Love You To Death

Um dom natural


Era mais um dia sem movimento na funerária de Undertaker quando a porta se abriu e uma adolescente entrou e olhou ao redor.

- Procurando algo, minha jovem? – Undertaker perguntou, estranhando a atenção dela ao observar cada caixão do local. A garota pegou um papel do bolso de seu casaco e disse:

- Eu gostaria de um caixão com essas medidas, por favor. – O agente funerário verificou as medidas e perguntou:

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- É para seu pai? – A jovem acenou negativamente com a cabeça e respondeu:

- Meu irmão vai morrer hoje e eu decidi vir até aqui para escolher o que seria mais apropriado para ele.

- Como sabe que seu irmão vai morrer hoje? – A jovem não teve tempo de responder, pois no exato momento em que responderia, uma mulher apareceu na funerária aos prantos e disse a ela:

- Lucy, tenho uma notícia horrível para lhe contar. – Undertaker e Lucy permaneceram em silêncio quando a mulher disse-lhe:

- Seu irmão acabou de morrer num acidente. E agora? – A garota permaneceu em silêncio e pensou por alguns instantes até dizer:

- Eu já sabia disso, mãe. Foi por isso que eu vim até aqui. – A mãe de Lucy olhou-a com medo e respondeu:

- Achei que fosse mentira daquela vez, quando você disse que seu avô morreria. – Lucy tentou dizer algo, mas sua mãe gritou:

- Suma da minha frente, demônio. Tenho certeza de que você mesma matou meu pai e meu filho, não tente negar isso. – Ao terminar de dizer isso, a mulher saiu correndo, deixando a própria filha abandonada por algo que ela não sabia explicar.

- Eu não queria ter visto essa reação. – Undertaker disse – Mas também não posso esperar que alguns dons que as pessoas recebem sejam bem aceitos.

- Porque eu tenho que saber exatamente quando as pessoas vão morrer? – Lucy perguntou, tomada pela tristeza – Sempre evitam ficar perto de mim por causa disso.

- Eu acho que sei o motivo, mas precisarei que você fique perto de mim para que eu descubra. – Undertaker lhe disse, compreendendo tudo pelo que aquela garota passava.

- Acredito que agora não tenho para onde ir, já que fui repudiada por minha própria mãe. O senhor permitiria que eu ficasse até encontrar algum lugar para viver?

- Pode ficar o tempo que quiser. – Foi a resposta do agente funerário – Talvez você tivesse que vir até aqui qualquer outro dia. O que sentiu quando a viu?

- Preciso ir atrás dela! Está prestes a morrer também!

- Vá logo, do contrário, não poderei me certificar daquilo que acho que vai acontecer.

Lucy correu até a ponte Westminster, onde encontrou sua mãe prestes a pular e quando a viu se lançar sobre o Tamisa, a jovem se jogou rio adentro com o intuito de salvá-la, mas a própria mãe, ao percebê-la, tentou matá-la e aos poucos Lucy livrou-se das mãos dela e tentou puxá-la para a superfície, mesmo percebendo tudo ficar escuro à sua volta e logo seu corpo não mais a obedecia, deixando-a em um estado de letargia ao qual se entregara sem hesitação, pois já não tinha forças para lutar.