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especial - dark days of Jimmy Wade


Eu andava á caminho da escola, sozinho, apenas com uma mochila velha, dentro havia um notebook e alguns livros de matérias sem importância dentro. Ao contrário dos garotos normais, eu estava acostumado á ir por aquele caminho escuro entre prédios de tijolos antigos que era o mais longo e demorado para escola. Porque com toda certeza, se eu fosse pelo atalho, me depararia com o grupo de garoto da minha sala.

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A sétima série vinha certamente com as piores memórias.

Quando trazia as memórias a tona podia sentir a dor, não só da minha pele ardendo ou depois o choque com a água mal cheirosa de vaso sanitário, mas a humilhação, a mentira contada todos os dias.

Eu podia lembrar o bastante para saber que o pesadelo não havia acabado.

Virei a esquina e entrei em uma porta, era a porta dos fundos da escola, aonde eu estava acostumado á cumprimentar o zelador e ir direto para a sala de informática sem olhos de nojo ou curiosidade pelo meu novo olho roxo. Lá era aonde eu apenas conseguia sentar em minha cadeira favorita e conectar a internet ao meu laptop. Era aonde eu matava as aulas e raramente tinha companhia.

Bullying, bem, era isso que eu passava por todos os dias desde a terceira série. Era apenas eu fugindo ao máximo das pessoas cuspindo em mim. Jimmy Wade nunca foi adorado, muito menos já teve algum amigo de verdade.

A realidade era aquela, e eu aceitava, porque se eu abrisse a boca, as coisas só piorariam.Eu seria visto como fraco. Não era fácil, porque os pedidos de explicação sempre vinham junto.

– EU VOU CAIR FORA DESSE COLÉGIO SEU BANDO DE IDIOTAS – eu gritei enquanto cambaleava de uma briga.

– Sério? Que coisa de covarde, porque não nos encara Jimmy? – Matt Cameron disse fazendo barulho de galinha, com seus amigos gargalhando.

E eu não daria aquele gostinho á eles.

Eu me sentia um nada completo. Os dias pioravam sim, os apelidos também. E de qualquer jeito, você é sim um pouco afetado, você se sente contra tudo, você se sente reduzido e sozinho no mundo. E não há maneira de explicar isso, e não há nenhuma maneira de contar a ninguém.

Eu sei que as coisas um dia melhoram ou pioram. Mas de qualquer jeito, as cicatrizes, elas não sumirão - eu me peguei mais uma vez olhando para a janela, não a vista dos táxis de nova York cruzando por aí, mas meu reflexo. Meus olhos. Meu olhar pegava fogo, que jurava vingança.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.