O retorno dos pais

Na semana seguinte os pais de Laura e Rafael voltam de viajem. Parecem estar bem felizes e já planejam outras viagens, dessa vez com os filhos.

Enquanto eles colocam a conversa desses trinta dias em ordem, Rafael diz que Lucas voltou do Canadá e que queria vê-los.

- O Lucas é um bom rapaz, estou com saudades dele. Por que não marcamos todos de ir esse fim de semana á praia? – sugere a mãe de Rafa e Laura.

- Eu acho a idéia ótima, mas vocês acabaram de voltar de viagem, não querem descansar? – diz Laura.

- Filha, a vida é muito curta pra se passar descansando, temos é que curtir. – responde o pai. – E então, vamos?

- Nesse caso eu concordo claro!- diz Laura toda animada. Posso convidar o Cauã?

- Claro minha filha, e você Rafael não esqueça da Liz, também estou com saudades dela.

- Pode deixar mãe, vou falar com ela agora e já ligo pro Lucas também.

Chega o fim de semana e todos estão prontos pra sair. Lucas, porém nota que Laura está triste. Resolve perguntar se aconteceu alguma coisa.

- Não é nada Lucas, obrigada por perguntar. Só que o Cauã não vai poder vir, vai ter que trabalhar nesse fim de semana.

- Ué, mas ele não trabalha com o pai?

- Sim, mas parece que ele não quis dispensar.

- Sei... – diz Lucas pensativo. – Mas você vai curtir a praia né?

- Claro, pode deixar.

- Vamos gente, ta tudo arrumado já. – diz Liz chamando a cunhada e Lucas.

- Bom, sei que a casa continua no mesmo lugar, mas de carro sozinho não sei como faço pra ir. Você pode vir comigo Rafael? – pergunta Lucas.

- Posso sim, Liz, você pode ir com meus pais e a Laura?

- Claro amor, sem problemas, desde que na praia você me compense por esse tempo. – diz beijando a orelha de Rafael.

- Será compensada, com certeza.

Os grupos então se dividem e vão embora. Durante o trajeto Lucas fala com Rafael o que conversou com Laura, sobre o namorado não ir, pois estaria trabalhando.

- Você não achou esse papo estranho Rafa? Tipo, o cara trabalha com o pai, se ele insistisse um pouco é claro que o velho dele deixaria ele vir.

- Pensei nisso também, mas evitei falar com a Laura, ela pode pensar que ainda estou com ciúmes dela.

- E você não está mais?

- Claro que estou, mas não quero que ela note. É que você é filho único, não vai me entender, mas eu meio que me sinto responsável pela Laura entende?

- Não preciso ter irmãos pra saber disso. É normal, afinal ela é sua irmã.

- Sei que ela cresceu, mas quando olho pra ela meio que não consigo acreditar sabe?

- Sei sim, pode ter certeza que eu sei!

- Como? – pergunta Rafael meio perdido.

- Não, quis dizer que te entendo, eu também lembro da Laura pequenininha, e agora ver que ela está uma mulher é meio chocante mesmo.

- Mulher. – diz Rafael com deboche. – A Laura só cresceu em tamanho Lucas, ela ainda é muito inocente, não vê maldade em nada, por isso que me preocupo com ela. Tenho medo que façam minha irmã de idiota.

- Relaxa cara, a Laura pode até ser inocente, mas não é burra, Dá um voto de confiança pra sua irmã.

- Já estou fazendo isso Lucas, porque pra mim esse namoro não desceu ainda, esse Cauã não me desce.

- Na verdade nem eu engulo esse cara. Quer parecer certinho, mas acho que esconde alguma coisa.

- A cada dia to pensando mais nisso, mas deixa quieto, a Laura não quer que eu me meta, então melhor ficar como está. Mas coitado dele se estiver aprontando com a minha irmã, coitado dele e de qualquer um que tentar fazer isso.

- Calma cara, relaxa. Olha, seus pais estão dando seta, chegamos?

- Chegamos, fiquei tão nervoso que nem notei.

- Relaxa mano, vamos dar um mergulho que sua cabeça esfria.