Roses And Demons: Roots Of Rebellion

Os que Destroem e os que Protegem


Chesord. Um país do tamanho aproximado de uma nação européia, o qual é governado pelo Rei David Follet. Este reino faz parte de um mundo medieval povoado por criaturas normais e algumas bastante incomuns. O mesmo vale para as pessoas. Dentre os milhares de humanos comuns, há aqueles que nascem com poderes especiais. Abençoados e amaldiçoados, geralmente seu destino é servir como soldados para suas respectivas nações ou ser eternos fugitivos.

Apenas uma nação entre várias, Chesord não possuía nada de realmente especial. O clima temperado e a vegetação predominante de taiga eram características comuns entre os vizinhos. Porém, há 300 anos, um acontecimento imprevisto fez com que Chesord fosse separado do resto mundo.

Cerca de três horas da tarde. Dois soldados vestindo armaduras reluzentes de metal e com espadas embainhadas montam guarda ao redor de um pilar retangular, com a ponta em forma de pirâmide e medindo cerca de três metros de altura. O pilar em si aparentava ser apenas um monumento comum de concreto erguido numa elevação de terreno. Um dos guardas está claramente insatisfeito por estar lá.
-Guarda 1: Não vejo a hora de terminar o nosso turno. Não consigo mais olhar para essa coisa.
-Guarda 2: Não fale dessa maneira. Não fosse por este pilar e os outros, hoje nem ao menos estaríamos vivos para vigiá-los.
-Guarda 1: Eu entendo a importância dele, mas por que temos de protegê-lo? Que tipo de idiota tentaria derrubá-lo, sabendo que isso seria suicídio?
-Guarda 2: Nunca se sabe.
-???: Realmente. Nunca se sabe quando alguém vai aparecer querendo derrubar os pilares.
Os dois guardas, que observavam o pilar enquanto conversavam, estavam tão distraídos que não notaram três figuras se aproximando, os passos delas abafados pela grama. Um rapaz de cabelos castanhos vestindo uma armadura leve e roxa de couro, além de uma capa cinzenta. Outro de cabelos vermelhos e rebeldes vestindo uma bela armadura de metal com detalhes em vermelho, mas sem capacete. E uma garota de cabelos negros e longos vestindo uma túnica também negra, mas sem mangas. Todos estavam armados.
-Guarda 2: O que significa isso?
Surpresos, os soldados sacaram suas espadas. O trio misterioso não pareceu intimidado e o rapaz de capa deu um passo à frente, embora sem empunhar suas armas. O ruivo pareceu um pouco incomodado com essa atitude.
-???: Vai ficar com a parte divertida de novo, William?
-William: Você sabe que situações como esta exigem discrição, Fernand. Vou acabar com isso num instante para não perdermos tempo.
Nesse momento os guardas já tinham certeza de que se tratava de inimigos e avançaram. William abriu a mão e, na palma dela, surgiu um pequeno turbilhão impossível de se ver. O rapaz estendeu o braço e despejou uma furiosa rajada de vento contra os soldados, fazendo ambos bater violentamente contra o pilar. Os dois agora estavam inconscientes.
-Fernand: Nem teve graça.
-William: Melhor assim. Vamos destruir logo esse pilar e ir embora. Samantha, se puder fazer a gentileza.
A garota, que até aquele momento se manteve calada e alheia aos acontecimentos, aproximou-se do pilar.
-Samantha: Isso não vai demorar.
-William: Ótimo. Este é apenas o primeiro, mas chegará o dia em que todos os dez serão derrubados e este reino ficará desprotegido.

No interior de um bosque de árvores esparsas próximo de uma grande cidade, uma fera humanóide de grande tamanho e pele acinzentada castiga um pelotão de soldados com seus punhos gigantescos, urrando ferozmente.
-Soldado 1: Não vamos conseguir! Ele é forte demais!
-Soldado 2: Temos que agüentar só mais um pouco! Logo reforços devem chegar!
-???: Já chegaram. Aqui estou!
Uma jovem de cabelos castanhos e longos, ainda que não tanto quanto os de Samantha, havia chegado ao local da batalha. Ela possuía uma armadura elegante e adequada para uso feminino, brilhando como prata. Em sua mão direita, ela empunhava uma espada igualmente elegante.
-Soldado1: Capitã Pyrath!
-Soldado 2: ELA é os reforços? Isso é loucura!
Completamente estupefato, um dos soldados observava enquanto a garota, que sequer parecia ter dezoito anos, se aproximava do monstruoso ser.
-Soldado 2: Como ela vai derrubar um ogro sozinha?
-Soldado 1: Ela não é capitã à toa, amigo. Apenas observe.
O ogro, visivelmente irritado por ter sido atacado, não pensou duas vezes antes de tentar esmagar a capitã com seu punho. Porém, com agilidade e graça, ela moveu-se para o lado e logo desferiu um golpe com sua espada, separando o pulso do monstro de seu punho. Urrando de dor, a criatura ergueu o braço, cuja ponta parecia levemente queimada.
-Capitã Pyrath: Em nome da nobre Casa Pyrath, eu vou lhe dar a punição que merece por aterrorizar esta cidade, monstro.
Após proferir estas palavras, a garota saltou e cravou sua espada no peito do ogro. No momento seguinte, chamas surgiram por todo o corpo da criatura, calcinando a pele e a carne. A capitã impulsionou-se no corpo do ogro para arrancar a espada e então observou enquanto ele agonizava lentamente, incapaz de fugir uma vez que seus órgãos internos haviam sido queimados.
-Soldado 2: Foi... incrível!
-Capitã Pyrath: Obrigada. Desculpem por eu não poder ficar muito tempo, mas para o meu azar parece que já tenho outra missão.
-Soldado 1: Não se preocupe, capitã! Cuidaremos de tudo e muito obrigado!
Após olhar uma última vez para o ogro para se certificar de que ele não representaria ameaça, a jovem capitã retornou rapidamente para a cidade, perguntando-se por que um general queria vê-la com tanta urgência.

O escritório do general não era nada surpreendente. Havia uma mesa cheia de documentos, um balcão com objetos que pareciam espólios de batalha ou prêmios e uma estante com livros ou documentos. E, obviamente, o general, o qual utilizava uma armadura de tom dourado ainda mais elegante que a da capitã.
-Capitã Pyrath: Peço desculpas pelo meu atraso, General Modnar.
-General Modnar: Não se preocupe, eu soube do acontecido. Sente-se, Yasmin.
Yasmin Pyrath. Esse era o nome completo da capitã. E, mostrando obediência ao seu superior, ela sentou-se numa cadeira em frente à mesa.
-General Modnar: Vou direto ao ponto, Yasmin. Você sabe sobre os dez pilares espalhados pelo reino, certo?
-Capitã Pyrath: Sim, eu sei.
-General Modnar: E sabe para que eles servem?
-Capitã Pyrath: Sim. Eles foram erguidos há 300 anos para impedir que os demônios que destruíram o resto do mundo atacassem Chesord.
-General Modnar: Exatamente. 300 anos atrás, algum lunático conseguiu invocar uma horda de demônios, mas felizmente para nós, os sábios da corte que viviam naquela época se sacrificaram para criar esses monumentos que mantém a barreira ao redor do reino ativa até hoje.
-Capitã Pyrath: General, por que está me dando uma aula de história?
-General Modnar: Porque aconteceu algo que eu jamais imaginei que seria possível. Um dos dez pilares foi destruído.
-Capitã Pyrath: Como assim?
-General Modnar: Alguém ou alguma coisa destroçou um pilar há dois dias numa região ao sul daqui. Embora isso não signifique que a barreira vai ser derrubada, mas é quase certo que o responsável por isso atacará os outros. E se todos os dez forem derrubados, nosso reino será aniquilado pelos demônios.
-Capitã Pyrath: Já entendi, general! Eu vou detê-los, custe o que custar.
-General Modnar: Não esperava menos de você. Afinal de contas, você é a herdeira da Casa Pyrath e possui o título de capitã mesmo tendo apenas 16 anos. Tenho confiança na sua capacidade.
-Capitã Pyrath: Eu agradeço suas palavras general. Vou me retirar agora para selecionar alguns soldados e montar uma tropa. Amanhã partirei em direção ao pilar mais próximo do que foi derrubado.
-General Modnar: Excelente. Aguardarei as boas novas.
E assim, a Capitã Yasmin Pyrath deixou o escritório do general, determinada a acabar com quem quer que fosse o culpado. Não se tratava apenas de seu próprio senso de dever, ela carregava em seus ombros o nome Pyrath e, portanto, desejava provar que merecia fazer parte da Casa Pyrath.

Enquanto isso, nas planícies do sul de Chesord, os três responsáveis pela destruição do pilar seguiam seu caminho.
-Fernand: Quanto tempo mesmo até chegarmos no próximo?
-William: Três dias. Também estou com pressa, mas reclamar só vai piorar nossa situação.
-Fernand: Você diz isso, mas para mim parece bastante calmo.
William sorriu. Era um sorriso malicioso.
-William: Mesmo? Mas na verdade eu estou ansioso para ver que tipo de guerreiro este país vai enviar para nos deter.
-Fernand: Eu também. Mas de uma coisa eu tenho certeza, será alguém que valerá a pena derrotar.
-William: Eu espero que sim. Afinal de contas, se eles não impedirem a destruição dos dez pilares, será o fim para eles. Mas não importa quem venha, aqueles que tentarem nos impedir encontrarão apenas derrota.

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