Which Flower Should I Protect?

XIII - Confession


Cap XIII - 告白

— Vocês estão estranhos desde que chegaram... Aconteceu alguma coisa? – perguntou Matsumoto, olhando ora para Hitsugaya, ora para Karin

— N-nada! – Karin parecia nervosa em sua resposta, fazendo Matsumoto desconfiar um pouco – Estou falando a verdade, Rangiku-san!

E riu envergonhada. O capitão, por sua vez, não retirava os olhos de sua papelada acumulada – afinal, “Matsumoto sempre será Matsumoto”. Não demonstrava nervosismo, muito menos vergonha, ao contrário de sua subordinada.

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Matsumoto, com sua mente “adulta”, começou a perturbar Karin com comentários do tipo “Vocês são livres para fazerem qualquer coisa!” ou “Mas estavam só vocês dois!” com um tom brincalhão e malicioso ao mesmo tempo.

Não sabia se desconfiava, pois estavam agindo normalmente. Karin apenas parecia um pouco inquieta. Capitão e subordinada, ao se entreolharem, relembram-se do que acontecera há pouco tempo...



[Duas horas atrás]



Hitsugaya não conseguia raciocinar direito. Sua mente e sua visão continuavam embaçadas, mas sua alma falava para continuar. Ficar ali, aproveitando cada segundo que se passava com lábios colados.

Separam-se pela falta de ar, ofegantes. O rosto de Karin mostrava um vermelho forte e Hitsugaya percebeu que suas mãos tremiam ainda apoiadas na maca. O garoto não estava compreendendo mais nada. Mas também não se sentia mal por ter feito tal ato.



— Ka—



— D-desculpa!! E-eu estava me sentindo insegura e... E acabei fazendo algo que não devia!! – mexia suas mãos de uma lado para o outro – A-acho melhor eu ir—



Sentiu Hitsugaya segurar-lhe o pulso. Ficou de costas para o mesmo e se aquietou. Segurar-lhe fora uma ação involuntária, mas, se a soltasse, sabia que acabaria fugindo sem lhe dar uma explicação concreta.



— Aonde pensa que vai?



— E-eu me lembrei de fazer umas coisas...! – suava, sentindo lágrimas encherem seus olhos



— Olhe para mim enquanto fala. – falou de forma séria, aparentava estar calmo, mas era o contrário – Karin, não me faça repetir!



A garota se virou, com o rosto coberto por sua franja. Continuava acorrentada com Hitsugaya; sabia que começaria um interrogatório e queria fugir o mais rápido possível.



O capitão suspirou. Como poderia começar uma conversa sem a assustar? Teria que ser calmo e agir normalmente. Mas... Não sabia ser gentil com as pessoas, por mais que quisesse. Apenas sabia comandar, e, no máximo, agradecer.



— Quer me soltar...? – a voz de sua subordinada acordou-o de seu transe



— Vai fugir?



— ... – mirou, finalmente, seu capitão e viu sua expressão séria – Não. Então, por favor...



“Por favor”... Novamente esse “por favor”. Não eram palavras típicas de Karin, isto é, não significa que ela seja mal-educada, mas simplesmente era prática em suas palavras.



Soltou-lhe a mão. Ao sentir aquele calor sumir de sua palma, Hitsugaya estranhou. O que seria aquela sensação de perda apenas por largar uma mão?



— E então? – resolveu não encarar Karin, para não a constranger – Aconteceu alguma coisa?



— O que quer dizer com isso? – arrastou uma cadeira para perto da maca e sentou



— Seja sincera. Não estou perguntando sobre o... – hesitou um pouco ao sentir seu rosto esquentar – ... Beijo. Mas sobre você.



— N-não aconteceu nada... – fixou os olhos ao chão, envergonhada – Só... Pensei que queria deixar minha consciência mais limpa e clara.



— Como assim?



— Hum... Digamos que minha cabeça está confusa e embaralhada!



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— E o que o beijo tem a ver com isso? – voltou a encarar Karin e se assusta ao vê-la com um bico e séria



— ... Lerdo... – murmurou



— Ei, eu ouvi! – Karin ficou um tempo pensativa, e Hitsugaya apenas suspirava



— Já decidi! – levantou-se rapidamente – Chega de ficar pensando nesse tipo de coisa!



— “Tipo de coisa”?



— Toushirou, eu falarei apenas uma vez! – apontou-lhe com o indicador – Ou seja, não irei repetir!



— Isso eu entendi... – bateu no dedo de Karin, fazendo-a abaixar o braço



Ao observá-la melhor, percebeu que ela sorria e seu rosto estava com um leve rosa. Era a primeira vez que a via de forma tão... “Fofa”, que seu rosto acabou corando um pouco.



— O que é, então?



— Eu gosto de você!



Hitsugaya arregalou os olhos. Sentiu seu peito apertar e uma sensação estranha percorreu seu corpo. Não acreditava no que havia acabado de escutar.



Karin, apesar de estar sorrindo, começou a derramar lágrimas e se entregou ao choro logo em seguida. Tinha medo da resposta, da reação e da consequência que seu capitão teria. Agachou-se no chão, abraçando seus joelhos, chorando de forma não tão alta para não atrair ninguém para o quarto.



Hitsugaya se levantou da maca e envolveu seus braços em Karin, abraçando-a confortavelmente. Seu coração estava descontrolado e sua mente cada vez mais confusa. Quando finalmente decidiu esquecer tudo sobre o amor, quando tomou uma decisão definitiva...

Murmurou algumas palavras em seu ouvido, fazendo a garota abrir um sorriso e voltar a chorar fortemente...



[ Atualmente ]



— Ainda estou desconfiando... – reclamou Matsumoto



— Matsumoto, pare de encher a Karin e faça alguma coisa que preste! – ordenou



— Estou fazendo uma investigação, capitão... – abriu um bico e voltou a mirar Karin – Continuando, Karin...



— Matsumoto!!



— Ahh! Não grite, estou de ressaca!! – e se jogou no sofá, fingindo dormir



Karin riu um pouco. Levantou-se da cadeira e foi até a mesa de seu capitão. Sorria como sempre. Hitsugaya deixou os papéis sobre a mesa.



— O que foi?



— Nada! Só queria saber se não quer ajuda! Estou me sentindo muito inútil...



— Não se preocupe. Logo termino esses papéis. – pronunciou enquanto empilhava os papéis



— Hum... Posso fazer uma pergunta?



— Você só faz isso...



— Desculpe, senhor “eu sei de tudo”! – cruzou os braços – Então, continuando! A saúde da Hinamori é tão frágil assim?



Aquela pergunta fez Hitsugaya parar o que estava fazendo. Franziu o cenho e ficou sério.



— Por que quer saber? – havia frieza em suas palavras



— Ah... É que ontem à madrugada eu conversei com ela... – a cada comentário que dava, Hitsugaya ficava mais nervoso – E eu perguntei o porquê de ela não ter te visitado, ela disse “Acho que o Hitsugaya ficaria bravo se eu colocasse em risco a minha própria saúde.”, algo assim.



— Desde quando está se importando com ela?



— Ei, também não é assim! Só... Achei estranho. E pensei que ela viria hoje por causa da sua alta! Será que aconteceu alguma coisa? Não quer ir até o quinto esquadrão?



Hitsugaya bateu na mesa com força, assustando Karin. Retirou-se da sala sem responder à sua pergunta e nem se despedir. Fechou a porta com tanta frieza que os olhos de Karin se fecharam com o impacto.



— O que deu nele...?



— Eu também estranhei, Karin-chan... – Matsumoto apoiou-se nas costas do sofá – Tive o mesmo pensamento que o seu, afinal, a Hinamori ficava tão preocupada quando o capitão ia até o hospital...



— Será que eles brigaram?



Matsumoto lembrou-se da conversa que teve com Hitsugaya no hospital, enquanto Karin dormia. Será que teria relação com a ida ao quinto esquadrão?



“– Fui até o quinto esquadrão, falar com Hinamori. E... Disse coisas horríveis, as quais eu irei agradecer daqui um tempo.”



— ... Não sei, Karin-chan... Faço a mínima ideia... – seus olhos, novamente, demonstravam preocupação – Eu vou dar uma saída, tudo bem? Se quiser, pode passear pela Seireitei! – levantou-se em um pulo, dirigindo-se à porta



— A-ah, mas...!



Bye bye! – e se retirou



Correu pelos corredores do esquadrão e ficou em um isolado. Recostou-se na parede e tentou imaginar uma simulação em sua cabeça. O que poderia estar acontecendo?



Teriam brigado? Discutido? Chegaram a alguma conclusão?



Nada. Fazia a mínima ideia do que poderia ser.



— Não tenho outra escolha... Tenho que perguntar à Hinamori... Sei muito bem que o capitão me ignoraria, já que o fez com a Karin-chan... Vamos lá, Rangiku! É pelo bem de seu capitão!



Usou seu shunpo e foi em direção ao quinto esquadrão.