A Princesa do Oceano

Capítulo 5 - Missão muito tensa.


Ri.

Uma brincadeira é claro. Por que diabos alguém me convocaria para uma missão? Logo eu, a Melyssa. A garota que fora rejeitada pela maioria do Acampamento.

Não fazia nenhum sentido.

- Eu sei que pode parecer um tanto “improvável”, mas os deuses assim quiseram. – Quíron pareceu ter lido minha mente, ainda sério.

Os deuses? Fala sério, os deuses nem devem me conhecer. Franzi o cenho, incrivelmente perturbada, e sabendo que definitivamente, tinha alguma coisa errada. Muito errada.

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Muito, muito, muito errada.

“Tá legal, já entendi. MUITO errada, agora dá pra parar de repetir as coisas?” Uma voz reclamou no fundo de minha mente.

Fui arrastada até a Casa Grande por Evelyn, que me puxava pela mão com mais força do que eu gostaria, deixando-me sem escapatórias.

Os outros nos seguiam discutindo entre si. Não dei a mínima importância, concentrando-me somente na voz de Nico. Quer dizer, concentrando-me na voz de Evelyn, que não parara de falar. É, isso mesmo. Na voz da Evy.

- O que acha, Melyssa? - Annabeth me perguntou, incluindo-me na conversa.

- Que não é possível alguém ter uma voz tão bonita assim. – Respondi automaticamente, franzindo o cenho e ainda pensando em um certo filho de Hades. Que, aliás, me encarava.

Que droga. Abaixei minha cabeça com as bochechas em brasas, enquanto os outros riam descaradamente.

- Quem? Quem? Quem? – Evy pulava ao meu redor, cantarolando.

Fui salva por Quíron que chegara antes de nós, chamando-nos para dentro da sala de reuniões. Adentrei o local, sentando-me em uma das cadeiras, com uma sensação desconfortável. O clima anterior havia se extinguido e todos se acomodaram, tensos.

O centauro foi para sua cadeira de rodas e Dioniso apareceu em uma nuvem roxa sentando-se em sua poltrona. Ele pode ser chato e mal humorado, mas convenhamos, tem estilo.

O deus sorriu pra mim, como se concordasse.

Quíron suspirou, fechando os olhos.

- O Olimpo está com problemas. Psiquê foi sequestrada por Érebo. Sabem o que isso significa?

Annabeth arregalou os olhos, colocando a mão sobre sua boca.

- Pisiquê é a personificação da alma. Mais precisamente de uma alma limpa, sem maldade. Ela mantém o equilíbrio do mundo, mesmo sendo uma deusa menor. – A garota murmurou, os olhos cinzentos estavam distantes.

- Psiquê também é capaz de convencer com poucas palavras um humano com a alma corrompida em deixar toda a maldade de lado. – Quíron continuou, assentindo.

Bem, isso não me parecia muito legal. Mas ainda não estava entendendo a gravidade da situação. Quer dizer, é só mandar alguém buscá-la.

- Érebo é o deus da escuridão. Ele foi um grande inimigo dos olimpianos e com a ajuda dos ex-combatentes aliados à Cronos, conseguiu se reerguer das profundezas do Submundo. – Dioniso se manifestou.

- E como meu pai deixou isso acontecer? – Nico perguntou, alterado.

- Ele não teve escolha, alguns traidores de seu próprio Reino o chantagearam pegando Perséfone. Ou Hades libertava Érebo ou Perséfone seria levada para sabe-se lá onde. E acredite, Hades valoriza muito sua esposa para isso.

James encarava os outros, confuso.

Epa, me esqueci de apresentar nosso Jamesito. Ele é um Filho de Deméter muito lindo, por sinal. E como Evy diz: Esse é o tipo de jardineiro que você chama mesmo não tendo um jardim.

Enfim, ele é alto. Loiro e bronzeado. Olhos cor de bronze, e até que é legal.

- Tudo bem, isso não é bom. Mas o que Érebo tem a ver com Psiquê? – Jay perguntou.

- Ele quer com a ajuda de Psiquê, sugar todas as boas almas do mundo e usá-las para reerguer Cronos. O poder do Titã aumentaria muito mais com o uso da inocência das almas. E sei que estão pensando que Cronos foi derrotado e blá blá blá. Ele realmente foi, mas não está completamente morto. Poderão achá-lo novamente e construir um novo corpo com milhares de almas. – Sr.D murmurou, tomando um gole de sua Diet Coke.

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- Nada bom. - Franzi o cenho, rompendo o silêncio.

- Realmente, e é por isso que vocês irão achá-la e levá-la de volta para o Olimpo com segurança. E não tentem impedir Érebo, ele é forte demais para vocês. Só tragam a deusa em segurança. - Quíron ordenou com seriedade.

- Tudo bem, é só eu achar Psiquê na minha bola de cristal aqui. - Evelyn revirou os olhos, bufando. Ri internamente, trocando um olhar com ela. Essa é a minha amiga.

O centauro tirou de um dos bolsos uma fita de cetim negra, e a serpenteou entre os dedos da mão.

- Esse é o Laço de Psiquê. Nada de mais, mas a deusa antes de ser capturada lançou uma magia nele. A medida a fita for se aproximando dela, vai clareando até voltar a sua aparência original. Ou seja, transparente.

- Entendi, e como diabos vamos saber onde ela está? Rondando o EUA inteiro? - James perguntou com uma sobrancelha erguida.

Até que fazia sentido.

De repente, a porta da sala foi aberta e uma garota passou por ela, sorridente. O cabelo ruivo caía em ondas, sendo intensificado pela camiseta vermelha e o jeans rabiscado.

Rachel, o Oráculo.

Eu já havia visto ela algumas vezes, mas só de longe. Ter o Óraculo ao seu lado era um tanto estranho.

A garota nos olhou, demorando um segundo a mais em mim. Seu olhar me parecia confuso e um tanto pesaroso, o que me deixou completamente arrepiada.

- Uma profecia, é claro. - Ela falou, sorrindo levemente antes de colocar as mãos nas têmporas, concentrando-se. - Vamos, perguntem.

Percy pigarreou incerto.

- Ahn... Qual é o futuro de nossa missão?

Os olhos de Rachel ficaram esverdeados e uma fumaça da mesma cor saiu de sua boca. Ela rondou o local, fazendo-me tremer involuntariamente. Era totalmente assustador.

Uma mão quente foi ao meu ombro e não precisei nem olhar para saber que era Nico. A droga do cheiro grudava em minha mente.

A voz de Rachel soou triplicada e alta.

Ao lar da ensolarada os campistas irão.

Os rastros da morte eles encontrarão.

O laço de sangue deverá unir.

Pois somente assim, poderão seguir.

Se o coração da garota a decisão certa tomar.

O grande mal finalmente não irá voltar.

- Bem, não é assim tão ruim. – Percy sorriu aliviado. Ele já deveria ter passado por situações muito piores que essa. Afinal, ele havia salvado o Olimpo.

Não é pouca coisa não, minha gente.

- Essa parada de “Caminhos da morte” me parece ruim. – Murmurei, tentando controlar o medo em minha voz.

E então, todos começaram a discutir a missão. Menos eu... E Annabeth.

Ela murmurava algumas palavras em voz baixa, seus olhos estavam mais profundos do que nunca. Eu queria saber o que se passava na cabeça da garota, pois algo me dizia que era importante.

Muito importante.

“Precisamos da droga de um substituto para ‘muito’, porquê o coitado já deve estar cansado de ser usado.” A voz irritante se manifestou novamente, fazendo-me revirar os olhos.

Digamos de passagem, muito irritante.

“Idiota.”