Um Musical para Recordar
Planos e mais planos
Rachel chegou às sete horas em ponto na escola, ma não encontrou Quinn no palco. A loira a esperava encostada em seu armário e não parecia nem um pouco ensonada, pelo contrário.
- Bom dia, Rachel – a saudou com um beijo no rosto – Dormiu bem?
- Bom dia, Quinn – respondeu enquanto guardava suas coisas no armário – Muito bem e você?
- Pra falar a verdade, menos do que deveria – falou já caminhando com a morena – Ontem depois que te deixei encontrei a Santana esperando na porta da minha casa. Ficamos conversando até tarde – explicou.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Certo – Rachel preferiu desconversar – Pronta pra me mostrar seu número?
- Prontíssima. Vamos lá.
Apressaram o passo até o auditório. Como sempre, o lugar estava destrancado, o que adiantou o trabalho. As duas foram até o palco. Quinn fez sinal para que Rachel sentasse e subiu.
A loira abriu a bolsa e tirou seu IPOD e a caixa de som. Antes de começar, explicou.
- Tentei misturar a versão do vídeo da Broadway que o Mrs. Shue nos deu, com a versão do filme, sem deixar de colocar um pouquinho de Quinn na mistura – ela estava em pé no meio do palco, de frente para Rachel – Confesso que estou com um pouco de vergonha... Imagino um monte de gente me olhando no dia da apresentação, e eu aqui...
- Você com vergonha? – Rachel interrompeu – E todos os campeonatos com as cherrios e nossas apresentações?
- Ah, Rachel... É diferente... – respondeu tímida – Nunca fiquei sozinha no palco. E se fizer alguma coisa errada, se me atrapalhar...
- Pode parar por ai, Quinn Fabray – a diva levantou autoritária – Nada de “e se”. Você consegue e sabe disso – a voz dela era firme – Primeiro: a cena até permite que se atrapalhe um pouco. Segundo: se, por acaso, ficar insegura, olha pro lado no dia da apresentação.
- Pro lado? Por quê? – Quinn quis saber.
- Por que... Vou estar lá, do seu lado, longe do holofote, te dando apoio – respondeu com seu sorriso iluminado.
- O-obrigada, Rachel – Quinn agradeceu, sentindo o rosto esquentar.
- Agora chega de papo, Fabray. Estou aqui pra ver você atuando.
- Sim senhora – bateu continência e deu play no som.
Durante a cena, da platéia, Rachel ria e fazia comentários. Quinn no palco se esforçava e seguia as poucas mudanças que a morena sugeria. Ao acabar, Rachel levantou e aplaudiu entusiasmada enquanto ia ao encontro de Quinn no palco.
- Perfeito, Quinn – elogiou, já do lado da loira – Conseguiu juntar o melhor das duas versões e com o toque especial que deu, UAU! – exclamou.
- Jura?! Ainda bem que gostou. Não errei o texto, errei? – perguntou ofegante.
- Nem uma vírgula – confirmou – Você parece cansada, e eu não tomei café. Vamos até a cafeteria. Dessa vez, eu pago – convidou.
- Aceito. Mesmo porque também não comi ainda.
Quinn abaixou para recolher suas coisas e Rachel fez o mesmo, tentando ajudar. E, dali a alguns anos ambas confirmariam que, foi naquele segundo que perceberam que tudo tinha mudado. No instante em que tentaram, ao mesmo tempo, pegar o IPOD. Quando as mãos se tocaram e sentiram a pele queimar, e a respiração se misturar por conta da proximidade. Quando uma se perdeu no olhar da outra pela primeira vez e nada mais parecia existir.
Foi um barulho qualquer, vindo do lado de fora, que as devolveu à realidade. Nenhum comentário a respeito foi feito, e agira, como se nada tivesse acontecido. Apenas levantaram, Quinn guardou o IPOD e a caixa de som de volta na bolsa e saíram em direção da lanchonete, em silêncio.
-x-
Enquanto isso, na lanchonete, Santana bebia um suco e tentava explicar geometria para Brittany. Na mesma mesa, Puck e Lauren terminavam o dever de história distraidamente.
- Britt, está conseguindo entender do jeito que estou explicando? – a latina perguntou preocupada.
- Acho que sim, S – a loira responde sem tirar os olhos do caderno – Parece um pouco mais fácil do que o jeito que a professora ensinou – Brittany fazia as contas com calma, enquanto Santana supervisionava.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Muito bom, baby. Está indo muito bem.
Santana tinha percebido que para Brittany era mais fácil entender quando alguém sentava e explicava devagar e com calma, sem a pressão da sala de aula. Nos poucos dias que tinha estudado com a namorada, já tinham feito bastante progresso. Fato que lhe deu uma idéia.
- Hei Puck – foi até o rapaz – Que aulas você tem com a B?
- História geral e Literatura. Por que? – respondeu lhe dando atenção.
- Todo mundo sabe que a B tem um pouco mais de dificuldade pra absorver as matérias. Mas estou explicando geometria e ela está indo bem. Então pensei que, se a gente tentar, tenho certeza que ela se forma com a gente. – a latina explicou – Será que pode nos ajudar? – pediu.
- Claro, Santana. E acho que se falar com o resto do pessoal todos concordariam em dar uma força. – Puck concordou.
- Verdade. Se quiser posso ajudá-la com química... – Lauren ofereceu-se.
- Muito obrigada, Lauren. Vou organizar tudo e os aviso. Valeu mesmo.
Santana voltou para seu lugar ao lado de Brittany, pegou um papel na mochila e começou a listar:
Santana - Geometria e Espanhol
Puck - História Geral
Lauren – Química
Artie – Física
Rachel – Biologia
Quinn – História da Arte
Sam e Finn – Geografia
Tina – Aritmética
Mercedes – Língua Inglesa
Mike – Matemática
Kurt – Literatura
Blaine – História americana
A latina analisou. Se todos topassem, e no fundo sabia que topariam, teria apoio para ajudar Brittany a se formar no fim do semestre. Poderiam até montar um grupo de estudos, o que ajudaria a todos no fim das contas. É, pensou, bem que dizem que o amor transforma as pessoas.
Santana ouviu o barulho da porta sendo aberta e espiou por cima dos ombros pra ver quem era. Não conteve o sorriso malicioso quando viu Quinn e Rachel juntas. A latina notou o olhar apatetado das duas e soube na hora que alguma coisa tinha acontecido. Ficou observando cada movimento das duas: pegaram o lanche, Rachel pagou e se sentaram, tudo no mais absoluto silêncio.
Sentaram-se de frente uma para a outra. Quinn abriu seu suco e depois o de Rachel, gentilmente. Santana tentou, mas não se conteve. Certas coisas não mudam afinal. Ela levantou e foi provocar a amiga.
- Bom dia, Quinn – saudou, sobressaltando a loira – Rachel – acenou educadamente – E ai, Q... Mostrou “a cena” para a Rachel? – perguntou, fazendo aspas no ar com as mãos, seu sorriso de rainha das bitch estampado no rosto.
- Não amola, Lopez – Quinn respondeu, irritadiça.
- Calminha ai, Fabray – Santana ergueu as mãos em sinal de rendição – Queria pedir um favor às duas.
Rachel e Quinn a encararam curiosas. Santana lhes explicou seu plano, ao que as duas concordaram prontamente. Até ali, tudo estava indo conforme o cronograma.
No ensaio, a latina falou com o resto da turma e também foi apoiada. Dalí para frente seria empenho, estudo e ensaios. Sabiam que o final do ensino médio seria pesado.
-x-
Já fazia mais de um mês que estavam ensaiando. A empolgação imperava. Sue, como prometido, liberara suas cherrios e até alguns dos jogadores de futebol resolveram se envolver.
O grupo de estudos proposto por Santana se mostrava bem mais produtivo do que o esperado e Brittany estava se saindo super bem durante as aulas, fato que chamava bastante a atenção dos professores positivamente.
Lauren tinha “recrutado” seu pessoal do AV para ajudar na montagem e o musical já tomava ares de super produção.
Quinn e Rachel estavam mais próximas que nunca. Em um mês tornaram-se inseparáveis, onde uma estava a outra estava também. Mesmo assim, ainda evitavam falar sobre o ocorrido no auditório. Os toque e carinhos se faziam cada vez mais necessário de ambas as partes, mas conversar a respeito do que, visivelmente, acontecia parecia cada vez mais difícil.
Claro que todo o Glee Club já tinha percebido a mudança e ninguém ali conseguia entender o porquê das duas ficarem tão arredias toda vez que um deles tentava trazer o assunto a tona. Mesmo Finn já se conformara com o inevitável e a atitude das duas o estava incomodando. Tanto que resolveu conversar com o irmão naquele dia, quando chegaram em casa depois dos ensaios e do estudo.
Finn entrou e se jogou no sofá. Kurt ia subir para o quarto quando o quarterbacker o chamou de volta.
- Kurt, será que a gente pode conversar?
O menino deu meia volta, pego de surpresa pelo chamado do irmão. Finn nunca pedia para conversar. Alguma coisa muito séria devia estar acontecendo. Kurt voltou para a sala, colocou a bolsa na mesa e sentou de frente para Finn.
- O que aconteceu, Finn? – questionou cauteloso.
- Bem... Você notou o quanto Quinn e Rachel estão próximas, certo?
- Todo mundo reparou. Mas o que tem demais?
- É que... Tem algo mais... Os sorrisos, os toques... Acho que não pode ser só impressão minha... Quer dizer... – Finn tentava se expressar, atrapalhado.
- Está tentando dizer que parece que as duas estão apaixonadas? – Kurt tentou ajudar.
- Isso – Finn concordou aliviado – Você também acha?
- Tenho certeza – Kurt foi direto – Te incomoda? – perguntou preocupado.
- Não. Acho que não. Quer dizer... Me incomoda o fato de parecer que elas ainda não se deram conta do que tá rolando. – respondeu mais calmo.
- Surpreendente irmãozinho – Kurt brincou – Confesso que pensei que você fosse surtar quando desse conta dos fatos.
- Admito que me assustei por não ficar revoltado, também, mas... Já superei as duas e tenho um carinho imenso por elas. Só quero que sejam felizes.
- Muito maduro da sua parte, Finn. Estou orgulhoso de você – Kurt o abraçou.
- Obrigado, Kurt – Finn soltou-se do abraço – Precisamos fazer alguma coisa – falou seguro de si.
- Como assim?
- Temos que ajudá-las a admitir o que estão sentindo – explicou.
- Qual o plano? – Kurt perguntou animado.
Finn sorriu com a animação do irmão. Dariam um jeito de juntas as duas de uma vez. E seria muito em breve.
-x-
- Hei Quinn – Kurt chamou ao encontrá-la no intervalo entre uma aula e outra – Posso tomar um minuto da sua atenção? – gracejou.
- Claro. Se não se importar em me acompanhar... Rachel está me esperando.
- Não me importo nem um pouco – sorriu malicioso – É o seguinte: meu pai e Carole estarão fora no final de semana. Eu e Finn pensamos em passar o ensaio e o grupo de estudos lá pra casa, só dessa vez. A gente trabalha e fica mais a vontade ao mesmo tempo. O que acha? – explicou.
- Gosto da idéia. Já falou com os outros?
- Sim. Adoraram a sugestão também – confirmou – Então te vejo lá em casa, sábado às duas da tarde.
- Combinado – sorriu em resposta.
Quando alcançaram Rachel, viram que Finn terminava de contar as novidades a ela. Ao notar Quinn, a morena sorriu e a puxou para perto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Q, nós vamos na casa dos meninos no sábado, certo?
- Vamos sim, Rach – a loira a abraçou de lado, sorrindo.
- Ótimos, combinado então... Sábado, lá em casa, às duas – Finn enfatizou antes de puxar Kurt pelo corredor, se afastando – Até mais tarde, meninas.
- Você viu aquilo? – Kurt perguntou, já longe delas – Elas já agem como um casal – riu, incrédulo.
- Vi. E se nosso plano der certo, Kurt, na segunda feira elas serão efetivamente um casal – o rapaz profetizou, animado.
Mais tarde, durante o ensaio do Glee Club, Kurt e Finn explicaram para Mrs. Shue sobre as mudanças no cronograma. O professor prontamente concordou.
- Não tem problema meninos. Fiquem a vontade. E procurem relaxar um pouco. Divirtam-se um pouco, vocês merecem.
Os dois se entreolharam. Mal podiam esperar pra ver no que ia dar. O final de semana seria divertido e mudaria a vida deles para sempre.
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