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Nem tudo é o que parece ser


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Narrado por Manu:


Meu, ainda bem que o Lipe estava atrás de mim! Ele salvou minha vida, nem quero imaginar o que aqueles garotos podiam ter feito comigo... Mas enfim... Ele foi me acompanhando para casa, e começamos a conversar. Quando ele falou que estava apaixonado por uma menina lá da escola... cara meu coração se partiu, era como se eu tivesse tomado um mega tapa na cara.

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- é.. é.. e por quem que você está apaixonado?

- Por...

Nesse momento meu celular tocou.

- Desculpa Lipe... é minha mãe... Alô, mãe? – voltamos a andar e já estávamos na esquina da minha casa.

- Oi filha, onde você está? Eu consegui chegar mais cedo hoje e não te achei em casa, já está tarde né?

- ah.. é sim mãe... mas eu já estou aqui na esquina...

- Ok.

- Já entro ta.

- esta bem, não demore. – desligou.

- Então Lipe, quem é a menina?

- Ah... esquece isso Manu... deixa quieto...

- Ok... você quem sabe...

- bom.. chegamos... até amanhã... – deu um beijo em meu rosto, de novo.

- Tcha.. tchau... até amanhã. - respondi.

Entrei em casa dei oi pra minha mãe e disse que estava na casa da Gabi, subi e fui trocar de roupa, já tinha tomado banho... Desci e sentei no sofá, minha mãe estava assistindo o jornal e comecei a conversar com ela sobre a viagem pra fazenda. Ela conhece os pais do Rafa, porque antigamente eles moravam no mesmo bairro, ela também conhece a família da Gabi, até o Felipe ela conhecia, eu o conheci quando tinha uns 3 anos e nem sabia... Ela concordou e disse que seria bom porque ela não ia ganhar férias e ai eu podia aproveitar as minhas. Além do mais ela sabia que os pais do Rafa eram muito responsáveis. Subi pro meu quarto super feliz, deitei na cama e fiquei fazendo planos pra viagem, já tava pensando em que roupa usar, o que levar, como ia ser lá, afinal seriam 3 semanas de férias. Pensando na viagem me lembrei do Lipe, ele iria junto, fiquei feliz e ao mesmo tempo triste porque me lembrei que ele tinha dito que estava apaixonado por uma menina lá da escola. Fiquei pensando em todas as meninas da escola e tentando adivinhar qual podia ser, mas de todas, nenhuma me parecia capaz de fazer ele mudar, A Cristini... não.. ele não podia estar gostando dela, ou podia? Será? Será que é por ela? Quando percebi estava correndo uma lágrima do meu rosto. Manuela, o que é isso? Porque você esta chorando? Pare já com isso! Acabei adormecendo.

Acordei cedo e fui ajudar a Aurora (nossa diarista) a arrumar a casa. Eu gosto de ajudá-la nas tarefas, e também, Aurora sabe mais da minha vida que minha mãe, sempre que tenho alguma duvida ou preciso desabafar sobre a escola ou coisas assim, falo com a Aurora. É que minha mãe trabalha muito e não passa tanto tempo comigo... Mas a gente se da super bem.

- Bom dia minha filha. – ela me chamava assim carinhosamente porque não podia ter filhos.

- Bom dia Aurora, já estava com saudades. – dei um abraço nela.

- É, eu também querida. E ai, resolveu aquele problema na escola?

- Sim.. já esta tudo bem.. Aurora, você nem sabe...

O que? – ela me olhou com uma cara de curiosa.

- O Lipe, ele me beijou de novo. E dessa vez foi ele quem me beijou e sem motivo algum.

- Sério? Mas como foi?

- Foi na piscina, ele me jogou dentro da água e me beijou lá em baixo.

- Ai, que lindo, que romântico, ele esta apaixonado por você!

Quando ela falou aquilo eu fiquei com uma cara triste.

- Porque essa cara Manu?

- é que ele não me ama... Ele me confessou ontem que esta apaixonado por uma menina lá da escola...

- mas essa menina pode ser você não é?

- Acho que não... Se fosse eu ele teria me dito... ele só me beijou porque tem uma doença: ele precisa beijar pelo menos uma garota por dia. - virei os olhos.

- isso não existe menina... doente por beijos... só faltava, daqui a pouco inventam essa mesmo, só falta quererem criar vacina agora...

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- Aurora, só você mesmo...

Eu e ela ficamos rindo e conversando, contei que ia viajar e ela achou super legal, depois ajudei-a a preparar o almoço. Ela foi embora. Almocei com minha mãe subi pro meu quarto e fui me arrumar para ir pra praia, já tinha avisado ela que iria. Peguei minha bolsa coloquei uma muda de roupa dentro, o protetor, os óculos, uma toalha, e blábláblá. Troquei de roupa, coloquei um shorts, uma blusinha e meus chinelos, desci e sai. Já era 13:30. Cheguei e toquei a campainha. Dessa vez foi a Gabi mesmo que atendeu, mas o Lipe apareceu logo atrás dela, ele tinha descido as escadas correndo.

- Credo Lipe, quase levou a escada junto.

- é que eu escutei a campainha e desci pra abrir a porta ora.

- Dã, seu bobo, você sabia que eu tava na cozinha.

- é.. é... ta, vai fica discutindo comigo em vez de convidar a Manu pra entrar?

- Desculpa amiga... Entra ai... esse meu irmão é meio maluco mesmo...

- oi gente. - dei risada.

- vou lá em cima arrumar minhas coisas. - Gabi disse.

Ela subiu e o Lipe ficou parado na porta me olhando.

- então vai deixar eu entrar ou não?

- ah, entra ai.. desculpa... viajei...

- falando em viagem... minha mãe deixou eu ir pra fazenda!

- Sério? Que bom! – ele me abraçou.

- que isso Felipe? Ta me abraçando porque?

- ah.. desculpa... fiquei feliz porque você vai também... você vai achar o lugar lindo.

- é? E como é lá?

- muito legal... a fazenda é enorme cara, e tem uma cachoeira... não posso nem lembrar daquele lugar...

- Porque? – olhei séria, só podiam que ele tinha beijado ou feito outras coisas com alguma menina lá...

- ah, porque tem cada lugarzinho naquela cachoeira...

- E você deve conhecer todos muito bem né? – eu já estava ficando braba porque ele com certeza ia falar de alguma menina que pegou lá.

- e conheço mesmo! Mas não do jeito que você pensa, é que eu sempre ia pra lá com o Rafa e quando a gente era menor ficava ‘’explorando’’ por lá.

- Sério? Que legal, vocês ficavam brincando de explorar, que fofinho. - ri.

- Eu sei que eu sou fofinho Manu...

- Começou a se gabar já? Eu não falei que você era fofinho, disse que o que vocês faziam era fofinho, brincavam de explorar caverninhas. - ri outra vez.

Gabi e Rafa desceram e nós saímos, Nós tínhamos decidido ir de a pé pra praia. Fomos e no caminho passamos rindo, eu ficava dando minhas cortadas no Lipe quando ele se gabava, mas logo a gente ria de novo, confesso que ele ainda me parece um pouco irritante, mas já estou me acostumando, ele até que é legalzinho, INHO, ok.

Chegamos na praia e logo vimos os amigos do Lipe e do Rafa da escola num grupinho jogando vôlei. Adivinha quem venho correndo até nós? Sim, a Cristini... Ela chegou e pulou no colo do Lipe, como se estivesse morrendo de saudades dele, mas na verdade só fez aquilo para me provocar porque achou que ele estivesse comigo, já que o Rafa estava com a Gabi e eu ele um do lado do outro.

- Me larga Cristini. - ele disse.

- O que foi gatinho? Já esqueceu dos meus beijos é? - ela fez cara de vira-lata sem dono.

- pra falar a verdade, já esqueci sim. - ele disse sem dar importância.

- Credo Lipezinho, porque ta me tratando assim?

- Mas você é mesmo muito cínica né? Cai fora mina. - ele disse.

- Ai, não se faz de brabinho que eu me apaixono mais.

- Mas como você é puta garota! - Me estourei aquela hora.

- ta com ciuminho é? - ela retrucou.

- Ciúmes o caralho! Você que é irritante, uma vagabunda! - gritei.

- Cala boca Manuela, você é uma idiota, se acha a maioral. - ela levantou a voz também.

- Se ela se achasse a maioral ia ficar se atirando nos garotos como você faz. Ela não precisa disso, diferente de ti, ela tem conteúdo, não só beleza. Porque você de bom só tem o corpo mesmo, ela além de perfeita por fora é perfeita por dentro. - Lipe falou encarando a Cristini.

Eu, a Gabi e o Rafa e principalmente a Cristini ficamos de boca aberta com o que ele falou, a Cristini na hora deu o fora dali. Caímos na risada.

- O que foi aquilo maninho? - Gabi riu.

- O que? Eu falei a verdade ora! - ele deu de ombros.


Narrado por Gabi:


Puxei o Lipe pro lado e falei:

- Você esta apaixonado pela Manu né?

- Eu? Eu na.. não... Porque?

- Porque você nunca defendeu ninguém assim, nem mesmo eu.

- Que isso Gabi... Não viaja...


Narrado por Felipe:


Quando a Gabi me perguntou se eu estava apaixonado pela Manu, disfarcei, disse que não, mas eu sei que é amor, eu sei que estou apaixonado por ela, eu faria qualquer coisa para a ver feliz, eu daria minha vida por ela. Não confessei para a Gabi isso, tentei disfarçar, acho que convenci...


Narrado por Manu:


A Gabi puxou o Lipe pro lado e falou alguma coisa com ele, eu e o Rafa nem demos bola, começamos a jogar vôlei, logo o Lipe e a Gabi voltaram... A tarde estava super boa, estávamos nos divertindo muito.


Narrado por Felipe:


Eu precisava saber se a Manu também sentia alguma coisa por mim, ela vive se fazendo de difícil mas eu acho que talvez ela sinta o mesmo que eu... Decidi escrever um bilhete para ela.


'' Manu, preciso tirar um duvida, me encontre lá naa pedra grande. Lipe.''


Narrado por Felipe:

Escrevi o bilhete e coloquei na sua bolsa enquanto ela jogava vôlei, peguei o celular dela e gravei meu numero, depois dei um toque para o meu para gravar o dela. Fui indo em direção a pedra grande para esperá-la. Cheguei lá e liguei pro celular da Manu para chamar a atenção dela pra que ela visse o bilhete.


Narrado por Cristini:


Vi o Lipe colocando alguma coisa na bolsa da Manu, esperei ele sair e fui ver o que era. Li o bilhete disfarçadamente, coloquei-o de volta e fui para a pedra grande.


Narrado por Manu:


Escutei meu celular tocar e fui ver quem era, li: ‘FELIPE’, estranhei pois eu não tinha o numero dele, quando fui atender ele desligou, então vi o bilhete dele e o li. Fiquei instantaneamente feliz, disse para a Gabi que já voltava e fui em direção a pedra. Quando cheguei lá em cima chamei pelo Lipe, fui olhar atrás da pedra e o vi beijando a Cristini. Meu coração se partiu em mil pedaços, fiquei tonta, meu peito doía, eu queria chorar, gritar, uma sensação horrível tomou conta de mim.

- Felipe, e... eu.. eu achei que... - quase sussurrei.

- Manu, espera! - ele disse.

Desci o morro correndo, quase cai, meus olhos não viam nada, eu estava chorando, cheguei na praia, peguei minhas coisas e sai correndo, corri em direção a rua e não vi o carro que vinha. O Felipe gritou cuidado, eu não ouvi. Fui atropelada.