Percy Jackson e a Espada Lendária

Bônus: Pesadelo E O Pedido de Afrodite


Quando Quíron terminou de falar me levantei abruptamente da mesa, com pressa. Só estava ali porque Quíron disse que tinha algo importante para falar na hora do jantar e já que ele já falou, não tem porque eu ficar mais aqui.

Dei as costas para todos e fui em direção à primeira sombra que achei na minha frente. Eu queria me mandar do acampamento. Queria ir atrás da Ashley, salva-la e acabar com a raça do Luke por tudo que ele fez e esta fazendo.

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Mergulhei nas sombras. Eu não me sentia muito incomodado com o frio que dava ao fazer viagens pela sombra, ou o escuro, ou os ruídos estranhos, ou até a velocidade. Eu já havia me acostumado um pouco com tudo isso.

Eu não sabia para aonde eu estava indo e foi com uma enorme surpresa que quando abri os olhos vi que estava no Mundo Inferior perto dos Campos Elísios. Franzi o cenho muito confuso. Era aqui que eu queria vir?

Mas era impossível eu estar aqui. Eu nunca consegui fazer viagens pelas sombras vindo para o Mundo Inferior. Ou você era um Deus para vir aqui se tele portando ou vinha pelas passagens que existiam como um mortal, ou meio-sangue, normal.

– Isso é porque você não esta aqui. – disse uma voz poderosa atrás de mim.

Me virei rapidamente para ver meu pai em pé usando roupas pretas, que pareciam dançar em seu corpo, e uma capa preta presa de lado de modo que só cobria o ombro direito.

– Pai. – fiz uma leve reverencia para ele. – O que o senhor quis dizer que eu não estou aqui?

– Você não tinha forças para fazer uma viagem nas sombras. Se tivesse feito, poderia ter morrido por gastar todas as suas energias. – disse ele simplesmente e eu engoli em seco. – Você esta no seu chalé nesse exato momento dormindo. Isso que esta acontecendo aqui não passa de um sonho para você.

– Mas como isso é possível? – perguntei e no mesmo instante um brilho divertido tomou conta dos olhos de meu pai e eu entendi. Ele deve ter me impedido de fazer a viagem pelas sombras e me colocado no chalé 13, ou mandou um subordinado fazer tal ato. – Obrigado.

– Hum, creio que lhe devo algo por tudo que fez por mim e pela minha família. – disse Hades tomando uma postura mais seria. – Além disso, Atena foi muito insistente em me pedir educadamente que eu te passasse uma mensagem.

– Uma mensagem? – perguntei arqueando uma sobrancelha arqueada muito confuso com o que ele estava dizendo e também achando estranho esse pedido de Atena.

– Sim. – disse ele dando de ombros e fazendo uma careta contrariado. – Sobre um filho dela que morreu hoje tentando salvar a menina... meio-sangue. – disse o final com certa dificuldade, como se essa não fosse à palavra, mas que seria a menos prejudicial a ele.

Franzi o cenho tentando entender o que ele estava falando e quando minha ficha finalmente caiu senti um forte aperto no peito ao me lembrar de tudo que tinha acontecido hoje à tarde.

– Marvin? – perguntei me sentindo um pouco mal por ele.

– O garoto pediu para você cumprir com sua promessa, aquela que fez lá na ilha. Mesmo que a tentativa dele de salvar a garota não tenha dado certo, ele espera que ela fique bem, que você a salve, e não se culpe pela morte dele.

– Porque esta fazendo isso, pai? – perguntei confuso engolindo em seco, não querendo muito ficar nesse assunto. Me sentia como se alguém tentasse arrancar o meu coração toda vez que o nome da Ashley, ou sequer insinuar sobre ela, era citado.

Meu pai abriu um sorriso de canto.

– Escute a filha de Atena. Ela é uma boa pessoa e tem bons argumentos a seu favor. – disse Hades me olhando serio. – Não se deixe levar pelo que vem. Tente escutar seu coração. Isso soa muito irônico vindo do Deus do Mundo Inferior, mas enfim. Isso foi um conselho e uma ordem também. Não se esqueça.

A ultima coisa que vi foi meu pai sorrindo, divertido, com as próprias palavras e então a escuridão me tomou. Senti um frio na barriga e uma forte rajada de vento bater contra o meu rosto antes de finalmente voltar a enxergar algo e no mesmo instante em que isso era bom, ele era mal também.

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Eu estava vendo Ashley em uma sala, quarto seria mais apropriado, com uma janela – que pelo que dava para ver através dela era a imagem de uma vista para o mar –, uma cama postada do lado oposto da janela e uma porta. Nada, além disso, de moveis.

Era muito bom ver Ashley de novo e ver que ela estava bem e parecia não ter nem um tipo de ferimento visível. E era ruim porque ela estava presa, longe de mim, e eu não sabia a onde ela estava para salva-la.

Tinha um homem moreno junto com a Ashley sentado no chão encostado na parede com as mãos, pelo que dava para eu ver, algemadas. Ele estava falando coisas sem sentindo algum para mim. Esse cara me parecia vagamente familiar.

– Vamos lá, respire fundo e diga algo que eu entenda. – pediu Ashley se abaixando perto do homem moreno e só agora me dei conta do que ele falava, ou não já que eu não entendia patavinas do que ele falava.

Franzi o cenho confuso tentando entender o “screasniuemnausndjbsug,ernçviausdjaclhblfvdf” (era isso que eu estava ouvindo ele falar) que o cara estava falando até que ouvi uma palavra que conforme ele falava mais, ela se repetia diversas vezes.

– McLean... saskjdfhajdjabflues... McLean... lshrugfsukydhcnskp... McLean... – isso era basicamente o que eu estava ouvindo agora com mais atenção.

Ok, provavelmente ele deve estar falando em outro idioma, mas eu não conseguia juntar as palavras para entende-las corretamente. Eu entendi o “McLean” porque esse era o sobrenome da Piper e nada mais, eu acho.

– Deuses, homem. Fale algo que eu entenda. – disse Ashley um pouco frustrada. Sorri ao ver como ela ficava linda fazendo essa carinha de frustrada.

A porta se abriu ruidosamente assustando a mim e a Ashley que se levantou assustada e assim como eu olhou em direção à porta. O cara continuou em seu mundo particular de outro idioma sem se importar com o que acontecia a sua volta, era o que parecia.

Travei o maxilar ao ver Luke adentrando e imediatamente avançando em cima de Ashley. Eu quis gritar, dar uma bela surra em Luke, fazer alguma coisa para ajudar Ashley quando vi Luke com uma seringa na mão e depois enfiar com brutalidade a seringa no braço dela e injetar o todo o conteúdo no braço dela.

Por isso que eu odeio esses tipos de sonho. Por mais que você queria fazer alguma coisa, você só fica na vontade porque nem mexer o meu próprio corpo, ou falar qualquer merda que tiver vontade, a gente pode.

Vi de relance Calipso entrar no quarto e fechar a porta. Ela ficou parada perto da porta de prontidão como se o que ela e Luke estavam fazendo fosse algo errado. O cara continuava no chão como se nada de mais estivesse acontecendo a sua volta e eu também já estava com vontade de dar uma surra nele por ser tão... sei lá o que.

Luke começou a falar com Ashley e eu não conseguia ouvir mais nada. Senti uma pontada no peito quando vi uma lagrima escorrer pela bochecha da minha namorada.

Eu queria poder fazer qualquer coisa para ajuda-la a se sentir melhor e não ficar aqui travado só olhando, isso fazia meu coração parecer uma bola de boliche.

Tentei ler os lábios para ver o que tanto conversavam. Mas de repente Luke disse algo que assustou muito a Ashley e foi um susto tão grande que ela quase caiu no chão se Luke não a tivesse segurado.

Lembrete: Arrancar os braços de Luke lenta e dolorosamente quando eu o vir de novo.

Minha raiva estava tanta que se o lugar não estivesse tão silencioso eu não teria escutado os passos que vinham se aproximando cada vez mais do quarto. Fato esse que achei muito estranho.

Calipso e Luke trocaram olhares antes de Luke se virar e olhar para Ashley. Fiquei com ódio, raiva, aborrecido e mais alguns derivados quando Ashley tocou no braço de Luke e falou alguma coisa para ele.

O filho de Hermes somente assentiu para ela antes de suspirar e lhe desferiu um tapa tão forte que jogou minha namorada na cama. A porta do cômodo se abriu e eu acordei assustado.

Minhas mãos tremiam e estavam suadas. Minha respiração estava entrecortada e muito ofegante. Meu coração batia tão rápido que parecia que eu tinha corrido uma maratona bem longa em meros segundos.

O que por Hades tinha acontecido?


Uma semana depois

POV Atena

Estávamos saindo de mais uma reunião no Olimpo. Poseidon e eu andávamos abraçados indo em direção aos jardins do Olimpo já que Afrodite queria conversar com a gente sobre uma coisa importante em particular.

Durante o caminho fiquei pensando no que decidimos no conselho. Tivemos que fazer duas escolhas. Apesar de que a votação para a decisão sobre a intervenção perante os planos de Oceano e Anfitrouxa, quer dizer, Anfitrite seria o mais importante e mesmo assim não tomamos uma decisão concreta sobre isso, já que envolvia o sacrifício de um herói, ou dependendo da escolha, poderia acabar com o chalé inteiro de algum Deus.

Apesar de tudo isso, o que me deixou mais intrigada foi o pedido que Afrodite fez quase no final da reunião e foi até bom ela ter se intrometido fazendo isso porque se não teria acontecido uma guerra que envolveria principalmente os três grandes.

Afrodite teve argumentos bons para que votassem a favor do que ela queria. Afinal, quem quer ser azarado pela Deusa do Amor?

Não, Afrodite não disse que azararia ninguém, mas só de olhar para ela enquanto falava dava para perceber que ela usaria tudo para que acontecesse como ela queria e azarar alguém podia ser o menor do que ela faria se fosse contrariada.

Ela pediu para conversar comigo e com Poseidon em particular depois do seu pedido no final da reunião, mas antes ela precisava fazer uma coisa. Coisa essa que era conversar com Hades e Apolo em particular puxando os dois para sei lá onde com uma cara de quem iria aprontar. Fiquei mais intrigada ainda e com um pouco de medo também não vou negar.

– Pensando na reunião? – perguntou meu marido beijando levemente a minha testa me fazendo sorrir. – Vamos sentar aqui enquanto esperamos a maníaca por coisas frescas. – disse indicando o primeiro banco. Sua frase me fez sorrir.

Sentamos juntinhos no banco que ficava em frente a uma pequena fonte. Me aconcheguei melhor em seu peito e ele me abraçou mais forte.

– Acha que ela vai querer aprontar uma das suas para cima de nós? – perguntou Poseidon fazendo círculos com seu polegar em meu ombro, me reconfortando.

– Porque sempre pensam que eu vou aprontar alguma coisa? – pergunta Afrodite aparecendo, literalmente, na nossa frente antes que eu pudesse responder.

– Tem certeza que quer que eu responda essa pergunta? – respondi com outra pergunta arqueando uma sobrancelha olhando com um sorriso maroto nos lábios para a Deusa do amor na minha frente.

Poseidon gargalhou quando Afrodite fez um bico infantil e cruzou os braços parecendo estar indignada. A Deusa do amor deu um tapa nada delicado na cabeça do meu marido.

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– Para de rir, traste. – disse Afrodite brava e isso fez ele rir mais ainda e se separando de mim de tanto que estava se contorcendo de rir.

Tudo bem que foi engraçado, mas não achei que fosse para tanto assim.

– Continue a rir de mim que eu faço Atena se apaixonar por vários mortais e você vai ganhar um par de chifres maior do que de Hera. – disse Afrodite ameaçadoramente e no mesmo segundo meu marido parou de rir e olhou mortalmente para Afrodite.

– Faça isso e você vai conhecer a minha fúria. – disse Poseidon ferozmente se levantando, encarando Afrodite.

– Ah meu querido, você vai estar tão acabado que uma misera formiga poderia sobreviver a sua fúria de homem corno. – provocou Afrodite com um sorriso confiante.

– Olha aqui sua...

– Opa. – falei me colocando entre os dois interrompendo meu marido que rosnou em direção a Afrodite. – Melhor você falar logo o que quer Afrodite. Não queremos mais problemas do que já temos. Se podemos evitar, vamos evitar.

– Ok, não precisava falar desse jeito. – disse Afrodite rolando os olhos lentamente, fazendo seu tipicamente momento de drama. – É só pedir para o seu maridinho lindo ai parar de rir de mim.

– Ele vai. – falei olhando para Poseidon que já ia abrir a boca para retrucar, mas imediatamente a fechou. Me voltei para Afrodite novamente. – Viu. Prossiga Afrodite.

– Depois da minha conversa com Hades e Apolo. Fiz umas continhas... – Tapei a boca de Poseidon antes que ele fizesse um comentário desnecessário. – ... e como vocês votaram que eu poderia escolher em quem eu queria para eles renascerem novamente e eu estou aqui para informar que eu escolhi..

– Ah não. – falei a interrompendo vendo o sorriso e os olhos dela brilharem em expectativa do futuro das duas almas novamente juntas. Suspirei tendo uma vaga ideia do que Afrodite.

– Como sempre entendendo as coisas, Ateninha. – disse Afrodite sorrindo bobamente e piscou um olho para mim.

– Você esta pensando mesmo nisso? – perguntei.

– É claro que sim. – disse ela entusiasmada pulando alegremente. – Vai ser mais que perfeito do que o dos pais e dos avos. Um amor puro e magnifico.

Agora não era uma vaga ideia, eu estava entendendo perfeitamente o que Afrodite queria fazer e quem era, pelo menos, um dos seus escolhidos. Porque Afrodite gosta tanto de se meter entre mim e Poseidon e nossos descendentes? Será que ela não acha outras pessoas para “jogar” seu joguinho de amor?

– Opa, espera um pouco ai. – disse Poseidon parecendo estar confuso. – Do que vocês duas estão falando?

– Que futuramente, se for menina, haverá uma nova guerra, meu bem. – comentei rolando os olhos e suspirando pesadamente.