Não é Comédia

Avacalhando no País das Maravilhas


PS: A idéia da história foi sugerida por Mariana11. Obrigado!

Dumbledore folheava os papeis em sua mesa rapidamente. Tantas opções. Tão pouco tempo. O que fazer? O que seria o mais inteligente a ser feito? Ele figurava entre os bruxos mais sábios de todos os tempos, não podia escolher mal. Erros eram algo inadmissíveis... Mas então, o que fazer?
Ele suspirou e decidiu que precisava de ajuda.
- MINERVA! SEVERO! – gritou, aumentando o volume de sua voz com magia – MEXAM ESSAS BUNDAS GORDAS E VENHAM PARA MINHA SALA IMEDIATAMENTE!
Os dois professores desaparataram na sala do diretor.
- O que foi? – perguntou Snape indignado – Estou muito ocupado no momento...
- Fazendo o quê? – Minerva ergueu uma de suas sobrancelhas.
- Alimentando meus alunos.
- Mas – Dumbledore corrigiu o professor – Nós lhes damos três refeições diárias e, mais, eles podem pegar comida nas cozinhas sempre que quiserem, por que você está os alimentando ainda mais?
- Dumbledore – Snape pareceu decepcionado com seu próprio diretor -, você já viu alguém falar de boca cheia?
- Não, por que pergunta?
- Sabe por que você nunca viu isso?
- Não.
- Porque falar de boca cheia é falta de educação! Assim sendo, eu dou comida para meus alunos no começo de todas as aulas. Assim, quando eu fizer uma pergunta, eles vão estar mastigando e não vão poder responder as idiotices que sei que responderiam!
- Ah, Severo – tentou Minerva -, vamos lá! Você deve estar exagerando um pouquinho, não? Ninguém pode ser tão burro assim?
Snape olhou incrédulo para a professora.
- Eles são! O pior de tudo é que são! Uma vez perguntei o que o feitiço "Expelliarmus" fazia para uma turma do terceiro ano. A desgraça do aluno me respondeu que era a magia para tirar leite de vaca... QUAL A UTILIDADE DE SE INVENTAR UM FEITIÇO PARA SE TIRAR LEITE DE VACA?! Só se for da vaca da mãe dele...
- Tirar de leite da vaca de uma maneira mais simples – tentou Dumbledore, achando que era um concurso de charadas – Sabe? Sem usar as mãos...
Snape estava bufando.
- Avada... – começou ele.
- Expelliarmus! – gritou Minerva, fazendo a varinha de Snape voar pela sala – Acalme-se, por favor...
- Ah, então é isso que expelliarmus faz... – notou Dumbledore.
Snape respirou fundo e contou até dez mentalmente.
- Desculpem-me... As vezes perco o controle, tenho alguns problemas com raiva, entendem? De qualquer forma, sim, Minerva, eles são bem burrinhos. Semana passada, lembro-me que perguntei o que "Cruciatus" fazia. Um aluno levantou a mão e disse "causa dor na vítima".
- Mas isso está certo – notou Minerva.
- De fato, mas logo em seguida, a criatura decidiu complementar sua resposta e disse "exceto em pessoas da realeza, como reis e rainhas. Nesse caso, o cruciatus faz-los dançarem loucamente".
Um longo período de silencio se seguiu a isso. Realmente, os alunos pareciam estar se esforçando para demonstrar toda sua falta de sapiência.
- Como pode ver, alimentar os alunos é, de fato, necessário. Mas, mudando de assunto, por que nos chamou dessa vez, Dumbledore?
- Finalmente chegou o momento – respondeu o diretor - é hora de mais uma "Super Viagem Anual dos Alunos de Hogwarts".
- O quê? Mas nós já não fizemos essa viagem anual esse ano? – perguntou Minerva.
- Sim – admitiu Dumbledore -, mas estou entediado.
- E, só por que você está entediado, você quer arrastar centenas de alunos dos quais não gosto para um lugar em que não querem ir fazer coisas na qual não estão interessados? – perguntou o professor de poções incrédulo.
- Basicamente – Dumbledore balançou a cabeça alegremente.
- Divirtam-se – Snape virou as costas para sair – Chamem-me quando vocês recuperarem a sanidade... – mas então ele lembrou-se de uma outra situação pela qual gostaria de ser chamado para ver – ou quando um aluno se machucar... O que acontecer primeiro...
- Snape, você vai – disse Dumbledore com uma voz firme, sem deixar espaço para discussões – Iremos nós três, como nos velhos tempos.
- Que velhos tempos?! Eu não sou velha! – exaltou-se Minerva.
- Certo, certo – Snape virou-se para seus colegas novamente – Se você não é velha, eu devo ser a fada madrinha. De qualquer forma, para onde vamos, Alvo?
- É por isso que chamei vocês aqui, existem muitos lugares no mundo. Não consigo decidir qual deles é o mais divertido para se ir numa excursão.
- Que tal o inferno? – sugeriu Severo.
- Não, muito quente.
- Nova Iorque? – perguntou Minerva.
- Não, muito caro.
- China?
- Gente demais.
- Alasca?
- Gente de menos.
- Havaí?
- Céus, lá tem havaianos... – Dumbledore estremeceu – Não, melhor não.
- Inferno? – tentou Snape novamente.
- Já disse que não.
- Não entendo – disse Minerva – Se não vai aceitar nenhuma de nossas sugestões, por que nos chamou?
- Para ouvir educadamente e recusar tudo o que disserem e, no final, ter uma epifania e descobrir qual é o melhor lugar para irmos. Ignorando total e convenientemente a opinião de vocês.
- E essa tal dessa epifania já chegou? – perguntou Snape ficando irritado novamente.
- Não. Esperem um segundo, sinto que há algo se aproximando.
- São seus malditos gases novamente...
Dumbledore ergueu-se da cadeira em um salto.
- Tive uma idéia, já sei para onde iremos!
- Rápido – gritou Snape para McGonagall – Alimente-o antes que ele abra a boca para contar a idéia dele...
Mas foi tarde demais, Dumbledore lhes disse para onde seria a viagem...
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Harry rolava de tanto rir em sua cadeira, no jantar.
- Cruciatus? Faz a família real dançar loucamente? – ele batia a mão na mesa de tanto rir – Francamente, Rony, onde estava com a cabeça?
Hermione abafou uma risadinha.
- Ah – tentou se defender o ruivo – Como eu saberia que é só para torturar as pessoas? Eu achei que a magia tinha uma outra função também...
- Mas você se esquece que...
Dumbledore interrompeu Hermione batendo de leve na sua taça, fazendo com que um som agudo se espalhasse por todo o Salão Principal, chamando a atenção de todos os alunos.
- Como todos sabem – começou o diretor – chegou a hora da nossa excursão anual. Sim, já fizemos a nossa excursão esse ano, eu sei, mas eu quero mais uma. E adivinhem, eu sou o diretor. Vamos fazer quantas excursões eu quiser... Assim sendo, fico feliz de anunciar que os alunos do quarto ano estão indo para...
- Oh, céus... – sussurrou Rony – já imaginando o que viria.
- O País das Maravilhas!
- Oh, céus... – Harry, Hermione e todos os alunos do quarto ano juntaram-se a Rony.
- Infelizmente – continuou o diretor – Como o local só pode ser acessado com chave de portal, iremos em pequenos grupos. Assim, anunciamos os três primeiros grupos a irem conosco, essa noite: Gina Weasley, Neville Longbottom e Luna Lovegood, com a professora McGonagall, por favor.
- Mas a Gina não é do quarto ano. Nem a Luna. – notou Hermione.
- Hermione.... – começou Rony – Doce Hermione... Quando você vai entender... Metade das coisas que Dumbledore fala não são para serem levadas a serio. Quando ele disse que levaria os alunos do quarto ano, ele quis dizer "todos os alunos estão sujeitos a essa viagem".
- E o que aconteceria se ele dissesse que "todos os alunos de Hogwarts vão para o País das Maravilhas"?
- Significaria que ele arrastaria até mesmo o Ministro da Magia para lá...
Harry viu o primeiro grupo caminhando em direção a Minerva. Eles encostaram na taça da professora, junto com ela, e todos foram transportados para o País das Maravilhas.
- O segundo grupo será formado por Goyle, Cedrico e Dino. Eles virão comigo, por favor aproximem-se.
O grupo aproximou-se do diretor e juntos tocaram a taça de Dumbledore. Assim, eles três e o diretor foram para o país das Maravilhas. Snape olhou ao seu redor e fez um facepalm.
- O paspalhão de nosso querido diretor foi embora e esqueceu de anunciar o terceiro grupo – disse ele – assim sendo eu anuncio: Harry Potter, Rony Weasley, Hermione Granger, comigo, por favor...
- Com Snape? – Rony engoliu em seco – Por que Dumbledore não nos manda para lá com alguém mais agradável como Adolf Hitler, sei lá...
- Pelos céus – esbravejou Snape – Por que ainda estão sentados aí? Vamos logo! Estão esperando que o País das Maravilhas venha até vocês?
Os três alunos levantaram-se, tocaram na taça de Snape e, juntos, foram para o País das Maravilhas...

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Eles se encontravam em um bom pedaço de nada.
Era um imenso campo florido. Debaixo do céu de lugar nenhum, logo após o rio de João-ninguém e um pouco antes das terras de nenhum lugar.
- Flores... – Snape disse sombrio – Vamos começar a andar esse lugar é alegre demais para mim...
- Esse é o País das Maravilhas? – perguntou Hermione.
- Sim – respondeu o professor carrancudo – E aqui está o plano. Nós temos que caminhar até o final desse país e então podemos voltar para Hogwarts, certo? Logo, quanto mais rápidos caminharmos, mais rápidos sairemos daqui e mais rápido me vejo livre de vocês. Em outras palavras... ANDEM RÁPIDO!
Ele não precisou falar duas vezes, todos se puseram em um passo apressado, tentando alcançar a floresta que se estendia diante deles. Em um certo momento, um coelho passou do lado deles, olhando em seu relógio e gritando:
- Estou com pressa! Estou atrasado! Estou com muita pressa!
- Nós também, seu coelho maldito – respondeu Snape sem nem olhar para o lado, apenas apressando o passo – Nós também...
- Aquilo era um coelho falante? – perguntou Rony intrigado.
- E ele tinha um relógio? – indagou Hermione.
- E por que diabos estava atrasado? Ele é um coelho! – perguntou Harry.
Eles por fim conseguiram sair da planície e chegaram na floresta.
- Mais rápido! – gritou Snape apressando o passo mais uma vez – Mais rápido!
- Calma, calma – disse uma voz vinda do nada – Por que tanta pressa?
A voz era suave e profunda. Parecia estar vindo de uma árvore próxima a eles, mas não havia nada lá. Os quatro pararam de caminhar e ficaram olhando para a arvore, sem entender.
- Por que não dão um pequeno descanso para essas pernas? – um sorriso materializou-se no ar – Muito melhor, não?
- Mas o quê diabos é isso? – perguntou Rony olhando para aquele sorriso que se materializara do nada.
Snape revirou os olhos.
- Verdimilious! – e um jato de luz disparou de sua varinha, revelando um pequeno gato roxo em cima da árvore. O sorriso do gato sumiu.
- Mas... Hã? – o gato parecia confuso. Ele estava acostumado a fazer sua aparição de forma lenta e gloriosa, deixando todas as pessoas boquiabertas ao verem um gato aparecer do nada. E aquele homem acabara de revelá-lo sem mais nem menos – Como você fez isso?
- É UM GATINHO! - explodiu Rony – QUE COISA MAIS CUTI-CUTI!
- Controle-se, homem – censurou Hermione – Não tenha um ataque de pelancas aqui!
Nesse meio tempo, o felino roxo pareceu recuperar sua postura. Sorriu novamente.
- Onde nossos viajantes vão com tanta pressa? – perguntou ele.
- Primeiro, um coelho falante – notou Harry – agora, um gato que pode ficar invisível... O que há de errado com esse maldito país?
- É baseado em uma história trouxa – disse Hermione – Meus pais a leram para mim, quando eu era pequena. Esse gato... – a garota tentou se lembrar – Você é o Gato Risonho, não é?
- É um nome bonito – disse o gato -, mas pode me chamar só de Gato.
- Então, seu Gato – interrompeu Snape – Qual é o caminho mais rápido para dar o fora daqui?
- Por que vocês iriam querer dar o fora daqui? Acabaram de chegar... Além disso, ainda nem tiveram a oportunidade de provar nosso chá...
- Não queremos chá nenhum. Queremos dar o fora daqui! –retrucou o professor.
- Hmmm, isso é muito triste... Vocês desejam uma coisa que não pode se realizar sem que, primeiramente, o desejo de vocês deseje uma coisa que vocês se recusam a desejar. E isso me é muito deprimente, se pudesse escolher, desejaria que vocês desejassem algo diferente...
- É o quê? – Harry estava confuso.
- Ele disse – esclareceu Snape – que não podemos ir embora desse País, sem antes fazermos uma coisa. Nosso desejo é sair daqui. Mas não podemos realizar nosso desejo sem que outro desejo seja realizado primeiramente.
- Qual é o outro desejo que temos que realizar para podermos sair daqui? – perguntou Hermione.
- Ah – o gato suspirou – Que tipo de aventura seria essa se eu lhes dissesse o que vocês tem que fazer... Não, não... O desejo que agora vocês desejam realizar para que o desejo de vocês possa se tornar realidade terá que ser descoberto por vocês mesmos. Não desejaria ajudá-los. Estragaria a aventura – o gato soltou uma risadinha.
- Sempre que esse gato abre a boca – notou Rony – Eu fico com dor de cabeça. Alguém pode traduzir o que ele disse?
- Ele disse – comunicou Hermione – que não vai falar o que temos que fazer para sairmos daqui...
- Oras – continuou o Gato – por que enquanto vocês pensam no que querem fazer, vocês não experimentam um pouco de nosso delicioso chá? E também...
- Ah, pelo amor de Merlin! – esbravejou Snape – Estupefaça! – e o Gato caiu desmaiado no chão – Não vou ficar aqui ouvindo os conselhos de um gato que está claramente drogado. Viram só, não usem drogas, vocês vão acabar assim...
- Quer dizer: roxo, sorrindo de uma forma estranha, em cima de um galho de uma árvore, falando através de enigmas com cada viajante que passar pela floresta? – perguntou Harry.
- Sim – concordou o professor – e justamente quando achei que já tinha visto de tudo, me aparece uma aberração dessas... Ah, vamos embora...
- Mas e aquela coisa que temos que fazer para sairmos do país?
- Pro inferno! Eu não realizo o desejo de ninguém!
- Mas... Nós temos que fazer...
- Por que teríamos que fazer algo assim?
Hermione levantou uma pilha de papéis que vieram, aparentemente, do nada.
- Tá no script – disse a garota com uma voz fina.
Snape suspirou.
- Certo, e o que o script diz que temos que fazer?
- Não sei – admitiu Hermione – Não li tudo ainda...
Severo começou a ter outro de seus ataques de raiva.
- Nesse caso, enfia esses scripts no...
- Olha lá! – Harry interrompeu o professor, apontando para uma casa, atrás das árvores – Como não vimos isso antes?
Todos observaram a casa de longe.
- Certo, vamos embora... – disse Snape, seguindo na direção oposta a da casa.
- Espera aí! – cortou Hermione – Nós temos que ir ver a casa.
- Por quê? – perguntou o professor tentando se controlar.
- Tá no script... – ela falou com sua voz fininha novamente.
O professor contou até dez e respirou fundo várias vezes.
- Então vamos lá...
Entraram no jardim da casa e lá avistaram uma grande mesa. Ela estava colocada com vários pratos, xícaras e cadeiras. Todas as louças muito sujas e usadas. Na cabeceira da mesa sentava-se um homem grande, com uma aparência um tanto quanto louca, usando uma grande cartola e com uma xícara na mão. Ao seu lado estava um rato, dormindo. E, ao seu outro lado, encontrava-se uma lebre. Todos os três sentados a mesa.
- Ah, olá! – disse o homem na cabeceira da mesa – Veja o que o vento nos trouxe. Sentem-se, sentem-se. Tomem chá! Seus amigos já passaram por aqui!
- Que amigos? – perguntou Snape.
- Ah, o velho com a barba comprida e a velha que se acha jovem... Com seus respectivos grupos, naturalmente. Dei-me muito bem com o velho, como era o nome dele mesmo? Dumby? Dumble? Enfim... Ele é bastante louco, gostei dele...
- E quem seriam vocês? – perguntou Snape erguendo uma sobrancelha.
- Ah, onde estão meus modos? Chamo-me Chapeleiro Maluco, mas podem me chamar só de Chapeleiro. Esse aqui ao meu lado é a Lebre de Março, mas podem chamar só de Lebre e este outro aqui – apontou para o esquilo que dormia – é o Arganaz. Um homem de poucas palavras... Sentem-se, sentem-se...
- Por que sentaríamos numa mesa com vocês?
- Ora, por que sabemos o que vocês tem que fazer para sair desse país e, mais ainda, sabemos que seus amigos, os dois grupos que passaram por aqui antes, correm grande perigo...
- Certo – disse o professor sentando-se em uma cadeira, sendo seguido por seus alunos – vamos por ordem de prioridade: como saímos daqui?
- Gostaríamos de falar! – disse o Lebre sorrindo alegremente enquanto bebia um gole de chá – Mas não podemos! Não podemos!
- Por que não podem? – perguntou Rony.
- Só podemos dizer uma coisa a vocês – explicou o chapeleiro – Ou dizemos como sair daqui, ou dizemos como salvar seus amigos. O que preferem?
- Por que só podem dizer uma coisa? – perguntou Harry.
- Porque sim, ué! – disse a lebre – Do contrário, ficaria muito fácil para vocês! O que vão querer saber?
- Qual é a saída mais próxima? – perguntou Snape.
- NÃÃÃO! – os três jovens gritaram – Onde estão nossos amigos? Que perigo eles estão correndo?
- O que temos que fazer para sair daqui? – insistiu Snape com a voz mais séria.
- Seus amigos estão para perder a cabeça... – disse a lebre.
- Devem estar mesmo – notou Rony – Dumbledore está com eles...
- Não, não, eu quis dizer, literalmente... Vão ter suas cabeças cortadas...
- O quê? – os três alunos se alarmaram – Mas por quê?
- Eles irritaram a Rainha de Copas... – explicou o chapeleiro – Não é uma boa pessoa para se irritar...
- Quem é a Rainha de Copas?
- Ela é a rainha desse lugar – explicou a Lebre – Ela meio que manda em tudo aqui... Só que é meio irritadiça. Não gosta de ninguém. E seus amigos a irritaram, logo vão ter suas cabeças cortadas.
- Aham... – continuou Snape – E como saímos daqui?
- Professor, temos que salvá-los! – disse Rony.
- Weasley, vê aquele bolinho – apontou para um bolinho na mesa.
- Sim.
- Coma-o e pare de falar asneiras. Vamos para casa. Não tenho nada com a cabeça de ninguém.
- Já esta se esquecendo de que Dumbledore é diretor?
- E daí?
- Ele paga seu salário! Sem ele... Sem salário...
Snape suspirou.
- Certo, e como salvamo-los? – perguntou o professor ao chapeleiro.
- Vocês tem que derrotar a Rainha de Copas, oras... Derrotem-na e salvarão nb seus amigos...
- E como saímos daqui depois disso?
- Ah, bom, isso daí já é outra pergunta... – notou a Lebre – Dissemos que só responderíamos uma...
- É melhor irmos então – notou Harry – Temos que encontrar Dumbledore e os outros logo...
Os alunos começaram a andar.
- Vocês três – disse Snape – Esperem aí, acabei de lembrar que somos bruxos. E como diz nosso diretor: andar é para os fracos. Vamos aparatar para o palácio da rainha...

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A Rainha de Copas gritava ordens para todos os seus súditos em seu palácio. Daria um baile em três dias e tudo tinha que estar perfeito...
- Limpem os salões! Cortem as cabeças! Preparem a comida! Cortem as cabeças! Podem minhas plantas! E mais importante de tudo: cortem as cabeças!
No canto da sala, Dumbledore, Minerva e todos os alunos estavam acorrentados.
- Ei, Rainha! – gritou Minerva – Sua velha bruaca! Liberte-nos!
- Quem você está chamando de velha?! – explodiu a Rainha – Vou cortar-lhe a cabeça! Você que é a idosa por aqui!
Os nervos de Minervam ficaram a flor da pele.
- VELHA?! VELHA É A SUA MÃE! SUA VADIA!
- COMO É QUE É? – a Rainha explodiu também – OUSA FALAR COMIGO NESSE TOM?
- Calma, calma, meninas – tentou Dumbledore – Tem um pouquinho de mim para todo mundo, não precisam brigar por minha causa...
- NÃO ESTAMOS BRIGANDO POR VOCÊ, SEU VELHO! – gritaram as duas simultaneamente.
- QUEM VOCÊS ESTÃO CHAMANDO DE VELHO?! – agora foi a vez de Dumbledore explodir.
Neville suspirou.
- Desse jeito, não vamos sair daqui nunca.
- Com licença, Vossa Majestade – tentou Gina -, se elogiarmos sua juventude, podemos sair daqui?
- Não, vocês vão ter a cabeça cortada de qualquer maneira...
Gina suspirou.
- Sim, concordo com você, Neville.
Nesse momento, Snape, Harry, Rony e Hermione desaparataram no centro do Salão.
- Então é aqui que a tal da Rainha fica? – perguntou Harry.
Os presos começaram a gritar por ajuda e o grupo os notou.
- E quem são vocês? – perguntou a rainha?
- Nós somos – Rony começou seu discurso – aqueles que aparecem quando a luz parece ter se esgotado. Aqueles que lutam até quando a batalha já parece perdida. Aqueles que defendem os fracos e oprimidos. Aqueles que...
- Oi, eu sou a Hermione! – disse a garota animada, estendendo a mão para a Rainha.
- Mas que bosta de nome ruim! – exclamou a rainha – terá sua cabeça cortada!
- Obrigado – disse Snape – É o que digo a todos os meus alunos.
- E quem é você? E por que não lava esse cabelo?
Uma veia apareceu na testa de Snape.
- Deixe o meu cabelo fora disso...
- Guardas! Prendam todos!
E antes que pudessem fazer qualquer coisa, vários guardas surgiram do nada e algemaram Snape, Harry e Hermione, mas Rony conseguiu escapar por pouco.
- Esupore! – ele atacou cada um dos guardas e todos caíram desmaiados no chão.
- QUANTA PETULÂNCIA! – exclamou a Rainha – CORTEM A CABEÇA!
- Escuta, não podemos conversar? – perguntou Rony – Você solta meus amigos, a gente vai embora e a gente finge que nada disso aconteceu?
- NÃO! – foi uma resposta simples.
- Rony! – disse Dumbledore sério. Sim, algumas poucas vezes de sua vida, ele fica sério - Você terá que derrotar a rainha de copas...
- Mas como?!
- Céus! Você é um bruxo, desgraça! Faz qualquer coisa!
- Hã? Sei lá... – ele apontou a varinha para a Rainha – Crucio!
O feitiço acertou a Rainha em cheio. Todos esperavam que ela começasse a se contorcer de dor, mas, no lugar disso, ela simplesmente começou a dançar loucamente.
- Olhem para mim! – disse ela sorrindo, enquanto dançava uma ridícula dança dos anos 1970 – Estou dançando! Isso é tudo o que sempre quis! Eu nunca aprendi a dançar! Puxa vida, eu desejei isso a minha vida toda... Muitíssimo obrigada!
- Mas o quê? – perguntou Snape.
- Viu, professor – disse Rony sarcasticamente – Eu disse que Cruciatus em reis e rainhas fazem com que eles dancem loucamente.
- Mas... – Snape, pela primeira vez na vida não sabia o que dizer.
- Parecem que alguns alunos seus não são tão burros quanto pensava, não é Severo – notou Minerva sorrindo.
A rainha agora dançava Macarena por todo o palácio.
- Obrigada! Obrigada! Eu sempre desejei isso...
- Espera ai... – notou Hermione – O Gato Risonho não nos disse que para realizarmos nosso desejo de sair daqui, primeiro teríamos que realizar outro desejo?
- Sim! – disse Harry alegremente.
E quando todos perceberam isso, tudo ficou preto.

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Acordaram no chão de Hogwarts, atordoados.
- O que diabos aconteceu? – perguntou Harry levando a mão a cabeça e olhando ao redor – Vocês não vão acreditar, mas eu tive o sonho mais louco possível...
Estavam no Salão Principal, o local estava deserto. Dumbledore, Minerva e Snape levantaram-se, assim como todos os alunos.
- Acho que não foi um sonho, Harry... – disse Dumbledore.
- Isso foi um absurdo! – gritou Hermione – Rony, como você sabia que o desejo da Rainha era dançar?
- Eu não sabia.... – admitiu ele, só quis esfregar na cara do Snape que eu estava certo...
Snape olhou para McGonagall. Se o Rony estava certo, então talvez...
- Expelliarmus! – gritou ele e a varinha de Minerva saiu voando.
- O que foi isso?
- Não – disse o professor – Nada de leite... Aparentemente, expelliarmus continua não tirando leite de vaca.

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