A Marca

Aura (James, é, de novo)


Rebeca se soltou do meu abraço.

-O que ele quis dizer com “você é mais forte que Katherine”? – perguntou a morena, secando as lágrimas.

-Que você é mais forte que a Katherine. – respondi. Ela me deu um tapa na cabeça.

-Eu sei disso, idiota! – exclamou.

-Então porque perguntou?

Ela me olhou séria e me deu um soco no braço. Nunca vou admitir pra ela que aquele soco doeu pra caramba, bem mais do que das outras vezes que ela me socou – das outras vezes eu nem senti direito.

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Provavelmente era algo da transformação.

-Primeiro ele disse que eu tinha cheiro de sentimentos ruins e que eu era fraca. Depois ele disse que eu sou mais forte que a Katherine.

-Ele quis dizer que errou em relação a sua fraqueza. – disse a guria dos cabelos azuis.

-Sério, gente, qual a graça de ficar afirmando o óbvio? – perguntou Rebeca, irritada.

-Não, não é o óbvio. Ele sentiu que você era como ela por causa do seu passado semelhante. Sua aura transmite isso. – explicou a Smurf.

-Hã?

-Mas ele disse que era por causa do meu cheiro de ódio, vingança e ciúmes! – exclamou Rebeca.

-Ele era meio doido. Ninguém tem cheiro de sentimentos! Ele estava se referindo a sua aura. Sabe, os... “Killsters” – ela fez aspas no ar ao dizer essa palavra – tem maior capacidade de... Bom, digamos que eles tenham uma visão mais apurada. Eles vêem a aura das pessoas. E sua aura é similar a de Katherine. É... obscura, em parte. Mas isso é por conta do seu passado, suponho, por isso ele disse que você é mais forte. Tem um ponto de luz nela, dizendo que você ainda tem esperanças... Ou algo do tipo, eu não sei interpretar auras.

-Você é um bicho de nome esquisito que nem a gente?! – perguntei.

-Mas o Enzo disse que ele não era Killster!

-Não, eu não sou um “bicho de nome esquisito”, garoto. E é verdade, meu avô não era um deles. Mas nossa família é sensitiva.

-Ok, eu tô meio tonta. Isso tudo que está acontecendo é muito... ilógico. É contra as leis da física! – a respiração da Rebeca ficou irregular.

-Calma, Beca! Respira fundo! – falei.

Ela respirou.

Então era assim um surto nerd? Legal.

Bem, não tão legal porque eu me preocupei com ela.

Argh! Se preocupar com as pessoas é mais irritante do que parece...

Rebeca sentou na cama do lado da Smurfette.

-Mas o que tem de tão sombrio no seu passado, Rebeca?

-Sei lá, talvez a morte da minha mãe, a ausência constante do meu pai e o bullying por eu ser nerd? Só que eu tenho o Lucas, ele me ajuda. E eu tenho fé em me formar em direito ou medicina... Mas no exterior, pagam melhor que lá no Brasil, até onde eu sei. – ela sorriu. Percebi o brilho em seus olhos enquanto ela falava de coisas nerds... E dinheiro.

Então aconteceu a coisa mais estranha do sistema solar.

Eu sorri por vê-la sorrindo.

Parei de sorrir quando percebi que a Na’vi estava sorrindo por perceber que eu estava sorrindo pela Rebeca estar sorrindo.

Pigarreei.

-Mas então... Qual a semelhança entre a Reb...

-O pai de Katherine morreu quando ela era jovem e sua mãe era alcoólatra e não lhe dava atenção. Uma vez seu irmão a torturou por três dias porque “as vozes mandaram”.

-Nossa, a vida dela foi bem fodida. – falou Beca.

-Pois é...

-É mais trágica que a minha! Por que minha aura é que nem a...

-Vocês duas querem vingança.

-Ah.

Juro que nunca tinha passado pela minha cabeça que a Rebeca poderia ser vingativa.

Imaginei a Rebeca e a Marie lutando.

Ou pelo menos começou como uma luta.

-James, por que você tá sorrindo? – perguntou a morena.

Voltei a realidade.

-Ele tá excitado. – disse a personagem de anime.

-Como você sabe? A aura dele diz isso?

-Não, o relevo entre as pernas dele diz. – a guria do cabelo azul jogou uma almofada em mim.

Senti meu rosto enrusbecer.

-Aposto todo o dinheiro do meu pai que ele tava pensando na Marie. – disse minha pequena, rindo.

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Eu acabei de chamar a Rebeca de “minha pequena”?

...

Que sensação esquisita era essa no meu peito?

Eu sabia que rolava algo mais, mas não tinha percebido que chegava a ser...

-Eca, eu tô amando! – exclamei.

O sorriso da Rebeca morreu.

Congelei ao perceber que eu tinha dito isso em voz alta.

-Então, neta do Enzo...

-Kelly.

-Certo, Kelly, nós... – continuou – Nós temos que ir... Temos que descobrir se a Marie ainda está viva e nos livrar de uns imortais tentando matar a gente.

-Eu guio vocês até a porta.

E assim foi feito. Todo o caminho de volta pra Londres foi no mais completo silêncio.