Capítulo 15

Michael sugeriu de vermos um filme, o que eu aceitei prontamente. Começamos a ver “O cisne negro” e eu teria gostado mais se tivesse conseguido vê-lo de fato. Me peguei cochilando inúmeras vezes, apesar de estar muito interessada em avaliar a atuação da Natalie Portman!

“Mia,vai dormir. Prometo que não te conto o fim do filme...”

“Você sempre conta...” eu disse sonolenta e minha voz saiu um tanto manhosa, o que fez Michael rir.

“Você sempre me faz perguntas que me levam a contar!” ele passou um dedo por meu rosto, tirando meu cabelo de lá.

Estava curtindo ser recebida pelos braços de Michael durante minhas cochiladas, mas tenho que admitir que minha coluna estava mesmo reclamando por eu ficar tanto tempo de lado. Fora que aquele monte de travesseiros da cama de Michael é algo realmente confortavel. Obviamente nada comparado a abraçar o dono dos travesseiros.

Resolvi me render. Dei um beijo de boa noite em Michael e subi, só me dando ao trabalho de escovar os dentes.

Por volta de 1:30 ouvi Michael entrar no quarto, mas resolvi não me manifestar para não mostrar que sua tentativa de não me acordar foi um tanto quanto falha, uma vez que ele deu uma topada na quina da cama, por causa do escuro e acabou soltando uma série de reclamações que me fizeram ter vontade de rir. Michael não costuma ser estabanado, tropeçar e derrubar as coisas ( ao contrário de mim), então, não quis estragar seu esforço em não me acordar.

Logo depois ele deitou na cama, chegando até mim para tirar uma mecha de cabelo do meu rosto – mecha esta, que eu estava mantendo ali para poder olha-lo sem que ele me notasse acordada - .

Meu sono não foi tão tranquilo quanto eu achei que seria quando vim cambaleando da sala para o quarto, mal mantendo os olhos abertos. Sonhei com o lançamento, ou melhor, Não sonhei. Só vinha uma voz que dizia: É HOJE. É HOJE. É HOJE. E me fazia acordar de meia em meia hora, pensando em como vai ser meu dia, na expectativa das pessoas, na Minha expectativa... Às quatro da manhã resolvi escrever pra ver se me distraía e confesso, para ver se o sono voltava.

Bem, aqui estou eu, às seis da manhã na escrivaninha de Michael e até agora só me distraí.

Daqui a pouco tenho que ir pra aula e quero ver como vou me manter acordada e apresentar o trabalho das irmãs Brontë.

“O que você esta fazendo ai? Já esta acordada?” Michael acabou de me perguntar, meio sonolento.

“Na verdade eu ainda estou acordada. Não consigo dormir desde as quatro horas”.

“Ansiosa?”

“É. Acho que dormi mais durante o filme do que depois que subi”.

“Vai dar tudo certo Mia. Sei que deve ter um monte de ‘se´s’ passando por essa sua mente criativa, mas no final nenhum deles vão acontecer e vai ver que se preocupou atoa”. Michael veio até mim e deu um beijo em minha testa, quando levantei o rosto para beija-lo . Olhei interrogativa para ele.

“Você sabe... Meus germes...” ele respondeu claramente debochando de mim e logo entrou no banheiro. Não sem antes eu acerta-lo com a almofada que estava usando para abraçar enquanto escrevia.

Bem, eu tenho que ir me arrumar. Vou aproveitar que Michael esta no banho e vou arrumar algo para o café da manhã.