Morra em Meio às Estrelas

–Sol: “Parece que eles não são tão fortes assim. Isso vai ser moleza.”
–Samantha: “Quem esse idiota pensa que é?”
–Fernand: “Que sorte! Essa luta tem tudo para ser muito divertida!”
–William: “Parece que ele gosta de sorrir. Sendo assim, vou fazer um sorriso permanente no rosto dele com minhas espadas.”

Com exceção dos três terroristas e o membro da Ordem da Rosa Branca, o local continuava completamente deserto. Ninguém apareceria para interferir na luta ou atrapalhar a concentração de Sol. Ele tinha certeza de que não precisaria de ajuda e assim poderia usar seus poderes sem se conter.
–Sol: Antes de começarmos, posso ao menos saber seu nome, cara senhorita?
Mantendo seu sorriso debochado, Sol fixou os olhos em Samantha, mas sem ignorar os aliados desta. Estava pronto para agir caso estes tentassem algum ataque.
–Samantha: Não tenho nada a dizer para você!
–Fernand: Ah, qual é, Samantha? Que falta de educação falar assim.
Contendo o impulso de esquecer Sol por um momento e espancar Fernand, a bruxa limitou-se a deixar um suspiro de irritação escapar.
–Samantha: Samantha... Datch...
–Sol: É um prazer conhecê-la. Eu preferiria não ter de feri-la, então o que acha de se render?
–Samantha: VÁ PARA PRAVUS!!!
Sol saltou para trás, evitando que as garras de Samantha o atingissem e imediatamente contra-atacou, lançando uma pequena esfera brilhante em chamas contra a bruxa.
–Sol: Por que as manipuladoras sempre se fazem de difíceis?
–Fernand: Será que ele ainda vai falar essas babaquices se eu desfigurar a cara dele?
–William: Vale a pena tentar.
O guerreiro da terra e o do vento saltaram ao mesmo tempo logo após Samantha evitar o ataque de Sol. Prestes a ser atingido por ambos os lados, o controlador de estrelas soltou sua arma e direcionou as mãos abertas, uma para atacante, cruzando os braços.
–Sol: Neste momento não estou falando com vocês. Esperem sua vez.
William e Fernand foram atingidos e arremessados longe pelas respectivas explosões, ainda que sem se ferir muito. Porém, Sol não teve nem um momento para retomar o fôlego, pois uma rajada de longas agulhas negras cruzava o ar em sua direção.
–Sol: Difíceis e violentas...
Notando o ataque se aproximava graças ao brilho das explosões, o guerreiro da rosa branca deixou-se cair no chão, assim evitando ser atingido. Em seguida, se levantou rapidamente ao mesmo tempo em que retomava seu mangual.
–Samantha: Não teste minha paciência.
A bruxa saltou para o banco e, em seguida, usou este para se impulsionar, girando no ar e posicionando-se acima de Sol para novamente atacá-lo com suas garras. Porém, o controlador de estrelas meramente deu um passo para trás.
–Sol: Previsível demais.
–Samantha: Oh, sério?
Samantha virou o rosto para Sol e exibiu um sorriso diabólico enquanto estacas de sombra começavam a surgir do chão. Porém, antes mesmo que elas pudessem tomar uma forma que viesse a ferir o alvo, elas se dissiparam em meio a uma explosão, a qual também fez a bruxa rolar na direção oposta ao inimigo.
–Samantha: “Ele previu que eu faria isso?”
–Sol: Foi quase, minha cara Samantha. Mas apenas qua-!!!
O chão sob o guerreiro da rosa branca tornou-se instável e rachou, tirando-o o equilíbrio. William, aproveitando-se da brecha, lançou uma rajada de vento, a qual atirou Sol na direção de Fernand, este já estava pronto para cravar seu machado no oponente.
–Sol: Acho que não fui claro na primeira vez.
Com uma maestria estupenda, Sol lançou seu mangual contra um poste próximo, enrolando a corrente da arma neste e assim escapando do alcance do machado. Fernand, totalmente surpreendido pela manobra, não conseguiu se defender quando, no momento seguinte, o adversário lançou uma estrela explosiva na sua direção.
–William: “Dessa vez eu vou atingi-lo!”
Enquanto o controlador de estrelas ainda girava ao redor do poste, William lançou-se na direção deste, esperando atingi-lo antes que ele tivesse chance de fazer algo. Porém, sem sequer olhar diretamente para o manipulador do vento, Sol lançou uma chuva de pequenas estrelas contra ele, interrompendo-o.
–Sol: Não queria ter que danificar este lugar, mas vocês não me dão outra escolha.
Finalmente voltando ao solo, Sol estendeu ambas as mãos na direção dos pés de William, lançando uma rajada de estrelas com o dobro do tamanho das que havia utilizado até agora.
–Samantha: Saia daí, William!
As estrelas atingiram o chão, explodindo em meio a luz e chamas e gerando uma cortina de fumaça logo a seguir. No mesmo segundo, William foi arremessado para fora da fumaça, visivelmente ferido.
–Samantha: William, o que faremos?
Tossindo, o rapaz ergueu-se com dificuldade.
–William: Fuja. Se continuarmos a lutar, seremos mortos.
–Samantha: Tem certeza disso?
–William: Absoluta.
Sem discutir, Samantha bateu em retirada. Sol, notando que a bruxa fugia, tentou persegui-la, mas deteve-se ao ver que seria atingido por uma rajada de vento. Graças a isso, a garota pôde escapar.
–Sol: Vai se arrepender.
–William: Vai ter que me alcançar primeiro.
Esquivando-se de uma explosão, o manipulador do vento guardou suas espadas nas bainhas presas a seu cinto e escalou rapidamente a parede externa do templo próximo, o mesmo que usara anteriormente para vigiar o pilar, valendo-se da ajuda de seu elemento para saltar de um ponto de apoio até outro.
–Sol: Acha que vai conseguir escapar assim?
Com um simples movimento do braço, o guerreiro da rosa branca criou uma trilha de esferas brilhantes ligando o chão até o topo do templo, chegando lá ao mesmo tempo em que William.
–Sol: Fim da linha.
Enquanto as esferas de luz que Sol usara para chegar lá se espatifavam em pequenos fragmentos luminosos, William tentava se afastar, dando passos para trás, até chegar na beirada, quando deteve seus movimentos. Uma queda de lá seria fatal.
–Sol: Não vou te dar a chance de se render. Agora morra em meio às estrelas.
O loiro lançou uma estrela no ar, a qual explodiu antes mesmo de alcançar o manipulador do vento, mas o derrubou do topo do templo com o impacto. Em seguida, Sol caminhou até a beirada para averiguar o resultado do ataque. Tudo que viu foi o corpo de William estirado no chão, completamente imóvel.