo que podemos fazer é esperar que os outros consigam tomar controle da situação. Até lá, teremos que nos esconder aqui.

-É... Provavelmente não temos escolha. – Angelo concordou e se sentou no chão, tentando se acalmar após aquela situação difícil. Obviamente, nenhum de nós estava calmo naquele momento. Estávamos todos assustados e com adrenalina correndo em nossos sangues.

-Mas acima de tudo... Eu gostaria de agradecê-los. Vocês vieram me salvar mesmo no meio de toda essa confusão... Obrigado.

-Hehe, pra que toda essa formalidade? Somos amigos, não é? Quando eu percebi que você havia sido deixado pra trás no meio da fuga, eu e os outros retornamos imediatamente para vir buscá-lo... E no final das contas, quem acabou nos salvando foi você, então obrigado por isso! – Angelo respondeu sorridente, e os outros concordaram com ele.

-Mas que coisa... Sempre que estamos todos juntos, parece que alguma desgraça ocorre. Hahaha, que sorte a nossa, hein? – Eu disse, fazendo piada com nossos destinos azarados.

-Mas enquanto tivermos você para salvar nossos traseiros, vai ficar tudo bem! – Simon falou animadamente, tentando levantar o astral de todos.

-É verdade. Já é a segunda vez que Neil nos salva de uma situação difícil. Eu não poderia esperar menos de nosso líder! – Clara afirmou com um sorriso gentil em seu rosto.

-Líder...? Haha, eu não acho que eu tenha o necessário para ser um líder... – Eu disse um pouco embaraçado. – Eu sou introspectivo, não sei me comunicar direito com os outros, raramente tomo a iniciativa... Acho que se há um líder entre nós, seria o Angelo. Eu sou apenas o braço direito.

-Não. – Angelo retrucou. – Eu posso parecer confiante por fora, mas na verdade, eu nunca tive uma autoestima das melhores. Na minha infância, os outros sempre gozavam de mim pelo fato de eu nunca ter sido bom em alguma coisa... Hehe, o fato de eu ser magro como um palito também contribuía pra isso.

-É verdade. – Clara disse, rindo, como se estivesse se lembrando de alguma coisa divertida. – Você também sempre foi muito desastrado. E continua sendo.

-Ei, ei, você deveria estar tentando me dar um pouco de moral! – Angelo falou indignado pela falta de apoio de sua irmã, causando uma reação de risos nos outros presentes, eu incluso. – Haha, mas é verdade. Apesar de eu ter unido esse grupo, é você quem nos mantém mais juntos, Neil. Você sempre pensa com a cabeça, eu sou impulsivo demais. Seus pokémons são bem mais fortes também. Então, eu lhe nomeio como o líder do grupo de investigação escolar!

-Huh? Grupo de investivação escolar? – Eu perguntei, confuso.

-Sim! O grupo que será o responsável pela captura do temível assassino de Lavender! E eu, Angelo, sou oficialmente o membro honorário número 1! – Angelo piscou com seu olho esquerdo e esboçou um sorriso. – Lembra? Naquele dia no telhado, em que eu lhe falei que daria a resposta para sua pergunta depois? Pois bem... É esta a minha resposta! – Ele ergueu sua mão direita na minha direção. – Eu, Angelo de Andrade Cruz, lutarei ao seu lado para capturarmos o assassino de Lavender. Depois de hoje, não há mais como eu me manter indiferente ao assunto. Conto com você... Líder.

Eu fiquei parado por alguns segundos, sem reação, mas logo em seguida me recompus e sorri confiantemente de volta.

-Sim. Conto com você, membro número 2. – E erguendo minha mão, selei nosso contrato com um aperto de mão.

-Ei! Membro número 2?!

-Mas é claro. O nosso membro número 1 já foi preenchido, não é mesmo? – Eu olhei para Catarine, com um sorriso, mas ela simplesmente virou sua cabeça, me ignorando como sempre. Mas dessa vez, ao invés de sua frieza usual, pude sentir uma vergonha meiga vindo dela.

-Angelo está certo. Já viemos longe demais. Mesmo que eu quisesse recuar agora, acho que não conseguiria viver bem sabendo que deixei meus amigos sozinhos quando eles mais precisavam. Membro número 3, Simon Vaan Wolfgang, se apresentando! – Simon se levantou e fez uma continência militar desengonçada.

-Ai, ai... Vocês garotos não tem jeito, hein? Sempre nos pondo em perigo por causa dessa falta de bom senso! – Clara afirmou, como se estivesse nos repreendendo, mas logo em seguida, soltou um sorriso terno e aconchegante. – Mas não poderia ser diferente. É por isso que eu gosto de vocês. Eu, Clara de Andrade Cruz, declaro minha aliança ao grupo de vocês. Cuidem bem de mim, okay?

-Sim... – Eu fechei meus olhos, ainda sorrindo. – Bem vindos ao time, pessoal.

-Bom... Mas vamos precisar de um nome melhor, não é? “Grupo de investigação da escola” não tem impacto nenhum... – Catarine disse no seu usual tom de indiferença.

-Hum... Já sei! “As Clefairys Luminosas”! – Clara disse com empolgação.

-Não mesmo! – Simon e Angelo negaram em uníssono. Ela fez um beicinho de irritação e desviou seu olhar, como uma criança.

-Eu tenho um nome muito melhor! O “Super Esquadrão de Patrulha”, SEP! – Simon falou orgulhosamente de sua ideia.

-Isso é tão ridículo quanto a outra proposta. – Catarine disse sem nenhum remorso, para a decepção de Simon.

-Hum... Bom, , acho que nada mais justo do que o Neil decidir o nome. E então, o que vai ser, líder?

Eu abaixei minha cabeça e pensei por alguns instantes. Deveria ser um nome simples e fácil de lembrar. Impactante, mas nada muito chamativo. O nome deveria ser...

-Os “Exorcistas de Lavender”, sigla: EdL. Se há um fantasma assassinando as pessoas por lá... Então é nosso trabalho exorcisá-lo.

-Hahahahaha! – Clara riu como se eu tivesse contado alguma piada engraçada. – É um pouco cafona, mas eu gostei.

-Até que não soa mal! “Simon, o exorcista”! – Simon balançou a cabeça afirmativamente, aprovando a ideia.

-Ridículo. – Catarine, como sempre, foi direto ao ponto. – Mas se ninguém tiver nada contra, por mim tanto faz.

-Bom, então está decidido! A partir de hoje, nós somos os Exorcistas de Lavender! – E com a aprovação de Angelo, nosso grupo havia finalmente sido consolidado. E como se fosse uma resposta às nossas novas resoluções, a porta do local onde estávamos foi rapidamente derrubada por alguém do lado de fora.

-Sentiram a minha falta? – Do lado de fora, o homem de cabelos grisalhos olhava para nós, com parte de suas roupas queimadas e o Houndoom ao seu lado. Maldição... Ele nos rastreou usando nossos cheiros!

-Todos, se preparem! – Eu afirmei enquanto pegava a pokébola de Lawliet, o Volcarona de meu pai. – Dessa vez não há como escapar... Mas se for apenas ele sozinho, talvez tenhamos uma chance.

Os outros se colocaram ao meu lado e, juntos, decidimos por um fim naquela perseguição de uma vez por todas.

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-Hehehe... Péssima escolha. Seria mais fácil se vocês se rendessem, dessa forma eu tomaria suas vidas sem dor ou sofrimento... Mas se é uma batalha que vocês desejam, então que seja. Vamos acabar com isso de uma vez por todas.

Estava na hora do primeiro grande confronto dos Exorcistas de Lavender. Até que esse caso esteja resolvido, não iremos cair...!

Continua...