Spirit Bound
Um poço profundo de confusão
# Bella Swan #
- Rose, deixo-nos sozinhos por favor! – Edward disse com a voz calma e Rose hesitou alguns instantes, antes de suspirar e sair da biblioteca.
Eu desmoronei em uma poltrona qualquer e comecei a chorar.
- Bella, não faça isso. – ele sussurrou, estava agachado, do meu lado.
- Você não sabe o que eu pretendo fazer. – disse tentando conter as lágrimas. – Não faz idéia.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- É por isso que eu estou te implorando Bella, tenho medo de aonde você pode chegar. Não acabe com tudo o que temos?
- E o que nós temos Edward? – eu disse, com uma voz exaltada. – Me diz o que nós temos, porque eu não faço a mínima idéia.
Ele fechou os olhos e os abriu novamente, tudo que eu via ali era confusão. Ele não se encontrava em melhor estado que eu, mas no momento, a minha confusão era tamanha, que eu não me aventurava a me por no lugar dele.
- Essa mulher apareceu aqui, dizendo que está grávida de você e pelo visto é algo recente, porque eu já estou aqui a quase 6 meses e a barriga dela ainda nem cresceu.
- Não,não! Eu lhe juro, eu tive sim um envolvimento com Tanya, na época em que você estava fora, nós nos víamos algumas vezes no apartamento dela e era só. Mas alguns dias antes de você voltar até, eu parei de procurá-la Bella, lhe juro.
- Pessoas que juram mentem Edward.
- Você sabe que eu não to mentindo. – ele disse, me obrigando a olhar em seus olhos.
- Você não vai se desfazer de mim? – eu me perguntei, querendo testá-lo, mas minha voz saiu em um tom muito diferente, como se eu fosse uma criança e meus pais acabassem de confirmar que iriam viajar e me levariam com eles.
- Não é de meu desejo. Nunca foi. Se você pedir três vezes para que eu lhe liberte, eu não poderei lhe negar. Você conhece as regras, essa foi a primeira, Bella por favor, não peça novamente. – ele disse quase desesperado.
- Você ainda não me explicou como essa mulher pode estar grávida se você está jurando que não vê ela a algum tempo.
- Gravidez de vampiras são diferentes, elas duram 18 meses e a barriga só começa a aparecer depois do décimo mês. Mas isso não muda nada. Eu me cuidei e tenho certeza disso.
Eu ri debochada. Ou ele era um idiota ou era muito ingênuo. Até eu poderia reconhecer aquele golpe.
- Ela não surgiria aqui, do nada, se não tivesse a certeza de quem é o pai desta criança Edward.
- Nunca foi minha intenção engravidá-la, longe disso! Bella, por Deus me ouça, a única mulher na vida com quem eu gostaria de ter filhos é...
- Edward! Eu consegui fazer com que Tanya fosse embora! – Carlisle nos interrompeu, adentrando a biblioteca.
Edward se levantou e eu tentei enxugar as lágrimas com a manga do vestido.
- Mas ela está grávida mesmo?
- Sim, cerca de 8 meses. Ela voltou para a casa dela, mas isso não significa que ela não voltará e você sabe disso.
- Ela não está mentindo. – Edward disse. – Eu entrei em sua mente antes que ela entrasse no carro. Esse bebê realmente é meu.
Eu levantei da poltrona e corri dali. Ignorei os chamados de Edward, de Carlisle e até de Rose que estava do lado de fora. Eu subi as escadas e me tranquei no quarto. Olhei para o banheiro e me dirigi até lá, mas parei dois passos antes da porta e olhei fixamente para ela.
Entrar ali, sozinha, no estado em que eu me encontrava, significava que eu voltaria a algumas semanas atrás. Eu voltaria a me cortar e isso acabaria comigo, de novo.
Mas afinal, de quantas formas um coração pode ser destroçado e continuar batendo?
Fechei os olhos e permiti que as insistentes lágrimas caíssem novamente, quando dei por mim, eu estava sentada, em cima do tapete, com as mãos apoiando todo o meu tronco.
Não importava o quanto eu tentasse mudar o que sentia ou o que eu queria, sempre surgiria algo ou alguém, para me lembrar que ficar com Edward e tentar ser feliz ao lado dele, não era para mim.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Não tardou muito e meu choro se tornou pranto, com soluços que faziam todo meu corpo balançar em profundos espasmos. Logo depois, meus braços não tinham mais forças para se sustentar e eu estava deitada no tapete, o choro tinha cessado, já não haviam lágrimas para cair e eu permanecia inerte, que nem uma retardada, olhando para o teto cheio de pinturas Greco-romanas , sem pensar em nada.
Tudo que eu queria nesse momento era sumir....me tornar matéria obsoleta, ainda não projetada nesse meio astral.
# Edward Cullen #
- O que você fará agora filho?
- Eu não sei Carlisle, isso me pegou de surpresa como pegou a todos. Mas eu sei o que eu não farei, me casar com Tanya por conta dessa criança. Eu assumirei, mas de forma alguma voltarei a me envolver com ela...
- E quanto a Bella? Ela não está nem um pouco conformada com essa decisão.
Eu poderia dizer a Carlisle que ela pediu a liberdade, uma vez. Mas isto acabaria comigo, porque eu estaria tornando público algo que nunca deveria ter ocorrido. Eu poderia dizer que tudo ficaria bem. Mas agora, eu podia enxergar bem e com clareza, que as coisas nunca estiveram bem.
- Eu não sei. Eu só sei que não quero perdê-la...de novo.
- Então faça o que é certo. Quando você vai contar a ela a verdade Edward? Sobre os pais dela?
- Logo. Isabella está muito revoltada, e eu só posso alcançar a mente dela de modo superficial, além disso, Rosalie insiste em ficar perto de Bella toda vez que está perto de mim. Ela sabe que eu poderia invadir a mente dela e descobrir os motivos que levaram Bella a fugir, dois anos atrás.
- Talvez Bella tenha descoberto...
Eu olhei para meu tio por um longo momento, absorvendo todas as teorias que Carlisle tinha imaginado.
- Não, ela não descobriu. Se ela tivesse descoberto...
- Eu sei, Jacob não tentaria mais...
- Deixa pra lá. Eu não quero falar sobre isso agora Carlisle.
- Tudo bem, mas devo avisá-lo, que mais esse escândalo sobre esse filho...que você terá. Eu não diria bastardo, uma vez que você é legalmente solteiro. Mas enfim, as Primeiras Famílias não ficarão nada contentes com isso.
- Pouco me importo com o que eles pensam sobre isso. É a minha vida privada, quem deve ter alguma opinião sobre ela sou eu, e as pessoas diretamente envolvidas. E para deixar claro, legalmente, estou comprometido com Isabella Marie Swan, e avise a Esme quando chegar em casa, que se ela não resolver logo esse problema com os lobisomens, eu baixo um decreto e assumo o trono antes mesmo de me casar.
- Você não seria...
- É claro que eu seria tio. E o senhor sabe muito bem disso. Já estou é cansado de abaixar a minha cabeça para aqueles arrogantes e praticamente controlar minha vida pra sair do modo que eles querem. Avise a titia para resolver isso...ou eu vou resolver do meu modo. Boa noite! – eu falei, saindo da biblioteca e indo em direção a escada, quando o forte cheiro me atingiu.
Eu já havia sentido aquele cheiro antes, em alguns chás que Bella tomava. Era horrível, mas ela gostava, então eu não falava nada.
Segui o rastro e cheguei até um quarto do palácio, onde havia apenas uma mesa, uma cadeira, um jarro com água e muitas folhas daquela erva.
Surpreso, eu olhei para o lado, onde vi Rosalie desmaiada.
E o forte cheiro impregnava o local.
- Carlisle! – eu gritei, e em segundos ele estava do meu lado.
Com o braço, ele cobria o nariz e correu até Rosalie, eu o ajudei a trazê-la para fora.
Nós fechamos a porta, e o cheiro se dissipou. Era por isso que eu estava sentindo-o só agora. Rosalie bisbilhoteira como era, abriu e liberou o odor.
- O que era aquilo? – eu perguntei, assim que levamos Rose até uma sala reservada onde tinha alguns equipamentos médicos.
Carlisle avaliava sua pressão e respiração.
- Aquilo é uma erva usava pelas antigas bruxas da Escócia, pelo que eu sei, quando transformado em pó e misturado com bebidas, é um forte composto depreciativo e alucinógeno. Quando queimada e liberada aquela fumaça, vem junto o forte odor, que como você viu, adentra as vias áreas e pode matar em questão de minutos. – ele respondeu.
- Rosalie vai ficar bem?
- Possivelmente, precisará ficar em repouso e sob constante observação. Um pouco de inalação lhe fará bem.
- Mas de onde veio essa erva?
- Era o que eu estava tentando lhe dizer desde que pus os pés aqui esta noite Edward. Alguns mustash interceptaram mensagens dos transmorfos daqui. Tudo indica que temos um espião entre nós.
- Rosalie?
- Não vejo como, ela não tem conhecimento e...
- Rosalie conhece muita gente Carlisle, e talvez causar a fuga de Bella fizesse parte do plano...
- Edward, pode ser que Rose não...
- Ela poderia estar usando a droga e dando a Bella e agora acabou se acidentando e...
- Edward já chega! Eu não vou permitir que a raiva que você tem por essa moça lhe cegue! Rosalie não tem culpa de nada. Esse composto só é ativado com sangue de transmorfo e sangue fresco. Está mais do que claro que Rosalie é humana.
Eu me encostei na parede branca da sala e cruzei os braços, olhando ela desacordada na maca.
Não importava o que fosse, eu jamais perdoaria Rosalie por ter ajudado Bella a fugir e nunca permitiria que ela pusesse as garras em Emmet. Rosalie não passava de uma meretriz, que não merecia sequer entrar neste palácio.
- Eu vou ver Bella. Amanhã bem cedo, nos encontramos para falar sobre esse suposto espião.
Ele assentiu e continuou examinando Rosalie.
Eu subi as escadas e vi que a porta do nosso quarto estava trancada. Eu suspirei e forcei a fechadura, que se abriu com um clique. Encontrei Bella numa cena caótica, jogada no chão do quarto, olhando fixamente para o teto.
- Você está consciente?
Ela se virou e me olhou. Seus doces olhos castanhos era um poço sem fundo de confusão, e eu senti meu coração se apertar por dentro. Por que Bella simplesmente não podia me amar?
- Estou sim. – ela sussurrou, levantando-se e indo em direção a nossa cama. – Você não vem deitar também?
- Bella não ignore o que aconteceu la embaixo! – eu pedi, o desespero tornando-se palpável.
- Eu não sei do que você está falando. – ela sussurrou, antes de adormecer, de roupa e tudo.
Eu peguei a primeira coisa que vi na minha frente e atirei-a contra a parede. Era a única forma de extravasar minha raiva. O som do cristal espatifando-se contra a parede foi latente, mas Bella estava num sono profundo, sua mente estava em outro lugar, um lugar que eu daria tudo para estar também.
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