Segunda, seis e meia da noite.

Fui com a Elisabeth depois da aula pra casa dela. A Marina não sabe de nada. Não contei nada a ela sobre o Cris, mas de qualquer jeito, Cristiano não estava em casa e não fiquei muito tempo. A Elisabeth me convidou pra voltar mais vezes e conversar com o Cris. Disse que voltaria com certeza.

Ele não deve estar bem. A Elisabeth falou que ele tinha uma consulta e estava no médico e ela tinha se esquecido. Estou um pouco preocupada... Mas, bom, pelo menos vou vê-lo novamente. E se ele estivesse em casa eu teria furado com a Lucia e a Marina, o que não seria legal dar uma de furona. A minha irmãzinha me vê como um exemplo. Não quero a minha irmã cresça achando que pode furar com as pessoas por qualquer coisa. No meu caso não foi qualquer coisa, mas mesmo assim...

. . .

Foi muito divertido lá no zoológico, apesar de eu ter tido que disfarçar a minha preocupação pra Marina não perceber. Mas querendo ou não, ela percebeu.

- O que você tem? – Ela perguntou.

- Nada. – respondi.

- Você está estranha... No mínimo diferente. Alguma coisa aconteceu. Alguma coisa que mexeu com você... O que foi?

Pelo visto, minha tentativa de disfarçar não funcionou em nada. E olha que eu sou boa nisso!

- É só impressão sua, Marina – Disse, tentando parecer menos distante para ser mais convincente.

Marina parecia satisfeita com a minha resposta. Pelo menos por enquanto.

Fiquei o tempo todo pensando em como o Cris deve estar depois de todos esses anos e se ele ainda se lembra de mim...