Cicatrizes

Até aqui?


Lorena curte as férias da faculdade como pode, sempre conversa com Suzana e Karina por e-mail e já fazem planos para o próximo semestre.

Ela está no trabalho pensando na vida e em como será o semestre seguinte, afinal o grupo seria o mesmo até o fim do curso como foi combinado. O duro seria agüentar Tales. Ao mesmo tempo em que ele parecia ser um cara legal se mostrava um verdadeiro ogro e especialmente com ela.

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Enquanto pensava, olha no relógio e vê que é seu horário de almoço. Arruma suas coisas e sai. Ela sempre almoça em frente ao prédio em que trabalha em um restaurante de comida caseira.

Ela fica no aguardo do elevador, que parece estar demorando mais do que o normal. Com certeza era alguém em algum andar o está segurando. Lorena detesta isso.

Finalmente o elevador chega, mas não tem ninguém. Pouco depois ele para em mais um andar e Lorena não acredita ao ver Tales entrando.

- Você aqui? – diz surpresa.

- Eu trabalho aqui. – diz ele seco mexendo em sua gravata.

Lorena o olha pasma. Ele está de calça social cinza, sapatos pretos, camisa branca e uma gravata prata. Ele era muito bonito, mas tinha um olhar triste. Reparando bem Lorena nota que o mesmo olhar que ele tinha, ela tinha também. Ela sabia o porquê da tristeza em seus olhos, mas e nos dele, o que seria?

- Eu que devia ficar surpreso, nunca te vi por aqui. – diz Tales olhando para a porta do elevador.

- Eu sempre trabalhei aqui, mas quando a faculdade começou saí de férias. Mas tem um tempinho que voltei.

- Eu comecei tem três meses quase, mas nunca almoço essa hora. Mas tive que trocar de horário com um colega.

- Legal. – diz Lorena sem mostrar muita reação.

O elevador chega ao térreo e Tales segura a porta pra que ela saia primeiro.

Lorena estava com uma calça e uma camisa social e um sapato rasteiro. Ela tinha um ar de seriedade com aquelas roupas.

Enquanto ele olha para Lorena ela sai rapidamente em direção ao restaurante.

Ela faz seu prato como de costume e senta-se para comer. Aquele horário o local era muito cheio, mas Lorena amava a comida daquele lugar, valia a pena.

Enquanto come, nota que Tales está no mesmo restaurante. Ele está com a bandeja nas mãos procurando uma mesa vaga. Não encontra nenhuma.

Lorena acena pra ele e diz que pode se sentar com ela, mesmo sentindo que pode se arrepender depois. Tales vai até lá e senta-se agradecendo.

Durante boa parte do almoço eles ficam em silencio, até que Lorena decide puxar assunto para parecer agradável.

- E o cachorrinho, está bem?

- Está terrível, junta ele e a minha sobrinha e formam o terror. Minha irmã está enlouquecendo. – diz esboçando um leve sorriso.

- Sua sobrinha é uma graça, esperta.

- É até demais! – diz lembrando dos comentários de Bibi no dia da adoção do cachorro.

- Só tem ela de sobrinha?

- Não, tenho mais um menino também, irmão dela. Um bebe de 1 ano.

- Que graça, adoro crianças. Elas são sinceras.

- São mesmo, mas crescem e perdem essa qualidade.

- Nem todas.

- A grande maioria, especialmente as mulheres. Espero que minha sobrinha seja diferente.

- É impressão minha ou você tem uma cisma com as mulheres?

- Não tenho cisma alguma, só não caio no jogo de vocês.

- Vocês? Não generaliza, nem todas as mulheres são iguais.

- Engraçado, já disse essa mesma frase várias vezes, mas dizendo que nem todos os homens são iguais. Sempre tentei ser o cara diferente, mas mulher não gosta disso. Eu bem sei.

- Não existe o homem perfeito ou a mulher perfeita.

- Não mesmo, são todas farinha do mesmo saco.

Lorena estava quase se arrependendo de ter cedido um lugar na sua mesa pra Tales, quando ele termina seu almoço.

- Obrigada pelo lugar na mesa, te devo uma. – diz saindo com o semblante sério sem olhar para trás.

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- Aí que cara mais idiota! As mulheres não são todas iguais, se fossem eu teria valor, afinal eles gostam é de vadias. – diz pra si mesma praticamente “assassinando” um pedaço de bife. – Agora eles sim são todos iguais, eles sim são farinha do mesmo saco! E esse Tales deve ser o pior deles. Aí como odeio esse cara!