Enquanto ia caminhando novamente para a biblioteca alguém veio correndo e começou a me acompanhar em silêncio. Pelo canto do olho vi quem era.

- O que você achou dos meus irmãos? – Thayse perguntou.

- São legais... – franzi o cenho.

- Hum... – ela debatia algo mentalmente, parecia tentar decidir se me falava algo ou não. – Você vai na caça à bandeira?

- Claro. – falei sem pensar. – Aposto que o Igor vai me arrastar para lá de qualquer maneira. E você?

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- Acho que sim... Por que, afinal de contas, você é amiga dele? – Thayse, direta como sempre.

- Porque ele é legal, horas. Só que você não colabora às vezes. – fui meio modesta no final. – Vocês até parecem arque inimigos.

- Eu não colaboro? Ele fica puxando briguinha o tempo todo. – ela estava reclamando daquele jeito de novo; girei os olhos. – Meus irmãos contaram que o chalé dele não passa de um bando de macacos grosseiros e deficientes. – ela disse a ultima parte empinando o nariz.

Fiquei quieta, não estava com vontade de discutir.

- Que saber o que mais eles falaram? – ela perguntou com uma cara de conspiração.

- Diga. – respondi já bem interessada no assunto.

- As caçadoras de Ártemis estão vindo para o acampamento, porque parece que tem uma profecia bem importante para chegar, profecia essa que envolve mais gente que de costume.

- Hum... – dei uma resposta genial como sempre.

- Que cara é essa? As profecias mandam campistas e neste caso também mandará caçadoras para o mundo à fora em aventuras grandiosas. – disse Thayse, com cara de quem sonha ter uma oportunidade para arriscar o próprio pescoço numa mição provavelmente suicida, porque algo me dizia que seria aquela profecia seria assim. – E quer saber de mais?

- Diga. – falei mais que impaciente, Thayse sabia muito bem que eu iria querer saber de qualquer coisa sobre o acampamento, por mais insignificante que fosse.

- Fomos nós, digo, os meus irmãos, o chalé de Atena que descobriu. – ela disse com orgulho e acabei rindo da cara que ela fez.

- E como fizeram esta proeza? – perguntei ainda rindo.

- Não nos subestimem. – Thayse disse com a mesma cara de orgulho, só que um pouco ofendida, acabei rindo de novo. – Nós calculamos as probabilidades, determinamos as diretrizes e... Dois veteranos ouviram nossa mãe conversar com Quíron sobre o assunto.

Ambas caímos no riso.

- Então “Dona Probabilidades e Diretrizes” – fiz aspas no ar. – Vocês tem ideia de que se trata a profecia?

- Não.

***

Era dia de caça à bandeira, uma espécie de competição de dois times em que um tentava roubar a bandeira do outro, o meu chalé havia se aliado ao de Poseidon, Ares, Hades, Hécate, Nêmeses, Demeter e Apolo, os demais chalés formavam nossos adversários.

Eu estava sentada na mina cama esperando que o batalhão que eram os integrantes do meu chalé aparecerem para se aprontar e rever objetivos.

Suspirei.

Duvido que encontraria o chalé tão calmo assim novamente, resolvi tomar um banho, só pra aliviar a tensão. Nunca fui boa em coisa alguma, muito menos quando se tratava de atividades físicas, e uma vozinha dentro da minha cabeça teimava em dizer que não era apenas uma atividade física. Mandei essa vozinha calar a boca e fui rindo comigo mesma pra o banheiro.

Depois de um banho de praticamente uma hora o chalé continuava em silencio. Eu me lembrava muito bem dos Stolls falando para nos reunirmos no chalé, então eu ainda tinha tempo.

Vesti uma calça jeans e aquela camiseta laranja, catei meus pertences, guardei-os e fui correndo para a sala de armas. Eu ainda precisava de uma armadura e uma espada.

Por sorte não havia ninguém ali, torci para não existir nada “proibido de se e usar”. Num canto, jogados como se tivessem sarna ou lepra, longe de todas as outras armas, estava um escudo de bronze liso e com uma pedra vermelha no centro, uma armadura com espirais em auto relevo, mas aparentemente muito resistente (o que que eu intendo de armaduras mesmo? Nada, então ignorem essa descrição [risos]) e uma espada. Não era bem uma espada, mas “a espada” e na minha opinião, até a de Percy era deixada no chinelo. Ela era combinando com o escudo, bronze, do comprimento do meu braço, punho de um metal negro adornado de espirais em auto relevo (aspirais que pareciam mesmo estar girando) e na ponta outra pedra vermelho vivo, ela estava embainhada numa proteção de couro preto.

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A desembainhei, parecia ter sido polida recentemente, uma luz estranha cor de sangue irradiava da pedra no punho e um arrepio desceu por minha espinha. Aquele equipamento que aparentemente não era usado a séculos, bem capaz de ser de medo por parte dos outros campistas (estranhamente eu sabia que era por medo) não me causava tal medo. O dito arrepio fora de excitação, adrenalina e algo mais que parecia como estar novamente em casa.

Embainhei a espada novamente.

Não hesitei em pegar todo o equipamento e levar para o Chalé 11.

Santa Zuera, aquilo tudo mais parecia uma feira assim que entrei, só falta alguém gritando “Olha a banana! A banana dois reais!”. Ninguém notou minha presença, muito menos minhas armas recém-adquiridas.

Fui andando de macinho até um dos Stoll que girava um dracma de ouro entre os dedos enquanto o outro repassava para os irmãos, divididos em grupos o que cada um deveria fazer.

- Tem algum problema se eu usar esta armadura, este escudo e esta espada na caça à bandeira de hoje? – perguntei timidamente para Connor, ou seria Travis?

Ele olhou bem o meu conjunto, então olhou nos meus olhos, olhou de novo para o conjunto e novamente para o meu rosto como se meu juízo tivesse ficado na sala de armas.

- Você tem certeza? – ele perguntou, parecia que eu estava ponderando em se deveria pular de um avião com ou sem paraquedas.

- Absoluta. – respondi, minha voz saiu mais confiante do que eu esperava, ou que deveria. – O dono não vai tentar me matar ou coisa do tipo, não é?

- Não. – ele soltou um risinho fraco, mas ainda parecia preocupado. – Porque além do mais, o antigo dono morreu. – manti a expressão composta enquanto ele esperava minha reação. – E tem uns boatos estranhos sobre, bem... Esqueça, não tem problema nenhum. – a voz dele falhou. – Aliás, pode ficar pra você se gostar... – (um “ou se sobreviver” ficou evidente naquela falta de final).

- Ok. – respondi, boato nenhum me preocupou e muito menos o fato de meu novo equipamento ter pertencido a um defunto. Corri para minha cama, vesti a armadura, prendi a bainha com a espada na cintura, vi que o escudo tinha uma espécie de botão, ou melhor, um espiral mais saliente que os outros para ativar alguma coisa. Sem o menor medo de ser vaporizada o algo do tipo o apertei.

Reprimi um grito, o escudo, num piscar de olhos e com um “blanck” bem característico se transformou num bracelete do mesmo metal do punho da espada, com espirais em alto relevo já preso no meu antebraço.

Institivamente fechei o pulso e o girei, como se estivesse abrindo uma fechadura invisível e “blanck”, lá estava meu escudo de um pouco menos de um metro de diâmetro novamente.

Sorri comigo mesma, eu estava me provando ser mais bizarra ainda.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.