A Marca

Combate (James)


Num movimento rápido, puxei-a para mim, tocando nossos lábios num beijo apressado.

–Nerd! - exclamei, sem conseguir formular uma frase completa - Eu... - ela me puxava para si com força, uma de suas mãos agarrada em minha camisa e a outra enroscava-se em meu cabelo - Eu pensei que tinha te perdido. - soltei.

Ela se afastou um pouco do abraço, olhando-me nos olhos, encarou-me por mais alguns minutos antes de sorrir e me puxar para mais um beijo.

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–Temos que sair daqui. - sussurrou em meu ouvido, segurando minha mão e me guiando para fora em seguida.

Voltamos para topo do coliseu pelo mesmo caminho usado para chegar ali embaixo. Lá em cima, Marie e Hanaggan se encaravam, havia certa tensão no ar. Ambos estavam feridos, Marie tinha alguns cortes no braço e no rosto, dos quais um pouco de sangue saia. O braço que havia sido quebrado agora estava um pouco torto, provavelmente a recuperação não estava completa. Em sua mão, ela tinha um pedaço de ferro, que imaginei que ela tivesse arrancado da jaula onde fora mantida. Hanaggan também tinha ferimentos, mas os deles eram hematomas, no rosto e nos braços, assim como os de Marie. Sua camisa rasgada mostrava alguns cortes em seu abdômen, em sua mão ele segurava algo pontudo. Talvez uma faca, ou um canivete... Não cheguei a uma conclusão exata. Ambos ofegavam.

Marie moveu-se rapidamente, acertando um golpe na nuca de Hanaggan, que se retraiu, seu rosto expressando dor, ela acertou-o mais uma vez, essa em suas costas e por último mirou em suas pernas, derrubando-o. Jogado no chão, ele reagiu de forma inteligente, com um movimento rápido tentou acertá-la em seu tornozelo, mas Marie foi rápida e pulou, desviando-se do ataque e golpeando-o novamente com o pedaço de ferro, atingindo-o no pescoço, ele grunhiu por conta da dor, movendo a faca de maneira animalesca e cortando o tornozelo marcado de Marie.

Milímetros acima da estrela.

Rebeca deixou escapar um gritinho de susto diante da quase morte de Marie, que gritou e caiu no chão, soltando o pedaço de ferro.

Então eles perceberam nossa presença.

Hanaggan se levantou, agora segurando o ferro que antes estava nas mãos da loira, ele olhou para nós de forma um tanto assustadora, a ameaça evidente em seu olhar. A mensagem era clara: depois de acabar com a francesa ele viria até nós.

Meus olhos pousaram em Rebeca. Não. Eu não podia suportar o fato de perdê-la novamente. Antes que Hanaggan pudesse dar o golpe final em Marie, ataquei-o, jogando-me contra o seu corpo. Rolamos para alguns poucos metros dali. Ele tentou enfiar a faca em meu pescoço, mas eu segurei sua mão e o afastei de mim. Analisei minha situação: Eu estava desarmado enquanto meu adversário tinha uma faca e um ferro em suas mãos, podendo facilmente me matar.

Como se possuído por uma fera indomável, Hanaggan atacou, revezando entre a faca e o ferro, mirando sempre em minha marca. Continuei desviando-me dele, me escondendo entre a estrutura do local. Parei atrás de uma espécie de pilastra, acreditando estar seguro ali. Passados alguns segundos, como Hanaggan parou de atacar, temi que ele tivesse ido até as garotas. Então saí de meu esconderijo, voltando até o lugar onde ele quase matara Marie.

E lá estava ele. A cena me chocou por alguns segundos. O corpo de Rebeca estava jogado, um pouco distante, enquanto ela sofria, o sangue escorrendo compulsivamente de um enorme corte que percorria todo o comprimento de seu braço esquerdo. Pelo menos não era o braço marcado.

Eu sabia que ela não iria morrer, mas mesmo assim fiquei apavorado.

Apesar do sofrimento, seus olhos miravam outra cena. O corpo de Marie estava erguido por Hanaggan, que pousava a faca em seu pescoço, como se estivesse prestes a matar um frágil humano. Ele dizia algo para ela, algo provavelmente ameaçador, preenchendo as pausas dramáticas com uma risada escandalosa e assustadora. Ela gritava, sentindo a faca cortar-lhe a jugular. Cortar-lhe em um lugar que, há algumas semanas, causaria morte instantânea.

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Olhei novamente para Rebeca, preocupado.

Ajude-a, ordenou-me em pensamento.

Apesar de hesitante, assim o fiz. Fui até eles, livrando a loira das mãos do homem e acertando-o com um soco no estômago. Ele se contraiu, mas não pensou duas vezes antes de me chutar. Desequilibrei-me, mas sem cair no chão. Hanaggan pegou o ferro novamente, voltando a me atacar como um urso faminto, continuei desviando, mas dessa vez sem fugir.

Hanaggan acertou meu rosto com o ferro. Retribuí com um chute na mesma região, fazendo-o se desequilibrar, então mirei um soco, acertando o outro lado do rosto e chutei-o novamente, dessa vez em seu abdômen, fazendo-o cair. Peguei sua faca que ele deixara cair de sua mão e, enquanto ele se levantada, preparei-me para acertar a marca em sua nuca.

Então, com a visão periférica, vi algo que me chocou.

Marie virou o rosto de Rebeca para si, puxando-a para um beijo rápido, porém suave. Quando separou seus lábios, os olhos da morena brilhavam com uma inocência encantadora e um sorriso surgiu em seus lábios. Em seguida a loira murmurou algo ao seu ouvido.

A próxima coisa que senti foi uma pancada forte na marca em meu pescoço.